American Sniper (2014) - Clint Eastwood
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Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
Atençao que eu usei que tudo isto nao e facil... eu proprio ponho-me a dar voltas a cabeça e ponho-me a pensar nestas coisas.paupau wrote:E como se aplica o conceito de auto defesa a uma nacao inteira? Pergunta genuina, pois considero ter implicacoes filosoficas dificeis de responder. Se houvesse forma facil de chegarmos onde o No Angel pretende, ja estariamos la. Acho que so se tivessemos recursos ilimitados mo planeta e mesmo assim com muitas duvidas.
O conceito de auto-defesa na guerra penso que se aplica no sentido de o pais invadido (as suas populaçoes, mais concretamente) poder se defender (expulsando o invasor), mas nao tem o direito de invadir o outro pais e fazer violência lá, digamos assim. É como quando somos assaltados, temos o direito de nos defendermos e salvaguardar o que e nosso e exigir justiça, mas nao temos direito de lhe fazer o mesmo...
Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
A questao e que, se os bons homens fazem o mesmo que os maus, deixam de ser bons, digo eu...Hellz7 wrote:ao ler aqui as opinioes do No Angel , lembrei-me da tragica figura que foi o primeiro ministro ingles Neville Chamberlain :
The only thing necessary for the triumph of evil is for good men to do nothing.
Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
Ainda não vi este filme, mas deixando a werda das politiquices à parte, que muitas vezes infestam e minam este tipo de filmes, gostaria de deixar umas reflexões :
1º- Ao que parece o filme não é somente sobre um homem, um herói.
O filme é sobre a GUERRA. Ponto!!
É única e exclusivamente nessa perspectiva que irei ver este filme, na perspectiva do lado humano da coisa. Nada mais.
2º- Numa qualquer guerra normalmente existem sempre armas de ambos os lados, assim como mortes.
3º- Por acaso Chris Kyle nasceu como homem americano (por acaso...), mas garanto-vos que se ele fosse chinês, italiano, francês, australiano ou português, ou de qualquer outra nacionalidade, continuaria a ser HUMANO. Um HOMEM a fazer o seu trabalho.
Sim meus amigos, a guerra É um emprego para muita gente, não sei se já se aperceberam.
4º- Eu fui atirador na minha tropa, mas apenas apontei e disparei para alvos de plástico e madeira. Tive um amigo meu que foi tirar o curso de atirador especial (sniper) por ter acertado no alvo até aos 300 metros. Acima disso qualquer um está habilitado a fazer tiro na linha dos 400 metros, e se passarem a essa prova, estão oficialmente aptos a entrar no curso.
Digo-vos já que não é nada, mas mesmo nada fácil.
5º- Existem 3 coisas que nunca mais esquecerei na minha vida :
- quando perdi a minha virgindade
- quando dei banho pela primeira vez ao meu filho
- quando disparei pela primeira vez a minha G3
Acreditem que não se esquece aquela sensação de poder que temos nas nossas mãos.
O cheiro a pólvora, o barulho do disparo, o famoso "coice" inicial. Nada disso se esquece, nunca mais.
Só de pensar o que uma bala 7.62 poderia fazer a um homem até me encolho todo.
Não me apetece estar para aqui a descrever uma coisa dessas, mas é tremendamente horrível, acreditem.
6º- E agora por ultimo gostava de vos perguntar, e principalmente a quem tem filhos, se podem ao menos imaginar qual será a sensação de terem como alvo da vossa mira uma criança??
Conseguem imaginar isso?
Em linguagem de guerra não se pode falar em matar, utiliza-se antes o termo "eliminar".
Se um sniper avista um alvo que potencialmente pode provocar a morte a 10, 15 ou 20 soldados do seu país TEM de fazer o seu trabalho, mais nada. Nessa circunstância não se trata somente do SEU trabalho, mas também do seu DEVER pelo qual jurou um dia.
E nunca nos podemos esquecer que esses soldados amigos que ele pode salvar através da sua opção (cuidadosamente estudada) são também vidas humanas a salvar.
Resumindo a questão - a guerra pode parecer simples estilo tiros para cá, tiros para lá, mas na verdade é muito mais complexa do que a maior parte das pessoas pensa. As suas repercussões nas pessoas são enormes.
Pessoalmente acho que este soldado, este "herói" americano, este...HOMEM chamado Chris Kyle passou por um verdadeiro inferno em determinada altura da sua vida.
Teve de ser herói quase à força, e da pior forma que se possa imaginar.
Pode ser fácil matar...mas esquecer não o é.
1º- Ao que parece o filme não é somente sobre um homem, um herói.
O filme é sobre a GUERRA. Ponto!!
É única e exclusivamente nessa perspectiva que irei ver este filme, na perspectiva do lado humano da coisa. Nada mais.
2º- Numa qualquer guerra normalmente existem sempre armas de ambos os lados, assim como mortes.
3º- Por acaso Chris Kyle nasceu como homem americano (por acaso...), mas garanto-vos que se ele fosse chinês, italiano, francês, australiano ou português, ou de qualquer outra nacionalidade, continuaria a ser HUMANO. Um HOMEM a fazer o seu trabalho.
Sim meus amigos, a guerra É um emprego para muita gente, não sei se já se aperceberam.
4º- Eu fui atirador na minha tropa, mas apenas apontei e disparei para alvos de plástico e madeira. Tive um amigo meu que foi tirar o curso de atirador especial (sniper) por ter acertado no alvo até aos 300 metros. Acima disso qualquer um está habilitado a fazer tiro na linha dos 400 metros, e se passarem a essa prova, estão oficialmente aptos a entrar no curso.
Digo-vos já que não é nada, mas mesmo nada fácil.
5º- Existem 3 coisas que nunca mais esquecerei na minha vida :
- quando perdi a minha virgindade
- quando dei banho pela primeira vez ao meu filho
- quando disparei pela primeira vez a minha G3
Acreditem que não se esquece aquela sensação de poder que temos nas nossas mãos.
O cheiro a pólvora, o barulho do disparo, o famoso "coice" inicial. Nada disso se esquece, nunca mais.
Só de pensar o que uma bala 7.62 poderia fazer a um homem até me encolho todo.
Não me apetece estar para aqui a descrever uma coisa dessas, mas é tremendamente horrível, acreditem.
6º- E agora por ultimo gostava de vos perguntar, e principalmente a quem tem filhos, se podem ao menos imaginar qual será a sensação de terem como alvo da vossa mira uma criança??
Conseguem imaginar isso?
Em linguagem de guerra não se pode falar em matar, utiliza-se antes o termo "eliminar".
Se um sniper avista um alvo que potencialmente pode provocar a morte a 10, 15 ou 20 soldados do seu país TEM de fazer o seu trabalho, mais nada. Nessa circunstância não se trata somente do SEU trabalho, mas também do seu DEVER pelo qual jurou um dia.
E nunca nos podemos esquecer que esses soldados amigos que ele pode salvar através da sua opção (cuidadosamente estudada) são também vidas humanas a salvar.
Resumindo a questão - a guerra pode parecer simples estilo tiros para cá, tiros para lá, mas na verdade é muito mais complexa do que a maior parte das pessoas pensa. As suas repercussões nas pessoas são enormes.
Pessoalmente acho que este soldado, este "herói" americano, este...HOMEM chamado Chris Kyle passou por um verdadeiro inferno em determinada altura da sua vida.
Teve de ser herói quase à força, e da pior forma que se possa imaginar.
Pode ser fácil matar...mas esquecer não o é.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
Uma ideia ao que eu me estava a referir lá atrás :
(foi exactamente neste local que eu fiz tiro até aos 200 metros de distância, chegando quase aos 300 mtrs).
Faz-se tiro em 3 posições - deitado, de joelhos e em pé.
No total são 20 carreiras de tiro (x20 alvos como se pode ver ao fundo)
Obrigatório o uso de protectores de ouvidos (que quanto a mim só atrapalham a pontaria, por isso eu colocava os meus um pouco para o lado).
Obrigatório fazer todos os disparos com as mangas da camisa/farda para baixo.
Esqueci-me desse pormenor
e foi por causa disso que fiquei com uma cicatriz de um invólucro gravado no meu antebraço esquerdo.
Para quem não sabe a munição de uma G3 (bala) é constituída por 2 secções - o invólucro ou "corpo" da munição onde se encontra a pólvora, e a "cabeça" (ou a bala propriamente dita) em termos bélicos designado por projéctil. Os projécteis podem ser de variados calibres, sendo o da espingarda automática G3 o calibre 7.62mm. O das M16 americanas é inferior (5.56mm) como podem ver aqui > http://pt.wikipedia.org/wiki/M16_%28fuzil%29
Digamos que o exército português e o russo usam munições grandes (para matar mesmo
) e os americanos para "ferir" o inimigo
.
(foi exactamente neste local que eu fiz tiro até aos 200 metros de distância, chegando quase aos 300 mtrs).
Faz-se tiro em 3 posições - deitado, de joelhos e em pé.
No total são 20 carreiras de tiro (x20 alvos como se pode ver ao fundo)
Obrigatório o uso de protectores de ouvidos (que quanto a mim só atrapalham a pontaria, por isso eu colocava os meus um pouco para o lado).
Obrigatório fazer todos os disparos com as mangas da camisa/farda para baixo.
Esqueci-me desse pormenor

Para quem não sabe a munição de uma G3 (bala) é constituída por 2 secções - o invólucro ou "corpo" da munição onde se encontra a pólvora, e a "cabeça" (ou a bala propriamente dita) em termos bélicos designado por projéctil. Os projécteis podem ser de variados calibres, sendo o da espingarda automática G3 o calibre 7.62mm. O das M16 americanas é inferior (5.56mm) como podem ver aqui > http://pt.wikipedia.org/wiki/M16_%28fuzil%29
Digamos que o exército português e o russo usam munições grandes (para matar mesmo


Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
Eu acho que estas questões tem mais a ver com moralidade e filosofia do que com política... e pessoalmente este e um assunto que me toca na ferida, assim dizer, repugna-me bastante ver a crueldade e indecência humana ao mais alto nível, e ver o assunto tratado com tanta ligeireza e normalidade.THX wrote:Ainda não vi este filme, mas deixando a werda das politiquices à parte, que muitas vezes infestam e minam este tipo de filmes, gostaria de deixar umas reflexões :
1º- Ao que parece o filme não é somente sobre um homem, um herói.
O filme é sobre a GUERRA. Ponto!!
É única e exclusivamente nessa perspectiva que irei ver este filme, na perspectiva do lado humano da coisa. Nada mais.
2º- Numa qualquer guerra normalmente existem sempre armas de ambos os lados, assim como mortes.
3º- Por acaso Chris Kyle nasceu como homem americano (por acaso...), mas garanto-vos que se ele fosse chinês, italiano, francês, australiano ou português, ou de qualquer outra nacionalidade, continuaria a ser HUMANO. Um HOMEM a fazer o seu trabalho.
Sim meus amigos, a guerra É um emprego para muita gente, não sei se já se aperceberam.
4º- Eu fui atirador na minha tropa, mas apenas apontei e disparei para alvos de plástico e madeira. Tive um amigo meu que foi tirar o curso de atirador especial (sniper) por ter acertado no alvo até aos 300 metros. Acima disso qualquer um está habilitado a fazer tiro na linha dos 400 metros, e se passarem a essa prova, estão oficialmente aptos a entrar no curso.
Digo-vos já que não é nada, mas mesmo nada fácil.
5º- Existem 3 coisas que nunca mais esquecerei na minha vida :
- quando perdi a minha virgindade
- quando dei banho pela primeira vez ao meu filho
- quando disparei pela primeira vez a minha G3
Acreditem que não se esquece aquela sensação de poder que temos nas nossas mãos.
O cheiro a pólvora, o barulho do disparo, o famoso "coice" inicial. Nada disso se esquece, nunca mais.
Só de pensar o que uma bala 7.62 poderia fazer a um homem até me encolho todo.
Não me apetece estar para aqui a descrever uma coisa dessas, mas é tremendamente horrível, acreditem.
6º- E agora por ultimo gostava de vos perguntar, e principalmente a quem tem filhos, se podem ao menos imaginar qual será a sensação de terem como alvo da vossa mira uma criança??
Conseguem imaginar isso?
Em linguagem de guerra não se pode falar em matar, utiliza-se antes o termo "eliminar".
Se um sniper avista um alvo que potencialmente pode provocar a morte a 10, 15 ou 20 soldados do seu país TEM de fazer o seu trabalho, mais nada. Nessa circunstância não se trata somente do SEU trabalho, mas também do seu DEVER pelo qual jurou um dia.
E nunca nos podemos esquecer que esses soldados amigos que ele pode salvar através da sua opção (cuidadosamente estudada) são também vidas humanas a salvar.
Resumindo a questão - a guerra pode parecer simples estilo tiros para cá, tiros para lá, mas na verdade é muito mais complexa do que a maior parte das pessoas pensa. As suas repercussões nas pessoas são enormes.
Pessoalmente acho que este soldado, este "herói" americano, este...HOMEM chamado Chris Kyle passou por um verdadeiro inferno em determinada altura da sua vida.
Teve de ser herói quase à força, e da pior forma que se possa imaginar.
Pode ser fácil matar...mas esquecer não o é.
De resto, não grande tenho pena do homem. Posso estar a ser insensível, mas não tenho grande pena de alguém que escolhe (e isto e muito importante, porque ate a pouco tempo atrás os homens nem tinham escolha, eram obrigados a ir para a guerra, o que era uma grande imoralidade e uma grave ofensa e liberdade e dignidade do ser humano) ir para a guerra. Se escolheu, que arque com as consequências, físicas e mentais. Certamente já sabia ao que ia, e pelo que li dele, ate gostou de matar as pessoas, achou divertido. Alias, quem quiser matar pessoas (quem tiver prazer nisso!) mas não quiser ir preso (quem é que quer?), basta juntar-se ao exercito, e, em vez de ser considerado um criminoso será visto como um herói (mas atenção, tem que se escolher bem o lado se não e visto como terrorista! Isso é muito importante, há que salvaguardar a reputação e a memoria!)
Tenho pena e compaixão das pessoas inocentes que ele assassinou, e das suas famílias.
De resto, se eu tivesse que matar pessoas também iria bater mal da cabeça, isso e uma certeza.
Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
uma coisa que muita gente mal informada parece fazer confusao e achar que aquelas "pessoas" que lutam contra os exercitos americanos e iraquiano no Iraque sao a resistencia Iraquiana a lutarem contra um invasor externo . nao sao , e a prova disso e que o seu principal alvo nem sequer e os militares americanos mas sim os civis iraquianos , por isso e que sao considerados terroristas .

Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
No Angel, reza para que este nosso país não entre em nenhuma guerra tão cedo, porque senão vais ser uma daquelas pessoas que mais irão sofrer com isso.
Tu continuas sem perceber a ideia...
Já reparaste que, se neste planeta só tivéssemos objectores de consciência, o homem que empunhasse uma arma era rei?
Estávamos todos entregues à bicharada.
A história mundial fez-se/faz-se como?
Com manifestações de paz??
As guerras são a maior estupidez que a nossa raça inventou mas se reparares também as há na própria natureza, e não, não estou a falar de matar para comer/sobreviver, estou-me a referir a lutas por fêmeas, guarda de território, etc.
Há inclusive quem diga que se não tivessem existido todas as guerras pelas quais a humanidade passou neste momento já não haveria espaço e recursos para tanta gente, e eu acho sinceramente que isso é verdade. Então como haveria de ser?
Não seriam os grandes e mais fortes que iriam prevalecer num mundo super-povoado??
Não é assim que se começam as guerras??
Tu continuas sem perceber a ideia...
Já reparaste que, se neste planeta só tivéssemos objectores de consciência, o homem que empunhasse uma arma era rei?
Estávamos todos entregues à bicharada.
A história mundial fez-se/faz-se como?
Com manifestações de paz??
As guerras são a maior estupidez que a nossa raça inventou mas se reparares também as há na própria natureza, e não, não estou a falar de matar para comer/sobreviver, estou-me a referir a lutas por fêmeas, guarda de território, etc.
Há inclusive quem diga que se não tivessem existido todas as guerras pelas quais a humanidade passou neste momento já não haveria espaço e recursos para tanta gente, e eu acho sinceramente que isso é verdade. Então como haveria de ser?
Não seriam os grandes e mais fortes que iriam prevalecer num mundo super-povoado??
Não é assim que se começam as guerras??
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
Há vários historiadores onde afirmam que a única coisa de boa que tinham as guerras ao longo dos séculos desde a nossa existência, é que se não tivessem acontecido, ou então apenas uma fracção delas, neste momento, e muito provavelmente ou não estávamos cá ou simplesmente vivíamos numa distopia pura.
Quem viu Utopia (série), falam muito bem nesse aspecto.
Quem viu Utopia (série), falam muito bem nesse aspecto.
Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
No angel, identificaste algumas das origens da 2ª Grande Guerra, mas não respondeste às minhas perguntas.No Angel wrote:A 2ª guerra so aconteceu devido a primeira guerra e a humilhação e miséria dos alemaes, e tudo um ciclo vicioso entendes? Eles tem que parar! So parando quebrando o ciclo vicioso de violência e miseria e que se pode chegar a algum lado, pra mim isso e claro! Mas nao vao parar, nao vao, porque o ser humano tem sede de sangue, nao percebo porque, mas tem, esta nos genes! As pessoas adoram sangue, torturas, mortes, tudo o que ha de pior, tudo o que e de mais nojento, desde que seja para aqueles que acham que merecemSamwise wrote:No Angel, será que pedindo ao Hitler para "estar quietinho" teria evitado que ele não se "expandisse" para fora do território Alemão em 1939? Será que pedindo com jeitinho e diplomacia teríamos evitado que 6.000.000 de Judeus fossem gaseados e incenerados?
Os exemplos de Luther King e Gandhi são nobres, mas o facto de terem funcionado em determinado contexto não é um garante que a via pacífica resolve sempre os problemas, ou que é a única maneira de o fazer. Eu defendo a guerra nesta situação, quando a via pacífica/diplomática não traz resultados.E claro que, do outro lado, tambem acham que nos merecemos ser mortos, torturados, mutilados, e tudo o mais, por isso vamos andar sempre nisto ate acordarem e aprenderam a ficar quietos e pensar e arranjar formas de resolver os problemas de outra forma que nao assassinio, tortura, violaçao, mutilaçao, destruiçao de casas e do meio ambiente, etc.. Eu nao sou nenhum genio, mas sei que tem de haver formas de resolver as coisas, tem que haver outras formas.
Achas que uma pessoa como o Hitler ia deixar de invadir a Polónia, e depois os outros países todos por aí fora, através de conversa e diplomacia? Achas que as medidas políticas todas de segregação racial, que foram implementadas contra os judeus antes da guerra, teriam sido evitadas com "conversa" de países terceiros? Ou por outra: a conversa diplomática serviu de alguma coisa nestes casos? Alguém como o Ghandi e o Luther King, a partir de fora da Alemanha, teriam tido capacidade para evitar a 2ª Guerra?
Quanto a esse teu texto, retenho estas palavras: «Eles tem que parar! So parando quebrando o ciclo vicioso de violência e miseria e que se pode chegar a algum lado, pra mim isso e claro!»
"Eles" quem? Os Hitlers e os Goerings e os Heindrichs que há por aí? Explica-nos lá como fazes para eles pararem. Apresenta ideias concretas que travem a violência em pessoas que não podem ser convencidas através de palavras.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
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Câmara Subjectiva
Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
THX no seu melhor.THX wrote:Ainda não vi este filme,
(...)
1º- Ao que parece o filme não é somente sobre um homem, um herói.
O filme é sobre a GUERRA. Ponto!!



(já agora, o filme é sobre a guerra... e sobre um homem... e sobre politiquices... e sobre as consequências da exposição à violência... e... e... e...

Àparte disso, gosto bastante de ler o teus contributos baseados na experiência efectiva de uso de armas.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
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Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
Nao te sei responder, e uma situação complicada porque quando a segunda guerra começou ja a situação politico-social era muito extrema... eu ja pensei nesse caso, e nao tenho uma resposta certa. Eu acho que a prevenção e o melhor remédio, e que os aliados fizeram tudo mal após a 1ª guerra. A partir dai não sei se seria ou não possível evitar a guerra, mas que foi uma grande tragédia foi.Samwise wrote:No angel, identificaste algumas das origens da 2ª Grande Guerra, mas não respondeste às minhas perguntas.No Angel wrote:A 2ª guerra so aconteceu devido a primeira guerra e a humilhação e miséria dos alemaes, e tudo um ciclo vicioso entendes? Eles tem que parar! So parando quebrando o ciclo vicioso de violência e miseria e que se pode chegar a algum lado, pra mim isso e claro! Mas nao vao parar, nao vao, porque o ser humano tem sede de sangue, nao percebo porque, mas tem, esta nos genes! As pessoas adoram sangue, torturas, mortes, tudo o que ha de pior, tudo o que e de mais nojento, desde que seja para aqueles que acham que merecemSamwise wrote:No Angel, será que pedindo ao Hitler para "estar quietinho" teria evitado que ele não se "expandisse" para fora do território Alemão em 1939? Será que pedindo com jeitinho e diplomacia teríamos evitado que 6.000.000 de Judeus fossem gaseados e incenerados?
Os exemplos de Luther King e Gandhi são nobres, mas o facto de terem funcionado em determinado contexto não é um garante que a via pacífica resolve sempre os problemas, ou que é a única maneira de o fazer. Eu defendo a guerra nesta situação, quando a via pacífica/diplomática não traz resultados.E claro que, do outro lado, tambem acham que nos merecemos ser mortos, torturados, mutilados, e tudo o mais, por isso vamos andar sempre nisto ate acordarem e aprenderam a ficar quietos e pensar e arranjar formas de resolver os problemas de outra forma que nao assassinio, tortura, violaçao, mutilaçao, destruiçao de casas e do meio ambiente, etc.. Eu nao sou nenhum genio, mas sei que tem de haver formas de resolver as coisas, tem que haver outras formas.
Achas que uma pessoa como o Hitler ia deixar de invadir a Polónia, e depois os outros países todos por aí fora, através de conversa e diplomacia? Achas que as medidas políticas todas de segregação racial, que foram implementadas contra os judeus antes da guerra, teriam sido evitadas com "conversa" de países terceiros? Ou por outra: a conversa diplomática serviu de alguma coisa nestes casos? Alguém como o Ghandi e o Luther King, a partir de fora da Alemanha, teriam tido capacidade para evitar a 2ª Guerra?
Quanto a esse teu texto, retenho estas palavras: «Eles tem que parar! So parando quebrando o ciclo vicioso de violência e miseria e que se pode chegar a algum lado, pra mim isso e claro!»
"Eles" quem? Os Hitlers e os Goerings e os Heindrichs que há por aí? Explica-nos lá como fazes para eles pararem. Apresenta ideias concretas que travem a violência em pessoas que não podem ser convencidas através de palavras.
Penso que uma coisa que podiam fazer era tentar retirar o suporte publico que o Hitler tinha, tentar descredibilizar a sua imagem e mostrar os seus podres e toda a gente, e isso devia ter sido feito logo quando apareceram os primeiros sinais de tirania dele. O problema do Hitler e complexo porque ele foi eleito pelo povo

De resto, e difícil e ate um pouco redundante tentar reinventar o passado. As circunstâncias e mentalidades das pessoas eram muito diferentes das de hoje, so por ai se torna muito difícil fazer as coisas de modo diferente... O que esta feito esta feito, e as pessoas envolvidas na guerra ja estão mais que mortas.
Estou mais interessado e preocupado com a prepotência dos alemães e da Europa central no geral na atualidade, que anda a espezinhar demasiado os povos do sul... estão a cometer o mesmo erro dos aliados apos a 1ª guerra! A situaçao da Grecia e catastrófica, e se continuar assim nao me admiro nada que vire uma ditadura violenta daqui a uns anos... e básico que quando um povo vive na miseria e na desgraça ja esta por tudo, e basta aparecer um psicopata qualquer para manipular as pessoas.
Enfim, como nota deixo que os humanos de facto não aprendem nada, e parecem estar condenados a repetir os mesmos erros, num ciclio vicioso e quase que fatalista. É os alemães e fazerem agora o que lhes foi feito nos anos 20, e os judeus israelitas a fazerem coisas semelhantes as que sofreram nos anos 40 pelos alemaes aos palestinianos...
Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
Esse teu post faz lembrar uma pergunta que por vezes costumam fazer. Era algo deste tipo: "Se tivessem apenas uma oportunidade de ir a 20 Abril de 1889, nessa mesma data nem tirar nem pôr, e soubessam que aquele bebé seria um dos maiores ditadores de sempre, teriam coragem de acabar ali com a sua vida visto que podiam poupar a vida no futuro a dezenas de milhões de pessoas em todo o Mundo e poupar este de uma 2º Guerra Mundial?"
Last edited by PanterA on February 25th, 2015, 10:42 pm, edited 1 time in total.
Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
Não, como disse um mal não justifica outro, isso pra mim não tem lógica. De resto, se não fosse ele seria outro qualquer... os alemães nos anos 30 estavam ansiosos por dar ouvidos a um ditador que prometessem resolver os seus problemas (assim como os portugueses, espanhóis, etc), portanto, se nao fosse o Hitler, seria outro qualquer, na minha opinião. No máximo, poderia falar com a mae do Hitler, de modo a que ela fizesse um aborto, mas isso teria que ser sempre a sua decisão e não a minha e o mais provável era internam-me num hospícioPanterA wrote:Esse teu post faz lembrar uma pergunta que por vezes costumam fazer. Era algo deste tipo: "Se tivessem apenas uma oportunidade de ir a 20 Abril de 1889, nessa mesma data nem tirar nem pôr, e souberam que aquele bebé seria um dos maiores ditadores de sempre, teriam coragem de acabar ali com a sua vida visto que podiam poupar a vida no futuro a dezenas de milhões de pessoas em todo o Mundo e poupar este de uma 2º Guerra Mundial?"

Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
Onde eu quero chegar, No Angel, é a situação em que a guerra, a meu ver, é como a aplicação do princípio da legítima defesa, mas por parte de uma nação. Um princípio em que tu aceitas o acto de matar, conforme afirmas mais atrás. Uma nação que se defende de uma força invasora através do uso da força (ou de uma guerra declarada) é um paralelo equivalente ao de uma pessoa que mata outra em legítima defesa, ou seja, quando não houve outra maneira de evitar um ataque com intenções também de matar.
É "bonito"? Desejável? Claro que não é. Mas é um princípio moralmente defensável. Neste contexto, os soldados que escolherem de livre vontade assumirem a defesa de uma nação frente a uma força opressora (com evidentes probabilidades de terem de vir a matar) não devem ser considerados criminosos. Não podem ser considerados criminosos - a salvaguarda do princípio da (legítima) defesa da nação exige que esta "regra" esteja bem patente, como aliás me parece óbvio.
É "bonito"? Desejável? Claro que não é. Mas é um princípio moralmente defensável. Neste contexto, os soldados que escolherem de livre vontade assumirem a defesa de uma nação frente a uma força opressora (com evidentes probabilidades de terem de vir a matar) não devem ser considerados criminosos. Não podem ser considerados criminosos - a salvaguarda do princípio da (legítima) defesa da nação exige que esta "regra" esteja bem patente, como aliás me parece óbvio.
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Re: American Sniper (2014) - Clint Eastwood
Sim, mas a ideia de defesa só pode ser usada pelo pais invadido, e só no sentido de expulsar o agressor e não utilizar isso como desculpa pra fazer o mesmo a outros países. Por exemplo, se Portugal fosse invadido por um pais qualquer, nos tinhamos o direito de nos defendermos, mas nao tinhamos o direito de invadir o outro pais, fazendo-lhe o mesmo que nos fez a nos, e muito menos tinhamos o direito de matar civis desse pais, ou destuir as suas casas. Ou seja, a unica coisa moralmente correta seria a defesa, o expulsar do invasor, mais nada.Samwise wrote:Onde eu quero chegar, No Angel, é a situação em que a guerra, a meu ver, é como a aplicação do princípio da legítima defesa, mas por parte de uma nação. Um princípio em que tu aceitas o acto de matar, conforme afirmas mais atrás. Uma nação que se defende de uma força invasora através do uso da força (ou de uma guerra declarada) é um paralelo equivalente ao de uma pessoa que mata outra em legítima defesa, ou seja, quando não houve outra maneira de evitar um ataque com intenções também de matar.
É "bonito"? Desejável? Claro que não é. Mas é um princípio moralmente defensável. Neste contexto, os soldados que escolherem de livre vontade assumirem a defesa de uma nação frente a uma força opressora (com evidentes probabilidades de terem de vir a matar) não devem ser considerados criminosos. Não podem ser considerados criminosos - a salvaguarda do princípio da (legítima) defesa da nação exige que esta "regra" esteja bem patente, como aliás me parece óbvio.
Mas isso não se aplica aos EUA, que nunca foram invadidos que eu saiba, foram sempre eles os invasores...