Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Moderators: waltsouza, mansildv
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
THX: Nessa segunda crítica dá-se um argumento que começa a ser intolerável. O exemplo do sucesso posterior de Blade Runner e outros filmes mal amados na sua estreia não nos diz que todas as obras que são ao mesmo tempo odiadas e adoradas possam granjear esse mesmo estatuto. Isso é muito raro de acontecer, e filmes polémicos como o «Only God Forgives» é o que de mais abunda.
Atenção: ainda não vi o filme, quis só comentar uma das críticas...
			
			
									
						
										
						Atenção: ainda não vi o filme, quis só comentar uma das críticas...
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Rui, isso é daquelas coisas que podem ser sempre muito discutíveis, muito mesmo.
O "Blade Runner" nunca foi um filme mal amado, foi sim um filme incompreendido e muito "under rated" na altura que passou ao lado de muita gente, tal como eu acho que muitos outros são. Teve a infelicidade de estrear num ano "mau", quando estreou também o fenómeno de Spielberg que encantou e deslumbrou o mundo - "E.T".
Foi esse filme (entre outros) que roubou toda a notoriedade a "Perigo Eminente" quando estreou nos cinemas no ano de 1982.
Eu gostei tanto deste "Só Deus Perdoa" como gostei do "Crash" do Cronenberg quando estreou. Na altura arrasaram o filme com as piores criticas possíveis, mas ainda hoje muita gente quer ver esse estranho e polémico filme, por alguma razão. Dizem que é um filme para anormais, pois então eu não tenho vergonha de dizer que sou um deles e como um user do IMDb escreveu no fim da sua critica :
			
			
									
						
							O "Blade Runner" nunca foi um filme mal amado, foi sim um filme incompreendido e muito "under rated" na altura que passou ao lado de muita gente, tal como eu acho que muitos outros são. Teve a infelicidade de estrear num ano "mau", quando estreou também o fenómeno de Spielberg que encantou e deslumbrou o mundo - "E.T".
Foi esse filme (entre outros) que roubou toda a notoriedade a "Perigo Eminente" quando estreou nos cinemas no ano de 1982.
Eu gostei tanto deste "Só Deus Perdoa" como gostei do "Crash" do Cronenberg quando estreou. Na altura arrasaram o filme com as piores criticas possíveis, mas ainda hoje muita gente quer ver esse estranho e polémico filme, por alguma razão. Dizem que é um filme para anormais, pois então eu não tenho vergonha de dizer que sou um deles e como um user do IMDb escreveu no fim da sua critica :
Mas pronto não vou bater mais no ceguinho, ou se gosta ou não, simples, não me venham é cá inventar que o realizador fez o filme só para depois o ver na sua sala privada."Humans really are quiet weird creatures..."
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
			
						http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Eh eh eh... depende dos "defeitos" de que for acusada.THX wrote:se um dia amares uma mulher e outros lhe apontarem defeitos, por acaso vais deixar de casar com ela??
 
   
   
 ---
Voltando ao nosso debate aqui na terra, penso que continuas a não ligar nenhuma àquilo que toda a gente te anda a tentar transmitir há não sei quantos posts e tópicos, de diversas maneiras, e que o Kuala tornou a mencionar explicitamente: tolerância pela opinião alheia.
Já chegas a um ponto em que "pedes credênciais" e deitas abaixo opiniões diversas da tua por eventualmente nunca terem feito filmes caseiros - lol - (será caso para perguntar aos autores dos posts no imdb se têm alguma formação em cinema?). Não está em causa se são críticos de cinema, praticantes, profissionais ou simples entusiastas entusiasmados, está em causa é a tua capacidade de aceitação de opiniões que vão em contrário das tuas, e que são invariavelmente recebidas à pedrada (ie - são emitidas por quem não sabe de cinema, por quem tem vista curta perante a arte, por quem não sabe interpretar devidamente - como tu sabes - um filme, etc).
O problema maior disto é desviar uma eventual boa discussão sobre cinema para tudo aquilo que devia estar fora dela, para além de, como é normal, incendiarem-se facilmente os ânimos de quem participa. Pessoalmente começo a não ter paciência para participar no que quer que seja quando já sei de antemão que a conversa se vai dirigir para a troca de insultos.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
			
						«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Vi ontem o filme e, como evito ler os tópicos respectivos antecipadamente, só agora li de seguida estas três páginas. 
thx, para além de um ameaço de que irias postar o que tinhas realmente entendido do filme, o que não veio a acontecer, lamento muito mas não há absolutamente conteúdo nenhum nos teus posts, para além de, obviamente, ficarmos a saber que gostaste do filme, e que gostaste muito do filme, e que quem não gostou do filme não entende de cinema, e que não há mais ditos!...
Pois quanto a mim, se os filmes valessem simplesmente pela estética, este era o maior. Grandes planos, grande fotografia, grande guarda-roupa, grande composição, grande bocejo...
É claro que tecnicamente o filme é irrepreensível no seu propósito. Mas quando um filme vale apenas pelo seu lado estético, sem conteúdo que acompanhe essa força das imagens, estamos perante um objecto bonito, bem feitinho, mas nada mais.
Quanto à conversa que aqui se passou, acho triste que o thx só tenha tentado insultar quem não gostou do filme, em vez de partilhar o gosto que teve, ou o porquê de ter gostado tanto do filme.
Quando digo insultar digo dizer por exemplo "O velocidade furiosa 6 já saiu em dvd" - a sério?!? Isto vindo de um user que num tópico sobre o Satyajiy Ray disse há pouco tempo: "Sofrimento - dispenso!! Hoje em dia quero é momentos alegres. Não tenho nenhuma intenção de ver estes filmes, pelo menos tão cedo. Já bastam as noticias que vejo e leio o dia a dia, na imprensa escrita e falada."
(Para teu azar tinha acabado de ler o tópico da trilogia de Apu imediatamente antes...)
Então, agora descobriste o "cinema a sério", já não queres os momentos alegres? Realmente, não há nada pior do que o proselitismo dos recém-convertidos... 
 
E depois essa insinuação constante de que o Samwise não tinha percebido o filme, por isso é que não gostava dele... A sério?!? Tu percebeste o filme e ele não? O Sam?!? Bom, nem comento...
Enfim, tenta ser mais construtivo, mesmo na destruição.
Para mim, Only God Forgives é um filme esteta, em que coloca o espectador numa postura de deslumbre perante a beleza dos planos, das imagens, dos personagens (ou melhor, do aspecto dos personagens), mas que se fica por aí. O argumento do filme está praticamente resumido no seu título... 'Só Deus Perdoa' - não é propriamente uma chave assim muito subtil a la David Lynch, necessária para entender o filme... acho que se percebe bem que é uma história de vingança, e de vinganças e de recalcamentos acumulados. Para mim, o único elemento que lhe poderia dar força, que é o da tragédia grega, da força das circunstâncias, nem sequer resulta assim tão bem...
Não me chateia propriamente o filme ser parado e pausado, é achar que essas pausas destinam-se a causar um assombro no espectador... "uau... que plano..." "uau... estas luzes..." que na verdade mascara a falta de conteúdo, de intriga, de conflito, de desenvolvimento de personagens, de acção, seja dentro da tela seja dentro do espectador... apenas o deslumbre... "uau... espectáculo".
Pode ser um espectáculo, mas para mim foi um espectáculo penoso.
			
			
									
						
							thx, para além de um ameaço de que irias postar o que tinhas realmente entendido do filme, o que não veio a acontecer, lamento muito mas não há absolutamente conteúdo nenhum nos teus posts, para além de, obviamente, ficarmos a saber que gostaste do filme, e que gostaste muito do filme, e que quem não gostou do filme não entende de cinema, e que não há mais ditos!...

Pois quanto a mim, se os filmes valessem simplesmente pela estética, este era o maior. Grandes planos, grande fotografia, grande guarda-roupa, grande composição, grande bocejo...
É claro que tecnicamente o filme é irrepreensível no seu propósito. Mas quando um filme vale apenas pelo seu lado estético, sem conteúdo que acompanhe essa força das imagens, estamos perante um objecto bonito, bem feitinho, mas nada mais.
Quanto à conversa que aqui se passou, acho triste que o thx só tenha tentado insultar quem não gostou do filme, em vez de partilhar o gosto que teve, ou o porquê de ter gostado tanto do filme.
Quando digo insultar digo dizer por exemplo "O velocidade furiosa 6 já saiu em dvd" - a sério?!? Isto vindo de um user que num tópico sobre o Satyajiy Ray disse há pouco tempo: "Sofrimento - dispenso!! Hoje em dia quero é momentos alegres. Não tenho nenhuma intenção de ver estes filmes, pelo menos tão cedo. Já bastam as noticias que vejo e leio o dia a dia, na imprensa escrita e falada."
(Para teu azar tinha acabado de ler o tópico da trilogia de Apu imediatamente antes...)
Então, agora descobriste o "cinema a sério", já não queres os momentos alegres? Realmente, não há nada pior do que o proselitismo dos recém-convertidos...
 
 E depois essa insinuação constante de que o Samwise não tinha percebido o filme, por isso é que não gostava dele... A sério?!? Tu percebeste o filme e ele não? O Sam?!? Bom, nem comento...
Enfim, tenta ser mais construtivo, mesmo na destruição.
Para mim, Only God Forgives é um filme esteta, em que coloca o espectador numa postura de deslumbre perante a beleza dos planos, das imagens, dos personagens (ou melhor, do aspecto dos personagens), mas que se fica por aí. O argumento do filme está praticamente resumido no seu título... 'Só Deus Perdoa' - não é propriamente uma chave assim muito subtil a la David Lynch, necessária para entender o filme... acho que se percebe bem que é uma história de vingança, e de vinganças e de recalcamentos acumulados. Para mim, o único elemento que lhe poderia dar força, que é o da tragédia grega, da força das circunstâncias, nem sequer resulta assim tão bem...
Não me chateia propriamente o filme ser parado e pausado, é achar que essas pausas destinam-se a causar um assombro no espectador... "uau... que plano..." "uau... estas luzes..." que na verdade mascara a falta de conteúdo, de intriga, de conflito, de desenvolvimento de personagens, de acção, seja dentro da tela seja dentro do espectador... apenas o deslumbre... "uau... espectáculo".
Pode ser um espectáculo, mas para mim foi um espectáculo penoso.
-----------------------
Annina: Monsieur Rick, what kind of a man is Captain Renault?
Rick: Oh, he's just like any other man, only more so.
			
						Annina: Monsieur Rick, what kind of a man is Captain Renault?
Rick: Oh, he's just like any other man, only more so.
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Penso que esta resposta do Nicolas Winding Refn responde à discussão entre os que adoram e os que odeiam este filme:
“In a way, that’s what I enjoy about it. I know, whether you love it or hate it, you’re never gonna forget it. Art is about expression and accepting it; good or bad is kind of irrelevant. It’s beyond whatever you think, because it’s penetrated your mind. If you love something or hate it with such a passion, then I must have done something right.”
Fica aqui o artigo completo:
			
			
									
						
										
						“In a way, that’s what I enjoy about it. I know, whether you love it or hate it, you’re never gonna forget it. Art is about expression and accepting it; good or bad is kind of irrelevant. It’s beyond whatever you think, because it’s penetrated your mind. If you love something or hate it with such a passion, then I must have done something right.”
Fica aqui o artigo completo:
http://www.japantimes.co.jp/culture/201 ... tkg57RxjDFDanish director Nicolas Winding Refn was a film-school dropout who gained sudden acclaim at the tender age of 24 with his ultraviolent 1996 film “Pusher,” which was eventually developed into a trilogy. He reached wider audiences with “Fear X” (starring John Turturro) and British crime flick “Bronson,” but it was really 2011′s hyper-speed “Drive” with Ryan Gosling and Carey Mulligan, about a stuntman who moonlights as a getaway-car driver, that broke the doors open.
I didn’t especially care for Winding Refn’s latest, “Only God Forgives” (see the review), but I was hardly alone in that opinion: The film was booed heartily when it debuted at Cannes, a fate usually reserved for the “Brown Bunnies” of this world. Still, the film does have its fans: The Guardian’s Peter Bradshaw had it in his Top 5 for last year. Winding Refn’s a good bloke, and clearly has talent, so when I sit down for an interview with him in Shibuya, Tokyo, I ask him straight up: Was he surprised by the reaction to his film?
“Well, the thing is that I’ve never made a movie that hasn’t had this kind of reaction,” says Winding Refn. “In a way, that’s what I enjoy about it. I know, whether you love it or hate it, you’re never gonna forget it. Art is about expression and accepting it; good or bad is kind of irrelevant. It’s beyond whatever you think, because it’s penetrated your mind. If you love something or hate it with such a passion, then I must have done something right.” With a smile, he adds: “It’s like being the Sex Pistols of cinema.”
Yet no other movie of Winding Refn’s has inspired quite the level of dislike that this one has. I ask him if he can identify the disconnect; what is it that people aren’t getting about his latest?
“I don’t really think about it,” says Winding Refn. “Because if I did, then I would have a plan. And you get too manipulative with a plan. It’s a bit like when Lou Reed, God rest his soul, went from ‘Transformer’ to ‘Metal Machine Music.’ There are reasons why he did that which I understand, and reasons I don’t understand, but the fact that he did that is what makes it interesting to me.
” ‘Drive’ became extremely successful, more than usual for me, but it wasn’t like a different film than I was used to making; it just kind of took on a life of its own. In a way, you kind of want to erase that because you’re also afraid of getting too comfortable. And by erasing something that worked so well, you also cleanse yourself creatively, and now it’s like everything is open again; all possibilities can happen, and you’re no longer bound to a style. It’s very easy to want to please. We all like to be loved, accepted, praised. We like to be in good taste. But it’s also the chief enemy of creativity.”
Yet it is Gosling’s performance, almost entirely without emotion or expression, which really seems to drive some people nuts. I ask Winding Refn to explain his thinking here; was it so the viewer could essentially view the character as an avatar into that world?
“Yeah, that’s how (Ryan) described it,” he says. “A sleepwalker, essentially, someone who acts without waking up. He was an enigma within the film, a blank canvas; it’s what you read into his actions rather than what he gave you. That may have provoked people, since they have this idea of Ryan as an actor, but Ryan’s a very smart man, very daring, and constantly erasing the various pigeonholes people put him in.”
Winding Refn had sold the film to a French producer as a low-budget genre flick set in an Asian fight club, although he admits, “I have no interest in fight movies; I’ve never been in a fight. But it’s interesting to make a movie about something you don’t know; it forces you out of your comfort zone.” (And fans of “Drive” should note the director doesn’t even have a driver’s license.)
Money was also a factor: “Genre movies are like the last independent filmmaking that is financially successful; there’s a built-in market for these sorts of films.”
But behind the genre situation lay an altogether stranger notion. “I had this idea of a man who wanted to fight God,” explains Winding Refn. The influence of Alejandro Jodorowsky — the director of 1970s cult classics “El Topo” and “The Holy Mountain,” and whom Refn has befriended — can be felt in the metaphysical level of the film, constructed entirely of archetypes, and in its dreamlike pace, which —next to the genre violence — can seem a strange fit, like Quentin Tarantino and David Lynch battling it out in the same reel.
Winding Refn describes “Only God Forgives” as existing in kind of a “fairy-tale land,” yet although the film looks set-designed to death — the Black Lodge sequence from “Twin Peaks” as reimagined by Gaspar Noé — Winding Refn explains that there were no sets.
“The whole movie is shot on locations in Bangkok, 90 percent the way they actually look. When you don’t have a lot of money to make a movie, you basically have to make your weaknesses into strengths.”
For those eager to explore the film’s mysteries, Winding Refn drops a few clues in the interview — and here’s a heads-up for a spoiler. Gosling’s character, the mob-connected boxing-gym owner Julian, and Lt. Chang (Vithaya Pansringarm), the stoic Thai cop who metes out rough justice throughout the film, are, in fact, “the same person. You have these two alternate descriptions of the same character, but what he does is the same thing.”
Furthermore, the Chang character, says Winding Refn, is “very similar to the driver character (in ‘Drive’), which is also similar to One-Eye in ‘Valhalla Rising.’ It’s all the same character, basically.” Make of that what you will.
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Portanto qualquer filme que fique na memoria por más ou boas razões é arte... O serbian movie é um objecto dos mais artisticos que há, por ficar na memoria então.
Curioso de quem disse quem fez um rembrandt, um pintor em que é praticamente unânime a sua importancia no mundo da pintura.
Sinceramente, não consigo dar importancia a nada do que este senhor diz.
			
			
									
						
										
						Curioso de quem disse quem fez um rembrandt, um pintor em que é praticamente unânime a sua importancia no mundo da pintura.
Sinceramente, não consigo dar importancia a nada do que este senhor diz.
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
kuala, e achas mesmo que ele se importa com o que tu, e outros, dizem??
Achas mesmo que o Nicolas ou um Lars von Trier liga para alguma coisa do que as pessoas dizem??
Ora pensa um bocadinho??
Sabes o que é "Free Mind"??
Só não entende quem não quiser...
"Arte" manipulada não é arte, "arte" condicionada, não é cinema!!
Arte é dizeres o que te vai na alma e no coração, livremente, quer as pessoas entendam ou não, quer o público goste ou não.
Eu admiro mil vezes mais aquilo que tu possas mostrar, atenção - aquilo que TU realmente queiras mostrar, do que um realizador que é apenas uma marionete nas "mãos" de um poderoso estúdio, que lhe diz o que fazer, como fazer, e quando fazer.
Peço-te desculpa por ter sido um pouco ofensivo na forma como comentei o teu post, e agradeço ao mesmo tempo teres tido a hombridade de me responderes, uma vez que não o podias ter feito. Obrigado!!
De resto, e pessoalmente, começo a ficar sem paciência para os "advogados de defesa" que tem aparecido por aqui.
A minha conversa ERA com o kuala, e ele soube responder como um homem, e muito bem, por isso se quiserem fazer observações sobre o THX usem a MP ou então aproveitem para ler (ou reler...) o "conteúdo" este tópico também :
http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php ... 53#p590309
E eu disse que ia fazer uma review deste filme, mas não disse quando. Depende da vontade e do meu tempo, só disso e de mais nada.
E kuala, nem precisas de dizer...pois já sei que vais dar uma 3ª oportunidade ao homem, quer gostes do resultado ou não .
.
E isso é que é marcar uma posição, mais nada.
			
			
									
						
							Achas mesmo que o Nicolas ou um Lars von Trier liga para alguma coisa do que as pessoas dizem??
Ora pensa um bocadinho??
Sabes o que é "Free Mind"??
Só não entende quem não quiser...
"Arte" manipulada não é arte, "arte" condicionada, não é cinema!!
Arte é dizeres o que te vai na alma e no coração, livremente, quer as pessoas entendam ou não, quer o público goste ou não.
Eu admiro mil vezes mais aquilo que tu possas mostrar, atenção - aquilo que TU realmente queiras mostrar, do que um realizador que é apenas uma marionete nas "mãos" de um poderoso estúdio, que lhe diz o que fazer, como fazer, e quando fazer.
Peço-te desculpa por ter sido um pouco ofensivo na forma como comentei o teu post, e agradeço ao mesmo tempo teres tido a hombridade de me responderes, uma vez que não o podias ter feito. Obrigado!!
De resto, e pessoalmente, começo a ficar sem paciência para os "advogados de defesa" que tem aparecido por aqui.
A minha conversa ERA com o kuala, e ele soube responder como um homem, e muito bem, por isso se quiserem fazer observações sobre o THX usem a MP ou então aproveitem para ler (ou reler...) o "conteúdo" este tópico também :
http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php ... 53#p590309
E eu disse que ia fazer uma review deste filme, mas não disse quando. Depende da vontade e do meu tempo, só disso e de mais nada.
E kuala, nem precisas de dizer...pois já sei que vais dar uma 3ª oportunidade ao homem, quer gostes do resultado ou não
 .
.E isso é que é marcar uma posição, mais nada.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
			
						http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Lá acabei por ver o filme - detestei-o, como julgava que ia detestar - mas não considero que tenha sido tempo perdido. Pelo contrário, é uma obra que pelo menos me fez questionar, mais uma vez, sobre a tal noção de arte que insiste em me iludir, e mais tudo aquilo que gravita em seu redor, com destaque para uma série de pseudo-conceitos que aparentemente têm estado a servir de substitutos "plausíveis" sem que ninguém se queixe de que são imitações baratas. Gato por lebre, com batatinhas, molho e arroz - algo que é uma constante nos filmes do Refn.
Para situar um pouco as coisas, o que achei, em resumo, dos filmes dele foi isto:
Bronson: 1/10
Valhalla Rising: 2/10
Drive: 5/10
Only God Forgives: 2/10
Percebo que de algum modo possa haver a tentação de juntar estes dois realizadores no mesmo saco (talvez pela aura de irreverência e heterodoxia que cultivam), mas para mim não têm nada a ver um com o outro. O Trier trabalha em primeiro lugar, e acima de tudo, sobre o conteúdo - que é invariavelmente riquíssimo em todos os seus filmes, com uma imensa variedade de camadas interpretativas e de perspectivas de entendimento - e depois então tenta encontrar uma forma de explorar técnica e visualmente a narrativa (partindo ou não do manifesto Dogma como base). Pode suceder que não se goste da estética, da mensagem e da forma de abordagem aos conteúdos (achei o Antichrist particularmente intragável a esse nível), mas não se pode dizer que sejam ocos e que as personagens sejam vazias. Ao contrário, no Refn só há simulacros de personagens, cartolinas ondulantes que passeiam pelo filme como se nada lhes interessasse - não há ponta de emoção em nada - é a abstracção total e a "zombificação" voluntária e consciente (ao que parece) de tudo - acompanhada pela vontade de provocar o espectador pela via das explosões de violência e crueldade das atitudes.
O que (me) fica na memória dos filmes do Refn são fundamentalmente as sequências de violência (grosso-modo bem encenadas e todas requintadamente sádicas - sim, essas de certezinha que ninguém esquece), os tempos de espera bocejantes que temos de aguentar entre cada uma delas (com planos de imagem e cenários em display como se fossem uma montra de moda em Paris, muito auto-conscientes e "estilosos"), e o ridículo gritante e a estupefacção (que para o caso mais valia derivar de "estupefacientes") perante tudo o resto.
Em Only God Forgives temos doses abundantes de cada uma desta vertentes, e se fizermos a ligação entre o título e o que se passa depois no filme, como o THX sugere, mais vale levarmos as coisas para a comicidade (ou tentar encontrar um título alternativo) para não se perder a sanidade mental. Não sei se é suposto considerarmos a personagem do Vithaya Pansringarm como sendo Deus, ou uma representação de Deus - parece que sim, que é suposto- , mas formos por esse caminho a abordagem é de morrer a rir. Então aquelas cenas musicais no palco, com os "colegas de profissão" todos entretidos a assistir ao espectáculo, ou a cena de pugilato entre o Deus e o Ryan... . Compare-se então com o modo como Trier aborda o divino e retirem-se as conclusões.
Não é de espantar que depois surjam este tipo de comentários vindos do próprio realizador:
“In a way, that’s what I enjoy about it. I know, whether you love it or hate it, you’re never gonna forget it. Art is about expression and accepting it; good or bad is kind of irrelevant. It’s beyond whatever you think, because it’s penetrated your mind. If you love something or hate it with such a passion, then I must have done something right."
Ser bom ou ser mau é irrelevante (desde que permaneça na mente de quem viu)? Será que interpretei bem? 
 
Parece que encaixa bem como aquela ideia de que não há boa ou má publicidade, desde que se fale das coisas...
			
			
									
						
							Para situar um pouco as coisas, o que achei, em resumo, dos filmes dele foi isto:
Bronson: 1/10
Valhalla Rising: 2/10
Drive: 5/10
Only God Forgives: 2/10
Quanto ao Refn, aparentemente não liga nada, agora o von Trier liga e bastante - algo que é notório nos documentários e entrevistas todas que lhe fazem.THX wrote: e achas mesmo que ele se importa com o que tu, e outros, dizem??
Achas mesmo que o Nicolas ou um Lars von Trier liga para alguma coisa do que as pessoas dizem??
Percebo que de algum modo possa haver a tentação de juntar estes dois realizadores no mesmo saco (talvez pela aura de irreverência e heterodoxia que cultivam), mas para mim não têm nada a ver um com o outro. O Trier trabalha em primeiro lugar, e acima de tudo, sobre o conteúdo - que é invariavelmente riquíssimo em todos os seus filmes, com uma imensa variedade de camadas interpretativas e de perspectivas de entendimento - e depois então tenta encontrar uma forma de explorar técnica e visualmente a narrativa (partindo ou não do manifesto Dogma como base). Pode suceder que não se goste da estética, da mensagem e da forma de abordagem aos conteúdos (achei o Antichrist particularmente intragável a esse nível), mas não se pode dizer que sejam ocos e que as personagens sejam vazias. Ao contrário, no Refn só há simulacros de personagens, cartolinas ondulantes que passeiam pelo filme como se nada lhes interessasse - não há ponta de emoção em nada - é a abstracção total e a "zombificação" voluntária e consciente (ao que parece) de tudo - acompanhada pela vontade de provocar o espectador pela via das explosões de violência e crueldade das atitudes.
O que (me) fica na memória dos filmes do Refn são fundamentalmente as sequências de violência (grosso-modo bem encenadas e todas requintadamente sádicas - sim, essas de certezinha que ninguém esquece), os tempos de espera bocejantes que temos de aguentar entre cada uma delas (com planos de imagem e cenários em display como se fossem uma montra de moda em Paris, muito auto-conscientes e "estilosos"), e o ridículo gritante e a estupefacção (que para o caso mais valia derivar de "estupefacientes") perante tudo o resto.
Em Only God Forgives temos doses abundantes de cada uma desta vertentes, e se fizermos a ligação entre o título e o que se passa depois no filme, como o THX sugere, mais vale levarmos as coisas para a comicidade (ou tentar encontrar um título alternativo) para não se perder a sanidade mental. Não sei se é suposto considerarmos a personagem do Vithaya Pansringarm como sendo Deus, ou uma representação de Deus - parece que sim, que é suposto- , mas formos por esse caminho a abordagem é de morrer a rir. Então aquelas cenas musicais no palco, com os "colegas de profissão" todos entretidos a assistir ao espectáculo, ou a cena de pugilato entre o Deus e o Ryan... . Compare-se então com o modo como Trier aborda o divino e retirem-se as conclusões.
Não é de espantar que depois surjam este tipo de comentários vindos do próprio realizador:
“In a way, that’s what I enjoy about it. I know, whether you love it or hate it, you’re never gonna forget it. Art is about expression and accepting it; good or bad is kind of irrelevant. It’s beyond whatever you think, because it’s penetrated your mind. If you love something or hate it with such a passion, then I must have done something right."
Ser bom ou ser mau é irrelevante (desde que permaneça na mente de quem viu)? Será que interpretei bem?
 
 Parece que encaixa bem como aquela ideia de que não há boa ou má publicidade, desde que se fale das coisas...
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
			
						«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Samwise, estou a ver que não gostas nada do Nicolas Winding Refn... de qualquer maneira aconselho-te a ver os primeiros filmes do realizador que são dinamarqueses - trilogia "Pusher" e o "Bleeder". Estes 4 filmes são muito diferentes de todos os seus filmes seguintes. A trilogia "Pusher" é sobre o mundo da droga em Copenhaga. Tem algumas parecenças com o "Mean Streets" do Scorsese.Samwise wrote: Bronson: 1/10
Valhalla Rising: 2/10
Drive: 5/10
Only God Forgives: 2/10
O "Bleeder" é um filme drama/crime sobre um casal, Leo e Louise, que vive em Copenhaga, e que quando ele descobre que a mulher está grávida se torna extremamente violento com a sua mulher e os seus amigos.
Eu já vi todos os filmes dele e para mim é um excelente realizador como se pode ver pelas pontuações que dou:
Pusher: 9/10
Pusher 2: 10/10
Pusher 3: 8/10
Bleeder: 8/10
Fear X: 6/10
Bronson: 7/10
Valhalla Rising: 8/10
Drive: 10/10
Only God Forgives: 9/10
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Nota-se muito?Salgueiro wrote:Samwise, estou a ver que não gostas nada do Nicolas Winding Refn...
 
 [/quote]de qualquer maneira aconselho-te a ver os primeiros filmes do realizador que são dinamarqueses - trilogia "Pusher" e o "Bleeder".
Talvez tente ainda o Pusher. Mas se não gostar há-de ser a última experiência com este realizador. Se gostar vou seguindo a ordem...
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
			
						«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Devo começar por dizer que antes de vir escrever o que queria escrever sobre este filme, cometi esse erro de ler o que já se tinha escrito sobre o mesmo... E perdi grande parte da vontade.
Confesso que, não tendo nada contra a pessoa, me irrita solenemente posturas intolerantes como a do THX. Não só a postura dele, mas sobretudo vindo dele. Irrita-me muito mais a mim, que até vinha falar bem do filme. Sim, porque eu até gostei do filme.
Depois, faz-me muita confusão a discussão que se tenta logo criar entre o que é Cinema e o que não é Cinema. Até outra pessoa vem para aqui, também erradamente, dizer que aquilo não é Cinema porque fulano x estudou Cinema e fulano y diz na critica que não é Cinema... Haja pachorra.
Nem sequer vou discutir a definição de Cinema. Bastaria que se interiorizasse que Cinema, é, muito bem entendido, uma Arte.
Confunde-se muita vez que o Cinema deva possuir dogmas inquestionáveis. Não. Tem algumas regras, algumas convenções, claro.
Mas agora.... Only God Forgives não é Cinema? Porque raio não havia de ser Cinema?
Por acaso alguma das pessoas que fala mal deste se dignou a ver, por exemplo, um filme chamado Last Year in Marienbad ?
Então espreitem lá, já tem uns bons 50 e tal anos, e que hoje é considerado de uma forma geral uma obra-prima. E depois venham cá falar outra vez.
Falando do que interessa...
Only God Forgives tenta oferecer uma experiência, quase como se estivéssemos perante uma tela em que as tintas se vão deslocando e transformando-se numa sequência de várias pinturas, descrevendo-nos um pesadelo.
Eu gostei dessa experiência. Assim que mergulhei nas imagens, não estive focado ou interessado em ver se a história não era muito complicada, se os actores falavam muito ou pouco... Aceitei as regras de Refn, fiz a minha compreensão do que me estavam a contar e gostei bastante do que essa experiência me proporcionou. É Cinema, e para mim é bom Cinema.
Como em todos os filmes, o tempo encarregar-se-á de fazer justiça e rotular devidamente Only God Forgives no panorama cinematográfico. Considero-o um clássico instantâneo, bem como, num patamar e registo diferente, o críptico The Counselor, do Ridley Scott.
9/10
			
			
									
						
							Confesso que, não tendo nada contra a pessoa, me irrita solenemente posturas intolerantes como a do THX. Não só a postura dele, mas sobretudo vindo dele. Irrita-me muito mais a mim, que até vinha falar bem do filme. Sim, porque eu até gostei do filme.
Depois, faz-me muita confusão a discussão que se tenta logo criar entre o que é Cinema e o que não é Cinema. Até outra pessoa vem para aqui, também erradamente, dizer que aquilo não é Cinema porque fulano x estudou Cinema e fulano y diz na critica que não é Cinema... Haja pachorra.
Nem sequer vou discutir a definição de Cinema. Bastaria que se interiorizasse que Cinema, é, muito bem entendido, uma Arte.
Confunde-se muita vez que o Cinema deva possuir dogmas inquestionáveis. Não. Tem algumas regras, algumas convenções, claro.
Mas agora.... Only God Forgives não é Cinema? Porque raio não havia de ser Cinema?
Por acaso alguma das pessoas que fala mal deste se dignou a ver, por exemplo, um filme chamado Last Year in Marienbad ?
Então espreitem lá, já tem uns bons 50 e tal anos, e que hoje é considerado de uma forma geral uma obra-prima. E depois venham cá falar outra vez.
Falando do que interessa...
Only God Forgives tenta oferecer uma experiência, quase como se estivéssemos perante uma tela em que as tintas se vão deslocando e transformando-se numa sequência de várias pinturas, descrevendo-nos um pesadelo.
Eu gostei dessa experiência. Assim que mergulhei nas imagens, não estive focado ou interessado em ver se a história não era muito complicada, se os actores falavam muito ou pouco... Aceitei as regras de Refn, fiz a minha compreensão do que me estavam a contar e gostei bastante do que essa experiência me proporcionou. É Cinema, e para mim é bom Cinema.
Como em todos os filmes, o tempo encarregar-se-á de fazer justiça e rotular devidamente Only God Forgives no panorama cinematográfico. Considero-o um clássico instantâneo, bem como, num patamar e registo diferente, o críptico The Counselor, do Ridley Scott.
9/10
Enigma Files
			
						Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Boa review Enigma, e não digo isto por também teres gostado do filme como eu, mas apenas porque explicas de uma forma muito clara o porquê de teres gostado e "sentido" esta obra de arte.
Demonstra mais uma vez que é necessário uma certa e específica sensibilidade para sentir filmes deste género. Uns tem-na...outros não, simples.
É preciso haver sempre dois tipos de sensibilidade, a do artista que cria (emissor), e a do público que admira a obra (receptor). São sensibilidades diferentes, mas não deixam de ser a mesma coisa.
Se nem todos sabem pintar, naturalmente que também nem todos sabem apreciar a tinta que o artista espalhou na tela. É assumir isto e andar para a frente, mais nada.
Por um lado até acho bom muita gente não gostar deste filme. Não o torna vulgar, como tantos.
"Only God Forgives" nunca chegará a ser um clássico, mas para mim já é um filme de culto, mas tal como o vinho teremos de esperar que nas próxima décadas a maturação desta película suscite o inteligente debate que ela tão bem merece.
E agora deixo aqui um aviso (mais uma vez)...
Agradeço que quando opinarem sobre um filme que evitem comentários como este :
O que é intolerante para ti para mim pode ser outra coisa qualquer, como frontalidade, liberdade de expressão. Escrevo o que penso, ponto!!
Muita gente ainda não percebeu que qualquer fórum pode ser como uma pista de carrinhos de choque, onde chocamos por vezes uns contra os outros, mas depois seguimos viagem. Já choquei com alguns membros daqui, outros chocaram comigo, mas depois temos de saber seguir viagem, sem olhar para trás ou insistir em perseguições.
Eu escrevo sobre cinema apenas porque me dá prazer, não para agradar ninguém, e mesmo que esteja a escrever para o "boneco" o prazer é sempre o mesmo, por isso não deixem de escrever por minha causa mas ao fazê-lo evitem picanços que não levam a lado nenhum.
			
			
									
						
							Demonstra mais uma vez que é necessário uma certa e específica sensibilidade para sentir filmes deste género. Uns tem-na...outros não, simples.
É preciso haver sempre dois tipos de sensibilidade, a do artista que cria (emissor), e a do público que admira a obra (receptor). São sensibilidades diferentes, mas não deixam de ser a mesma coisa.
Se nem todos sabem pintar, naturalmente que também nem todos sabem apreciar a tinta que o artista espalhou na tela. É assumir isto e andar para a frente, mais nada.
Por um lado até acho bom muita gente não gostar deste filme. Não o torna vulgar, como tantos.
"Only God Forgives" nunca chegará a ser um clássico, mas para mim já é um filme de culto, mas tal como o vinho teremos de esperar que nas próxima décadas a maturação desta película suscite o inteligente debate que ela tão bem merece.
E agora deixo aqui um aviso (mais uma vez)...
Agradeço que quando opinarem sobre um filme que evitem comentários como este :
Não vale a pena...EU sou assim.Confesso que, não tendo nada contra a pessoa, me irrita solenemente posturas intolerantes como a do THX. Não só a postura dele, mas sobretudo vindo dele. Irrita-me muito mais a mim, que até vinha falar bem do filme. Sim, porque eu até gostei do filme.
O que é intolerante para ti para mim pode ser outra coisa qualquer, como frontalidade, liberdade de expressão. Escrevo o que penso, ponto!!
Muita gente ainda não percebeu que qualquer fórum pode ser como uma pista de carrinhos de choque, onde chocamos por vezes uns contra os outros, mas depois seguimos viagem. Já choquei com alguns membros daqui, outros chocaram comigo, mas depois temos de saber seguir viagem, sem olhar para trás ou insistir em perseguições.
Eu escrevo sobre cinema apenas porque me dá prazer, não para agradar ninguém, e mesmo que esteja a escrever para o "boneco" o prazer é sempre o mesmo, por isso não deixem de escrever por minha causa mas ao fazê-lo evitem picanços que não levam a lado nenhum.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
			
						http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
"Eu digo o que penso - sou assim -, mas agradeço que os outros não o façam"...THX wrote: Agradeço que quando opinarem sobre um filme que evitem comentários como este
(...)
O que é intolerante para ti para mim pode ser outra coisa qualquer, como frontalidade, liberdade de expressão. Escrevo o que penso, ponto!!
 
   
   
  --
Enigma, depois comento com mais tempo a tua opinião - há ali argumentos com os quais não concordo (independentemente de teres ou não gostado do filme).
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
			
						«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
“In a way, that’s what I enjoy about it. I know, whether you love it or hate it, you’re never gonna forget it. Art is about expression and accepting it; good or bad is kind of irrelevant. It’s beyond whatever you think, because it’s penetrated your mind. If you love something or hate it with such a passion, then I must have done something right."
NÃOSer bom ou ser mau é irrelevante (desde que permaneça na mente de quem viu)? Será que interpretei bem?
 !!
 !!Interpretaste muito mal até...
O termo "penetrar" é muito diferente de "permanecer". Olha lê lá outra vez com mais calma...
Tradução :
No entanto isso torna-se irrelevante para ti na medida em que, diga o que o realizador disser, está a penas a perder tempo ao tentar explicar uma coisa tão simples nesse excerto de uma entrevista, que tu próprio colocaste aqui. Por outras palavras, independentemente da lógica toda e da força dos argumentos que Nicolas Winding Refn venha a invocar tu, e uns quantos outros, nunca se irão interessar minimamente a interiorizar essas sábias palavras.“De certa forma, é por essa razão que eu aprecio isto. Eu sei que, gostando ou detestando o filme, as pessoas não o irão esquecer. Arte é sobre expressão e aceitação da mesma; boa ou má pode ser irrelevante. Ultrapassa qualquer pensamento, porque penetrou na tua mente. Se tu amares ou odiares algo tão intensamente, então é porque eu devo ter feito alguma coisa bem.”
Mas o mais engraçado, e que comprova que ele está certíssimo, é que só o facto de a discussão que este filme está a provocar já demonstra que merece toda a atenção, tanto por quem o deteste como por quem o adore. Vejam a quantidade de posts e visualizações que este filme já tem em apenas 3 páginas.
E só mais uma coisa – quando um filme não presta mesmo não acredito que alguém tenha interesse em falar e/ou escrever mais sobre o mesmo, e tão pouco de se dar ao trabalho de fazer pesquisas sobre o seu criador.
Raramente me vês a enunciar nomes/nicks, mas todos somos livres de apontar quem quisermos DESDE que aceitemos as repercussões desse acto. Eu consigo lidar bem com isso e até já o provei, mas outros terão de perguntar a si próprios se também estarão dispostos a tal."Eu digo o que penso - sou assim -, mas agradeço que os outros não o façam"...
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
			
						http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
Re: Only God Forgives (2013) - Nicolas Winding Refn
Aguardarei, Samwise.Samwise wrote: Enigma, depois comento com mais tempo a tua opinião - há ali argumentos com os quais não concordo (independentemente de teres ou não gostado do filme).
Entretanto, e até porque lá espreitei novamente esse apanhado de criticas pasquineiras que alguém compilou aí atrás, apraz-me complementar a minha opinião.
Acho que certa franja do público, mais do que o mal de tudo o que não compreenderem ou não têm argumentos para (além do não gostarem) explicar o "porquê" sentem logo a tentação de apelidar de "pretensioso", existe sempre uma enorme vontade de rotular o que acabaram de ver. O que por si só, rotular, não tem mal. É algo natural.
E só assim se entende a forma como, para tentarem rotular e engavetar (tal como listar e catalogar - isto é acção, aquilo é terror, aquilo é thriller...), a maioria ali os escribas supracitados entraram logo em comparações falaciosas (para o bem e para o mal).
E isso também acontece porque se parte com determinadas expectativas (pior só com preconceitos) e no fim do visionamento, satisfeitos ou não, querem logo colocar a fita em certa parte da estante... Tem ambiente surrealista? É capaz de ficar bem ao lado de David Lynch... Tem violência hiperbolizada? Talvez vá fazer companhia ali ao lado do Tarantino. E assim sucessivamente.
O pior é quando não conseguem então rotular tudo como queriam. E assim nasce a confusão, sempre em tom bota-abaixo, de algumas criticas. Mas o que é que realmente me interessa com quem é que o Refn é parecido a filmar? Nada! Talvez seja de mim. Ou talvez seja de cada pessoa. Mas isso também não faz com que maiorias (como alguém também tentou ali atrás fazer crer - se a maioria não gostou, é porque o filme é mau...) ou minorias tenham mais ou menos razão.
Eu nunca gostei de 2001. Nem antes, nem nas várias vezes que o revi. E já visionei o filme sob várias perspectivas, sob vários ambientes, sob vários estados de espirito e em épocas da minha vida totalmente diferentes. Nem antes nem depois ocorreu-me perante outros rotular 2001 de "treta pretensiosa, intelectualizada e pseudo-filosófica". Porque, está visto, a maioria nem concordaria comigo, já que é geralmente visto como uma obra-prima quase incontestada.
2001 é uma experiência em que não encaixo.
E quem fala assim de 2001, pode falar assim de alguns dos filmes de Malick. Ou de Jodorowski, que confesso, não conheço e nunca vi nenhum filme (logo, aquela dedicatória final passa-me ao lado).
Only God Forgives foi uma experiência em que encaixei. O tom surrealista, as pausas, as poses, as repetições manifestamente simbólicas, as diversas conjugações imagem-som e imagem-música. Quase que me apetece, a alguma distância agora, acrescentar e criticar assim: ter o filme totalmente sem diálogos, ou, numa língua para mim desconhecida e não traduzida... será que eu teria apreciado ainda mais?
Foi isso. Não iniciei o visionamento de Only God Forgives pensando que ia ser mais ou menos entretido, mais ou menos convencional, que ia ter uma história mais fácil ou difícil de seguir, que ia ver diálogos aguçados ou ausência deles, que ia ser parecido com Drive ou com um filme de Lynch... Não, limitei-me a apreciar Only God Forgives pelo que é.
Sam... e se eu te disser que não vi aquele chefe da policia como Deus... Mas como... o Diabo? "Time to meet the Devil?". Mas não me preocupei demasiado nisso. Deus. Diabo. Diabo que pensa que é Deus. Diabo que é Deus neste mundo tal como está. O que interessa isso? O que interessa pensar em Trier... faço-me perceber?Samwise wrote:Não sei se é suposto considerarmos a personagem do Vithaya Pansringarm como sendo Deus, ou uma representação de Deus - parece que sim, que é suposto- , mas formos por esse caminho a abordagem é de morrer a rir. Então aquelas cenas musicais no palco, com os "colegas de profissão" todos entretidos a assistir ao espectáculo, ou a cena de pugilato entre o Deus e o Ryan... . Compare-se então com o modo como Trier aborda o divino e retirem-se as conclusões.

Enigma Files
			
						


