Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Moderators: waltsouza, mansildv
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
A grandeza do filme não é o argumento em si, pois trata-se de uma simples e corriqueira história como muitas outras demonstradas neste mundo que é o cinema. Já vi muita coisa igual, e melhor até.
Existem mil maneiras de contar uma mesma história.
A grandeza e beleza deste filme está na forma como foi filmado.
Isto é como na arte da cozinha em que metes 20 pessoas a fazer receitas muito simples, e desses 20 pratos vais comer 19 e saborear 1. Por alguma razão era melhor, mais bem confeccionado, apesar dos ingredientes serem os mesmos. Por isso é que existem cozinheiros e mestres de cozinha.
Se é assim tão difícil perceber uma coisa assim tão simples então estou realmente a perder aqui o meu tempo.
Existem mil maneiras de contar uma mesma história.
A grandeza e beleza deste filme está na forma como foi filmado.
Isto é como na arte da cozinha em que metes 20 pessoas a fazer receitas muito simples, e desses 20 pratos vais comer 19 e saborear 1. Por alguma razão era melhor, mais bem confeccionado, apesar dos ingredientes serem os mesmos. Por isso é que existem cozinheiros e mestres de cozinha.
Se é assim tão difícil perceber uma coisa assim tão simples então estou realmente a perder aqui o meu tempo.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
THX, para mim não se trata de uma questão de simplicidade em perceber algo que é simples. Trata-se de aceitar que o prato que é saboreado, de entre os vinte, varia consoante a pessoa que o prova. O "melhor e mais bem confeccionado" varia conforme o "avaliador". Não há um que esteja mais certo que outro por supostamente "ter melhor paladar". De que serve esse paladar a alguém que tem outro paladar?THX wrote:Isto é como na arte da cozinha em que metes 20 pessoas a fazer receitas muito simples, e desses 20 pratos vais comer 19 e saborear 1. Por alguma razão era melhor, mais bem confeccionado, apesar dos ingredientes serem os mesmos. Por isso é que existem cozinheiros e mestres de cozinha.
Se é assim tão difícil perceber uma coisa assim tão simples então estou realmente a perder aqui o meu tempo.
O prato que temos neste momento à mesa - o Only God Forgives - é devorado por alguns que ficam a chorar por mais e vomitado por outros que o comparam a excremento. Quem tem razão? Há alguém que tenha mais do que os outros?
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Aquilo que se discute aqui tem valor.Eh pah, tanto palavriado, tanta discussão, tanta troca de argumentos, tanta coisa.
Aquilo que os cinéfilos vão buscar para defender/criticar um mero filme.
Porra, eu acho que há pessoas que pensam e refletem em DEMASIA o cinema, os filmes que veêm.
O povo português sofre de um grande mal na sua generalidade que é discutir muito futebol, a vida alheia e as porcarias dos “programas cor de rosa” que passam nas tv’s.
Discutir cultura ou politica chateia muito e depois queixam-se de termos o povo/país que temos.
Ninguém é obrigado a falar sobre o filme mais do que o que acham que ele merece. No tópico do filme pipoca “Man of Steel” falou-se muito mais do que neste, e ainda por cima alguns membros andaram a divagar sobre uma ficção que de reflexão concreta pouco tinha.
Neste momento eu e o Samwise estamos a debater ideias, a comentar um filme no tópico criado para o mesmo, estamos a falar de cinema numa secção de cinema e filmes por isso não vejo qual poderá ser o problema. Posso continuar a intervir neste tópico as vezes que quiser, falando como quiser e com quem quiser. Se outros acham que não há mais nada a dizer sobre este filme a não ser que gerou mais casca que polpa o problema é deles.
O bom destas conversas é que podem sempre despertar interesse a quem um dia mais tarde ganhe vontade para ver um filme que pode muito bem nem saber da sua existência na altura.
Agora voltando ao tema que realmente interessa :
Já pensaste que poderá ser o cozinheiro?Quem tem razão? Há alguém que tenha mais do que os outros?
Engraçado que fales mais uma vez na "razão", essa palavra complexamente misteriosa, que me deu tanta dor de cabeça nas aulas de Filosofia, mas adorando sempre todas as discussões que a mesma suscitou na sala de aula.
Samwise, estás a chegar lá...estás a chegar ao ponto da questão dos 100.000 dollars.
Melhor do que questionares quem tem razão...pergunta antes o QUE É a razão.
"Só Deus perdoa" está impregnado de imensas questões filosóficas onde a tal "razão", com todas as suas pertinências, serve de base a todo o enredo que Nicolas tão bem engendrou. Está lá semeada por todos os cantos, por vezes escondida, mas sempre lá. E atenção que eu estou clara e objectivamente a falar do filme em si, não entrando em divagações estéreis e subjectivas.
Last edited by THX on February 21st, 2014, 2:18 pm, edited 1 time in total.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
THX, isto é sintomático das tuas abordagens - a tal "desconversa" derivativa que te apontei anteriormente, e que torna estas discussões em exercícios escapistas da tua parte.THX wrote:Engraçado que fales mais uma vez na "razão", essa palavra complexamente misteriosa, que me deu tanta dor de cabeça nas aulas de Filosofia, mas adorando sempre todas as discussões que a mesma suscitou na sala de aula.Quem tem razão? Há alguém que tenha mais do que os outros?
Samwise, estás a chegar lá...estás a chegar ao ponto da questão dos 100.000 dollars.
Melhor do que questionares quem tem razão...pergunta antes o QUE É a razão.

Aqui tornas de novo a ignorar as minhas questões para te focares no significado de uma palavra ("razão") e a partir dela falares de outras coisas.
Voltando ao que foi dito, inclusivamente tendo sido "proposto" por ti, a metáfara da culinária: consideras que todas as pessoas que provaram os pratos devam necessáriamente escolher um deles (o mesmo) como o melhor, ou aceitas que haja pessoas com gostos a paladares distintos, cada um deles tão válido quanto os outros? Isto, independentemente da questão da "qualidade dos ingredientes" e "carinho" na confeção...
Se quiseres debater a natureza e o significado da palavra "razão" podes contar comigo, mas não aqui neste tópico.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Achas que eu estou a ser escapista??? Não vás por aí...[...]ou aceitas que haja pessoas com gostos a paladares distintos, cada um deles tão válido quanto os outros? Isto, independentemente da questão da "qualidade dos ingredientes" e "carinho" na confeção...
Se calhar estou é a ser frontal demais, para escapar nem vinha mais aqui.
Acho que já te respondi a isso que está a negrito, mas tu ainda não percebeste. Percebeste ao menos o porquê de eu te ter dito que tu nunca poderás ser um genuíno artista??
Escapou-te não foi?
Respondo-te com esta pergunta :
Achas normal alguém provar chocolate doce dizendo que é amargo, ou vais já dizer que isso depende das papilas gustativas de cada um?
As características físicas humanas são comuns a toda a nossa espécie, ou estarei errado?
Estarei a desconversar outra vez?
Pensas que me estás a colocar entre a espada e a parede quando atrás de ti está um precipício.
O ácido do sumo de um limão é doce para alguém?
Pode haver é quem goste mais do sabor amargo do chocolate preto ou aprecie a acidez do limão, e aí sim, estamos a falar de GOSTOS, e gostos há muitos, mas isso não importa para NADA, porque o sumo do limão É ácido e o chocolate preto É amargo, e vão continuar a sê-lo para sempre.
Podem dizer o que quiserem do filme, o realizador já disse saber que é "amargo" para uns e "doce" para outros, mas que o filme dele conseguiu dividir opiniões entre dois extremos e isso é obra, porque normalmente um filme é muito amado ou completamente arrasado e tu aqui consegues perceber que "Only God Forgives" dividiu os "paladares" de meio mundo.
Eu pessoalmente preferia fazer um filme desses do que um que não merecesse minimamente a tinta da minha escrita.
E afinal fala-se tanto sobre este filme porquê??
Por ser muito bom...ou por ser muito mau??
Tenta responder de uma forma objectiva p.f.
Last edited by THX on February 21st, 2014, 3:33 pm, edited 1 time in total.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Eu acho que me vou repetir, e a conversa nem e propriamente comigo, mas como estamos num forum...THX wrote:Achas que eu estou a ser escapista??? Não vás por aí...[...]ou aceitas que haja pessoas com gostos a paladares distintos, cada um deles tão válido quanto os outros? Isto, independentemente da questão da "qualidade dos ingredientes" e "carinho" na confeção...
Se calhar estou é a ser frontal demais, para escapar nem vinha mais aqui.
Acho que já te respondi a isso que está a negrito, mas tu ainda não percebeste. Percebeste ao menos o porquê de eu te ter dito que tu nunca poderás ser um genuíno artista??
Escapou-te não foi?
Respondo-te com esta pergunta :
Achas normal alguém provar chocolate doce dizendo que é amargo, ou vais já dizer que isso depende das papilas gustativas de cada um?
As características físicas humanas são comuns a toda a nossa espécie, ou estarei errado?
Estarei a desconversar outra vez?
Pensas que me estás a colocar entre a espada e a parede quando atrás de ti está um precipício.
O ácido do sumo de um limão é doce para alguém?
Pode haver é quem goste mais do sabor amargo do chocolate preto ou aprecie a acidez do limão, e aí sim, estamos a falar de GOSTOS, e gostos há muitos, mas isso não importa para NADA, porque o sumo do limão É ácido e o chocolate preto É amargo, e vão continuar a sê-lo para sempre.
Podem dizer o que quiserem do filme, o realizador já disse saber que é "amargo" para uns e "doce" para outros, mas que o filme dele conseguiu dividir opiniões entre dois extremos e isso é obra, porque normalmente um filme é muito amado ou completamente arrasado e tu aqui consegues perceber que "Only God Forgives" dividiu os "paladares" de meio mundo.
Eu pessoalmente preferia fazer um filme desses do que um que não merecesse minimamente a tinta da minha escrita.
E afinal fala-se tanto sobre este filme porquê??
Por ser muito bom...ou por ser muito mau??
Tenta responder de uma forma objectiva p.f.
Fazendo do cinema culinaria, o filme pode ser doce ou amargo, mas como dizes, ha quem prefira coisas amargas portanto nao da pra tirar nenhuma conclusao dessa analogia. Alem de que o amargo e o doce nao sao sinonimos de bom ou mau, isso ja e subjetivo.
THX, este topico pode ter muitos comentarios, mas convenhamos que muitos nem sao sobre o filme...
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Para quem interessar. Leiam que vale a pena :
http://hojeviviumfilme.blogspot.pt/2013 ... y-god.html
A melhor critica que li sobre este filme por traduzir exactamente o que eu penso do mesmo
Excelente!!
Quem a faz (e muito bem) no seu blog é só a Inês Moreira Santos, que para quem não sabe é redatora e editora de cinema no "Espalha-Factos".
Só de ler esta frase fiquei ainda mais convencido que estou a remar no sentido certo e que outros estão apenas a ir ao sabor da corrente :
http://hojeviviumfilme.blogspot.pt/2013 ... y-god.html
A melhor critica que li sobre este filme por traduzir exactamente o que eu penso do mesmo
Excelente!!
Quem a faz (e muito bem) no seu blog é só a Inês Moreira Santos, que para quem não sabe é redatora e editora de cinema no "Espalha-Factos".
Só de ler esta frase fiquei ainda mais convencido que estou a remar no sentido certo e que outros estão apenas a ir ao sabor da corrente :
Martelei tanto nesta tecla..."Requere-se, sobretudo, sensibilidade - física e psicológica - para chegar ao âmago de Só Deus Perdoa".
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Ahahaha! Indeed!bretes wrote:

«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
THX wrote:Martelei tanto nesta tecla..."Requere-se, sobretudo, sensibilidade - física e psicológica - para chegar ao âmago de Só Deus Perdoa".

Depois com mais tempo comento o teu post anterior.
Em todo o caso, gostei de ler a opinião. Parece-me sobretudo bem estruturada e elaborada.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
A Inês é a minha "boss" e, tal como ela, alguns dos meus colegas do EF incluíram o OGF nos seus tops 10 do ano passado (e acabou por constar entre as dez escolhas finais: http://www.espalhafactos.com/2013/12/30 ... -do-ano-3/). Foi curioso porque, no meio de tanta crítica negativa, sobressaiu a opinião dela e de muitos outros bloggers que elogiaram bastante o filme. Foi por causa desta crítica que fiquei com vontade de ver o filme, e daqui a uns tempinhos devo fazê-lo, apesar de não admirar o trabalho do Refn.THX wrote:Para quem interessar. Leiam que vale a pena :
http://hojeviviumfilme.blogspot.pt/2013 ... y-god.html
A melhor critica que li sobre este filme por traduzir exactamente o que eu penso do mesmo
Excelente!!
Quem a faz (e muito bem) no seu blog é só a Inês Moreira Santos, que para quem não sabe é redatora e editora de cinema no "Espalha-Factos".

Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Então o que é que aconteceu ao 'Que se lixem os críticos?'THX wrote:Quem a faz (e muito bem) no seu blog é só a Inês Moreira Santos, que para quem não sabe é redatora e editora de cinema no "Espalha-Factos".

-----------------------
Annina: Monsieur Rick, what kind of a man is Captain Renault?
Rick: Oh, he's just like any other man, only more so.
Annina: Monsieur Rick, what kind of a man is Captain Renault?
Rick: Oh, he's just like any other man, only more so.
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Começando pelo fim, não entendo o propósito deste pedido:
As duas primeiras questões parecem-me auto-evidentes. Discordo total e frontalmente do que pensas no terceiro caso. O gosto (e a sensibilidade, e tudo aquilo que difere de pessoa para pessoa, por nascimento e experiência) é aquilo que de mais importante há para nos distinguir enquanto assimiladores/apreciadores do mundo que nos rodeia. É não só aquilo que permite a subjectividade na expressão artística, como uma das características que nos definem como pessoas diferentes umas das outras em todos os aspectos da vida. O amargo e o ácido por si só não têm qualquer importância se não forem experimentados e avaliados por alguém, num processo de complementaridades - uma parte sem a outra não funciona. Dessa avaliação, importa extrair o que é que o ácido e o amargo significam para quem os provou. Não o que são, mas o que significam. Se são agradáveis ou desagradáveis e se levam à repetição do consumo. Não é o facto do chocolate preto ser amargo que leva uma pessoa a consumí-lo ou a afastar-se dele. Não é o facto de outra pessoa enaltecer a amargura do chocolate preto que vai levar alguém que não gosta a consumí-lo. É a sensibilidade e o gosto dessa pessoa, em relação ao nível desse amargo, que a levam à escolha (complementaridade). Isto sem colocar de modo algum em causa que o chocolate é amargo, ou sequer que essa amargura possa ser importante. Consegue-se com pouca margem de erro estabelecer que o chocolate preto é amargo - pela parametrização e análise química dos seus componentes, por exemplo -, mas será que é possível definir de forma semelhante se sabe bem? Não! - têm de ser pessoas a provar - algo que de resto sucede nas fábricas de chocolate: há provadores para esse efeito.
É descabido. Não tenho tido outra postura ao longo deste tópico que não seja a de ser objectivo e directo naquilo que escrevo. Também é essa a minha postura na generalidade das participações no DVDMania. Se consideras que por hábito não tenho sido objectivo, fundamenta com exemplos. Podes, de caminho, fundamentar também onde estão os "adjectivos sonantes" e as "figuras de estilo bem aplicadas" com que apresento com frequência a minha "ideologia" neste tópico. Atirar acusações para o ar não as torna verdadeiras. Fundamenta.THX wrote:Tenta responder de uma forma objectiva p.f."
Continuas a cair no erro (ou na desonestidade intelectual) de considerar que os que te estão a ler são parvos ou andam distraídos. Como sabes, escapar não é um termo que designa exclusivamente um "abandono" (de um tópico, fórum, etc.) Há inúmeras formas de escapar a um assunto que não envolvem desaparecer de circulalção. Sim, acho que ao longo deste tópico tens estado a praticar a "bela arte do contorcionismo" - das mais variadas maneiras - apesar de (ou devido a) não faltarem solicitações directas para que forneças explicações. Basta ler os posts para trás e saber contar (até vinte, deve ser suficiente) para se ficar com um ideia daquilo que deixaste por responder. Uma das formas de escape passa, por exemplo, por dizeres que "achas que já respondeste e que eu não percebi a resposta". Em vez de responderes. De forma objectiva. Que é o que me pedes a mim - por favor - para fazer.Achas que eu estou a ser escapista??? Não vás por aí...
Se calhar estou é a ser frontal demais, para escapar nem vinha mais aqui.
Acho que já te respondi a isso que está a negrito, mas tu ainda não percebeste.
Não me escapou - obviamente percebi (não era difícil, face ao contexto em que surgiu a frase), mas optei por não comentar. É irrelevante a tua opinião sobre aquilo que sou ou poderei vir a ser - pelo facto de não me conheceres (no sentido de ser distituida de conhecimentos suficientes para formar argumentos). Ainda assim, se estás com vontade de te exprimir sobre essa particularidade da minha pessoa, não te quero impedir. Não será porventura tão divertido quanto ver um palhaço a actuar perante uma plateia, mas andará certamente pelo mesmo patamar de exposição ao ridículo - num dos casos de forma consciente, no outro de forma inconsciente. Há muitas formas de ser "artista"...Percebeste ao menos o porquê de eu te ter dito que tu nunca poderás ser um genuíno artista??
Escapou-te não foi?
Que criancice. Pareces um puto de 1ª classe no recreio, a gesticular com os colegas.Pensas que me estás a colocar entre a espada e a parede quando atrás de ti está um precipício.
Percebo que queiras associar a argumentção à segurança da "norma" ou da "normalidade", mas para mim isto tem tudo a ver com o contrário: com a diferença inerente à capacidade de apreciação individual, estando ou não esta contra as demais.Achas normal alguém provar chocolate doce dizendo que é amargo, ou vais já dizer que isso depende das papilas gustativas de cada um?
As características físicas humanas são comuns a toda a nossa espécie, ou estarei errado?
O ácido do sumo de um limão é doce para alguém?
Pergunta inconsequente (desonestidade intelectual outra vez?). O facto de poderes não estar a desconversar, desta vez, não limpa as tentativas anteriores (bem sucedidas, de resto).Estarei a desconversar outra vez?
Bom, finalmente algumas afirmações conclusivas: "pode haver quem goste mais de...", "gostos há muitos" e "os gostos não importam para nada."Pode haver é quem goste mais do sabor amargo do chocolate preto ou aprecie a acidez do limão, e aí sim, estamos a falar de GOSTOS, e gostos há muitos, mas isso não importa para NADA, porque o sumo do limão É ácido e o chocolate preto É amargo, e vão continuar a sê-lo para sempre.
As duas primeiras questões parecem-me auto-evidentes. Discordo total e frontalmente do que pensas no terceiro caso. O gosto (e a sensibilidade, e tudo aquilo que difere de pessoa para pessoa, por nascimento e experiência) é aquilo que de mais importante há para nos distinguir enquanto assimiladores/apreciadores do mundo que nos rodeia. É não só aquilo que permite a subjectividade na expressão artística, como uma das características que nos definem como pessoas diferentes umas das outras em todos os aspectos da vida. O amargo e o ácido por si só não têm qualquer importância se não forem experimentados e avaliados por alguém, num processo de complementaridades - uma parte sem a outra não funciona. Dessa avaliação, importa extrair o que é que o ácido e o amargo significam para quem os provou. Não o que são, mas o que significam. Se são agradáveis ou desagradáveis e se levam à repetição do consumo. Não é o facto do chocolate preto ser amargo que leva uma pessoa a consumí-lo ou a afastar-se dele. Não é o facto de outra pessoa enaltecer a amargura do chocolate preto que vai levar alguém que não gosta a consumí-lo. É a sensibilidade e o gosto dessa pessoa, em relação ao nível desse amargo, que a levam à escolha (complementaridade). Isto sem colocar de modo algum em causa que o chocolate é amargo, ou sequer que essa amargura possa ser importante. Consegue-se com pouca margem de erro estabelecer que o chocolate preto é amargo - pela parametrização e análise química dos seus componentes, por exemplo -, mas será que é possível definir de forma semelhante se sabe bem? Não! - têm de ser pessoas a provar - algo que de resto sucede nas fábricas de chocolate: há provadores para esse efeito.
Aceito esta realidade sem contestar, mas espero poder pertencer ao lado dos que não gostaram do filme sem me chamarem de burro e sem que essa ideia seja invocada como suporte para uma qualquer noção de "razão absoluta" da outra parte. E tu, aceitas que se possa ter uma interpretação negativa e válida do filme a partir da sua compreensão (por oposto à sua incompreensão)? Do meu ponto de vista, a compreensão pode influir tanto na aceitação de algo como na sua não aceitação.Podem dizer o que quiserem do filme, o realizador já disse saber que é "amargo" para uns e "doce" para outros, mas que o filme dele conseguiu dividir opiniões entre dois extremos e isso é obra, porque normalmente um filme é muito amado ou completamente arrasado e tu aqui consegues perceber que "Only God Forgives" dividiu os "paladares" de meio mundo.
THX, numa coisa concordo: tem de haver "impacto" na arte para que esta fique na memória e eventualmente passe no "teste do tempo" (embora não seja esse "impacto" que define a arte enquanto arte). Isso é um ponto assente que não coloco em causa. Contudo, entre fazer uma obra que "impacte" pela negativa e uma que passe indiferente aos olhos do público, prefiro fazer uma que impacte pela pela positiva (haha). De outra forma, prefiro estar quieto e guardar tais falhanços "dentro da gaveta", por mais "saída" que possam eventualmente ter. O "choque" pelo "choque" é uma ideia que se encerra em si própria - porque deixa de ter qualquer ligação ao conteúdo, ao estilo, e em último caso às emoções, porque é feito de forma falsa, sem sustento. Essa forma de "arte" dispenso. O tipo de memória que guardo do Only God Forgives é semelhante à de um desastre de automóvel - um coisa estúpida, dolorosa, sem sentido, mas de certa forma marcante. O tipo de marca que preferia não ter, e que necessariamente se há-de evaporar com o tempo.Eu pessoalmente preferia fazer um filme desses do que um que não merecesse minimamente a tinta da minha escrita.
Não faço a mais pequena ideia se se fala muito ou pouco do filme. Podes fundamentar a ideia de que se "fala muito" sobre ele?E afinal fala-se tanto sobre este filme porquê??
Tanto uma como outra geram conversa. Não se qual delas estará a gerar mais hits neste caso.Por ser muito bom...ou por ser muito mau??
Last edited by Samwise on February 24th, 2014, 12:16 pm, edited 2 times in total.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Até podias ter sido tu a escrever a critica, com mais ou menosEntão o que é que aconteceu ao 'Que se lixem os críticos?'


Eu nunca negligenciei criticas destas, perfeitas, de quem sabe ver o cinema como ele é.
Criticas como esta, tão maravilhosamente elaboradas, tão inteligentemente equilibradas, são para ser valorizadas. Eu apenas identifiquei-me a 100% com a dita, MAS se eu não tivesse gostado nada do filme teria de aceitar que a critica está muito bem feita na mesma, pois foi feita com pés e cabeça.
Tenho lido muitas outras sobre este filme, mas só aceito aquelas onde as pessoas consigam explicar muito bem o porquê de terem, ou não, gostado deste filme.
Nem toda a gente sabe demonstrar isso de uma forma imparcial.
Last edited by THX on February 24th, 2014, 12:33 pm, edited 1 time in total.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
O que tu dissestes foi mesmo: "que se lixem os críticos".THX wrote:Eu nunca negligenciei criticas destas, perfeitas, de quem sabe ver o cinema como ele é.
Afinal em que ficamos? Que se lixem só aqueles que não escrevam "críticas perfeitas", e os que "não sabem ver o cinema como ele é"?
Como é que "é o cinema", THX, és tu que sabes?
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva