Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
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Schindler's List (1993) - Steven Spielberg

Depois de ter colmatado uma de muitas falhas cinéfilas que ainda tenho de corrigir (a lista é interminável) ao visionar, há pouco mais de uma semana, o épico de Steven Spielberg «A Lista de Schindler», consegui perceber o quão complexo este aparentemente simples drama sobre o Holocausto consegue ser: abrange muitas perspetivas, muitas ideias e muitos ideais de vida, sem ter conseguido ser, como muitos afirmam, um filme idiota. Talvez se todos os atores do filme falassem os idiomas originais das personagens que interpretam, a perspetiva com que muitos ficaram desta obra teria sido completamente diferente (às vezes um pormenor ou outro ajuda), e talvez assim menos críticas seriam feitas à americanização da história de Oskar Schindler, motivo para uma série de pessimismos picuinhas sobre a veracidade ou não dos acontecimentos retratados. Mas «A Lista de Schindler» não é um filme qualquer sobre o Holocausto e o impacto de uma das maiores tragédias da História da Humanidade no nosso Mundo: é uma obra de homenagem a uma cultura, da qual Spielberg faz parte, e de memórias de um genocídio que nunca mais deve voltar a acontecer. Deve ser por isto que «A Lista de Schindler» é um dos filmes favoritos do público: pelo rasto de humanidade, sinceridade e verdade que desperta em cada um de nós. Os "maus" são retratados como pessoas tão pouco superiores ou inferiores como qualquer ser humano, sem estereótipos a elas associados (como os que muitos filmes criaram em volta dos nazis ao longo dos anos - esquecem-se que Hitler e companhia eram pessoas com cabeça, o problema é que tinham umas ideias nada favoráveis à paz e à tolerância entre os povos), mostrando mesmo assim as atrocidades em que estiveram envolvidas mas apontando o facto de que elas foram "habituadas" a ver a morte de milhares de judeus como algo normal do seu quotidiano. Possuindo um notável rigor histórico, sendo, em parte, um documentário (tanto pelas legendas explicativas sobre certos momentos da narrativa, tanto pela forma como a ficção é filmada - uma câmara desorientada, sempre móvel, que mostra, pela forma como capta as emoções das personagens, muito do ambiente "proporcionado" pela ideologia nazi) e cuja parte ficcional (baseada numa história verídica, é preciso salientar) toca a qualquer um de nós, de uma maneira séria, inteligente e real, sem necessitar de grandes fenómenos de tecnologia, cujas cenas estão carregadas de grande simbolismo e originalidade (a cena da rapariga vestida de vermelho, por exemplo, disse-me muito mais do que muitos filmes que mostram, de uma forma encenada, as torturas feitas pelos homens de Hitler - e que se trata da possível "tomada de consciência" de Schindler -, como também a cena em que o oficial nazi toca o piano de uma habitação de judeus, enquanto os seus colegas encarregam-se de matar, de uma maneira selvagem, os "inimigos" do povo ariano). Spielberg sabia o que queria filmar e o que queria passar, em forma de testemunho, para as próximas gerações de cinéfilos (e de seres humanos em geral), tal como a forma que queria utilizar para homenagear os seus antepassados e o seu legado histórico. E, na minha opinião, o cineasta conseguiu fazer um grande filme. Tem como base uma tragédia? Sim, é verdade. Mas da tragédia, Spielberg criou poesia. E ninguém disse que isso era proibido - muito pelo contrário.
«A Lista de Schindler» não se foca tanto em relação à lista em si (que não chega a ocupar mais de um terço de toda a narrativa), criada por Oskar Schindler (o protagonista, interpretado por Liam Neeson num grande papel - ao contrário dos filmes mais recentes que tem feito) que conseguiu salvar, graças a ela, mais de um milhar de judeus. Centra-se mais na perspetiva dos judeus (e de alguns em particular, como o caso de Isaac Stern - Ben Kingsley -, que se torna o braço-direito de Schindler), de um membro do Partido Nazi que pouco se interessa pelas coisas em que está envolvido (Schindler), e de um oficial das SS (interpretado pelo grande Ralph Fiennes) com sede de poder e que faz tudo aquilo que lhe apetece. O filme mostra também, de uma forma frenética e preocupante, as maneiras que os judeus planearam para conseguirem sobreviver de todo aquele horror - e a forma como é filmado aproximou-me ainda mais os sentimentos das personagens do filme, admito. Schindler, a princípio, tem a mania das grandezas, despreocupado de toda a situação dramática de que faz parte, e que vive de uma forma boémia, glamourosa e com olhos apenas para a sustentabilidade dos seus negócios. À medida que «A Lista de Schindler» avança, a psicologia da personagem torna-se mais densa e interessante: será que tem mesmo interesse, ao longo da trama, de salvar aqueles judeus, ou apenas os contratou para que o seu esquema empresarial continue a triunfar? Só perto do final é que consegui tirar todas as dúvidas que a personagem me "colocou", e se para uns a personalidade muito variável de Schindler piora o filme, eu achei o contrário: só a torna mais humana. A não ser que alguém diga que manteve sempre a mesma opinião ao longo da vida (eu, por exemplo, ao reler as primeiras patacoadas que escrevi para este blog, há já quatro anos, e comparando ao que escrevo agora, noto que houve uma certa evolução da minha parte. E ainda bem!). Oskar Schindler não é o "salvador" do nazismo, não se trata de nenhum santinho mas sim de, a certa altura, de um homem ressentido que se apercebe o bem que pode fazer e que está ao seu alcance para salvar aquelas pessoas. Houve maiores heróis, muito maiores do que ele, como é o caso do português Aristides de Sousa Mendes. Mas sobre ele não existe um filme magnífico, tal como existe para Schindler.
Espantosamente filmado, «A Lista de Schindler» não parece, em parte, um filme de Steven Spielberg, pelo menos para a ideia habitual, mais "mainstream", que temos do seu Cinema. É um filme com muito de expressionismo alemão e do Cinema clássico americano, que nos ajuda a perceber, graças a uma estética e a um visual cinematográfico menos comum para a nossa época, mais avançada tecnologicamente, como o nosso olhar pode captar e fica mais sensibilizado pelos momentos mais simples, mas mais eficazes, do Cinema. A montagem cria momentos que, combinados entre si, mostram sequências impressionantes ao nível cronológico, fotográfico e fílmico da obra, apresentando-nos uma série de personagens com vidas absolutamente distintas, mas que nos tocam de uma maneira totalmente comum. Haja respeito por este filme! Tantas críticas negativas que algumas pessoas lhe fazem, e que tendem a levar em conta mais pequenos pormenores do que realmente interessa numa fita desta magnitude, porquê? As opiniões são sempre subjetivas mas alguns indivíduos (e volto a referir: alguns) que criticam este filme negativamente este filme, parece que pretendem levar a sua opinação a um estado de objetividade autoritária e algo "repressiva", esquecendo-se que, mesmo que não gostem, o Cinema não se faz só de Godards, Oliveiras e Kiarostamis. Não vale a pena tentarem dar ao Cinema o estatuto de "cultura de nicho", porque não é. Nenhuma arte o é nem nunca será. Porque o público, quando quer, sabe ver uma grande obra por se deixar levar pelo espírito da mesma. E penso que é este o caso de «A Lista de Schindler»: é um filme de espírito, de poesia, de toque e de emoções. É um monumento do Cinema. E ainda por cima, tendo também "aquela" excelente banda sonora...
* * * * *
Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Mais uma vez parabêns pela tua excelente review Rui.
Vi este filme no cinema. Em tela grande as emoções também parecem maiores.
Ainda me lembro de ter visto neste filme um ainda pouco conhecido Ralph Fiennes a desempenhar um papel majestoso e inesquécivel como o comandante nazi do campo de concentração.
------------------------------------------Spoiler---------------------------------------------------
Neste filme podemos ver algumas das mais súbtis cenas que apareceram num filme de Spielberg, como a cor escarlate do vestido da menina judia ou as tentativas falhadas de matar o judeu que achou, por breves segundos, que teria chegado o seu fim, não fosse a pistola "Luger" do comandante ter encravado, como que por milagre, exactamente naquela altura em que este ia, implacavélmente, fazer o disparo mortal.
E depois, vemos já perto do fim deste excelente filme, o soldado a pontapear repetidamente o banco onde estava o comandante, com uma corda ao pescoço.
O banco parece querer, teimosamente, se manter em pé, quase como tentando, solidáriamente, prolongar mais um pouco o fim certo que ele iria ter. Uma ténue esperança de vida para um homem prestes a morrer estrangulado. Esses segundos aterradores até ao banco finalmente cair, provocaram-lhe a mesma sensação horrivel que ele provocou ao pobre judeu na fábrica, quando a sua pistola falhou.
São estes súbtis pormenores que fazem de um simples filme uma grande dose de cinema.
Vi este filme no cinema. Em tela grande as emoções também parecem maiores.
Ainda me lembro de ter visto neste filme um ainda pouco conhecido Ralph Fiennes a desempenhar um papel majestoso e inesquécivel como o comandante nazi do campo de concentração.
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Neste filme podemos ver algumas das mais súbtis cenas que apareceram num filme de Spielberg, como a cor escarlate do vestido da menina judia ou as tentativas falhadas de matar o judeu que achou, por breves segundos, que teria chegado o seu fim, não fosse a pistola "Luger" do comandante ter encravado, como que por milagre, exactamente naquela altura em que este ia, implacavélmente, fazer o disparo mortal.
E depois, vemos já perto do fim deste excelente filme, o soldado a pontapear repetidamente o banco onde estava o comandante, com uma corda ao pescoço.
O banco parece querer, teimosamente, se manter em pé, quase como tentando, solidáriamente, prolongar mais um pouco o fim certo que ele iria ter. Uma ténue esperança de vida para um homem prestes a morrer estrangulado. Esses segundos aterradores até ao banco finalmente cair, provocaram-lhe a mesma sensação horrivel que ele provocou ao pobre judeu na fábrica, quando a sua pistola falhou.
São estes súbtis pormenores que fazem de um simples filme uma grande dose de cinema.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
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Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Obrigado THX! :D
Realmente, essa cena é poderosíssima! O filme tem tantos pequenos (mas Grandes) pormenores que me escaparam... :)
Realmente, essa cena é poderosíssima! O filme tem tantos pequenos (mas Grandes) pormenores que me escaparam... :)
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Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Eu também vi o filme quando estreou no cinema, julgava que era conhecido de todos com estatuto de obra-prima. Não fazia ideia dessas críticas negativas que falas, na verdade esta foi a primeira crítica que li.
Rui já viste o Pianista de Polanski? É muito parecido com este, não como cópia, mas como cara-metade e complemento de encaixe perfeito. Gueto de Varsóvia em vez do gueto de Cracóvia.
Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Na realidade há uma boa dose de críticos de peso a este filme de Spielberg, o mais importante dos quais será o autor judeu Imre Kertész (pelo menos no que concerne à autoridade sobre os temas abordados), que não revê a identidade judaica no filme, vendo antes uma americanização comercial de uma tragédia de muito mais abrangentes proporções.
Continua a ser o filme dele que penso estar mais perto da perfeição (e com um dos finais mais poderosos e emocionantes que já vi no cinema), embora também tenha uma ou outra crítica a fazer. As cenas com a rapariga "assinalada" a vermelho são tudo menos súbtis - são o contrário da subtileza - e para mim são desnecessárias. Não há nada que mereça ser realçado no meio daquela carnificina, todos os "anónimos" foram vítimas por igual e todos devia ter merecido do Spielberg a mesma parcela de atenção/destaque.
Queria também realçar um nome que pouco vejo mencionado: o director de fotografia Janusz Kaminski, que desde este trabalho estarrecedor não mais parou de trabalhar com o Spielberg, que assina alguns dos grandes momentos na captação de luz em cenários no cinema contemporâneo, e que cria por si só autênticas identidades emocionais, como sucede por exemplo no Minority Report (algo a ver com a "verdade" que se esconde tanto nas sombras como na intensa claridade, e na questão de uma certa homenagerm ao cinema noir, que se manifesta nos jogos de ocultação dessa mesma "verdade"). Ele está para o Spielberg quase como o Morricone terá estado para o Leone - a "cinematografia" faz-se quase passar por guião.
Continua a ser o filme dele que penso estar mais perto da perfeição (e com um dos finais mais poderosos e emocionantes que já vi no cinema), embora também tenha uma ou outra crítica a fazer. As cenas com a rapariga "assinalada" a vermelho são tudo menos súbtis - são o contrário da subtileza - e para mim são desnecessárias. Não há nada que mereça ser realçado no meio daquela carnificina, todos os "anónimos" foram vítimas por igual e todos devia ter merecido do Spielberg a mesma parcela de atenção/destaque.
Queria também realçar um nome que pouco vejo mencionado: o director de fotografia Janusz Kaminski, que desde este trabalho estarrecedor não mais parou de trabalhar com o Spielberg, que assina alguns dos grandes momentos na captação de luz em cenários no cinema contemporâneo, e que cria por si só autênticas identidades emocionais, como sucede por exemplo no Minority Report (algo a ver com a "verdade" que se esconde tanto nas sombras como na intensa claridade, e na questão de uma certa homenagerm ao cinema noir, que se manifesta nos jogos de ocultação dessa mesma "verdade"). Ele está para o Spielberg quase como o Morricone terá estado para o Leone - a "cinematografia" faz-se quase passar por guião.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
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Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Sam...as crianças Sam...as CRIANÇAS!!!As cenas com a rapariga "assinalada" a vermelho são tudo menos súbtis - são o contrário da subtileza - e para mim são desnecessárias. Não há nada que mereça ser realçado no meio daquela carnificina, todos os "anónimos" foram vítimas por igual e todos devia ter merecido do Spielberg a mesma parcela de atenção/destaque.
Se Spielberg fez realçar aquela cena acredita que foi apenas para demonstrar a crueldade a que pode chegar o ser dito "humano". Quem tem filhos sabe ao que eu me refiro, quem não os tem...se calhar nem por isso.
Aquela cena foi feita propositadamente para chocar e agora pergunto eu...será que aquilo aconteceu mesmo??
SIM!!! Aconteceu...infelizmente. Muitas crianças MORRERAM antes de concluir os 10 anos de idade. E o que é isso?
Sim, 10 anos de idade, na primavera da vida e de repente...o Inverno.
Nenhum de nós pode dizer o que é passar por uma situação dessas, felizmente, mas pensem no que seria uma mãe ser separada da sua pequena filha sabendo o destino que lhe esperava...
Quanto a quem não gostou do filme, incluindo esse tal judeu...opá, não se pode agradar a gregos e a troianos de uma só vez. Eu estou a 100% com o Rui quando diz que este filme eleva-nos as emoções e que nos transmite um espirito incrível de solidariedade e comoção, de tal modo que digam o que disserem É um dos filmes que ficará para a história do cinema.
OBRIGATÓRIO VER!!!
José Miguel,
Fiz questão de comprar o "Pianista" para a minha mini-colecção de DVD's apenas porque acho que é um filme histórico e do melhor do género que já se fez ate á data. Recomendo a todos!!
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
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Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Em contraste a esse crítico, um argumentista judeu e outro realizador judeu, ambos vítimas do holocausto fizeram este filme, na altura escrevi o seguinte acerca dessa questão:Samwise wrote:Na realidade há uma boa dose de críticos de peso a este filme de Spielberg, o mais importante dos quais será o autor judeu Imre Kertész (pelo menos no que concerne à autoridade sobre os temas abordados), que não revê a identidade judaica no filme, vendo antes uma americanização comercial de uma tragédia de muito mais abrangentes proporções.
Se calhar o Imre Kertész está a criticar o filme errado, ou não?JoséMiguel wrote:
Jakob, O Mentiroso é um belíssimo filme dramático, perfeitamente ao mesmo nível do célebre A Vida É Bela, e tal como este, a tragédia do holocausto é abordada com um pouco de comédia ligeira, mas sem ofuscar o drama e a tragédia.
Em especial destaque, é importantíssimo referir que o autor da história e argumento, Jurek Becker, foi ele próprio sobrevivente de dois campos de concentração nazis. Nascido em 1937, foi enviado aos 5 anos de idade, para o campo de concentração de Ravensbrück e mais tarde para o de Sachsenhausen...A mãe dele morreu no holocausto.
Jurek, cidadão da República Democrática Alemã escreveu o argumento na década de 1960, mas a produção do filme foi cancelada pelas autoridades, e por isso ele adaptou o argumento sob a forma de livro. O argumento teve a sua primeira adaptação para filme, pelas mãos dos estúdios DEFA, da Alemanha de Leste, no ano de 1974. Infelizmente nunca tive oportunidade de ver essa adaptação, esta versão de 1999 é assim a segunda adaptação cinematográfica.
Quanto ao realizador Peter Kassovitz, nascido em 1938, também ele foi vítima do holocausto, os pais dele foram deportados para campos de concentração e ele viveu escondido por uma família católica, que o acolheu.
Tal como A Vida É Bela, este filme foi alvo de críticas idênticas e bastante negativas, que lamentam a utilização de comédia ligeira no tratamento de um tema trágico, mas julgo que essas críticas não são válidas, quando o argumento é escrito por um sobrevivente do holocausto, que até teve o cuidado de justificar o uso do humor, logo na abertura do filme, em que a personagem Jakob reflete sobre o assunto e explica porque o humor era importante no dia-a-dia do gueto.

Por acaso agora fiquei com vontade de rever o Jakob The Liar, e o meu instinto diz-me que o Rui Sousa teria uma tarde em grande a escrever uma valente crítica a ele.

Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
José,
Vou ser muito sincero ao dizer-te que não tenho a certeza se já vi ou ainda não esse filme, mas acredita que é um dos filmes que sei que TENHO de ver. Já li algures que muita gente considera que foi o melhor papel da vida de Robin Williams.
Vou ser muito sincero ao dizer-te que não tenho a certeza se já vi ou ainda não esse filme, mas acredita que é um dos filmes que sei que TENHO de ver. Já li algures que muita gente considera que foi o melhor papel da vida de Robin Williams.
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Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Por um estranho acaso e numa grande coincidência, estava a ver um filme polaco de espadas e cavalos, que me levou a investigar o cinema polaco no wikipédia, e tropecei numa curiosidade que o samwise referiu aqui, acerca de cinematografia:
"International Cooperation. Coproduction
Polish Filmmakers repeatedly and successfully implemented international projects. Probably the most famous and revealing in this respect is the film Steven Spielberg's " Schindler's List ", which is one of the ten best films of 250 according to the IMDb . Polish artists Allan Starski and Ewa Braun received the award "Oscar" for the best work of production designer and operator pictures - Pole Janusz Kaminski - "Oscar" for best cinematography . Another award in the same category, he was awarded after five years for the film " Saving Private Ryan . "
Another famous product of international cooperation was a film by Roman Polanski, " The Pianist "(2002, Palme d'Or at Cannes , an Academy Award in three categories), which was filmed in Poland and is dedicated to the tragic fate of Polish musician of Jewish origin. Wrote the music for the picture - Wojciech Kilar, chief operator - Paul Edelman . In general, for all the years of work outside the homeland Polanski remained faithful to their Polish colleagues. So, Krzysztof Komeda wrote the music for his films "The Dance of the Vampires "(1967) and" Rosemary's Baby "(1968)."
Alguém poderá ter interesse em ler isto... ou não! Mas deixei o filme polaco em pausa, e vou continuar a ver, para saber o que irá acontecer ao Cavaleiro Miguel, da commonwealth Polaco-Lituana quando os otomanos ameaçam invadir a Ucrânia.
"International Cooperation. Coproduction
Polish Filmmakers repeatedly and successfully implemented international projects. Probably the most famous and revealing in this respect is the film Steven Spielberg's " Schindler's List ", which is one of the ten best films of 250 according to the IMDb . Polish artists Allan Starski and Ewa Braun received the award "Oscar" for the best work of production designer and operator pictures - Pole Janusz Kaminski - "Oscar" for best cinematography . Another award in the same category, he was awarded after five years for the film " Saving Private Ryan . "
Another famous product of international cooperation was a film by Roman Polanski, " The Pianist "(2002, Palme d'Or at Cannes , an Academy Award in three categories), which was filmed in Poland and is dedicated to the tragic fate of Polish musician of Jewish origin. Wrote the music for the picture - Wojciech Kilar, chief operator - Paul Edelman . In general, for all the years of work outside the homeland Polanski remained faithful to their Polish colleagues. So, Krzysztof Komeda wrote the music for his films "The Dance of the Vampires "(1967) and" Rosemary's Baby "(1968)."
Alguém poderá ter interesse em ler isto... ou não! Mas deixei o filme polaco em pausa, e vou continuar a ver, para saber o que irá acontecer ao Cavaleiro Miguel, da commonwealth Polaco-Lituana quando os otomanos ameaçam invadir a Ucrânia.

Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Já José, é o meu outro filme de eleição sobre o Holocausto!JoséMiguel wrote: Rui já viste o Pianista de Polanski? É muito parecido com este, não como cópia, mas como cara-metade e complemento de encaixe perfeito. Gueto de Varsóvia em vez do gueto de Cracóvia.

Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Que as cenas com o casaco pintado a vermelho foram feitas propositdamente para evidenciar uma situação no meio de um contexto mais abrangente é coisa que me parece evidente. O que estou a dizer é que não vejo nenhuma necessidade dessa ênfase - nem sequer por se tratar de uma criança. No resto do filme há um conjunto de outras situações chocantes com crianças que não necessitaram de nenhum dedo a apontar: "vejam lá bem o que acontece à desgraçada da criacinha".THX wrote: Sam...as crianças Sam...as CRIANÇAS!!!
Se Spielberg fez realçar aquela cena acredita que foi apenas para demonstrar a crueldade a que pode chegar o ser dito "humano". Quem tem filhos sabe ao que eu me refiro, quem não os tem...se calhar nem por isso.
Aquela cena foi feita propositadamente para chocar e agora pergunto eu...será que aquilo aconteceu mesmo??
SIM!!! Aconteceu...infelizmente. Muitas crianças MORRERAM antes de concluir os 10 anos de idade. E o que é isso?
Sim, 10 anos de idade, na primavera da vida e de repente...o Inverno.
Nenhum de nós pode dizer o que é passar por uma situação dessas, felizmente, mas pensem no que seria uma mãe ser separada da sua pequena filha sabendo o destino que lhe esperava...
Não. Ele também foi uma vítima dos campos de concentração, tendo escrito um livro e realizado um filme sobre o assunto (já agora, este aqui que, a quem se interessar por estes assuntos, recomendo vivamente).JoséMiguel wrote: Se calhar o Imre Kertész está a criticar o filme errado, ou não?![]()
A visão dele está no polo oposto ao "espectáculo da violência" que o Spielberg nos serve, e se virem o Fateless conseguem entender bem o porquê da sua posição.
Mas concordo convosco numa coisa: haverá sempre multiplas visões e oponiões sobre os mais variados assuntos, sendo que ninguém é detentor de uma "versão definitva" sobre a história, ou sobre uma obra (de arte ou de entretenimento) baseada na história.
O Saramago escreveu algures nos Cadernos de Lanzarote uma entrada sobre o dia em que foi ao cinema ver o Schindler's List, e o que eu retiro dessa entrada é que ficou bastante impressionado com o que viu.
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Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Samwise, muito obrigado pela sugestão do Sorstalanság, tentarei ver o filme. Nunca ouvi falar dele, porque lá está, não é um blockbuster americano, mas é por estas sugestões que vale a pena eu vir ao fórum. 

Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
Pois eu não gostei nada de "O Pianista" é um filme fortissimamente académico,bem comportado até dizer chega.Não tem rasgo narrativo,não tem audácia,nem coragem de guião,é maniqueista,enfim,é um ponto fraco na carreira de Roman Polansky.
Vale só por uma única cena que é a cena que é a capa do filme.
Vale só por uma única cena que é a cena que é a capa do filme.
"Sempre as horas,as horas,as horas......"
Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
E vê lá tu que o Pianista é feito por um gajo que viveu aquilo em primeira mão.
Re: Schindler's List (1993) - Steven Spielberg
"Uma das razões porque fiz a cena assim, foi porque toda a gente sabia o que se estava a passar na Polônia. O Roosevelt sabia e o Churchill sabia. Era óbvio como uma menina vestida de vermelho! E eles não fizeram nada. Quando puz o Oscar Schindler em cima de um cavalo a olhar para ela à distancia, queria simbolizar isso. Mas ao contrário deles, aquele foi o catalizador da sua decisão para tomar uma atitude. No meio daquele massacre todo, a visão daquela menina de vermelho é o momento que marcará a sua resolução a partir daí " - Steven Spielberg.