O mundo enlouqueceu?

[Samwise]

E quanto ao Corona não é peanuts, nem para o Trump.

Quando eu digo que é peanuts para o Trump, é do ponto de vista da popularidade. Parece que nada o abala...

https://www.theguardian.com/us-news/com ... rus-crisis

[Samwise]

Uma terceira hipótese, entre a China e os EUA...

https://www.dn.pt/dinheiro/nao-havera-n ... 87179.html

[paupau]

Obrigado pela partilha, artigo interessante. Pouco daí vejo como algo quase inevitável, o mais claro talvez a parte dos combustíveis, pois é realmente a primeira vez que se vê que uma menor queima tem resultados visíveis. Agora, acho que o cinismo vai prevalecer e desvirtuar isso. Mais rápido imagino uma quarentena na época final do ano ( tipicamente de balanços) para " o planeta recuperar" do resto do ano, do que uma aposta séria nas mudanças de estilos de vida...então deixar de passear e viajar como se faz agora.
E essa linha de pensamento também me faz duvidar da queda do populismo e da escolha de melhores líderes. A História diz-nos que nas épocas desesperadas é que aparecem os líderes mais mirabolantes.
Debaixo dessa capa toda de pessimismo, o artigo até é otimista, ao achar que vai haver um reequilíbrio de forças e ficarmos todos melhor. Tomara...

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[Samwise]

A julgar pelo que se está a passar neste preciso momento a nível de líderes na Europa (e que tem vindo de resto a suceder na última década), também vejo como muito pouco provável o futuro europeu forte tal como o artigo opina. Mas esta é uma situação de tal forma imprevista, impensável e disruptora, e estamos tão ainda no início das coisas, que o futuro é mesmo completamente incerto - isso para lá da enorme recessão a nível mundial, que já é uma coisa mais do que certa.

[drakes]

Um artigo muito interessante sobre a imprevisibilidade da história...
Vale a pena ler, em minha opinião.
https://estatuadesal.com/2020/02/29/nao ... -historia/

É do Pacheco Pereira, e retrata uma ideia que muito do que acontece hoje ninguém o conseguiria adivinhar há 30 anos... e nem agora conseguiremos adivinhar os próximos 30...

Que os EUA estavam (estão) virando uma autocracia, bem Gore Vidal já escreveu isso faz tempo.

[Samwise]

Na China não passa nada... business as usual:

https://www.nytimes.com/2020/03/31/busi ... rship.html

https://www.theguardian.com/world/2020/ ... uthorities

[Samwise]

Altamente recomendado a todos, e sobretudo ao Ninzabo.

Considera-o um mini documentário. Passou na RTP.



Será esta a cura para o enlouquecimento, ou será antes uma das parcelas mais activas e preocupante da doença?

[nimzabo]

Já vi e achei enviesado: viewtopic.php?f=11&t=47498&p=644275&hil ... ng#p644275
O que não quer dizer que não possas ter razão na tua perspectiva sobre os chineses.

Mas já agora... vê tu este https://www.imdb.com/title/tt6197028/?ref_=nv_sr_srsg_0

[Samwise]

Já vi e achei enviesado: viewtopic.php?f=11&t=47498&p=644275&hil ... ng#p644275
O que não quer dizer que não possas ter razão na tua perspectiva sobre os chineses.

Não é sobre os "chineses", é sobre o regime totalitarista e sobre a pessoa que os governa. Sobre os chineses não tenho opinião - e prefiro não fazer comentários que sejam generalistas.

Pode ser um documentário parcial, no sentido em que só "ouve" e "mostra" uma parte, mas bate certo com as informações de pessoal que eu conheço e que visitou a China - uns por trabalho, outros por lazer. E muita coisa ouvi a mais que não está no documentário (que entra pouco em detalhes).

Mas já agora... vê tu este https://www.imdb.com/title/tt6197028/?ref_=nv_sr_srsg_0

Vou ver.

[Samwise]

Já vi metade.

Estou a "apreciar", embora reserve restantes comentários para o fim. Mas deixo-te uma pergunta, não consideras este também "inviesado", pelas mesmas razões do outro?

[Samwise]

Ainda não vi tudo. Estou a achar extremamente interessante - há comentários com os quais concordo em absolut (*)o, mas outros que me fazem pensar que ou o PIlger está a ser ingénuo (que não acredito, dada a experiência acumulada e a capacidade crítica que tem), ou então está deliberadamente a fechar os olhos em relação ao elefante que está no meio da sala - mesmo junto ao serviço de porcelana para onde aponta o foco.

(*) - boa, alguém que coloca os pontos nos "is" em relação à terminologia: a China é Capitalista.

A ideia de que ainda há uma "China Comunista" deve ser das maiores ironias dos tempos modernos, uma noção que se calhar prevalece em muitos "círculos" ocidentais muito por culpa do "nome do partido", que se mantem inalterado desde que Mao o criou (claro - não podia ser de outra maneira).

[nimzabo]

Não é que me lembre já muito dos pormenores de ambos os docs mas aguardo a tua conclusão para depois responder.
No sentido em que ambos os docs se referem a apenas um dos lados pode ser comparável o enviesamento.
Em termos de exemplos concretos, tipo omissões ou maneira de colocar as questões, é que já não sei.
Eu vi os dois com pouco intervalo e vi primeiro o doc sobre os americanos. Quando o vi o do Xi Jinping já ia de certa forma vacinado pois já tinha levado com muita informação negativa sobre os americanos e se bem me lembro houve uma situação ou outra que me pareceram perfeitamente enganadoras no documentário do líder chinês. A esta distância no tempo desde a visualização é que já não consigo é dizer quais.

[Samwise]

Terminei. Gostei de ver Ninzabo, embora, como tu em relação ao outro, tenha sentido que é inviesado - e a meu ver, não pouco. Não quer dizer que seja falso, mas parece-me que oculta todo um conjunto de questões relevantes sobre uma das partes, enquanto demoniza a outra a torto e a direito. A este respeito, é um bom encaixe para a peça que eu coloquei mais acima, no sentido em que se complementam quanto a informações importantes que cada um deixa de lado.

Alguns exemplos: todo o período do colonialismo ocidental pré-Revolução Mao é mostrado para servir de argumento contra a América e o ocidente, mostrando as assimetrias de vida entre a miséria da população chinesa e a opulência dos contingentes imperialistas. Depois, entra o Mao e expulsa os invasores, mas não se ouve mais nada sobre as condições de vida na China até aos tempos actuais. Foi só o regime que mais vítimas provocou na modernidade histórica - mais do que a União Soviética comunista e mais do que o Nazismo juntos, mas o Pilger preferiu em vez disso meter 20 ou 30 minutos de tempo com a história dos testes atómicos nas ilhas Bikini. Uma escolha que merecia um documentário dedicado, por conta da monstruosidade que representou, mas que pouco ou nada contribui para o produto entitulado "The Coming War on China", a não ser para mostrar crimes contra a humanidade praticados pela América. Acho bem que sejam denunciados, mas se é para comparar atrocidades, que seja então para os dois lados. Ele tem dois pesos e duas medidas.

O mesmo se passa com as pessoas que ele entrevista do lado americano e do lado chinês. As do lado americano só lá estão para serem confrontados com as mentiras flagrantes que debitam, ou com questões difíceis a que evitam responder (nada contra, mas o princípio não é o mesmo para o outro lado, dois pesos e duas medidas). As do lado chinês (classe alta - simpatizantes do regime) servem para passar uma esponja sobre questões totalitárias (o elefante na sala que nunca é mencionado - duas horas de filme e não se ouve nada sobre o assunto) - aquilo que eles dizem ser estereótipos ocidentais - e para ridicularizar a ideia de que a China quer dominar o mundo... "Somos uma nação pacífica, construímos a grande muralha para deixar o resto do mundo de fora, não o contrário, e que razão teríamos para o fazer?" (bom, à luz do outro documentário, parece que há documentação oficial que explica essas razões). Uma nação pacífica? Então e as paradas militares com quilómetros de armamento pesado e tropas a marcharem milimetricamente que lembram os filmes da Leni Riefenstahl sobre o Hitler? E a China como grande potência exportadora de armamento a nível mundial? Nada é contraposto, nada é mencioado pelo Pilger. Há uma outra parte em que o analista chinês refere que "não há assimetrias sociais na China" - uma mentira tão grande que o Pilger se viu na necessidade de mostrar que não era bem assim - mas de forma tão insignificante e parcial que mais valia ter estado quieto e deixar passar. Há estatísticas e "demographics" sobre o assunto - já havia na altura, mas devem ser de tal forma penalizadoras para a imagem que ele quer deixar da China que a deixou na gaveta. É uma das nações mais assimétricas do mundo - mais do que os Estados Unidos - governada por um partido que se diz comunista ( ). Mais: "Pergunte a quem quiser se as pessoas não se sentem felizes aqui..." Mas quem é que no seu juízo perfeito vai querer dizer que não está imensamente feliz e contente num regime em que à minima dissonância "remove as peças incómodas de circulação"? Quem é que vai expor uma opinião dissidente num documentário que vai ser visto pelo poder?

Gostei da parte em que ele mostra algumas grandes marcas ocidentais numa praça de Pequim, outrora centro de planeamento comunista - mas refere com alguma ironia que provavelmente o Mao não estaria a dar voltas no túmulo por conta do assunto - "Ele até considerava que o rumo a seguir era a livre iniciativa e as boas relações com a America."

Apesar da parcialidade toda que acaba por descredibilizar o trabalho dele enquanto representante(?) da comunicação social livre, até simpatizo com o Pilger - é alguém que dá voz às vitimas e denuncia instituições, pessoas e casos que não deviam ter lugar em sociedades democráticas, pelo contrasenso que isso representa.

Ele tem um site onde estão disponíveis todos os ocumentários que realizou, para visualização sem custos:

http://johnpilger.com/videos

[Samwise]

Achei todo este site interessante, e em particular:

https://chinapower.csis.org/china-development-tracker/

https://chinapower.csis.org/china-middle-class/

[Samwise]

Isto é "engraçado" comparar...






O alinhamento e coordenação dos soldados é impressionante - ao longe parace um jogo de computador em que os movimentos foram todos processados matematicamente.
(há uma versão completa desta última, partlhada pelo The Guardian, com duas horas e tal de duração, para quem estiver interessado)