Fury (2014) - David Ayer

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THX
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by THX »

Ilógico é alguém querer transformar um filme como o "Fury" num "Rambo III".
Ilógico é falar de um "exército" quando na realidade se trata de 1 batalhão.

Um "exército" é constituído por vários armas :

- Infantaria, cavalaria, engenharia, sapadores, comunicações, forças-especiais, força aérea, logística e armamento pesado, etc.

- Nessas "armas" entram os vários Regimentos, do Norte, Centro Sul, etc.

- Esses Regimentos são, por sua vez, constituídos por Batalhões

- Cada Batalhão tem normalmente 800 homens, mas pode ter menos (500, 300...)

- Cada Batalhão é formado por Companhias (normalmente por 3 ou 4)

- Cada Companhia é constituída por 3 a 4 Pelotões, que podem ir até aos 100 homens

- Cada Pelotão engloba 25 soldados (+/-)
Ilógico é não perceber como é que pode ser possível montar uma cilada num teatro de guerra, que foi exactamente o que vi neste filme.

Eu pelo menos vi muito alemão morto no chão, MAS também vi muitos outros a passarem aquela encruzilhada onde estava o tanque.
Ilógico é não ter percebido o fim do filme, ou então escrever somente uma linha de texto a fazer um comentário sem aprofundar/justificar o mesmo.

Eu também posso fazer uma critica a um filme resumindo tudo a uma frase, queres ver?

- Eu acho que o filme "E Tudo o Vento Levou" foi a maior porcaria que se fez na história do cinema. Vai de bosta seca para baixo.

Pronto!!
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Os meus 200 filmes inesquecíveis :
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by THX »

No Angel wrote:Lol, e o que isso tem a ver?! Tambem precisas de ser soldade ou la o que seja pra apreciar o filme? Entao porque e que o precisas de o ser para o criticar? Isso e totalmente ilógico.
LOL!! - digo eu, e em voz bem alta.

O que é que tem a ver??...nada, nadinha mesmo.
É como alguém ver uma criança a morrer num filme, um filho de alguém.
Garanto-te que se fores pai vais ver e sentir uma cena dessas com outro impacto do que se fores um teenager de 16 anos. Não estou a tentar dizer que o teenager não se vai sentir triste com o que viu, nada disso, o que quero dizer é que um qualquer pai vai provavelmente sentir isso de uma outra forma...e se falarmos de um pai que perdeu um filho na vida real então aí a dor deve de ser ainda muito maior, imagino eu.

Mas até te digo uma outra coisa :

Pega numa G3 e vai dar uns tiros, ou tenta ver um morteiro pesado a lançar uma granada até 3km de altura, ou então imagina como será o estrondo de um canhão anti-tanque a disparar uma munição incandescente, tenta aprender a montar e a desmontar uma "Walter" de 9mm em 30 segundos...

Sabes o que te estou a tentar dizer??
Se a tua resposta for negativa então posso-te dizer que NUNCA poderás fazer um juízo 100% correcto do que é passar por este tipo de situações exactamente porque nunca o fizeste.
E isto é válido para outra tantas experiências da nossa vida.

Pergunta a uma mulher que tenha sido violada por um estranho se ela se sente bem a ver aquele filme da Jodie Foster - "Os Acusados"??
Uma coisa é sentirmos repugnância em ver isso...outra é alguém nem sequer conseguir a ver.
Estás a perceber as diferenças?

Pergunta aqueles veteranos americanos que foram convidados para ver o "Pearl Harbour" num porta-aviões o que é que eles SENTIRAM ao ver esse filme.
A mim até me interessa mais saber o que eles sentiram do que propriamente o que eu senti, pois adorava falar com alguém que tivesse passado por uma situação trágica e histórica como foi esse episódio de guerra. Eu apenas vi um filme...eles viveram o "filme".

Resumindo:

Se alguém passar por determinadas situações chocantes na sua vida, como a experiência de uma guerra (ou a perda de um filho por exemplo) TUDO o que daí para a frente tiver a ver com guerra, seja ele um filme, um livro ou até mesmo uma simples foto, é sentido de uma maneira completamente diferente por essas pessoas.
Era isto que eu estava a te tentar demonstrar mas uma coisa é falar e outra é sentir, experimentar algo.

Por isso é que eu insisto em que se alguém um dia passar pela experiência de andar no interior de um tanque de guerra fica desde logo com outra visão deste "Fury", e decerto que dará mais valor ao filme. Será assim tão difícil de entender isto?
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by No Angel »

THX wrote: Eu também posso fazer uma critica a um filme resumindo tudo a uma frase, queres ver?

- Eu acho que o filme "E Tudo o Vento Levou" foi a maior porcaria que se fez na história do cinema. Vai de bosta seca para baixo.

Pronto!!
Mas ha uma grande diferença: ele disse porquê que nao gostou do filme. Se nao gostaste da justificaçao e contigo, mas ele deu-a. Se dissesse que era so uma porcaria ainda percebia o teu comentario, mas assim nao. E ja agora, por mim podem dizer cobras e lagartos dos meus filmes favoritos, isso nao muda em nada a minha apreciaçao deles, eu nao sou como aqueles membros ridiculos do IMDB que nao podem ouvir criticas ai 2001 e pegam logo na metrelhadora :roll:
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by No Angel »

THX wrote:
No Angel wrote:Lol, e o que isso tem a ver?! Tambem precisas de ser soldade ou la o que seja pra apreciar o filme? Entao porque e que o precisas de o ser para o criticar? Isso e totalmente ilógico.
LOL!! - digo eu, e em voz bem alta.

O que é que tem a ver??...nada, nadinha mesmo.
É como alguém ver uma criança a morrer num filme, um filho de alguém.
Garanto-te que se fores pai vais ver e sentir uma cena dessas com outro impacto do que se fores um teenager de 16 anos. Não estou a tentar dizer que o teenager não se vai sentir triste com o que viu, nada disso, o que quero dizer é que um qualquer pai vai provavelmente sentir isso de uma outra forma...e se falarmos de um pai que perdeu um filho na vida real então aí a dor deve de ser ainda muito maior, imagino eu.

Mas até te digo uma outra coisa :

Pega numa G3 e vai dar uns tiros, ou tenta ver um morteiro pesado a lançar uma granada até 3km de altura, ou então imagina como será o estrondo de um canhão anti-tanque a disparar uma munição incandescente, tenta aprender a montar e a desmontar uma "Walter" de 9mm em 30 segundos...

Sabes o que te estou a tentar dizer??
Se a tua resposta for negativa então posso-te dizer que NUNCA poderás fazer um juízo 100% correcto do que é passar por este tipo de situações exactamente porque nunca o fizeste.
E isto é válido para outra tantas experiências da nossa vida.

Pergunta a uma mulher que tenha sido violada por um estranho se ela se sente bem a ver aquele filme da Jodie Foster - "Os Acusados"??
Uma coisa é sentirmos repugnância em ver isso...outra é alguém nem sequer conseguir a ver.
Estás a perceber as diferenças?

Pergunta aqueles veteranos americanos que foram convidados para ver o "Pearl Harbour" num porta-aviões o que é que eles SENTIRAM ao ver esse filme.
A mim até me interessa mais saber o que eles sentiram do que propriamente o que eu senti, pois adorava falar com alguém que tivesse passado por uma situação trágica e histórica como foi esse episódio de guerra. Eu apenas vi um filme...eles viveram o "filme".

Resumindo:

Se alguém passar por determinadas situações chocantes na sua vida, como a experiência de uma guerra (ou a perda de um filho por exemplo) TUDO o que daí para a frente tiver a ver com guerra, seja ele um filme, um livro ou até mesmo uma simples foto, é sentido de uma maneira completamente diferente por essas pessoas.
Era isto que eu estava a te tentar demonstrar mas uma coisa é falar e outra é sentir, experimentar algo.

Por isso é que eu insisto em que se alguém um dia passar pela experiência de andar no interior de um tanque de guerra fica desde logo com outra visão deste "Fury", e decerto que dará mais valor ao filme. Será assim tão difícil de entender isto?
A sério, tu dizes tanta coisa que nao tem a ver com nada, e impressionante a serio eh-)

Eu posso passar pela mesma coisa que ta no filme, isso NAO QUER DIZER que o filme seja bom. Ha muitos filmes sobre um mesmo tema, e uns sao muito melhores que outros.

E eu nao preciso de ser ou ter passado pelo que o filme representa para gostar dele ou o perceber... existe uma coisa chamada empatia, certo? Eu nao preciso de ser vampiro, ou um alien, ou um hobbit pra gostar de filmes sobre eles! Alem do mais, mesmo passando pela mesma coisa, nao quer dizer que a sinta da mesma forma, me expresse da mesma forma, tenho o mesmo impacto em mim. Cada pessoa experiencia a mesma coisa de forma diferente, portanto nao e por ai, de todo.
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by THX »

Eu posso passar pela mesma coisa que ta no filme, isso NAO QUER DIZER que o filme seja bom. Ha muitos filmes sobre um mesmo tema, e uns sao muito melhores que outros.
Claro, é mesmo isso...
O que interessa é o que NÓS sentimos, concordo.

como?-)

Mas acho que continuas a não entender (ou a não querer...) todo o latim que escrevi, por isso nem sequer me vou dar ao trabalho de alongar mais em explicações supérfluas...é que não vale mesmo a pena.

Só para finalizar o "Fury" é um bom filme de guerra, MAS claro está que sou EU a dizer isso, mas ATENÇÃO que há outros filmes de guerra MELHORES e também há outros PIORES.

Estás a ver como alguém pode fazer uma critica equilibrada sobre um filme como o "Fury"??
Assim o pessoal já pode retirar uma idéia do que poderá ir ver...

... eh-)
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by paupau »

Nem tanto ao mar nem tanto à terra, nem tão linear nem são mutuamente exclusivas. Não devemos aferir a qualidade do filme pelas emoções que transmitem pois isso não tem lógica.
Duas pessoas a realizar a mesma tarefa vão obter resultados diferentes. Não é por ter resultados diferentes que concluímos que a tarefa não tem qualidade ou que foi mal construída. Aí há que usar outros instrumentos para medir isso. Quanto muito, o feedback permite reformular a tarefa para outras duas pessoas, algo que não se aplica à Arte.
Ambos têm razão e mesmo sendo Natal, é o tipo de discussão que não interessa ao Menino Jesus. :-)))
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by THX »

paupau wrote:Não devemos aferir a qualidade do filme pelas emoções que transmitem pois isso não tem lógica.
Mas paupau, é exactamente por isso que eu vou ao cinema. É por isso que gosto de ver filmes.
Para mim não tem lógica é se não for assim, se não for para sentir algo sobre o que vou ver.
Se eu sentir algo é porque o filme é bom...mas se eu sair da sala indiferente ao que acabei de ver então é porque o filme não me despertou nada cá dentro.

Só tem lógica não procurarmos um filme que nos transmita algum tipo de emoções se formos a uma sessão para matar tempo até ir buscar a Maria ao cabeleireiro.
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by paupau »

Concordo com isso tudo, mas não com o salto seguinte na lógica. Todos somos indeferentes a obras primas do cânone e todos temos guilty pleasures. A ausência ou presença destes filmes é algo extrínseco ao filme. A qualidade é mais inerente.
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by THX »

A qualidade é mais inerente.
Mas então a própria qualidade de determinado filme não pode ser relativa? Não pode ser medida??
Um filme tem qualidade porque foi feito com qualidade, ou porque o seu realizador tem qualidade para saber fazer bons filmes?

Aqui o próprio conceito de qualidade é colocado à prova, mesmo que o feedback de um bom-senso geral ajude na atribuição desse termo a determinada obra.

Um exemplo :
Para mim este "Fury" transpira qualidade, mas quando vejo essa qualidade a ser abalada de uma forma generalista por pessoas que criticam uma cena final (colocando em jogo tudo o que está para trás) leva-me a crer que provavelmente declararam desde logo um sentimento de raiva ao filme por mostrar tropas norte americanas a "armarem-se" em heróis ou por ter o Brad Pitt como cabeça de cartaz.

Medindo aqui o meu conceito de "qualidade" com a "qualidade" de outras pessoas fico a imaginar na qualidade de alguns seres humanos...

Qualidade como pessoas, qualidade como soldados, qualidade como críticos.
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by paupau »

A qualidade pode ser medida, agora se pela quantidade/qualidade (passe o pleonasmo na segunda) de emoções provocadas e que já não sei. Acho que já se passa a fronteira do nosso barómetro pessoal, único e intransmissível :mrgreen:
O tema da qualidade dá para muitas teses de doutoramento, logo não iremos chegar a grandes conclusões num fórum.
Para desviar dessa palavra, pode ser mais fácil falar em eficiência/eficácia. Aí concordo que um filme que desperte grandes emoções seja eficaz no seu propósito, como aliás já o referiste e bem. São conceitos mais fáceis de aferir do que se algo tem qualidade.
Posso referir várias variantes nesse caso, qual delas a mais correta?
obra-prima (consenso crítico)+grandes emoções=filme com qualidade (na ótica de quem visualiza)
obra-prima+ indiferença= filme com qualidade
guilty pleasure (consenso crítico) + grandes emoções = filme sem qualidade
guilty pleasure + animosidade extrema = filme sem qualidade

E muitas obras dicotomias serão possíveis. Conclusão? Não chego a nenhuma, acho todas lógicas e possíveis.
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by THX »

A qualidade pode ser medida, agora se pela quantidade/qualidade (passe o pleonasmo na segunda) de emoções provocadas e que já não sei. Acho que já se passa a fronteira do nosso barómetro pessoal, único e intransmissível.
Pois, mas eu sei.

Tu como ser humano, desde que nasces até que morres, vais passar por um processo.
Podes-lhe chamar um processo de vida.

Mas a TUA vida pode ser recheada de múltiplas sensações experimentais e/ou sensoriais que advém de um contacto directo e/ou indirecto sobre determinadas situações e/ou experiências pelas quais vais passar, ao longo desse processo.

Mas ao mesmo tempo, e por outro lado, também podes não ter tido oportunidade (ou VONTADE) para conhecer, recolher e aprofundar essas experiências. Basta, para isso, não gostares de viajar, de sair de casa ou de conhecer pessoas e/ou caras novas.

A palavra chave aqui é uma só - EXPERIÊNCIA.

A experiência de vida, que só adquires de uma maneira :

Tens de ser muito observador, curioso e aventureiro sobre tudo o que te rodeia.
Não vale a pena refutar este raciocínio pois é assim, deste modo, que alguém se torna homem, que alcança a sua maturidade, ou que alguém tem a verdadeira percepção do que é viver e no fundo, do que é sentir.

Mete um gajo num quarto desde que nasce até á sua fase adulta, completamente alheio ao mundo que o rodeia, e depois, um dia, solto-o numa rua movimentada. Resultado?

Mete um gajo vivido e viajado num cinema, dá-lhe um filme qualquer para ver, e no fim tenta falar com ele sobre o que achou sobre o filme que acabou de ver. Resultado?

É a experiência de vida que faz de nós o que somos, mas não nos podemos agarrar a cursos de faculdades, ou a muita leitura de livros ou a várias conversas de mesa de café. A experiência de vida é que vai, aos poucos, ditar a nossa percepção do que vemos, do que analisamos, do que observamos, no nosso dia a dia, mas TEMOS de saber vivenciar a mesma.

Ora o cinema não é nada mais do que um espelho que reflecte essa mesma percepção, essa vivência, essa experiência de vida, tendo como unica diferença a forma COMO a reflecte, e aí é que entra a qualidade, que torna certo filme em ser bom a reflectir isso mesmo, ou não.

E é essa mesma percepção, mais ou menos credível, que também, e simultaneamente, nos vai ajudar a distinguir um bom ou mau filme de ficção-ciêntifica, um bom ou mau guilty-pleasure (sim, porque até nisto dos guilty-pleasures conseguimos distinguir os bons dos mesmo maus).

De que me adianta gostar de pesca submarina, e de ir pagar para ter um curso para esse efeito, se sei de antemão que tenho um amigo aqui ao lado que tem uma enorme EXPERIÊNCIA nessa actividade?
Vais pagar o curso ou vais tentar ouvir o que o teu amigo tem para te ensinar??
Acreditas mais depressa num instrutor recém formado ou num amigo com 20 anos de pesca-submarina??

A mesma coisa se passa com TUDO nesta vida, incluindo a percepção que temos, ou melhor, que obtemos, ao ver certos e determinados filmes, como filmes de guerra por exemplo.

A qualidade pode-se medir então?
Acho que sim, MAS terá de ser medida de AMBOS os lados, ou seja, tanto por quem faz os filmes COMO por quem os vê.

E como caso prático posso-te dizer que é só por isso que por vezes vejo filmes que OUTRAS pessoas recomendam, apenas pelo simples facto de reconhecer QUALIDADE em quem escreve determinadas criticas a certos filmes, que por vezes ainda nem sequer vi.

Já agora...
Obrigado nimzabo pelas tuas excelentes dicas salut-) !!
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by No Angel »

O que dizes THX tem o seu sentido claro, mas não posso deixar de dar um exempo que contrapoe essa ideia de que e preciso necessariamente experimentar as coisas para as perceber, para perceber a essência da vida e do ser humano: a escritora Emiy Bronte, que eu saiba viveu uma vida simples e isolada no meio do nada na Inglaterra, escreveu um dos livros mais verdadeiros sobre o lado negro do ser humano, mas de uma forma humana, ou seja não ha la estereotipos e personagens unidimensionais. Falo como e claro do excelente Alto dos Vendavais, um romance sobre obsessão, odio, vingança, violencia, etc, escrito atraves da imaginação de uma mulher com uma vida simples e calma, pelo menos que eu saiba. O que eu quero dizer e que a imaginação e uma coisa muito poderosa, e a empatia tambem.
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by paupau »

Também partilho da opinião de que o acumular de experiência não é determinante para a qualidade, é mais uma variante entre muitas. Os animais políticos com 3, 4 ou 5 décadas no ativo estão aí para o provar...
O bom exemplo do No Angel lembra-me um outro de um realizador, tido com um dos máximos mestres, o Yasujiro Ozu. Como explicar que um realizador que sempre foi solteiro, viveu com a mãe até à morte desta e nunca andou numa faculdade, seja universalmente aclamado pelos seus dramas familiares de relações inter gerações , que consegue explorar como ninguém?
Isto da qualidade tem muito que se lhe diga, daí ter tentado desviar um pouco para a eficácia e eficiência.
Não reconhecerás qualidade a recomendações que são feitas que resultam da eficácia de despertar a tua curiosidade? E às vezes com a eficiência de ocuparem poucas linhas para transmitirem a sua ideia?
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by THX »

paupau..

respondo-te a tudo isso unicamente com 2 palavras (um nome) :

Martin Scorsese 8) .
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Re: Fury (2014) - David Ayer

Post by Samwise »

Eu continuo firmemente oposto à noção de que a qualidade possa ser medida na Arte, e cá continuarei até que alguém me prove o contrário.

A qualidade para mim é nada mais do que a expressão do gosto de cada um, e pode apenas apreendida pelo ser/estar de cada um. Por vezes, calha que os gostos de muita gente ilustre e recomnhecida coincida acerca de determinado objecto artístico, e então fica instalada a ideia generalizada de "qualidade", pois está validada por "especialistas". Mas para que serve essa ideia de qualidade se choca frontalmente com aquilo que pensamos acerca desse objecto? No almoço falou-se do 2001, da noção instalada de "obra prima absoluta" e eu constestei com dois nomes: David Thomson e Pauline Kael (há mais, mas estes são os mais pressuasivos na argumentação). Por onde medem estes senhores a qualidade, senão através daquilo que gostaram e desgostaram no 2001?

Se não estivermos a falar de Arte, então a coisa muda de figura e a qualidade pode tomar outros sinónimos, cada um deles comprováveis através da matemática e da estatística.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.

«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death

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