Viking (2016) - Andrey Kravchuk
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Viking (2016) - Andrey Kravchuk

Título Original: Викинг
Realizador: Andrey Kravchuk
Censura: -x-
Estúdio:Central Partnership
Custo de Produção: RUR 1.250.000.000
Elenco: Anton Adasinsky, Aleksandr Armer, Vilen Babichev
Duração: -x-
Estréia: 29 de Dezembro de 2016 (Russia)
http://www.imdb.com/title/tt5157456/
Sinopse:
Notas:Kievan Rus, late 10th century. After the death of his father, the young Viking prince Vladimir of Novgorod is forced into exile across the frozen sea.
- Inspirada em Primary Chronicle (1) e Kings' sagas (2)
Trailer 1:
Trailer 2:
Obs: Acreditava que já existia um tópico, mas não apareceu na busca.
(1)https://en.wikipedia.org/wiki/Primary_Chronicle
(2) https://en.wikipedia.org/wiki/Kings%27_sagas
Last edited by drakes on October 30th, 2016, 12:11 pm, edited 1 time in total.
Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
Segundo trailer é de babar...espero que passe nos cinemas.
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Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
No imdb a estreia é dada para o dia 29 de Dezembro (apenas com datas para a Rússa e a Lituãnia) mas se consultarmos a wikipedia, já aparece o dia 22 de Dezembro. Data que é confirmada pelo brasileiro filmow (e também por lá se lê que a estreia no Brasil é a 22 de Dezembro). Tentei confirmar isto mas (ainda) não consegui. Em relação a Portugal não encontrei nada.drakes wrote:Segundo trailer é de babar...espero que passe nos cinemas.
O que eu sei é que este Viking é um dos filmes mais caros de sempre feitos na Rússia (embora também hajam números diferentes na Wikipedia, num sitio leio orçamento de 13 milhões de dólares (convertidos dos rublos) e no mesmo artigo da Wikipedia falam em 1.250 milhões de rublos (aproximadamente 20 milhões de dólares).
Outra nota de realce é que este filme vai ter duas versões, uma mais "soft" e familiar, e outra para adultos (+18).
https://filmow.com/viking-t198478/
https://en.wikipedia.org/wiki/Viking_(film)
Também não me importava que este "Viking" estreasse em Portugal... mas duvido que aconteça.

Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
Os trailers estão espectaculares. De fazer inveja a qualquer superprodução ou mega-série produzida Hollywood, com a agravante (not!) de não se vislumbrar a utilização de CGI em lado nenhum.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
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Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
VIKING - Final Trailer
Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
Parece estar aqui um grande filme, fiquei curioso!
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Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
Algumas observações de revelo:
O produtor Konstantin Ernst foi um dos produtores do filme "The Edge", aqui recentemente discutido: http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php?f=11&t=51506
O anterior filme do realizador Andrey Kravchuk foi o "The Admiral", podem ver aqui o meu tópico de 2013: http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php ... 7&p=585601
Como os trailers que usei na altura estão "mortos", fica aqui um:
O produtor Konstantin Ernst foi um dos produtores do filme "The Edge", aqui recentemente discutido: http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php?f=11&t=51506
O anterior filme do realizador Andrey Kravchuk foi o "The Admiral", podem ver aqui o meu tópico de 2013: http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php ... 7&p=585601
Como os trailers que usei na altura estão "mortos", fica aqui um:
Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
4 semanas da estréia só na Rùssia - USD$ 24,846,334 pelo menos o público russo gostou.
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Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
Mesmo assim foi apenas o 10º filme mais visto na Rússia em 2016. E a crítica, pelo que percebi da Wikipedia, dividiu-se, dando mais valor ao visual do filme, do que à história. Neste momento apenas encontro criticas russas no IMDB, por acaso tenho alguma curiosidade em ler o que a imprensa (seja ela russa ou não) acha do filme.drakes wrote:4 semanas da estréia só na Rùssia - USD$ 24,846,334 pelo menos o público russo gostou.
Reception[edit]
The film has grossed руб.1.48 billion (US$25 million) in Russia and was the tenth highest-grossing film in the country in 2016. The film grossed 398 million rubles ($6.7 million) across four territories in the Jan. 5-8 weekend, which earned it a place in the top 10 movies of the international box office.[24]
Reception of the movie in Russian media was mixed.[25][26] Many critics in issues like Afisha,[27] TimeOut Russia [28] and GQ Russia[29] praised the movie's visuals, but derided the story.
https://en.wikipedia.org/wiki/Viking_(film)
Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
O filme ter duas versões acredito que interfere, tanto que quero ver a versão adulta dele.waltsouza wrote:Mesmo assim foi apenas o 10º filme mais visto na Rússia em 2016. E a crítica, pelo que percebi da Wikipedia, dividiu-se, dando mais valor ao visual do filme, do que à história. Neste momento apenas encontro criticas russas no IMDB, por acaso tenho alguma curiosidade em ler o que a imprensa (seja ela russa ou não) acha do filme.drakes wrote:4 semanas da estréia só na Rùssia - USD$ 24,846,334 pelo menos o público russo gostou.
Reception[edit]
The film has grossed руб.1.48 billion (US$25 million) in Russia and was the tenth highest-grossing film in the country in 2016. The film grossed 398 million rubles ($6.7 million) across four territories in the Jan. 5-8 weekend, which earned it a place in the top 10 movies of the international box office.[24]
Reception of the movie in Russian media was mixed.[25][26] Many critics in issues like Afisha,[27] TimeOut Russia [28] and GQ Russia[29] praised the movie's visuals, but derided the story.
https://en.wikipedia.org/wiki/Viking_(film)
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Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
Apontamentos da rodagem...
Reportagem (em russo sem legendas) sobre o filme aqui
https://www.youtube.com/watch?v=UCuaz6l-KvY
Reportagem (em russo sem legendas) sobre o filme aqui

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Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
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Viking (2016) Andrei Kravchuk (edit)
Finalmente... e quase 5 meses após a sua estreia (apenas na Rússia?), depois de algumas voltas lá consegui ver este viking e embora esperasse algo mais mainstream (acho que não é bem o caso), vi-o com prazer, apesar dos seus respeitáveis 133 min. Compreendo agora a desilusão de alguns e do lamentável score no IMdB (4,7/10) pois o título será um pouco enganoso: na verdade é que o filme pouco tem de vikings. É sim um filme russo sobre a origem da pátria a partir da união de várias tribos e da sua conversão à religião cristã ortodoxa o que poderá ter significado a introdução de alguma ordem social e progresso dada a cultura associada aos mosteiros.
...embora alguns até possam indicar as "migrações" do ditos vikings para sul como estando na origem dos povos da chamada Russia branca (a que fica aquém dos Urais)
O filme relata, basicamente, a história de Vladimir I de Kiev, dito o Grande (c. 958 – 15 de Agosto de 1015) de nome (completo?) Vladimir Sviatoslavich, um nobre eslavo, que se tornaria grão-duque do principado de Kiev Rus o qual viria a ser a pedra basilar da Rússia moderna . Após a morte de seu pai, Svyatoslav I, governante do principado , o jovem príncipe Vladimir (Danila Kozlovsky) tinha sido forçado ao exílio na Suécia para escapar ao seu traiçoeiro meio-irmão Yaropolk que após ter assinado o outro irmão, Oleg, governava agora Kiev Rus. Alguns anos depois Vladimir, convencido por um velho e leal guerreiro de nome Sveneld , que o acompanhara na fuga, resolve formar um exercito com a participação de guerreiros (mercenários) vikings e regressa a Kiev Rus para reconquistar o poder que era seu por direito sucessório ... talvez daí o título do filme: Viking(?) ...
Mas para quem quiser saber mais sobre esse período da história russa fica um link para um resumo em português na wiki .
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B ... _de_Quieve
e um doc sobre o personagem Vladimir I de Kiev sob uma perspectiva menos romantica... (narrado em inglês)
https://www.youtube.com/watch?v=zG8aaMGncSE&t=1462s
... que acresce ao excelente trabalho de investigação do José Miguel que podem ler nos posts seguintes a este
É uma obra portentosa (outra coisa não seria de esperar de um trabalho deste tipo assinado por Andrey Kravchuk ) e algo complexa mais feito com paixão (e rigor, não digo histórico mas sim filmíco num trabalho minucioso desenvolvido ao longo de um período sete anos) bem na tradição dos grandes épicos de leste. Algo entre o genial Marketa Lazarová (1967) do checo František Vláčil e o Mongol (2007) dirigido pelo russo Sergei Bodrovma mas uma co-producção da Russia, Alemanha e Cazaquistão, e talvez ...com toque de Aleksandr Nevskiy (1938)de Eisenstein (agora magnificamente restaurado, finalmente) mas isto será minha visão pessoal das coisas. Por isso quem for à espera de algo semelhante à série do Canal História, do Pathfinder (2007) ou mesmo do menos conhecido The White Viking (1991) do norueguês Hrafn Gunnlaugsson esqueça lá isso... Dou estas referências que conheço para evitar equívocos mas não sei se estarei a ser correto
É um épico (óbvio) com um argumento sólido mas não muito linear, com base histórica mas contestada por alguns intelectuais, politicos e pela igreja ortodoxa, mas que todavia contou com a "bênção" de Putin, ele mesmo um grande admirador do personagem retratado no filme (Principe Vladimir de Novgorod) e sendo um filme russo tem (obviamente) uma estrutura diferente do cinema ocidental. Filme com grande violência gráfica (não a violência do LOTR contra seres míticos (ou mitológico?) mas uma violência mais crua, contra gente real) o que a mim não me chocou mas admito que nem todos possam ser como eu (assim insensível
)...eram tempos violentos (eram?)
A fotografia, a cenografia, a montagem, o guarda-roupa, a caracterização, o som, a coreografia das batalhas são top (5*)
os actores é o costume.. bons todos, mas com aquele "truque" habitual que me sinceramente me irrita um pouco: O príncipe é um "pêssego" e as princesas são lindíssimas
os restantes são todos feios como trolls. A música... bom para ser sincero nesta primeira visualização quase nem dei por ela... mas está lá
Enfim foram sete (?) anos entre preparação, rodagem e pós produção e compreende-se ... embora com custos muito inferiores a uma produção da mesma escala feita por Hollywood.
Filmes mais recentes a este nível só me recordo do Macbeth (2015) do Michael Fassbender e do recente Silence já de 2017 . Estranhamente ainda está praticamente inédito no ocidente com a excepção da Alemanha onde já há disponível uma edição BD (consta que estará a ser preparada uma versão internacional menos "gráfica" e de duração inferior ??? ) Ah já me esquecia, sim há algum CGI mas não se nota muito
Classificação? Sinceramente estou-me bem nas tintas para o IMbD e dou-lhe um 8.9/10 bem merecido e se calhar bem até que poderia ser nomeado para o oscar de melhor filme estrangeiro...
Um raro site em inglês sobre o filme cujo conteúdo pode até divergir até um pouco do que acima escrevi.
http://www.vikingmovies.info/
A opinião de um blogger brasileiro sobre o filme (nem boa nem má, antes pelo contrário
)
https://russificando.blogspot.pt/2016/1 ... filme.html
No que se refere ao facto de às receitas (na Rússia) serem pouco superiores ao budget do filme é necessário ter em conta que o cinema russo se pauta por valores diferentes do cinema de Hollywood. Os actores tem cachets muito (muito é favor
) inferiores às avultadas somas pagas às estrelas ocidentais e toda a gente aceita isso com normalidade prezando acima de tudo o agrado (ou não) que a obra recebe do público ("Dizem" que orçamento do filme é inferior ao que foi pago, com royalties, só a Dwayne Johnson pela sua participação no Fast 7! Estranho, não é?) 
Viking (2016) Andrei Kravchuk (edit)
Finalmente... e quase 5 meses após a sua estreia (apenas na Rússia?), depois de algumas voltas lá consegui ver este viking e embora esperasse algo mais mainstream (acho que não é bem o caso), vi-o com prazer, apesar dos seus respeitáveis 133 min. Compreendo agora a desilusão de alguns e do lamentável score no IMdB (4,7/10) pois o título será um pouco enganoso: na verdade é que o filme pouco tem de vikings. É sim um filme russo sobre a origem da pátria a partir da união de várias tribos e da sua conversão à religião cristã ortodoxa o que poderá ter significado a introdução de alguma ordem social e progresso dada a cultura associada aos mosteiros.
...embora alguns até possam indicar as "migrações" do ditos vikings para sul como estando na origem dos povos da chamada Russia branca (a que fica aquém dos Urais)
O filme relata, basicamente, a história de Vladimir I de Kiev, dito o Grande (c. 958 – 15 de Agosto de 1015) de nome (completo?) Vladimir Sviatoslavich, um nobre eslavo, que se tornaria grão-duque do principado de Kiev Rus o qual viria a ser a pedra basilar da Rússia moderna . Após a morte de seu pai, Svyatoslav I, governante do principado , o jovem príncipe Vladimir (Danila Kozlovsky) tinha sido forçado ao exílio na Suécia para escapar ao seu traiçoeiro meio-irmão Yaropolk que após ter assinado o outro irmão, Oleg, governava agora Kiev Rus. Alguns anos depois Vladimir, convencido por um velho e leal guerreiro de nome Sveneld , que o acompanhara na fuga, resolve formar um exercito com a participação de guerreiros (mercenários) vikings e regressa a Kiev Rus para reconquistar o poder que era seu por direito sucessório ... talvez daí o título do filme: Viking(?) ...
Mas para quem quiser saber mais sobre esse período da história russa fica um link para um resumo em português na wiki .
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B ... _de_Quieve
e um doc sobre o personagem Vladimir I de Kiev sob uma perspectiva menos romantica... (narrado em inglês)
https://www.youtube.com/watch?v=zG8aaMGncSE&t=1462s
... que acresce ao excelente trabalho de investigação do José Miguel que podem ler nos posts seguintes a este

É uma obra portentosa (outra coisa não seria de esperar de um trabalho deste tipo assinado por Andrey Kravchuk ) e algo complexa mais feito com paixão (e rigor, não digo histórico mas sim filmíco num trabalho minucioso desenvolvido ao longo de um período sete anos) bem na tradição dos grandes épicos de leste. Algo entre o genial Marketa Lazarová (1967) do checo František Vláčil e o Mongol (2007) dirigido pelo russo Sergei Bodrovma mas uma co-producção da Russia, Alemanha e Cazaquistão, e talvez ...com toque de Aleksandr Nevskiy (1938)de Eisenstein (agora magnificamente restaurado, finalmente) mas isto será minha visão pessoal das coisas. Por isso quem for à espera de algo semelhante à série do Canal História, do Pathfinder (2007) ou mesmo do menos conhecido The White Viking (1991) do norueguês Hrafn Gunnlaugsson esqueça lá isso... Dou estas referências que conheço para evitar equívocos mas não sei se estarei a ser correto

É um épico (óbvio) com um argumento sólido mas não muito linear, com base histórica mas contestada por alguns intelectuais, politicos e pela igreja ortodoxa, mas que todavia contou com a "bênção" de Putin, ele mesmo um grande admirador do personagem retratado no filme (Principe Vladimir de Novgorod) e sendo um filme russo tem (obviamente) uma estrutura diferente do cinema ocidental. Filme com grande violência gráfica (não a violência do LOTR contra seres míticos (ou mitológico?) mas uma violência mais crua, contra gente real) o que a mim não me chocou mas admito que nem todos possam ser como eu (assim insensível

A fotografia, a cenografia, a montagem, o guarda-roupa, a caracterização, o som, a coreografia das batalhas são top (5*)



Filmes mais recentes a este nível só me recordo do Macbeth (2015) do Michael Fassbender e do recente Silence já de 2017 . Estranhamente ainda está praticamente inédito no ocidente com a excepção da Alemanha onde já há disponível uma edição BD (consta que estará a ser preparada uma versão internacional menos "gráfica" e de duração inferior ??? ) Ah já me esquecia, sim há algum CGI mas não se nota muito

Classificação? Sinceramente estou-me bem nas tintas para o IMbD e dou-lhe um 8.9/10 bem merecido e se calhar bem até que poderia ser nomeado para o oscar de melhor filme estrangeiro...
Um raro site em inglês sobre o filme cujo conteúdo pode até divergir até um pouco do que acima escrevi.
http://www.vikingmovies.info/
A opinião de um blogger brasileiro sobre o filme (nem boa nem má, antes pelo contrário

https://russificando.blogspot.pt/2016/1 ... filme.html
No que se refere ao facto de às receitas (na Rússia) serem pouco superiores ao budget do filme é necessário ter em conta que o cinema russo se pauta por valores diferentes do cinema de Hollywood. Os actores tem cachets muito (muito é favor


Last edited by technicolor on May 19th, 2017, 7:42 pm, edited 21 times in total.
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Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
O excelente e muito informativo comentário do Technicolor, despertou-me o interesse e muito para este filme.
Na verdade eu já havia criado um tópico para a prequela histórica directa, criado na era soviética, onde andei a aprender a história muitíssimo interessante e fascinante dessa região.
http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php ... 0&p=625300
Tal como o Drakes indicou na ficha técnica deste tópico, este filme também se baseia na Crónica, que eu descrevi acima, onde apresentei uma iluminura original e no meu vídeo "documentário" citei directamente a tradução oficial inglesa da Crónica (o texto que eu cito no vídeo está mesmo citado, vírgula por vírgula, e por isso o seu grande interesse histórico).
Um aspecto fulcral em qualquer filme acerca da Olga ou do seu neto Vladimir, é a cristianização dos povos eslavos:
Aqui será interessante ver como o mesmo tema fulcral da cristianização dos povos eslavos é abordado num filme russo de 2016, quando comparado a um filme soviético de 1984, dadas as atitudes religiosas opostas nos dois períodos.
Eu ainda não vi este filme de 2016, mas vou descrever a abordagem do filme de 1984 neste ponto. Eu ainda não escrevi a minha análise, opinião e apresentação do filme de 1984 (perdi imenso tempo a pesquisar informação e a fazer o meu vídeo e depois fiquei exausto), mas esse ponto será um dos que eu irei comentar lá.
No filme de 1984, o filho da Olga (e pai do Vladimir) acusa o clérico da Igreja Cristã bizantina de escrever mentiras sobre a mãe, ao que o religioso confessa que escreve mentiras inspirado por Deus e ao serviço de Deus, para promover a fé cristã. No filme de 1984, a Igreja Cristã bizantina é vista como uma instituição desonesta, que recorre a mentiras, para aumentar o seu poder político.
Mas atenção que na descrição eu escrevi "Também não é um filme anti-religião, porque o realizador Yuri Ilyenko era perseguido pelo Partido Comunista (só existia um partido) que o acusava de fazer filmes poéticos com simbolismos anti-soviéticos."
A nível cinematográfico, o filme de 1984 foi criado pela República Socialista Soviética da Ucrânia, o que torna o filme muito diferente do cinema soviético russo. O cinema ucraniano dessa época era fortemente caracterizado por uma abordagem mais artística e poética e é considerado um cinema à parte dentro do conjunto das muitas repúblicas soviéticas que integravam a URSS. Embora o tema seja o mesmo, os filmes serão muito diferentes.
Entretanto já fui examinar as opiniões do IMDB (o technicolor referiu isso) e sem ter visto o filme, percebi logo que a classificação estava martelada, quem a martelou e o porquê. Basta ler o conteúdo das opiniões para perceber quem andou a atribuir um 1/10 em má fé, de forma desonesta.
Resta-me agora ver este filme.

Na verdade eu já havia criado um tópico para a prequela histórica directa, criado na era soviética, onde andei a aprender a história muitíssimo interessante e fascinante dessa região.
http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php ... 0&p=625300
A Princesa Olga era a avó do protagonista desta produção de 2016, Vladimir I de Kiev.JoséMiguel wrote: March 18th, 2017, 8:51 pm
http://www.imdb.com/title/tt0171469/
Wikipedia em russo - traduzir com o Google
- Produção da associação criativa "Tempo" do estúdio Dovzhenko da República Socialista Soviética da Ucrânia. -
Introdução histórica
Criei um vídeo-documentário sobre a Olga de Kiev, a Santa da Igreja Católica que enterrava e queimava pessoas vivas.
No meu vídeo-documentário, mostro algumas iluminuras da idade média, e cito directamente a tradução inglesa de um documento histórico do século XII, património da UNESCO.
Este resumo histórico não é nenhum spoiler (confiem em mim, porque já vi o filme e fui eu que criei o resumo), e antes pelo contrário até ajuda a apreciar a obra cinematográfica.
A Crónica (português europeu) ou Crônica (português brasileiro) de Nestor (em russo: По́весть временны́х лет; em ucraniano Повість врем'яних літ - "Crônica dos Anos Passados"), também chamada de Crônica Primária ou Primeira Crônica, é a história da primeira formação política do povo eslavo oriental, com sede em Kiev, constituída entre 850 e 1110 aproximadamente.
Nestor, um monge de Kiow, foi o primeiro e o melhor dos analistas antigos da história da Rússia. Ele morreu no inicio do século XII, e sua crónica permaneceu obscura, até ser publicada em São Petersburgo, em 1767.[1]
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%B3nica_de_Nestor
O filme é muito complexo e possui 3 níveis de histórias dentro de histórias, como no filme polaco "O Manuscrito de Saragossa", além disso entra em modo "J.F.K." do Oliver Stone e põe em causa parte da veracidade histórica da crónica, sugerindo interesses políticos por parte do poder político da Igreja Cristã do Império Romano Bizantino, que foi atacado pelo principado de Kiev, que forçou pagamento de tributo por parte do Império Romano Bizantino. Também não é um filme anti-religião, porque o realizador Yuri Ilyenko era perseguido pelo Partido Comunista (só existia um partido) que o acusava de fazer filmes poéticos com simbolismos anti-soviéticos.
Vejam então a versão 1 do meu resumo histórico e mini-documentário, que também funciona como trailer. Se tiverem algumas sugestões digam, por exemplo eu pergunto se acham adequada a velocidade do texto? É a primeira vez que faço algo assim.![]()
Aqui está uma versão da "concorrência":![]()
Eu conheço o trabalho desse autor que ganha a vida com os seus vídeos do You Tube, e posso confirmar que o que ele diz está correctíssimo, pois ando a pesquisar o mesmo assunto. A história da Princesa Olga é a terceira história que ele apresenta e começa ao minuto 5:00.
Tal como o Drakes indicou na ficha técnica deste tópico, este filme também se baseia na Crónica, que eu descrevi acima, onde apresentei uma iluminura original e no meu vídeo "documentário" citei directamente a tradução oficial inglesa da Crónica (o texto que eu cito no vídeo está mesmo citado, vírgula por vírgula, e por isso o seu grande interesse histórico).
Um aspecto fulcral em qualquer filme acerca da Olga ou do seu neto Vladimir, é a cristianização dos povos eslavos:
Podem tomar nota acima da frase "descritas minuciosamente pelo Imperador Constantino VII Porfirogênito ("o Nascido na Púrpura"), que reinou entre 913 e 959, na sua obra De Cerimoniais", que em conjunto com historiadores eslavos da Crónica, fornecem alguns elementos históricos com rigor até certo ponto, digo até certo ponto, porque existia grande interesse estratégico político e militar na Cristianização do que viria a ser a Rússia e Ucrânia, pelo Império Romano Oriental, que estava ameaçado militarmente pelos povos Rus de Kiev, e como bem sabemos os romanos eram os grandes mestres da intriga e decepção no xadrez da alta política e diplomacia.Olga de Kiev foi a primeira soberana russa a converter-se ao cristianismo. As cerimônias para a sua recepção formal em Constantinopla aparecem descritas minuciosamente pelo Imperador Constantino VII Porfirogênito ("o Nascido na Púrpura"), que reinou entre 913 e 959, na sua obra De Cerimoniais.
Durante o seu baptismo pelas mãos do patriarca Polieucto de Constantinopla adoptou o nome de cristão de Yelena (Helena), em honra à mãe do imperador Helena Lecapena.
Olga foi também a primeira russa a ser proclamada santa graças aos seus esforços pela propagação do cristianismo no seu país, apesar de ter ordenado uma cruel vingança pela morte de seu esposo. Embora tenha tentado exaustivamente, não conseguiu converter seu filho Sviatoslav e fazer com que ele adotasse o cristianismo como a religião do estado. Os rus' de Kiev só foram cristianizados sob o governo de seu neto, Vladimir I de Kiev. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Olga_de_Kiev)
Aqui será interessante ver como o mesmo tema fulcral da cristianização dos povos eslavos é abordado num filme russo de 2016, quando comparado a um filme soviético de 1984, dadas as atitudes religiosas opostas nos dois períodos.
Eu ainda não vi este filme de 2016, mas vou descrever a abordagem do filme de 1984 neste ponto. Eu ainda não escrevi a minha análise, opinião e apresentação do filme de 1984 (perdi imenso tempo a pesquisar informação e a fazer o meu vídeo e depois fiquei exausto), mas esse ponto será um dos que eu irei comentar lá.
No filme de 1984, o filho da Olga (e pai do Vladimir) acusa o clérico da Igreja Cristã bizantina de escrever mentiras sobre a mãe, ao que o religioso confessa que escreve mentiras inspirado por Deus e ao serviço de Deus, para promover a fé cristã. No filme de 1984, a Igreja Cristã bizantina é vista como uma instituição desonesta, que recorre a mentiras, para aumentar o seu poder político.
Mas atenção que na descrição eu escrevi "Também não é um filme anti-religião, porque o realizador Yuri Ilyenko era perseguido pelo Partido Comunista (só existia um partido) que o acusava de fazer filmes poéticos com simbolismos anti-soviéticos."
A nível cinematográfico, o filme de 1984 foi criado pela República Socialista Soviética da Ucrânia, o que torna o filme muito diferente do cinema soviético russo. O cinema ucraniano dessa época era fortemente caracterizado por uma abordagem mais artística e poética e é considerado um cinema à parte dentro do conjunto das muitas repúblicas soviéticas que integravam a URSS. Embora o tema seja o mesmo, os filmes serão muito diferentes.
Entretanto já fui examinar as opiniões do IMDB (o technicolor referiu isso) e sem ter visto o filme, percebi logo que a classificação estava martelada, quem a martelou e o porquê. Basta ler o conteúdo das opiniões para perceber quem andou a atribuir um 1/10 em má fé, de forma desonesta.
Resta-me agora ver este filme.


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Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk


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Re: Viking (2016) - Andrey Kravchuk
Primeira impressão
Technicolor, acabei agora de ver o filme, que precisa de um libretto de uma ópera, para ser entendido por um português. Aqui o livrinho que conta a história e que é dado aos espectadores das óperas, será o Wikipedia.
É um filme com muito sumo, com uma história muito rica (sem fórmula de Hollywood) que me deixou à toa e estava sempre a pausar o filme para consultar assuntos históricos no wikipedia, para tentar perceber o que se estava a passar. Esta é mais uma peça do complexo puzzle que é a História do Mundo e que complementa e encaixa muito bem nos filmes históricos da era soviética que já vi, o Drakes decerto irá gostar desse factor.
Imaginem uma co-produção história entre Espanha e Portugal, recheada de referências a pormenores históricos muito específicos, que as crianças portuguesas e espanholas aprendem na escola, e que não são ensinadas em mais nenhuma escola secundária do mundo. Um estrangeiro ao ver o filme não percebe nada sem consultar o wikipedia, e se tiver pouco juízo ainda é capaz de ir ao IMDB dar uma nota de 1/10 ao filme, por causa disso, a fazer figura de parvo a revelar a sua ignorância.
Um exemplo é este comentário no IMDB:
Imprecisões histórias legítimas estou eu agora a investigar no Wikipedia, por exemplo o baptismo cristão do protagonista fez soar os meus alarmes. O Technicolor que já viu o filme irá perceber logo porquê ao observar a imagem abaixo:

Como eu sou português não sabia o que era um Pechenegue e tive de pausar o filme para investigar porque estava completamente perdido, mas não aceito ler comentários que acusem do argumento ser confuso, de portugueses ou ingleses, que tal como eu são ignorantes da história do povo eslavo.

Estava agora a ler informação acerca da cidade fortificada greco-romana Χερσόνησος (Chersonesus), que no filme é designada de Korsun, o que me levou ao engano ao confundi-la com a cidade soviética (cujo nome foi dado em homenagem à cidade greco-romana, mais tarde arrasada) onde se travou uma grande batalha da 2ª Guerra Mundial.
https://en.wikipedia.org/wiki/Chersonesus#Byzantine_Era
Estou também a ler informação acerca da vida pessoal do protagonista, que é um Santo da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa e ele era apelidado em latim de fornicator maximus, além de ser um assassino e violador.
É curioso que os santos da Igreja Católica incluem criminosos sanguinários de mau carácter, como o São Cirilo que mandou matar a cientista Hipátia de Alexandria e de quem o Carl Sagan fala enojado na sua série Cosmos. O Vaticano já se desculpou e redimiu alguns cientistas que condenou no Renascimento, mas até agora o Vaticano ainda não anulou a beatificação do São Cirilo, a Santa Olga e este São Vladimir.
https://en.wikipedia.org/wiki/Family_li ... hyrogeneta
A nível cinematográfico de operação de câmara e montagem, este filme não é da minha onda pessoal. Não se trata de um defeito (dado o objectivo comercial deste filme), mas eu prefiro uma cinematografia como a cena de abertura do Conan do John Milius (ataque à aldeia) ou então uma cinematográfica soviética, o visual deste filme parece o "The Revenant", "Troy" e "300" e até tem lá um desenho animado de um bisonte (mas pelo menos o The Revenant tinha a desculpa do ataque do urso ser um elemento crucial da história). É uma configuração estranha e insólita ver cinematografia hollywoodesca num filme com um enredo sério e complexo. Eu aqui não implico com os desenhos animados do bisonte pela razão deste filme ser dos géneros acção e aventura e de não ter nenhuma ambição oscariana. Embirro com o urso do "The Revennant" devido ao filme ter sido galardoado com oscares. Aparentemente este "Viking" tem a mesma qualidade de um filme que ganha um oscar, e se fosse falado em inglês poderia ganhá-lo, olhando para o exemplo do "The Revennant", mas não tem maturidade e qualidade suficiente para ganhar nenhum oscar de melhor filme em língua estrangeira, pois aí estaria a competir com o cinema do resto do mundo, que terão algo melhor para oferecer do que o "The Revennant".
Curiosamente a única nomeação que o filme teve foi o Nika (oscar russo) de melhor design de produção. Se o filme tivesse ganho um Nika de melhor realizador ou melhor actor principal, então eu era capaz de começar a espingardar.
Eu gostei muito de ver o filme, pela mesma razão que gosto de ver bons filmes históricos da era soviética, mas a sua configuração de géneros, estilos e conteúdo é tão insólita, que tornam o filme difícil de recomendar, talvez o público alvo aqui no fórum sejam as pessoas que apreciam muito o cinema espectáculo moderno de Hollywood, e que desejem ver esse visual e cinematografia aplicados a um enredo complexo com muito sumo, que não é superficial e não recorre a um enredo formulaico.
Technicolor, acabei agora de ver o filme, que precisa de um libretto de uma ópera, para ser entendido por um português. Aqui o livrinho que conta a história e que é dado aos espectadores das óperas, será o Wikipedia.
É um filme com muito sumo, com uma história muito rica (sem fórmula de Hollywood) que me deixou à toa e estava sempre a pausar o filme para consultar assuntos históricos no wikipedia, para tentar perceber o que se estava a passar. Esta é mais uma peça do complexo puzzle que é a História do Mundo e que complementa e encaixa muito bem nos filmes históricos da era soviética que já vi, o Drakes decerto irá gostar desse factor.
Imaginem uma co-produção história entre Espanha e Portugal, recheada de referências a pormenores históricos muito específicos, que as crianças portuguesas e espanholas aprendem na escola, e que não são ensinadas em mais nenhuma escola secundária do mundo. Um estrangeiro ao ver o filme não percebe nada sem consultar o wikipedia, e se tiver pouco juízo ainda é capaz de ir ao IMDB dar uma nota de 1/10 ao filme, por causa disso, a fazer figura de parvo a revelar a sua ignorância.
Um exemplo é este comentário no IMDB:
O rapazinho britânico critica o filme por mostrar um monarca de Kiev a caçar com uma besta? Mas o rapazinho é anormal ou quê?4 out of 5 people found the following review useful:
The spent 7 years filming this trash
1/10
Author: Ignat Justname from United Kingdom
7 May 2017
7 years and a huge pile of cash was spent to create this completely non-watchable movie. It was positioned as the most accurate historical video document. Really?! In the very beginning they show a crossbow. In Russia. In 10th century. Really?! Helmets that they wear historically never existed. And so forth. The movie is full of moments that are not understandable and not related to the story line. Complete waste of time and money.
Então o Rei de um país vizinho do Império Romano Bizantino, que faz comércio e é aliado político, não pode ter uma besta para caçar? A arma já existia na Grécia Antiga, nessa mesma região e até os gauleses a usavam...Roman Empire
Roman crossbow
The ancient world knew a variety of mechanical hand-held weapons similar to the later medieval crossbow. The exact terminology is a subject of continuing scholarly debate. Roman authors like Vegetius (fl. 4th century) note repeatedly the use of arrow shooting weapons such as arcuballista and manuballista respectively cheiroballista. While most scholars agree that one or more of these terms refer to handheld mechanical weapons, there is disagreement whether these were flexion bows or torsion powered like the recent Xanten find.[46]
The Roman commander Arrian (c. 86 – after 146) records in his Tactica Roman cavalry training for shooting some mechanical handheld weapon from horseback.[47] Sculptural reliefs from Roman Gaul depict the use of crossbows in hunting scenes. These are remarkably similar to the later medieval crossbow.[48]
https://en.wikipedia.org/wiki/Crossbow#Roman_Empire
Imprecisões histórias legítimas estou eu agora a investigar no Wikipedia, por exemplo o baptismo cristão do protagonista fez soar os meus alarmes. O Technicolor que já viu o filme irá perceber logo porquê ao observar a imagem abaixo:

Como eu sou português não sabia o que era um Pechenegue e tive de pausar o filme para investigar porque estava completamente perdido, mas não aceito ler comentários que acusem do argumento ser confuso, de portugueses ou ingleses, que tal como eu são ignorantes da história do povo eslavo.

Acima está mais um exemplo genuíno dos esquemas manhosos de Alta Diplomacia e Estratégia Geopolítica do Império Romano, relevante para entendermos o interesse militar romano na cristianização da Ucrânia e Rússia.Eles controlaram a maior parte das estepes do sudoeste da Eurásia e da península da Crimeia, durante o século IX. Nessa época, o Império Bizantino aliou-se aos pechenegues, usando-os como escudo para defesa própria contra outras tribos mais perigosas como os varegues e os magiares. Esta era uma antiga prática bastante utilizada pelos bizantinos - jogar uma tribo inimiga contra outra potencial inimiga. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Pechenegues)
Estava agora a ler informação acerca da cidade fortificada greco-romana Χερσόνησος (Chersonesus), que no filme é designada de Korsun, o que me levou ao engano ao confundi-la com a cidade soviética (cujo nome foi dado em homenagem à cidade greco-romana, mais tarde arrasada) onde se travou uma grande batalha da 2ª Guerra Mundial.
https://en.wikipedia.org/wiki/Chersonesus#Byzantine_Era
Estou também a ler informação acerca da vida pessoal do protagonista, que é um Santo da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa e ele era apelidado em latim de fornicator maximus, além de ser um assassino e violador.
É curioso que os santos da Igreja Católica incluem criminosos sanguinários de mau carácter, como o São Cirilo que mandou matar a cientista Hipátia de Alexandria e de quem o Carl Sagan fala enojado na sua série Cosmos. O Vaticano já se desculpou e redimiu alguns cientistas que condenou no Renascimento, mas até agora o Vaticano ainda não anulou a beatificação do São Cirilo, a Santa Olga e este São Vladimir.
https://en.wikipedia.org/wiki/Family_li ... hyrogeneta
A nível cinematográfico de operação de câmara e montagem, este filme não é da minha onda pessoal. Não se trata de um defeito (dado o objectivo comercial deste filme), mas eu prefiro uma cinematografia como a cena de abertura do Conan do John Milius (ataque à aldeia) ou então uma cinematográfica soviética, o visual deste filme parece o "The Revenant", "Troy" e "300" e até tem lá um desenho animado de um bisonte (mas pelo menos o The Revenant tinha a desculpa do ataque do urso ser um elemento crucial da história). É uma configuração estranha e insólita ver cinematografia hollywoodesca num filme com um enredo sério e complexo. Eu aqui não implico com os desenhos animados do bisonte pela razão deste filme ser dos géneros acção e aventura e de não ter nenhuma ambição oscariana. Embirro com o urso do "The Revennant" devido ao filme ter sido galardoado com oscares. Aparentemente este "Viking" tem a mesma qualidade de um filme que ganha um oscar, e se fosse falado em inglês poderia ganhá-lo, olhando para o exemplo do "The Revennant", mas não tem maturidade e qualidade suficiente para ganhar nenhum oscar de melhor filme em língua estrangeira, pois aí estaria a competir com o cinema do resto do mundo, que terão algo melhor para oferecer do que o "The Revennant".
Curiosamente a única nomeação que o filme teve foi o Nika (oscar russo) de melhor design de produção. Se o filme tivesse ganho um Nika de melhor realizador ou melhor actor principal, então eu era capaz de começar a espingardar.
Eu gostei muito de ver o filme, pela mesma razão que gosto de ver bons filmes históricos da era soviética, mas a sua configuração de géneros, estilos e conteúdo é tão insólita, que tornam o filme difícil de recomendar, talvez o público alvo aqui no fórum sejam as pessoas que apreciam muito o cinema espectáculo moderno de Hollywood, e que desejem ver esse visual e cinematografia aplicados a um enredo complexo com muito sumo, que não é superficial e não recorre a um enredo formulaico.