Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Moderators: waltsouza, mansildv
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
WOW!
Para já é tudo o que consigo articular. O queixo ainda não voltou ao lugar...
Para já é tudo o que consigo articular. O queixo ainda não voltou ao lugar...
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Vi hoje.
Para quem goste muito do género quero dizer que conheço algo mais ou menos parecido.
Não é tão espetacular do ponto de vista visual nem tão bem feito mas tem alguma fundamentação cientifica e mais informação. É da BBC.
Nalguns aspetos não é lá muito plausível (mas isso o Gravidade também não é) e por isso não gostei lá muito.
Mas quem sabe outros não gostam mais do que eu... numa viagem por vários sítios do sistema solar
Space Odyssey: Voyage to the Planets
http://www.imdb.com/title/tt0395417/?ref_=fn_al_tt_5
Para quem goste muito do género quero dizer que conheço algo mais ou menos parecido.
Não é tão espetacular do ponto de vista visual nem tão bem feito mas tem alguma fundamentação cientifica e mais informação. É da BBC.
Nalguns aspetos não é lá muito plausível (mas isso o Gravidade também não é) e por isso não gostei lá muito.
Mas quem sabe outros não gostam mais do que eu... numa viagem por vários sítios do sistema solar
Space Odyssey: Voyage to the Planets
http://www.imdb.com/title/tt0395417/?ref_=fn_al_tt_5
- DarkPhoenix
- DVD Maníaco

- Posts: 4022
- Joined: February 13th, 2004, 2:58 pm
- Location: Norte
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Obrigado.nimzabo wrote:Vi hoje.
Eu vi-o há duas semanas.
"I WAS fire and life incarnate!"
https://www.youtube.com/user/darkphoenixPT
http://ultrawideangle.blogspot.com/
https://www.youtube.com/user/darkphoenixPT
http://ultrawideangle.blogspot.com/
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Acabei por falar um bocadinho do Gravidade na descrição que faço do outro
-
Musicslave
- Especialista

- Posts: 1156
- Joined: July 4th, 2007, 11:33 am
- Location: Águeda
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
o filme juntamente com a sua fotografia é visualmente magnifico, mas este não é um filme que vive ás custas dos efeitos, este ajudam e muito claro, mas as interpretações principalmente da Sandra elevam o filme a outro patamar. a sua crença na religião, a perca que ela sofreu, tudo é transposto e não precisamos que ela nos diga como se sente, vê-se nos olhos e na expressão.
a musica é também peça fundamental, ou muitas vezes a falta dela, aqueles momentos de silêncio foram muitos bem encaixados e espelham a solidão do espaço.
o argumento não é nada do outro mundo, mas é muito interessante e não perde tempo com cenas desnecessárias. tem clichés? pois tem, mas na minha opinião são necessários, eu não queria outro final senão aquele por exemplo
a musica é também peça fundamental, ou muitas vezes a falta dela, aqueles momentos de silêncio foram muitos bem encaixados e espelham a solidão do espaço.
o argumento não é nada do outro mundo, mas é muito interessante e não perde tempo com cenas desnecessárias. tem clichés? pois tem, mas na minha opinião são necessários, eu não queria outro final senão aquele por exemplo
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Acabei de ver o filme e ainda nem estou em mim. Simplesmente uma Obra-Prima!!! Ponto.
Tenho que deixar o filme acalmar, porque neste momento nem consigo dizer grande coisa. Depois logo posto a minha review.
Tenho que deixar o filme acalmar, porque neste momento nem consigo dizer grande coisa. Depois logo posto a minha review.
-
Tojal City
- DVD Maníaco

- Posts: 4907
- Joined: April 6th, 2002, 5:23 pm
- Location: Tojal..duh
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Tenho receio de ver este filme em casa e que se perca a magia da experiência de ver em IMAX 3d.
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Tojal, não receies pois a magia do filme estará sempre lá.
Na volta até nem te vais distrair tanto com os Fx (que são do melhor que já vi) e vais-te concentrar mais no tal argumento que muita gente teimava em dizer que não existia.
A história para mim foi o que mais sobressaiu do filme, e aquele fim então...
Na volta até nem te vais distrair tanto com os Fx (que são do melhor que já vi) e vais-te concentrar mais no tal argumento que muita gente teimava em dizer que não existia.
A história para mim foi o que mais sobressaiu do filme, e aquele fim então...
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
-
Musicslave
- Especialista

- Posts: 1156
- Joined: July 4th, 2007, 11:33 am
- Location: Águeda
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
eu vi em casa e por vezes pensava: isto em imax deve ser do outro mundo. mas não se pode ter tudo e se o adorei em casa imagino em imax.
thx, o argumento está lá, agora quanto a mim não é um argumento que me deixe deslumbrado, para mim cumpre perfeitamente o papel mas podia ser melhor, o que se destaca é a Sandra, essa sim surpreendeu.
já agora o que adoras-te naquele final?
thx, o argumento está lá, agora quanto a mim não é um argumento que me deixe deslumbrado, para mim cumpre perfeitamente o papel mas podia ser melhor, o que se destaca é a Sandra, essa sim surpreendeu.
já agora o que adoras-te naquele final?
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Spoilers Ahead | Spoilers Ahead
Depois de ver o filme nem fiquei o mesmo. Num primeiro momento só me ocorreu uma palavra: obra-prima. Mas depois de o filme assentar e ser reflectido, essa dita palavra ainda teve mais ênfase e protagonismo.
A maneira como isto me agarrou em várias maneiras foi qualquer coisa de espectacular, e se tivesse visto isto no cinema, que foi uma grande falha admito, acho que me tinha levantado da cadeira e batido palmas. Um pouco como o Tree of Life há uns anitos atrás.
Tanto que me deu uma vontade imensa de rever o filme, e curioso que nem é por causa do que levou milhões ao cinema numa 1º estância.
Mas começando pelo que realça mais: visual e a parte técnica. Pelo que li este foi um daqueles filmes que para além de saber aproveitar toda a tecnologia recente, deu ainda um salto quantitativo na sua evolução para futuros cineastas. Um pouco como o Avatar em 2009.
E verdade seja dita que todos os elogios que podem ser dados ao filme nesse aspecto são poucos. O impacto dos cenários são tão reais, tão bem conseguidos, tão... quase que nem dava para acreditar. Depois, e para complementar ainda mais tamanha poesia visual, Cuaron mexeu a câmara com uma mestria como poucos sabem. O foco ao detalhe, os planos enquadrados numa perspectiva que permite viver cada cena ao máximo ou mesmo os long shots para o suspense estar sempre no seu clímax mais alto, são pormenores que fazem toda a diferença nesta fotografia. Belíssima, mesmo. Algo que também continuou nessa onda de genialidade, foi a OST quase irrepreensível. Estou ouvi-la enquanto escrevo este post, porque realmente foi algo que elevou bastante a qualidade da visualização.
No meio disto tudo só houve 2 pormenores que não gostei muito. - E ainda continuando na OST, foi a terem prolongado em demasia ou neste caso a terem usado em partes desnecessárias. Havia ali momentos que o espectador merecia e era imperial o silêncio do espaço para reflectir e interiorizar cada frame. O outro pormenor foram 2 cenas que diria escusadas que fizeram lembrar o Neo/Smith do Matrix Reloaded/Revolutions (quem viu sabe do que falo) onde neste caso a gaja foi feita com um CGI bastante denunciado. Num filme tão bem conseguido a todos os níveis, este foi quase como a sua ovelha negra. Mas nada de significante ou importância maior, claro. Apenas um mero reparo.
Indo agora ao que interessa e o mais falado/criticado. O argumento. Verdade que a história é super simples? Sim. Simplório? Talvez. Curto e directo? Sem dúvida alguma. Mas que tem tanta, mas tanta substância para absorver, reflectir, interiorizar que a própria história passa completamente para 2º plano. Eu até diria que o argumento é uma simples parábola para algo muito, mas muito maior que ele.
Eu vi o filme como se ele estivesse dividido em 3 fases distintas e cada uma rica em situações filosóficas como de metáforas:
1º fase - Uma pessoa como outra qualquer que tem os seus problemas ditos normais, e chega ao espaço com dúvidas existencialistas e sobre tudo com falta de confiança. E quando algo não podia correr pior, é quando corre mesmo (Leis de Murphy). Ela vê-se embrulhada numa luta pelo medo, pela sobrevivência mas que acima de tudo parecia a ter reabilitado de certa forma para conseguir seguir em sempre. Embora tudo parecia estar a seguir o seu curso lindamente para uma possivel salvação, ela tem que reviver o pior momento da sua vida, neste caso era deixar ir o seu companheiro. Já quando perdeu a filha foi traumatizante, perder outra vez alguém que a podia salvar e ter o conforto de outra pessoa na solidão do espaço é no mínimo desconfortante.
2º fase - Finalmente ela entra na nave Russa e fica naquela posição fetal de um bebé dentro da barriga, como se estivesse a nascer de novo tendo em conta todos os momentos que passou até então. Shot esse que para alguns foi escusado ou pretensioso, mas a visão que tenho dele é de um significado enorme e que acaba por traçar uma linha de esperança no que foi o antes e o que pode ser o depois.
Claro que tudo o que é bom não dura para sempre, e os seus problemas voltaram ao de cima mais ainda perante a impotência que enfrentava, sensação essa que é do mais frustrante que pode haver. Onde teve momentos que mesmo não querendo lutar ou neste caso morrer, como ninguém quer, teve que aceitar a sua morte como um dado adquirido. Isto quando surge o seu companheiro na forma de consciência que sempre foi o seu anjo da guarda "lá em cima", e que a tentou sempre chamar a racionalidade da situação e ao mesmo tempo tentar impor a ideia que a vida tem os seus altos e baixos e há que viver com isso. Basicamente dando força e coragem para continuar a sua viagem.
3º fase - Quando ela volta outra vez a si e tenta largar/combater os seus medos, consegue safar-se quando antes parecia resignada a morrer.
Finalmente chega à Terra, onde vai existir o momento mais marcante e simbólico de todo filme. Ela ao nadar desde o fundo lago até à costa, rastejando para fora dele, tentando levantar-se enquanto pelo meio vai dando valor ás pequenas coisas que antes não significavam nada, mas que naquele momento era como se fossem o mais importante do mundo para ela; e quando finalmente consegue ficar erecta num claro renascimento da sua pessoa quer física quer psicológica. Que acaba por concluir o seu estágio final e um (re)começo de uma nova vida.
Ainda que nessa cena em particular, há um certo paralelismo com a Teoria da Evolução como nos céus os detritos do vaivém em forma de meteoritos.
Isto foi só um apanhado no meu posto de vista, das várias etapas do percurso da personagem. Pelo meio claro que há muito mais para discutir e acima de tudo sentir. Muitas das vezes nem dá para meter por palavras, visto que é um filme muito próprio e ambíguo nas emoções.
Como já tinha dito em cima, realmente foi uma experiência única ver este Gravity. Não sei como vai ser o replay value dele, mas claramente que pode fazer parte dos meus preferidos a curto/médio prazo. Só o tempo dirá.
9.5/10
Depois de ver o filme nem fiquei o mesmo. Num primeiro momento só me ocorreu uma palavra: obra-prima. Mas depois de o filme assentar e ser reflectido, essa dita palavra ainda teve mais ênfase e protagonismo.
A maneira como isto me agarrou em várias maneiras foi qualquer coisa de espectacular, e se tivesse visto isto no cinema, que foi uma grande falha admito, acho que me tinha levantado da cadeira e batido palmas. Um pouco como o Tree of Life há uns anitos atrás.
Tanto que me deu uma vontade imensa de rever o filme, e curioso que nem é por causa do que levou milhões ao cinema numa 1º estância.
Mas começando pelo que realça mais: visual e a parte técnica. Pelo que li este foi um daqueles filmes que para além de saber aproveitar toda a tecnologia recente, deu ainda um salto quantitativo na sua evolução para futuros cineastas. Um pouco como o Avatar em 2009.
E verdade seja dita que todos os elogios que podem ser dados ao filme nesse aspecto são poucos. O impacto dos cenários são tão reais, tão bem conseguidos, tão... quase que nem dava para acreditar. Depois, e para complementar ainda mais tamanha poesia visual, Cuaron mexeu a câmara com uma mestria como poucos sabem. O foco ao detalhe, os planos enquadrados numa perspectiva que permite viver cada cena ao máximo ou mesmo os long shots para o suspense estar sempre no seu clímax mais alto, são pormenores que fazem toda a diferença nesta fotografia. Belíssima, mesmo. Algo que também continuou nessa onda de genialidade, foi a OST quase irrepreensível. Estou ouvi-la enquanto escrevo este post, porque realmente foi algo que elevou bastante a qualidade da visualização.
No meio disto tudo só houve 2 pormenores que não gostei muito. - E ainda continuando na OST, foi a terem prolongado em demasia ou neste caso a terem usado em partes desnecessárias. Havia ali momentos que o espectador merecia e era imperial o silêncio do espaço para reflectir e interiorizar cada frame. O outro pormenor foram 2 cenas que diria escusadas que fizeram lembrar o Neo/Smith do Matrix Reloaded/Revolutions (quem viu sabe do que falo) onde neste caso a gaja foi feita com um CGI bastante denunciado. Num filme tão bem conseguido a todos os níveis, este foi quase como a sua ovelha negra. Mas nada de significante ou importância maior, claro. Apenas um mero reparo.
Indo agora ao que interessa e o mais falado/criticado. O argumento. Verdade que a história é super simples? Sim. Simplório? Talvez. Curto e directo? Sem dúvida alguma. Mas que tem tanta, mas tanta substância para absorver, reflectir, interiorizar que a própria história passa completamente para 2º plano. Eu até diria que o argumento é uma simples parábola para algo muito, mas muito maior que ele.
Eu vi o filme como se ele estivesse dividido em 3 fases distintas e cada uma rica em situações filosóficas como de metáforas:
1º fase - Uma pessoa como outra qualquer que tem os seus problemas ditos normais, e chega ao espaço com dúvidas existencialistas e sobre tudo com falta de confiança. E quando algo não podia correr pior, é quando corre mesmo (Leis de Murphy). Ela vê-se embrulhada numa luta pelo medo, pela sobrevivência mas que acima de tudo parecia a ter reabilitado de certa forma para conseguir seguir em sempre. Embora tudo parecia estar a seguir o seu curso lindamente para uma possivel salvação, ela tem que reviver o pior momento da sua vida, neste caso era deixar ir o seu companheiro. Já quando perdeu a filha foi traumatizante, perder outra vez alguém que a podia salvar e ter o conforto de outra pessoa na solidão do espaço é no mínimo desconfortante.
2º fase - Finalmente ela entra na nave Russa e fica naquela posição fetal de um bebé dentro da barriga, como se estivesse a nascer de novo tendo em conta todos os momentos que passou até então. Shot esse que para alguns foi escusado ou pretensioso, mas a visão que tenho dele é de um significado enorme e que acaba por traçar uma linha de esperança no que foi o antes e o que pode ser o depois.
Claro que tudo o que é bom não dura para sempre, e os seus problemas voltaram ao de cima mais ainda perante a impotência que enfrentava, sensação essa que é do mais frustrante que pode haver. Onde teve momentos que mesmo não querendo lutar ou neste caso morrer, como ninguém quer, teve que aceitar a sua morte como um dado adquirido. Isto quando surge o seu companheiro na forma de consciência que sempre foi o seu anjo da guarda "lá em cima", e que a tentou sempre chamar a racionalidade da situação e ao mesmo tempo tentar impor a ideia que a vida tem os seus altos e baixos e há que viver com isso. Basicamente dando força e coragem para continuar a sua viagem.
3º fase - Quando ela volta outra vez a si e tenta largar/combater os seus medos, consegue safar-se quando antes parecia resignada a morrer.
Finalmente chega à Terra, onde vai existir o momento mais marcante e simbólico de todo filme. Ela ao nadar desde o fundo lago até à costa, rastejando para fora dele, tentando levantar-se enquanto pelo meio vai dando valor ás pequenas coisas que antes não significavam nada, mas que naquele momento era como se fossem o mais importante do mundo para ela; e quando finalmente consegue ficar erecta num claro renascimento da sua pessoa quer física quer psicológica. Que acaba por concluir o seu estágio final e um (re)começo de uma nova vida.
Ainda que nessa cena em particular, há um certo paralelismo com a Teoria da Evolução como nos céus os detritos do vaivém em forma de meteoritos.
Isto foi só um apanhado no meu posto de vista, das várias etapas do percurso da personagem. Pelo meio claro que há muito mais para discutir e acima de tudo sentir. Muitas das vezes nem dá para meter por palavras, visto que é um filme muito próprio e ambíguo nas emoções.
Como já tinha dito em cima, realmente foi uma experiência única ver este Gravity. Não sei como vai ser o replay value dele, mas claramente que pode fazer parte dos meus preferidos a curto/médio prazo. Só o tempo dirá.
9.5/10
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Como tu também gostaria imenso de o ver em IMAX, mas para mim muita gente iludiu-se com a parte técnica do filme, de tal modo que lhes passou ao lado a história que está implícita em "Gravity".eu vi em casa e por vezes pensava: isto em imax deve ser do outro mundo. mas não se pode ter tudo e se o adorei em casa imagino em imax.
Muita gente foi apenas ver um filme de uma mulher que se perde no espaço e que consegue sobreviver, pronto.
Muita gente também não compreendeu que Alfonso Cuarón não quis deslumbrar ninguém com este filme. Se fores ver a sua biografia ao IMDb vais entender que Cuarón sempre quis ser 2 coisas desde pequeno - realizador e astronauta.thx, o argumento está lá, agora quanto a mim não é um argumento que me deixe deslumbrado, para mim cumpre perfeitamente o papel mas podia ser melhor, o que se destaca é a Sandra, essa sim surpreendeu.
Agora percebes que "Gravity" foi apenas a concretização de um sonho de criança deste realizador mexicano de 53 anos. Tenho a certeza que quando ele fez o filme não foi a pensar em oscars (basta ver como ele ficou surpreendido com as nomeações da academia) mas apenas porque ele tinha, já há muito tempo,a ideia de concretizar uma experiência assim.
Foi essa a razão principal para embarcar neste projecto, digamos que para ele foi como matar 2 coelhos de uma cajadada, disparada com imenso prazer.
L O T S O F S P O I L E R S
Ele teve uma ideia simplesmente genial.
Pegou numa história e projectou-a para um limiar a 600 km acima de nós, para uma fronteira invisível com dois lados mortais. Colocou uma astronauta a vaguear no espaço, sozinha, perdida, com muito medo e onde a única saída dessa situação é uma entrada. É aí que a palavra "gravity" toma relevo porque torna-se de uma importância vital para a personagem criada pelos Cuarón (Alfonso e seu filho Jonás), pois só essa gravidade é que a pode salvar, "puxando-a" novamente para casa. Irá ser assim a melhor amiga da Drª Stone, pois sem ela a astronauta nunca teria meios para regressar ao seu lar.
Daí todo o filme ser uma luta passada entre a gravidade do nosso planeta, cujo atrito derrete aço, e o gélido e traiçoeiro vazio movediço do espaço.
Digamos que a gravidade aqui funciona como um amigo que nos puxa da morte certa, como que a dizer - "Anda cá....volta para aqui!!"
Não vejo "Gravity" como um mero filme, para mim é, sem dúvida nenhuma, uma metáfora universal.
Enquanto que outros viram um filme com uma mulher no espaço eu vi imensos "filmes" de casos reais, que se passam um pouco por todo este planeta.
Vi milhares de situações verídicas de gente que nas suas vidas passaram por episódios traumáticos e dolorosos mas que, por alguma ajuda divina, força espiritual ou apenas por uma questão de FÉ, conseguiram ultrapassar essa fase.
Lembro-me assim de repente deste episódio, que serve de bom exemplo para o que estou a falar :
http://m.g1.globo.com/mundo/noticia/201 ... zalez.html
No filme ouvimos a Drª Ryan Stone a confessar que perdeu a sua filha de 4 anos, aqui neste episódio real do link, ouvimos dizer que uma criança de 5 anos perdeu a sua mãe.
A pergunta que se coloca é :
Qual será a experiência mais dolorosa, uma mãe perder uma filha ou um filho perder uma mãe??
Mais uma vez entra aqui a sensibilidade de cada um. Enquanto que para alguém do público, uma situação destas apresentada em filme, é apenas mais um "cliché" repetitivo, para outros é o suficiente para ficar com o coração apertado e ficarem com os olhos vidrados.
Uma coisa é pensar nisso, outra bem diferente é passar por isso, e tenho a certeza que grande parte do sucesso deste filme está exactamente nos milhões de pessoas que se identificaram, por alguma razão, com a história de "Gravity".
Alguém aqui terá a real noção do que será sentir a perda de um filho de 4 anos?
Claro, todos podemos ter essa noção...e a DOR??
Uma vez ouvi alguém dizer (penso que foi num filme) que não existe nada mais triste na vida do que um pai ver um filho "partir" à sua frente. Nenhuns pais deveriam passar por isso.
Posso apontar outros exemplos que se enquadrem no contexto deste belo filme, como a luta pela sobrevivência, casos de coragem e/ou de superação pessoal como os casos de recuperação total de toxicodependentes que "bateram" no fundo, dos inúmeros casos de doenças cancerígenas, casos de soldados que sobrevivem em combate, casos de atletas desportivos que sofrem acidentes (veja-se o caso actual de Schumacher ), entre muitos outros que poderia dar, exemplos reais, quotidianos, que estão espalhados por todo este planeta.
A moral que se pode retirar daqui é simples :
Quem ultrapassa o que esta mulher ultrapassou, contra todas as expectativas, consegue vencer tudo na vida. É esta a lição de Alfonso Cuarón.
Tanta coisa...já agora o que adoras-te naquele final?
Para começar a simbologia do passo em si que representa a vitória, uma clara alusão de conquista. Depois vemos as suas pernas entorpecidas pela carência que os seus pés sofreram no espaço e a imagem fabulosa do seu contacto com a areia, o seu desiquilibrio, tal como uma criança que começa a andar pela primeira vez, que nos remete automaticamente para o início de uma nova etapa na vida na Drª Stone, um passo em direcção ao seu novo futuro, à sua nova vida. Sim, nova vida, afinal o que esperar de uma mulher, única sobrevivente de a uma tragédia espacial, que aterra novamente neste planeta sem ninguém saber??
As entrevistas, a fama, o exemplo de uma heroína, uma história para um livro,...um filme!?
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Os efeitos especiais fizeram por este filme aquilo que não conseguiram com o Avatar (e que na altura foi anunciado com grande pompa a propósito disto mesmo): parecerem reais. Pelo menos segundo a minha percepção.
Não sei de que é que gostei mais no Gravity, se foi da experiência "técnica" (que basicamente me colocou no espaço - bem à frente de tudo o que já vi até agora), se foi pela mensagem e pela forma como vai sendo passada, com pequenas metáforas e alusões pelo meio - uma mensagem fortíssima, vasta no alcance sentimental e espiritual, fundida num enredo linear, de fácil interiorização. Em termos de "encaixe entre as peças", resultou tudo na perfeição.
Não sei de que é que gostei mais no Gravity, se foi da experiência "técnica" (que basicamente me colocou no espaço - bem à frente de tudo o que já vi até agora), se foi pela mensagem e pela forma como vai sendo passada, com pequenas metáforas e alusões pelo meio - uma mensagem fortíssima, vasta no alcance sentimental e espiritual, fundida num enredo linear, de fácil interiorização. Em termos de "encaixe entre as peças", resultou tudo na perfeição.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Os posts deste tópico revelam a magia do cinema na sua real aceção da palavra
.
Vejo que muitos users interpretaram o filme de uma maneira que nem o realizador ao fazê-lo pensou nisso. "Gravidade" é, para mim muito bom, tem um argumento, interpretações e realização muito competentes mas está muito longe de ser a obra prima de outros autores que fizeram outros filmes do género. Mas mesmo assim seria magnifico a ficção cientifica ser premiada nos Óscares. Nunca aconteceu antes e era bom acontecer com este filme apesar de estar longe, para mim, de ser perfeito.
Vejo que muitos users interpretaram o filme de uma maneira que nem o realizador ao fazê-lo pensou nisso. "Gravidade" é, para mim muito bom, tem um argumento, interpretações e realização muito competentes mas está muito longe de ser a obra prima de outros autores que fizeram outros filmes do género. Mas mesmo assim seria magnifico a ficção cientifica ser premiada nos Óscares. Nunca aconteceu antes e era bom acontecer com este filme apesar de estar longe, para mim, de ser perfeito.
"Sempre as horas,as horas,as horas......"
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Infelizmente "Gravity" vai padecer do mesmo mal que muitos outros filmes, que é o de ter sido feito só agora, depois de muitos outros filmes do género.
Vai sofrer comparações, vai a ringue com pesos-pesados da indústria cinematográfica, mas para mim isso não importa nada.
"Gravity" vai se tornar num clássico por ser um filme único, e um filme assim não merece ser colocado em qualquer tipo de balança. Podia ser melhor, não acredito, podia ser pior, talvez, mas o que realmente importa é que o filme vale pelo seu peso.
Oscar de melhor realização para Alfonso Cuarón por favor, que bem merece, acima de tudo por ainda ir cimentar mais o seu sonho de menino
.
Vai sofrer comparações, vai a ringue com pesos-pesados da indústria cinematográfica, mas para mim isso não importa nada.
"Gravity" vai se tornar num clássico por ser um filme único, e um filme assim não merece ser colocado em qualquer tipo de balança. Podia ser melhor, não acredito, podia ser pior, talvez, mas o que realmente importa é que o filme vale pelo seu peso.
Oscar de melhor realização para Alfonso Cuarón por favor, que bem merece, acima de tudo por ainda ir cimentar mais o seu sonho de menino
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Gravity (2013) - Alfonso Cuarón
Curioso que para escrever esta minha pequena review, deu-me um prazer enorme reviver mentalmente cada situação mas ao mesmo tempo era como se tivesse a ver o filme pela 2º vez tendo em conta a maneira como o esmiuçava.
Sensação brutal.
Sensação brutal.
