Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

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rui sousa
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Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by rui sousa »

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"Every dog will have his day", diz Sidney Falco (Tony Curtis num dos papéis mais implacáveis da sua carreira), a páginas tantas (ou melhor dizendo, a frames tantos) de «Sweet Smell of Success». Ele é um agente de imprensa que quer deixar de ser apenas um criado no meio de tantos outros subordinados aos grandes chefes e influentes "opinion makers" da indústria, onde os cães se comem uns aos outros até que um deles consiga ficar com a totalidade do "osso". Falco ambiciona chegar aos círculos mais altos do poder aproveitando-se de um contacto bastante importante para a sua possível ascensão económica e comercial: o popular cronista J. J. Hunsecker (Burt Lancaster), que consegue, graças à sua enorme influência nos media americanos, elevar a carreira de algum talento desconhecido... mas também destruir qualquer vida que esteja a colocar-se no seu caminho. Nesta encruzilhada animalesca pela procura do êxito e da fama, há uma reflexão pertinente sobre os valores da sociedade alimentada pela comunicação social, e um dos filmes mais irreverentes da colheita americana dos anos 50. Se todas as más línguas que criticam o Cinema clássico de ser demasiado floreado e bonitinho para os padrões a que nos habituámos na atualidade, talvez se descobrissem uma fita como esta conseguiriam perceber, de uma vez por todas, que é na provocação que o filme incute no espectador que está um impacto visual e sensorial que jamais conseguirá ser repetido neste século.

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O realizador é Alexander Mackendrick, o homem que esteve por detrás das câmaras em várias das mais célebres comédias da Ealing (como o fabuloso «O Quinteto Era de Cordas»). Mas em «Sweet Smell of Success» não existem muitos momentos propícios para se soltar uma única gargalhada, porque vemos um jogo de influências e consequências a suceder-se em catadupa, sem ter fim à vista, onde Falco quer aproveitar-se de Hudsecker, e Hudsecker utiliza a sua atitude inescrupulosa e a dependência que Falco tem da sua personalidade para o pressionar a fazer o que ele quer. Ao longo da narrativa, vemos J.J. a condicionar almas ingénuas do mundo do espetáculo e da imprensa americana, e ao mesmo tempo, Sidney tenta seguir-lhe o passo, aproveitando também para elaborar um esquema intrincado para conseguir evitar que Susie, irmã do opinador jornalístico e televisivo, continue a namorar com um inocente músico de jazz. Uma amizade por conveniência, onde nem um nem outro se sentem verdadeiramente próximos, e que se regula pela crescente sede de poder e de protagonismo pelo nada discreto ego que domina a personalidade de Falco, e pelo desejo de consumir mais e mais recursos e influências pela parte de Hudsecker. A manipulação e o egocentrismo são as duas palavras-chave para se perceber esta poderosa história de novas e velhas raposas, que nunca deixarão de existir, e que abundam cada vez mais, à medida que as possíveis "presas" crescem igualmente em grande escala. E o ditado diz-nos que "quem tudo quer, tudo perde", mas nenhum dos dois protagonistas de «Sweet Smell of Success» parece ter algo a perder no meio de tantas exigências e interesses pessoais, egoístas e megalómanos. Porque eles são apenas uma dupla de atores com uma importância muito reduzida em toda a grande peça da vida urbana, repleta de problemas e de vicissitudes impróprias e moralmente desprezíveis. Contudo, é nas divergências e falsas convergências de Sidney Falco e J.J. Hudsecker que encontramos o mais falível das relações humanas, mas que nunca deixa de abandonar a nossa espécie - e por isso, identificamo-nos tanto com filmes assim. Talvez por isso as sucessivas gerações de cinéfilos têm vindo a apreciar cada vez mais esta narrativa de decadência moral e familiar, e de desprezo pelos membros de toda uma comunidade...

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As duas personagens detestáveis que fazem do sucesso essa coisa tão preciosa, e que aparenta ser algo tão bom (e com o tal "sweet smell" do título) são interpretadas por dois atores que não só souberam desfazer a sua imagem habitual com estes papéis pouco usuais, como também souberam interpretar como mais ninguém conseguiria a dita detestabilidade da dupla, e o desprezo que ambos têm pelos outros, pelos "comuns mortais" que podem ser vítimas das suas manobras. Tony Curtis é genial, e provavelmente, tem aqui uma das suas melhores interpretações. E Burt Lancaster passa de "tough guy" para "tough guy" irascível e irritantemente superior a todos nós. Com diálogos refinados e inteligentes no grande argumento de Clifford Odets e Ernest Lehman (um dos argumentistas de Hollywood com maior sucesso na indústria), com um toque do próprio Mackendrick, «Sweet Smell of Success» é uma curiosa incursão no film-noir, feita quando o género já não estava tão em voga. Estamos na época dos musicais, dos westerns, e a memória do passado e da herança de Bogart, Mitchum e outros tantos, começa a dissipar-se em detrimento das novas apostas que o Cinema americano propõe aos seus espectadores. Mas talvez este seja um dos melhores exemplos da originalidade dessa corrente de filmes, cujo género foi "criado" deste lado do Atlântico. São poucos os clássicos noir dos anos 40 que conseguem ter um ambiente tão perturbante, pessimista e angustiante como tem esta «Mentira Maldita» (e que raio de título português!). Um filme importante hoje, visto que estamos a ser muito mais subjugados pelos "opinion makers" do que em 1957, e porque o lado cínico e desagradável do filme é apenas um puro e incisivo retrato das maiores gaffes da espécia humana, tal como os homens que pensam que não são ingénuos e que têm tudo o que ambicionam nas mãos (tal como Falco, que engana todos para o seu próprio benefício - vejam-se com atenção todos os truqyes que Tony Curtis engendra com os seus contactos), mas que acabam por ser engolidos pela sua própria ingenuidade e por existirem raposas mais espertas e experientes do que eles.

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Não só é uma obra que aprofunda as consequências do egocentrismo enquanto caminho que perturba todas as outras pessoas egocêntricas, como «Sweet Smell of Sucess» se trata de uma película fundamental para perceber o que é que o Cinema americano tem que os outros não têm. Lidando com a importância dos fazedores de opinião, Mackendrick constrói uma visão arrebatadora sobre as manipulações da sociedade consumista e alheada das grandes máquinas que a trituram, como de carne de hamburger se tratasse. Um filme que lida com a opinião, e interroga o espectador sobre como é que ele usa o que os outros dizem: será que ouvimos as perspetivas diferentes da nossa para formarmos a nossa própria visão das coisas, ou deixamos, pura e simplesmente, que os grandes fazedores de opinião construam aquilo que temos de pensar, e que repetimos sempre que for ocasião para tal (para podermos assumir perante os outros que sabemos também ter um bom tema de conversa)? Obra seriamente relevante, precisa e astuciosamente construída, «Sweet Smell of Success» é um drama sobre os dramas humanos e as facilidades que o egocentrismo tem para perturbar a mais serena das almas. Um tesouro atualíssimo do Cinema, e uma chave essencial para compreender os limites ultrapassados pelos EUA na Sétima Arte.

* * * * 1/2
Samwise
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by Samwise »

Grande filme! Grande filme, mesmo! É um noir dos mais negros e implacáveis que já vi, mas também dos que mais se afastam dos "pilares canónicos" do género: aqui não há mulheres fatais, crimes de paixão, assassinatos em catadupa, gangsters, private-dicks espertalhões, ou sequer seres angustiados perseguidos por passados sombrios. O negrume e a amargura que impregnam e tornam o ambiente irrespirável (não deve haver esgoto humano mais imundo do que aquele que este filme mostra) provêm no seu todo do carácter e do "modo de estar na vida" dos dois personagens centrais, interpretados por Tony Curtis e Burt Lancastar, respectivamente um agente de imprensa e um colunista de tablóides com demasiada influência e poder sociais - um opinion maker a quem senadores vêm beijar os pés.

O argumento é engenhoso na forma como expõe a teia de influências e a hierarquia de dependências sociais, com a chantagem e a manipulação a servirem de moeda de troca corrente num mundo em que a ambição e o cheiro do poder imperam, com estrondo, acima de quaisquer valores éticos e morais. O título do filme, afiadamente irónico, alude à sensação inebriante de bem-estar que invade o ego no momento em que se é bafejado pelo sucesso. Só que aqui esse sucesso não decorre do mérito próprio (e é festejado à força da fuga pelo álcool), mas antes dos mais sujos actos de traição aos laços próximos (a "traição", por aqui, sim, entramos em território declaradamente noir, visto que é talvez a "componente" com mais presenças em todo o género).

Estava com alguma curiosidade em ver o filme, mas não estava nada preparado para o que ia assistir (apesar dos vários "avisos" espalhados ao longo do texto do Rui)- e assim é que eles sabem bem, com estas surpresas que chegam pela calada. yes-) Tenho uma forte impressão de que este filme vai constar na lista de escolhidos no final.

Rui, deixo-te uma boa sugestão para acompanhar este aqui. Não sei se já viste, mas o Scorsese fala dele num dos documentários sobre o cinema americano: http://www.imdb.com/title/tt0044391/ Não está identificado como film-noir, mas bem que podia estar, porque é semelhante a este na forma como monta a "escuridão".
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paupau
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by paupau »

Espero que nao levem a mal colar o que escrevi no topico do ultimo filme, nem vou mudar nada pois as vossas criticas ja sao muito completas.

Bem, bem, que grande obra que temos aqui, das poucas vezes que vou usar o cliché "atingiu-me de surpresa como um murro no estômago.

Manhattan nos anos 50 (filmado on location - já vale só para ver a cidade nesta altura), um colunista do mercado então emergente dos tablóides - Burt Lancaster- , um agente de imprensa da treta - Tony Curtis - , um guitarrista de jazz e uma irmã mais nova convergem numa das obras mais negras que já vi, resultante do extremo cinismo e da língua viperina de todas as personagens sem excepção, tornam este filme mais noir que muitos noir, pela extrema violência implícita na linguagem, e não por imagens gráficas.

A dupla principal é fora de série, tipo vilão que adoramos odiar, mas o grande destaque do filme é o guião, quotable como poucos, ao nível de Tarantino ou Scarface, e irá fazer com que volte a este filme mais umas vezes para decorar aquilo tudo.

A primeira vez que se ouve a voz do Burt é pelo telefone, quando o Curtis pergunta se se pode encontrar com ele, num momento em que estão de candeias às avessas. Resposta: "You're dead son. Get yourself burried". Porra, que brutalidade!

Outras de registo, em inúmeras, inúmeras:

"Cat's in the bag. Bag's in the river."
"I'd hate to take a bite out of you. You're a cookie full of arsenic."
"Come here, Sidney. I want to chastise you."
"His skull is very dented. You'll be able to play marbles with his eyeballs tomorrow."

Estamos contantemente a assitir às manipulações deste mundo, entre as maquinações da Broadway e as fabricações dos tablóides, algo completamente paranóico, bem no fim da era da blacklist, do Mactharty, do Comité de actividades não americanas... o filme é reflexo e simultaneamente crítica.

Tem ainda uma magnífica OST, com a parte de jazz a cargo do Chico Hamilton Quintet, e parte orquestral de Elmer Bernstein, numa fase ainda inicial antes da fama dos 7 Magníficos ou Great Escape. O ambiente criado faz lembrar Shadows do Cassavetes ou Fim de Semana no Ascensor do Malle.

Filme absolutamente magnífico.[/quote]
CC - 174 MoC - 73 BFI - 21
paupau
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by paupau »

Ja agora, relendo o ultimo paragrafo do Sam, ainda nao vi esse Bad and Beautiful ( ta na lista ha anos), mas um que acho semelhante em alguns aspetos e o Ace in the Hole do Billy Wilder. O Chuck Tatum apenas desce ainda mais baixo para sacar o seu artigo. Esse e noir que acontece no mais improvavel dos cenarios, o deserto de Albuquerque ( a que o Chuck chama sun baked Siberia).
Mas esse e outro filmao que merece o seu topico.
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Samwise
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by Samwise »

paupau wrote:Ja agora, relendo o ultimo paragrafo do Sam, ainda nao vi esse Bad and Beautiful ( ta na lista ha anos), mas um que acho semelhante em alguns aspetos e o Ace in the Hole do Billy Wilder. O Chuck Tatum apenas desce ainda mais baixo para sacar o seu artigo. Esse e noir que acontece no mais improvavel dos cenarios, o deserto de Albuquerque ( a que o Chuck chama sun baked Siberia).
Mas esse e outro filmao que merece o seu topico.
Esqueci-me do Ace in the Hole, mas concordo com as aproximações temáticas e reforço a sugestão - é outro filme incontornável sobre a sede de poder dentro da comunicação social e as fronteiras que alguns indivíduos estão dispostos a transpor, no mau sentido, para conseguir um artigo. Essa metáfora do "descer ao fundo do poço para sacar o artigo" ... :twisted:

---

Os diálogos no Sweet Smell of Success estão ao nível daquilo que (ou)vi de melhor no Cinema, e mantêm-se num patamar elevadíssimo ao longo de toda a narrativa. Andei para trás umas quantas vezes para confirmar que tinha percebido bem o que estavam a dizer, e para ver melhor que expressão faziam as personagens enquanto debitavam as palavras. Muito bom. Na verdade, é tudo muito bom neste filme - é daqueles que não têm nada que se lhes aponte - saíram perfeitos. A interpretação do Tony Curtis é... salut-)
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by rui sousa »

Este filme é um dos meus favoritos. É incrível!

Vi o documentário do Scorsese e foi por ele que descobri este e outros filmes, como o Cativos do Mal. Tenho em DVD cá em casa (e encontra-se baratinho nas Fnacs) e também está à espera do momento certo para ser visto. :-D
THX
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by THX »

É um filme que marca e fica-nos na memória.

Vi uma unica vez o "Sweet Smell of Sucess" sem querer na TV, e apesar de, na altura em que o vi, não ligar muito a este tipo de filmes "antigos" a PB, este é daqueles que tem mesmo algo que desperta e agarra qualquer espectador ao ecrã.
Ao principio ainda estava com duvidas se se tratava do mesmo filme, mas quando vi aquela 1ª foto que o Rui colocou, as duvidas eclipsaram-se de imediato.

Para além dos tais inesquecíveis diálogos que o filme apresenta o que mais me recorda é sem duvida a voz rude do Burt Lancaster e das expressões e os olhares do Curtis.

Penso que será filme a recomendar a todos, mesmo para aqueles que não admirem especialmente filmes desta época.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by nimzabo »

Uma excelente colheita a de 1957:

- 12 Angry Men
- Sweet Smell of Success
- Witness for the Prosecution
- Paths of Glory

E ainda há mais.
Last edited by nimzabo on July 11th, 2022, 6:26 pm, edited 1 time in total.
Samwise
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by Samwise »

Mais quatro:

- Nights of Cabiria
- The Seventh Seal
- Wild Strawberries
- Throne of Blood
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by nimzabo »

Se naquela altura fosse como agora em que os nomeados para oscar de melhor filme são 10, a escolha poderia ser entre:

Nights of Cabiria
The Seventh Seal
Wild Strawberries
Throne of Blood
The Bridge on the River Kwai
An Affair to Remember
12 Angry Men
Sweet Smell of Success
Witness for the Prosecution
Paths of Glory

Em qual votariam?
como?-)
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by Samwise »

nimzabo wrote:Se naquela altura fosse como agora em que os nomeados para oscar de melhor filme são 10, a escolha poderia ser entre:

Nights of Cabiria
The Seventh Seal
Wild Strawberries
Throne of Blood
The Bridge on the River Kwai
An Affair to Remember
12 Angry Men
Sweet Smell of Success
Witness for the Prosecution
Paths of Glory

Em qual votariam?
como?-)
Voto seria nulo por escolha múltipla! :mrgreen:

Consigo dizer-te aqueles em que não votaria (mais do que isso, impossível... nails-) ):

Throne of Blood (gostei bastante, mas é Shakespeare misturado com tradições culturais japonesas, e a fórmula não é de revisitação fácil - é preciso estar "in the mood" para o apreciar convenientemente - como de costume, o Toshiro Mifune tem um grande desempenho)
The Bridge on the River Kwai (um bom filme, mas não ao nível do melhor de Lean)
An Affair to Remember (dos dez, este foi o que achei mais... meh...)
12 Angry Men (grande filme, mas perde para outros candidatos na lista)
Witness for the Prosecution (idem aspas)
Sweet Smell of Success (este só não está no grupo dos "vencedores" porque o nível de estilização é demasiado artificial, em particular no que respeita aos diálogos - não que considere que isso seja algo de negativo dado o contexto, mas há formulações muito mais humanas - e "naturais" - sobre a vida nos outros quatro filmes)

Qualquer um dos outros estaria bem como justo vencedor...
Last edited by Samwise on November 5th, 2014, 11:25 am, edited 1 time in total.
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by nimzabo »

A mim o sétimo selo não disse nada. Não o terei compreendido decerto.
Cabiria, Throne e Affair ainda não vi e os Strawberries vi há demasiado tempo para que me lembre.
Dos restantes votaria no 12 Angry Men.
THX
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by THX »

nimzabo wrote:A mim o sétimo selo não disse nada. Não o terei compreendido decerto.
Cabiria, Throne e Affair ainda não vi e os Strawberries vi há demasiado tempo para que me lembre.
Dos restantes votaria no 12 Angry Men.
Já vi o filme mais de 10 vezes e posso-te dizer, que tal como o "2001" do Kubrick, existem filmes de assimilação rápida (como os "12 Angry Men") e depois existem os de digestão muito lenta como esses dois exemplos.

O que é mais impressionante é que são filmes que crescem connosco...ou antes, que nós crescemos com eles, pois estes já foram feitos e concluídos há muito tempo.
É exactamente isso que mais me impressiona, saber que existiram homens que naquela altura se serviram de temas tão filosóficos e interessantes acerca das percepções da nossa vida mundana e torná-los em filmes magníficos que tocam qualquer um que se sirva da sua sensibilidade e da sua experiência de vida.

Akira Kurosawa e Ingmar Bergman foram 2 homens que, comprovadamente, nasceram com esse talento inato de provocar certas emoções tão fortes no público, com o seu dom e arte de criar obras tão belas e perfeitas, até para aqueles que vejam os seus filmes sem querer e que fiquem com curiosidade de os ver até ao fim, nem que seja para verem no que aquilo vai dar. Isso aconteceu comigo algumas vezes.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
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No Angel
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by No Angel »

Apesar da fama que tem, o Setimo Selo nao e dos melhores do Bergman, isto pra mim claro.
THX
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Re: Sweet Smell of Success (1957) - Alexander Mackendrick

Post by THX »

Eu sei que deves gostar mais do "Sonata de Outono" ou de "A Máscara"...
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
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