Marriage Story (2019) - Noah Baumbach

[mansildv]

Realizador: Noah Baumbach
Elenco: Scarlett Johansson, Adam Driver, Laura Dern, Alan Alda, Ray Liotta, Julie Hagerty, Merritt Wever.

Noah Baumbach's incisive and compassionate look at a marriage breaking up and a family staying together.

Trailer



IMDb
Wikipedia
Rotten Tomatoes

[mansildv]

Marriage Story review – Noah Baumbach’s best film yet

https://www.theguardian.com/film/2019/n ... t-film-yet

[nimzabo]

Vi ontem e fez lembrar-me imenso de alguns filmes do Woody Allen. Não creio que haja mais parecido que isto.
Tendo visto vários filmes do Noah Baumbach não achei este muito melhor do que outros.
Pessoalmente preferia outra actriz pois não sou grande admirador da Scarlet.
Gostei do Adam Driver e também da Laura Dern que tem uma personagem quase igual à que interpreta na série Big Little Lies.
Seja como for é um bom filme e uma alternativa ao mainstream de Hollywood embora, enquanto alguém que gosta de cinema independente, aprecie histórias e personagens um pouco mais fora da normalidade e originais que as deste filme.
Entre Joker, Irishman, o do Tarantino e este o meu voto vai para o Joker (o unico que vi no cinema).

[José]

Gostei bastante deste Marriage Story. Tem um certo feeling de peça de teatro indie, com diálogos muito bem escritos e acutilantes. As interpretações são realmente fora de série, dos actores principais aos secundários. A mistura do drama intimista com algum humor desconcertante está muito bem conseguida; é um filme de personagens e, por extensão, de actores. Traz à memória o "Kramer Vs. Kramer", "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?" e o "A Guerra das Rosas", se bem que com a sua própria postura e personalidade.

[mansildv]

Excelente filme, um dos melhores do ano!
Em certos momentos também me fez lembrar os filmes do Woody Allen.
História muito bem desenvolvida e gostei imenso dos desempenhos, Adam Driver fabuloso!
Gostei do tom realista e deixou-me com vontade de ver o que me falta do realizador.

8.5/10

[Rui Santos]

É um filme que nos toca de maneira diferença a todos, muito provavelmente por algumas das nossas situações pessoais.

Vi ontem, e confesso-vos que esperava muito melhor... muito longe da qualidade do Kramer contra Kramer...
O que falha para mim, embora conte pontos da história não irei fazer spoilers...
É um pouco uma história normal de um casal que se separa, e que afasta... sem que se perceba porque. A leitura inicial das cartas deles, é muito interessante.... mas no fundo não nos revela o que os afastou... talvez a vida, outros problemas, mas porque é que eles dois que se amavam por serem quem são... se afastam tanto... no fundo e apesar de algumas pontas do véu sejam depois levantadas em tribunal, ou numa fantástica conversa entre os dois... mas parece algo colado à pressa.
Depois à o problema da mudança de atitude dela...ao ir contratar um advogado quando eles os dois chegaram a um acordo pacifico...o resto é apenas consequência deste ato.. e faz um filme.
As tantas eu e a minha mulher acabamos por comentar... que o filme é mais sobre o sistema judicial de LA, que sobre as relações... e é nisso que acho que o filme se afasta do Woody Allen... sabemos agora (lol) que ambas as partes tem de pagar o advogado do outro, que se joga sujo, que os juízes são sensíveis aos fatores x y z.... mas e o amor/ódio entre eles de onde surge? o amor do filho que de repente se torna um egoísmo dela? Porque é que ela se torna meio um "monstro" quando está apenas ferida? Porque é que ele pede ajuda a quem pede... é um total nonsense.

Da mesma forma, o final sendo bonito... surge de onde? Como correu a reunião da assistente social com ela? Não acredito que depois de gastar tant €€€ de repente... ela sente que erra e recua? foi preciso ele contratar um advogado igual ao dela, e destruir financeiramente a vida dos dois? Porque é que sexualmente se afastaram por um ano? quais as causas?
Ficam tantas pontas soltas...

Depois sinto o filme algo desequilibrado em torno dele... no fundo há uma inversão do "normal".... o homem é mais retratado como vitima (até pelo aspecto do ator, do que ela. Duvido que muitos de vós, consigam simpatizar com o comportamento da personagem da Scarllet... que se me permitem... parece não vestir tão bem quando uma Meryl Streep.
É no entanto um bom filme e que permite uma reflexão séria sobre as relações.... mas 10x, um antes do anoitecer que este filme. Demasiado cru... para o poder levar mais a sério.

Para mim um 7/10...

[PanterA]

Falam como um dos melhores ou o melhor do ano, mas pressinto que isto não vai ser de todo a minha onda. Talvez no futuro tente pegar nele.

[Samwise]

Não me recordo o suficiente do Kramer vs. Kramer para poder comparar uma e outra obra (sendo que a comparação acaba por ser inevitável, dados os temas centrais comuns que os filmes partilham ***), mas gostei muito deste Marriage Story. Acho que tem "tudo no sítio", nas devidas proporções. Não considero que a questão legal ocupe assim tanto espaço (as sequências com advogados duram todas juntas aí uns 30 minutos), até porque essa vertente tem de facto bastante peso em muitas separações - e é mais uma componente que torna o filme equilibrado. Os diálogos e as situações pareceram-me bem trabalhados e completamente credíveis, e os actores fazem todos grandes papéis, em particular o par central. O realizador fez particular questão de proporcionar a ambos espaço para trabalharem as personagens e para poderem mostrar esse trabalho, por assim dizer, e é isso que acaba por suceder.

*** - outra comparação inevitável, até porque a inspiração é citada directamente no filme atráves da imagem de um artigo de jornal, é com o Cenas de Casamento, do Bergman - dá-me até ideia de que o modelo será uma mistura estre as duas obras, embora com algum trabalho investido para não ser apenas uma colagem de imitações.

8/10

[Samwise]

É um pouco uma história normal de um casal que se separa, e que afasta... sem que se perceba porque. A leitura inicial das cartas deles, é muito interessante.... mas no fundo não nos revela o que os afastou... talvez a vida, outros problemas, mas porque é que eles dois que se amavam por serem quem são... se afastam tanto... no fundo e apesar de algumas pontas do véu sejam depois levantadas em tribunal, ou numa fantástica conversa entre os dois... mas parece algo colado à pressa.

Ela refere que foi o fim do amor. Enquanto houve amor, ela não ligou àquilo que considerava defeitos na personalidade dele, nem ao completo domínio profissional, que depois se estendia à esfera particular da relação de ambos, que ele exercia sobre ela. Basicamente, a vida que seguiam era sempre deteminada por ele, devido à profissão e à relação de trabalho que tinham. Quando o amor se foi, ela quis alguma independência e poder de escolha, e ele foi foi sempre dizendo que "sim", mas nunca cumprindo. A partir daí foi um escalar bastante natural de tensões e agressividade...

[Rui Santos]

Não me recordo o suficiente do Kramer vs. Kramer para poder comparar uma e outra obra (sendo que a comparação acaba por ser inevitável, dados os temas centrais comuns que os filmes partilham ***), mas gostei muito deste Marriage Story. Acho que tem "tudo no sítio", nas devidas proporções. Não considero que a questão legal ocupe assim tanto espaço (as sequências com advogados duram todas juntas aí uns 30 minutos), até porque essa vertente tem de facto bastante peso em muitas separações - e é mais uma componente que torna o filme equilibrado. Os diálogos e as situações pareceram-me bem trabalhados e completamente credíveis, e os actores fazem todos grandes papéis, em particular o par central. O realizador fez particular questão de proporcionar a ambos espaço para trabalharem as personagens e para poderem mostrar esse trabalho, por assim dizer, e é isso que acaba por suceder.

*** - outra comparação inevitável, até porque a inspiração é citada directamente no filme atráves da imagem de um artigo de jornal, é com o Cenas de Casamento, do Bergman - dá-me até ideia de que o modelo será uma mistura estre as duas obras, embora com algum trabalho investido para não ser apenas uma colagem de imitações.

8/10

Talvez me tenha explicado mal, a questão dos advogados, é que os mesmos (os 3) acabam por mudar o comportamento dos personagens acabando por os transformar naquilo que não são. E é sobretudo nessa batalha que parte do filme se centra em demasia, existe uma frase em que o advogado "bom" se vira para ele e diz, é assim a lei na California... ou seja estamos demasiado longe de uma relação estamos a falar de uma relação e de gerir o fim da mesma com as leis da Califórnia.

Confesso-te que não vi o "cenas de um casamento" do Bergman... fiquei curioso.
E não revejo o Kramer vs Kramer, há alguns anos, mas tenho uma memória bem presente dos mesmo.

Ela refere que foi o fim do amor. Enquanto houve amor, ela não ligou àquilo que considerava defeitos na personalidade dele, nem ao completo domínio profissional, que depois se estendia à esfera particular da relação de ambos, que ele exercia sobre ela. Basicamente, a vida que seguiam era sempre deteminada por ele, devido à profissão e à relação de trabalho que tinham. Quando o amor se foi, ela quis alguma independência e poder de escolha, e ele foi foi sempre dizendo que "sim", mas nunca cumprindo. A partir daí foi um escalar bastante natural de tensões e agressividade...

Concordo como imaginas com o que escreveste, mas sabe a pouco... pois não percebes porque isso é sentido... o que narras é contado por ela, e sinceramente parece-me algo pouco isento... Porque há também toda a explicação sobre a forma como gastaram o € de ambos e como ambos arriscaram um projeto... ambos se usaram um ao outro no casamento... o que honestamente nem me parece anormal.
Mas é mesmo uma questão de sensibilidade.

[Samwise]

Eu tenho de rever o Kramer vs Kramer, porque fora os actores e a força da suas interpretações, tenho mesmo poucas recordações do filme - talvez a ideia de que seja um drama a puxar para o dramalhão, e que puxa bastante mais pelo sentimentalismo do que o Marriage Story ( que fora um ou dois momentos mais intensos consegue manter a sobriedade dentro de níveis razoáveis).

Quanto ao Cenas de um Casamento, gostaria mesmo que o visses, não só pela qualidade e intensidade da obra em si (para mim uns patamares bem acima de qualquer outro filme/obra sobre o término de uma relação - e sobre a degradação das relações em geral), mas porque também serviu em parte de modelo ao último capítulo da uma famosa trilogia que tu adoras.

É uma das melhores obras do Bergman e um filme/série (há nos dois formatos) bastante complexo e pormenorizado sobre as relações humanas. Se nunca vista nada do Bergman, prepara-te para uns quantos safanões de intensidade, crueza e honestidade, tudo junto ao mesmo tempo...

[Samwise]

O título em português PT é Cenas da Vida Conjugal, e não Cenas de um Casamento, que é a tradução brasileira...( my bad )


https://en.wikipedia.org/wiki/Scenes_from_a_Marriage

[Rui Santos]

@Samwise... direitinho para a lista de visualização... já o ando a pesquisar...
Verdade que não vi nada do Bergman, mas conheço bem o género. (já li muito sobre o cinema dele, e sei o que me espera)

[Samwise]

Fico ansiosamente à espera do teu "veredito".

Uma coisa é ter lido e ouvido falar sobre os filmes dele, outra é assistir na primeira pessoa (e pela primeira vez). Acho que ninguém está verdadeiramente preparado para o murro que é um filme como o Scenes from a Marriage. O Bergman tem uma capacidade muito particular para esgravatar no íntimo mais profundo de cada personagem e trazer lá de dentro tudo o que é bom e mau, conhecido ou desconhecido - mesmo para as próprias personagens. Dois dos territórios "favoritos" dele são a dor e a angústia humana, sendo que neste caso tais vertentes são intercruzadas directamente na temática de um casamento a desfazer-se.

[DarkPhoenix]

Gostei muito, em especial porque o filme vive das interpretações, deixa que os actores tomem conta das cenas, em longos takes onde se nota trabalho, talento e improvisação.
Óptimo ver a Scarlett e o Adam a trabalhar novamente em filmes que os elevem, ao contrário das bostas em que ambos participam "só" para ganhar uns milhões.
Também gostei de voltar a ver o Ray Liotta e a musa Laura Dern, ambos em excelente forma!

O sabor a Woody Allen é uma constante, algo que também considero uma benção.

Argumento, realização, montagem, música, tudo muito bem conseguido, grande trunfo da Netflix.

8/10