War of the Worlds (2005) - Steven Spielberg

Discussão de filmes; a arte pela arte.

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Leão de Ouro
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Post by Leão de Ouro »

Eu acho que seria aceitável se não fosse uma ESTREIA MUNDIAL...mas nós somos inferiores aos restantes países do mundo para eles estarem a esta hora a ver Guerra dos Mundos e nós termos que esperar até dia 7?...mas ok...quando me dás o exemplo de Cinderella Man só tenho é que ficar calado. :roll:
Shivers
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Post by Shivers »

Tojal City wrote:Vão surgir algumas criticas negativos naturalmente, mas olha que este filme é bem capaz de ser um dos filmes do Spielberg que ira ter mais consenso.

Vamos ver, quinta ou sexta vou ver e no fim-de-semana escrevo a minha opinião, e espero pela vossa opinião daqueles que tem acesso a ante-estreia, na quinta-feira.
E como já se calculava, não foi preciso esperar muito: :wink:

(tirado da imdb)
Movie Reviews: 'War of the Worlds'

Movie executives hoping that Steven Spielberg's War of the Worlds, starring Tom Cruise, would pull the box office out of a record 18-week slump, are likely to read today's (Wednesday) reviews of the movie with some consternation. Although minor critics had unanimously praised it in early reviews posted on the Rotten Tomatoes website, several reviews by the major critics are about as cold as the Martian ice cap. Roger Ebert in the Chicago Sun-Times begins his review by remarking: "War of the Worlds is a big, clunky movie containing some sensational sights but lacking the zest and joyous energy we expect from Steven Spielberg." But Ebert's remarks seem delicate compared with those of the New York Post's Lou Lumenick, who particularly assails "the lamest ending yet to a Steven Spielberg movie," which he says is "so cheesy it was greeted with gales of laughter at a screening the other night -- and this disappointing War of the Worlds limps to a conclusion that mercifully insures there will not be a sequel." The scene in question takes place in a destroyed Boston, and Boston Globe critic Ty Burr says that the audience that he saw the movie with also burst into laughter. "Then the crowd fell silent -- more silent than I've experienced in a packed theater in many moons -- as the smoking ruins of our city came into focus. War of the Worlds, it turns out, is serious stuff, at times more so than it knows how to handle." Michael Sragow in the Baltimore Sun pins the blame on Cruise, comments that "the actor's relentless drive to be taken seriously pushes this escapist apocalypse past its tipping point, into irredeemable weightiness." A more charitable comment on the movie comes from A.O. Scott in the New York Times, who writes that while this may be a "lesser Spielberg movie," it nevertheless "succeeds in reminding us that while Mr. Spielberg doesn't always make great movies, he seems almost constitutionally incapable of bad moviemaking." Indeed several critics are dishing out high praise. "If you must see just one Steven Spielberg movie in a lifetime, see War of the Worlds," writes Liam Lacey in the Toronto Globe & Mail. Bruce Westbrook in the Houston Chronicle calls the movie "a towering accomplishment -- the most thrilling and action-packed Spielberg film in the director's broad legacy." Acknowledging "occasional flaws and misjudgments," Stephen Hunter in the Washington Post remarks that the film is nevertheless "a brilliantly told tale. It really rips along; it seizes you in its first seconds, holds you spellbound for two short hours and expels you, breathless and spent. It's your best summertime movie rush in many years." And then there's the review by Glenn Whipp in the Los Angeles Daily News, who suggests that War of the Worlds might well be the best and worst of Spielberg films. He writes: "Fantastic and banal, terrifying and occasionally dull, pure Spielberg and yet at times anonymous, War of the Worlds delivers multiple viewing experiences."
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Post by Argaroth01 »

Nuno Antunes wrote: Fiel à essência do livro (e o final é o mesmo, não é uma invenção "a la Spielberg"), é um exercício intenso de medo e, como é habitual em Spielberg, com momentos visuais inesquecíveis. O ataque dos "tripods" é de horror e, sem revelar muito, há uma cena com um rio e um comboio, demonstrativos que se trata de um filme que procura fundir dois imaginários, o do 11 de Setembro e o do extermínio (holocausto). Assim sendo, é uma experiência tão intensa que mexe com o mais básico do ser humano (a família, o medo, a morte, a selvajaria, etc.), que se sai do filme exausto. É extraordinário.
Felizmente. Será que vamos ter uma mistura de "Saving Private Ryan" e "Schindler´s List" numa vertente sci-fi ? Agora é que estou mesmo curioso...
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Post by Nuno Antunes »

Não deixa de ter um rasto de ironia, por uma vez, que as críticas citadas no excerto do IMDB critiquem o final de «Guerra dos Mundos». Por um lado, porque isso já é habitual aos filmes do realizador. Mas principalmente porque, no seu conjunto, este é fiel ao livro, incluíndo o final abrupto do conflito com os extraterrestres. Quanto aos destinos das personagens, o que acontece é semelhante à vida e aos relacionamentos entre as pessoas.
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Post by Shivers »

Argaroth01 wrote:
Nuno Antunes wrote: Fiel à essência do livro (e o final é o mesmo, não é uma invenção "a la Spielberg"), é um exercício intenso de medo e, como é habitual em Spielberg, com momentos visuais inesquecíveis. O ataque dos "tripods" é de horror e, sem revelar muito, há uma cena com um rio e um comboio, demonstrativos que se trata de um filme que procura fundir dois imaginários, o do 11 de Setembro e o do extermínio (holocausto). Assim sendo, é uma experiência tão intensa que mexe com o mais básico do ser humano (a família, o medo, a morte, a selvajaria, etc.), que se sai do filme exausto. É extraordinário.
Felizmente. Será que vamos ter uma mistura de "Saving Private Ryan" e "Schindler´s List" numa vertente sci-fi ? Agora é que estou mesmo curioso...
Cuidado com os spoilers para quem não conhece a obra original ou não viu sequer o filme original de 1954. :wink:

Uma coisa é dizer que o final é o mesmo, isso não interessa porque quem não conhece não sabe qual é o final. Agora outra coisa é dizer que temos um final igual a X ou Y.
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Post by Tojal City »

Sabem, eu até ontem pensei que o filme fosse sair esta semana, como o filme tinha estreia mundial.
Mas afinal supressa, cá, é só para a semana, já tava tão habituado a ir nas últimas semanas a ir sempre ao cinema, que até estranho não ir esta semana ao cinema.


Já agora Nuno, o Cinderela Man deve-se ao facto de o filme ser reposto nas salas dos EUA novamente nesta altura, para o Oscar claro.
E o filme foi um flop de bilheteiras nos EUA, pois saiu numa altura que não é propriamente a deste tipo de filmes.
O fracasso deste filme prova, que nos EUA há sempre uma altura próprias para um género de filme.
Nuno Antunes
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Post by Nuno Antunes »

Tojal City wrote:Já agora Nuno, o Cinderela Man deve-se ao facto de o filme ser reposto nas salas dos EUA novamente nesta altura, para o Oscar claro. E o filme foi um flop de bilheteiras nos EUA, pois saiu numa altura que não é propriamente a deste tipo de filmes.
O fracasso deste filme prova, que nos EUA há sempre uma altura próprias para um género de filme.
Ainda assim, é cortar algum do público potencial (um pouco como sucedeu com o «À Procura de Nemo»... 6 meses à espera?! Mas faço uma previsão: com este fracasso, não há Oscar para o filme.

Penso que não se pode falar em alturas próprias para um filme. Pelo menos, não se pode elevar isso a ciência (repara que o «Seabiscuit», o mesmo género, foi lançado nesta época e foi um êxito). Se assim fosse, os estúdios gostariam de multiplicar o êxito de um filme várias vezes ao ano.

Há sempre uma variável inesperada nestas coisas. Bem vistas as coisas, o «Reino dos Céus» também tinha ambições artísticas como o «Cinderela Man» e ambos vão render na bilheteira o mesmo de «Colisão», esse sim uma grande surpresa e que se calhar até devia ser sido lançado mais perto do fim do ano.

Entretanto, «Guerra dos Mundos» fez 21 milhões na quarta-feira, dia de estreia, o que é número simpático para começar. Pelo menos mostra que, apesar dos esforços de Tom Cruise, há interesse no filme. E ainda bem, pois ele merece ser mais falado que os disparates da sua estrela.
alan_smithee
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Post by alan_smithee »

Nuno Antunes wrote:Não deixa de ter um rasto de ironia, por uma vez, que as críticas citadas no excerto do IMDB critiquem o final de «Guerra dos Mundos». Por um lado, porque isso já é habitual aos filmes do realizador.
Por aqui também é habitual. E sendo um apreciador do cineasta em questão é algo que me incomoda um pouco, até porque, quem conhece minimamente Spielberg já sabe como o filme vai acabar. Spielberg é um cineasta profundamente humanista, é o cineasta da esperança, da fantasia, da conciliação, é um criador de fábulas, com um cinema caloroso e sentimental. Spielberg “nunca” vai acabar um filme com cena tenebrosa e escura, pois no seu cinema, a luz vence sempre as trevas.
Uma coisa é não gostar do estilo, outra bem diferente é confundir esse estilo com qualidade cinematográfica. :evil:
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Nuno Antunes
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Post by Nuno Antunes »

alan_smithee wrote:Spielberg “nunca” vai acabar um filme com cena tenebrosa e escura, pois no seu cinema, a luz vence sempre as trevas.
Uma coisa é não gostar do estilo, outra bem diferente é confundir esse estilo com qualidade cinematográfica. :evil:
"alan_smithee", não me vais dizer que achas os finais do «AI», «Relatório Minoritário» ou «Terminal» exactamente optimistas...
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Post by Argaroth01 »

Nuno Antunes wrote:"alan_smithee", não me vais dizer que achas os finais do «AI», «Relatório Minoritário» ou «Terminal» exactamente optimistas...
Em relação a "A.I." (para mim o melhor filme de Spielberg), apesar de aparentar ser um final feliz, foi dos finais mais tristes que já vi num filme. Agora, em relação a "Minority Report" (este já não achei tão bom, funciona como film-noir futurista, mas a não ser o Anderton de Cruise, mais nenhum personagem tem densidade dramática no filme), fico na dúvida. É certo que qdo vemos Anderton a ser encarcerado, o personagem de Gideon diz qualquer coisa que pode aludir à natureza dúbia da situação (um belo toque muito dickiano), mas não creio que Spielberg tenha intenção de criar esse sentido, tendo em conta os paradigmas da sua obra. Mas também, se de facto é tudo um sonho o que Anderton experimenta desde o encarceramento, então é um sonho muito spielbergiano.
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Post by alan_smithee »

Nuno Antunes wrote: "alan_smithee", não me vais dizer que achas os finais do «AI», «Relatório Minoritário» ou «Terminal» exactamente optimistas...
O facto de a luz vencer as trevas não é necessariamente sinónimo de “optimismo”. No caso do A.I. apesar da luz vencer as trevas o final torna-se muito mais enigmático desta forma:

Como sempre com Spielberg o ambiente final é luminoso: a magia da Fada Azul vai tornando-se uma possibilidade cada vez mais real, a nossa desconfiança inicial perante o que estamos a ver, vai desaparecendo aos poucos e poucos, até atingir praticamente o "status", de uma quase inabalável fé religiosa.
E da mesma forma que David busca o amor da sua mãe, como necessidade de se "integrar", de pertencer a "algo", 2000 anos depois os "descendentes" do menino-robô procuram em David o elo que os liga ao ser humano, procuram em David o que resta do ser humano, do seu passado (porque não é possível existir futuro, sem passado) para desta forma recompor o seu mundo.
Teria sido muito mais cómodo acabar o filme 25 minutos antes, sem correr riscos, em vez deste final absolutamente delirante, que coloca-nos mais um sem-número de perguntas sem respostas.
Todos aqueles minutos finais serão realidade, ou serão uma ilusão criada pela Fada Azul, que decidiu realizar o desejo de David? será tudo um sonho de David? e se é um sonho significa que ele já é um menino de verdade? ou será que os robôs podem sonhar? E que significado terá o apagar das luzes no final? O que acontecerá depois das luzes apagadas? Como será o dia seguinte? Felizmente este é um daqueles filmes que nos deixam dúvidas em vez de certezas, dúvidas sobre as quais podemos ficar horas conversando e debatendo.

Quanto aos outros dois filmes, acho que os finais são tipicamente spielbergianos. E um final tipicamente Spielbergiano é um final onde Spielberg não se contenta em dizer que tudo esta bem, ele faz questão de nos dizer que tudo está muito, muito, muito bem.

Lembras-te do final de R. M. com Tom Cruise ao lado da sua esposa grávida. Este final não foi suficiente para spielberg, ele teve que nos mostrar que os gémeos também estavam bem.

Terminal também tem pelo menos dois finais...

Não me interpretes mal, eu adoro os finais spielbergianos. Eu já perdi a conta as vezes que defendi Spielberg por estes fóruns da net.
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Post by Thanatos »

Mas que mania que o pessoal tem de atribuir a secção final de A.I. à lamechice do Spielberg. Para quem não saiba (ou prefira ignorar) o final com a Fada, o reencontro com a mãe clonada etc. saiu todo da cabecinha do Kubrick.

E já agora... quem escreve os argumentos do A.I. e do Minority Report é o Spielberg? Parece-me que não.
Rui Santana
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Post by Rui Santana »

Thanatos wrote:E já agora... quem escreve os argumentos do A.I. e do Minority Report é o Spielberg? Parece-me que não.
Bem observado.
Takeshi_Kitano
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Post by Takeshi_Kitano »

Thanatos wrote:Mas que mania que o pessoal tem de atribuir a secção final de A.I. à lamechice do Spielberg. Para quem não saiba (ou prefira ignorar) o final com a Fada, o reencontro com a mãe clonada etc. saiu todo da cabecinha do Kubrick.

E já agora... quem escreve os argumentos do A.I. e do Minority Report é o Spielberg? Parece-me que não.
O Steven Spielberg é o argumentista do A.I., e o final do filme é genial.
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Post by Shivers »

Não, o Spielberg é o argumentista no sentido de ter ajudado a fazer o guião do filme, mas a ideia original não é dele, não confundam...
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