Savages (2012) - Oliver Stone

[ruben]

Estreia hoje.



IMDB


Sinopse:

Baseado no best-seller de Don Winslow, o filme conta a história de dois amigos – Ben (Johnson), um Budista pacifista, e Chon (Kitsch),
um ex-SEAL da Marinha e ex-mercenário – que gerem um lucrativo negócio de marijuana no Sul da Califórnia, onde também partilham o
amor da belíssima Ophelia (Lively). Tudo parecia correr bem até que um Cartel Mexicano, liderado pela impiedosa Elena (Hayek) e o seu
braço direito Lado (Del Toro), decide forçar uma parceria, que acabará por colocar à prova o laço inquebrável entre os três amigos.
Com a relutante ajuda de um agente corrupto (Travolta), Ben e Chon, irão travar uma batalha selvagem e aparentemente impossível
de vencer contra o Cartel.

[superman]

Vi o trailer quando fui ver o Bourne
Sinceramente pelo trailer fiquei sem saber se vali a pena ou nao ir ver
É daqueles filmes que acho que so vou ver quando sair em dvd

[Cabeças]

Eu também vou esperar pelo dvd... mas um filme do Oliver Stone é sempre um acontecimento digno de nota!

http://www.oliverstone.com/filmography/directed-by

[Bladder]

Os melhores filmes do Stone foram feitos sob a influencia de coca e cogumelos.

Quer em termos de argumento ou direcção.

Desde 1994 que não faz um filme xpto.

[Cabeças]

Os melhores filmes do Stone foram feitos sob a influencia de coca e cogumelos.

Mais ou menos como os Pinkfloyd...

Desde 1994 que não faz um filme xpto.

Olha que eu gostei imenso do Any Given Sunday (1999), que para mim é um dos grandes filmes dele!

Também gostei muito dos documentários sobre o Fidel!... Mas OK, não são "filmes"...

O Alexander (Revisited) é um excelente filme, se nos abstrairmos do Collin Farrell e da sua peruca de louraça... que enorme erro de casting!

O World Trade Center é um bom filme, na minha opinião, e o W foi um dos filmes que mais me arrepios fez até hoje - como é possível ter tido um chimpanzé na Casa Branca? Bom, nós não podemos falar muito, temos um Cavaco, mas enfim...

Também gostei muito do segundo Wall Street.

Enfim, gosto dos filmes do Oliver Stone, ponto final!

[Bladder]

Falo em filmes xpto não dos "gostáveis".

Falo daqueles em que o trabalho dele é mais visceral, um pouco demente e inteligente sem grandes preocupações com o politicamente correcto.

O Any Given Sunday podia ter sido feito por qualquer outro que não o Stone, percebo o que tentou fazer mas sabe a pouco.

O Alexander revisited ainda não vi, só a versão normal que achei sofrível, e sim muito por culpa do Farrell entre outros erros de casting.

O Workd Trade Center parece mais um documentário de Domingo à tarde, falta ali qualquer coisa de mais provocante, no âmbito o United 93 é muito superior. Mas pronto, ele quis ser respeitável e bem-comportadinho.

O 2º Wall Street até é porreiro e ainda se safava apesar do outro miudo irritante, se não fosse o final redentor, estragou mesmo o filme para mim, o Stone do 1º Wall Street nunca teria metido isto e o Gekko seria cabrão até ao fim. Aquele cameo do Charlie Sheen foi também despropositado.

Note-se que não me refiro tanto ao estilo de realização, mais no sentido em que dá às personagens e nuances de comportamento.

Ele era mais agressivo, estimulante, atrevido, deixou de ser.

Veremos estes Savages, espero que não sejam selvagens só de nome.

[Cabeças]

...Ele era mais agressivo, estimulante, atrevido, deixou de ser.

Eu há 30 anos também era mais essas coisas todas do que sou hoje!...

[Bladder]

Não me parece que seja este o caso do Stone.

O mais provável é ter-se vendido.

E provávelmente outros terão uma opinião inversa da minha, gostando mais dos filmes mais recentes.

Eu apenas gosto mais dos trabalhos do Stone de antigamente.

[rui sousa]

Ah, que bom sentir aquela sensação de desilusão que uma pessoa só pode encontrar numa sala de cinema. Aquela sensação de pequenez em relação à tela, por a mesma ter uma dimensão tão grande e nós sermos tão minúsculos em relação a ela.
OK, não era desta maneira que queria começar a falar de «Selvagens», a mais recente aposta do controverso Oliver Stone nas lides cinematográficas, mas não consegui imaginar uma maneira melhor para exprimir o que senti ao ver, hoje à noite, este filme num ecrã gigante. E esta vai ser daquelas críticas de "deitar-tudo-cá-para-fora", aviso já.
O meu desgosto em relação ao filme não é pelo seu conteúdo: aliás, «Selvagens» é um filme que possui uma boa dose de entretenimento, interpretações competentes e uma realização... vá... competente também (não terá o Stone consumido mais umas coisinhas para este filme?). O problema é o conteúdo do filme. A história é bastante interessante, e que deu azo ao realizador para se aproveitar disso e pôr muitas cenas de amorr e droga, mas isso não é o mal do filme, porque essas cenas não estão exageradas ou mal encenadas. O problema... é o final da história.
Mas já lá vamos. Gostaria, primeiro, antes de chegar ao que me desiludiu no final do filme, de dizer o quão estava a gostar do visionamento do mesmo. A sério, apesar de «Selvagens» transbordar de clichés de logística e de diálogos, é um filme que agarra o espetador à cadeira. Há coisas que são completamente surpreendentes (e outras menos, daí os clichés) e que são suficientes para nos manter concentrados no filme e na sua estranha história de um trio de amigos muuuito chegados, com dois rapazes e uma rapariga (um budista, outro "porradista", e a miúda que gosta dos dois moços - e de que os dois moços estão enamorados) que têm em mãos um negócio da mais pura erva que os traficantes podem ter a sorte de vender (sim, um pouco como o «Breaking Bad» - estou a gostar tanto da série que não pude deixar de fazer pseudo-comparações com a série). Entretanto, veem-se metidos em sarilhos com cartéis e dealers manhosos e com hábitos bizarros de vida. OK, até aqui tudo bem.
Mas há filmes cujo final pode ajudar a descambar tudo o resto. É como na vida. Há situações em que pensamos que estamos a ir no bom caminho, e por uma coisinha de nada, volta tudo ao zero. Não creio que «Selvagens» voltasse ao zero, mas que ficou muito danificado pelo final que teve, pelo menos para mim, disso não tenho dúvidas. Acreditem, quando constatei que o filme ia seguir aquele rumo, eu fiquei em estado de choque. Até não pude deixar de soltar, num tom mais ou menos alto, a minha indignação. Mas rapidamente calei-me e esperei que aqueles dois minutos de clichés e coisas felizes terminassem, para chegar aos créditos e poder manifestar junto dos meus amigos o meu desagrado. Não sei se o livro também é assim, se acaba com um twist inacreditavelmente idiota, e que seria o mesmo que uma criança de cinco anos usaria para acabar uma história, mas se é, então a história está só um bocadinho sobrevalorizada. Não quero estar aqui a spoilerizar sobre o final do filme (que, acredito, se alguém ler isto e depois for ver o filme vai ficar um pouco condicionado com o que aqui deixo escrito), mas eram precisos aqueles minutos antes do final, para nos fazerem constatar algo que nunca aconteceu, para depois dizerem «ah, afinal esta treta acaba assim e não da maneira que vos acabámos de mostrar. Só porque sim» (a frase pronunciada pela voz-off é algo semelhante a esta, vá)? Não poderiam, apenas, ter escolhido uma das ideias e pronto, não terem de fazer uma pequena "chachada" incomodativa neste filme? E pelo amor de Deus, não me digam que é um feito genial alguém ter conseguido dar vida a uma ideia tão infantil como essa, uma ideia que estragou a opinião que, até então, tinha formado sobre «Selvagens». Porque não é, de todo. Mas acho que é preciso as pessoas verem o filme para perceberem o que eu digo e analisarem de sua justiça (agora, certamente, já um pouco condicionadas - desculpem, não foi por mal. Queria tanto escrever isto agora para soltar o desagrado que restava no meu interior cá para fora). O filme é bom entretenimento e revela-se ser competente e muito bem visionável... até àquela parte em que uma pessoa fica «MAS ISTO ACABA ASSIM?». Mas sim, acho que até vale a pena ver. Mas não aconselho ninguém a pôr isto na sua lista de prioridades. Há melhor que se encontre por aí...

Nota: * * * 1/2

[Samwise]

Eu gostei da musiquita dos Beatles no final (ainda que em versão cover). (final esse que não achei que destoasse assim tanto do das liberdades narrativas espalhadas ao longo do resto da história).

Tenho algumas coisas a dizer sobre o filme, mas por agora não tenho tempo. Gostei e não gostei em simultâneo - MAS... vale bem a pena ir ao cinema para o ver. É um Stone completamente atípico em termos de envolvente sócio-política.

[lud81]

é um filme que agarra o espetador à cadeira.

O espetador fica espetado na cadeira com o próprio espeto?

[rui sousa]

lud81, o acordo ortográfico dá cabo de mim :( ainda me custa tanto...

[rui sousa]

Samwise: também gostei da música dos Beatles, fez-me esquecer temporariamente a indignação daquele final

[Strangelove]

O final é uma intrujice desnecessária mas, ao que parece, será uma questão do próprio livro que tem muitas cenas escritas sob a forma de guião do que se está a passar na cabeça de alguém.
Logo, era um livro óóóóóóóóóóóóóptimo para adaptar ao cinema...

O que eu achei pior no filme - dos piores do homem - foi a falta de personagens.
Aquilo são tudo estereótipos sem graça.
Só a Hayek tem alguma ponta de complexidade, mas é uma ponta.

Depois, o filme não tem nada para dizer.
É suposto sentir-se uma dicotomia sobre quem são os verdadeiros Selvagens, mas os maus bonzinhos são recompensados e os maus mauzinhos nem tanto.

Sobra o Benicio del Toro a tentar impor o caos no meio daquilo.
Dá gosto ver o talento do homem, mas não safa nada com isso.

E sim, há muito do estilo Natural Born Killers, mas como que a apagar-se numa reforma que tarda em chegar.
Pelo menos não foi tão mau como a sequela do Wall Street!

[Samwise]

É suposto sentir-se uma dicotomia sobre quem são os verdadeiros Selvagens, mas os maus bonzinhos são recompensados e os maus mauzinhos nem tanto.

Aí está a dicotomia - uns são mais azuis que outros.

Sobra o Benicio del Toro a tentar impor o caos no meio daquilo.
Dá gosto ver o talento do homem, mas não safa nada com isso.

Grande interpretação. Das melhores que vi dele. Um vilão à séria, tenebroso até por sabermos que há tipos assim.

E sim, há muito do estilo Natural Born Killers, mas como que a apagar-se numa reforma que tarda em chegar.

Do estilo, sim, e isso dá alguma elevação ao filme, mas de conteúdo é que não há nada (sub-contexto social e mensagem política, entenda-se). Parece-me que o Stone quis fazer um simples e descomplexado filme de acção, sem outro propósito do que atordoar o espectador com uma dose letal de violência estilizada, e seguindo uma velha e infalível fórmula, devidamente actualizada para os tempos modernos : Sex, drugs & rock'n'roll.