To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Moderators: waltsouza, mansildv
To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Já foi divulgado o primeiro trailer para o próximo filme de Woody Allen, passado em Roma. Tudo dentro do seu estilo habitual: uma cidade român(t)ica como pano de fundo, um elenco carregadinho de estrelas, e a inevitável exploração de situações de devaneio sentimental pelo lado humorístico.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Já não via o Benigni há algum tempo num filme (penso eu)! Esperemos que seja uma boa comédia... à Woody Allen! :)
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Estreia em Portugal a 20 de Setembro de 2012 ;)
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Estreia hoje.

IMDB
Sinopse:
John (Alec Baldwin), um reputado arquiteto americano, encontra-se a passar férias em Roma, onde viveu durante sua juventude. Ao passear pelo seu antigo bairro, encontra Jack (Jesse Eisenberg), um jovem em quem John se revê quando tinha a mesma idade. Ao acompanhar a paixão que Jack vai ganhando por Monica (Ellen Page), a deslumbrante e sedutora amiga da sua namorada Sally (Greta Gerwig), John revive um dos episódios românticos mais dolorosos da sua vida. Enquanto isso, o ex-diretor de ópera Jerry (Woody Allen) voa para Roma com sua esposa Phyllis (Judy Davis), para conhecer Michelangelo (Flavio Parenti), o noivo italiano de Hayley (Alison Pill), a filha de ambos. Jerry fica maravilhado quando conhece Giancarlo (interpretado pelo famoso tenor Fabio Armiliato) o pai de Michelangelo, agente funerário de profissão, e o ouve cantar árias dignas de La Scala enquanto toma duche. Convencido que um talento prodigioso não pode continuar escondido, Jerry planeia a oportunidade de promover Giancarlo a cantor de ópera, aproveitando para relançar a sua própria carreira. Pelo seu lado, Leopoldo Pisanello (Roberto Benigni) é um homem vulgar e extremamente chato, que certa manhã acorda transformado num dos homens mais famosos de Itália, e com muitas questões para as quais não tem resposta. Rapidamente se vê perseguido por paparazzi, que lhe seguem todos os seus movimentos e questionam tudo o que faz. Ao mesmo tempo que Leopoldo começa a habituar-se às seduções da ribalta, acaba gradualmente por perceber qual o preço da fama.
Entretanto, Antonio (Alessandro Tiberi) é um recém-chegado a Roma, vindo da província com a esperança de impressionar os seus familiares ricos através da sua nova e adorável esposa Milly (Alessandra Mastronardi) e assim conseguir mais facilmente um emprego na grande cidade. Através de cómicos acasos e mal-entendidos, o casal acaba separado e Antonio vê-se obrigado a apresentar uma estranha (Penélope Cruz) como sua mulher, sendo Milly cortejada pelo lendário actor de cinema Luca Salta (Antonio Albanese).

IMDB
Sinopse:
John (Alec Baldwin), um reputado arquiteto americano, encontra-se a passar férias em Roma, onde viveu durante sua juventude. Ao passear pelo seu antigo bairro, encontra Jack (Jesse Eisenberg), um jovem em quem John se revê quando tinha a mesma idade. Ao acompanhar a paixão que Jack vai ganhando por Monica (Ellen Page), a deslumbrante e sedutora amiga da sua namorada Sally (Greta Gerwig), John revive um dos episódios românticos mais dolorosos da sua vida. Enquanto isso, o ex-diretor de ópera Jerry (Woody Allen) voa para Roma com sua esposa Phyllis (Judy Davis), para conhecer Michelangelo (Flavio Parenti), o noivo italiano de Hayley (Alison Pill), a filha de ambos. Jerry fica maravilhado quando conhece Giancarlo (interpretado pelo famoso tenor Fabio Armiliato) o pai de Michelangelo, agente funerário de profissão, e o ouve cantar árias dignas de La Scala enquanto toma duche. Convencido que um talento prodigioso não pode continuar escondido, Jerry planeia a oportunidade de promover Giancarlo a cantor de ópera, aproveitando para relançar a sua própria carreira. Pelo seu lado, Leopoldo Pisanello (Roberto Benigni) é um homem vulgar e extremamente chato, que certa manhã acorda transformado num dos homens mais famosos de Itália, e com muitas questões para as quais não tem resposta. Rapidamente se vê perseguido por paparazzi, que lhe seguem todos os seus movimentos e questionam tudo o que faz. Ao mesmo tempo que Leopoldo começa a habituar-se às seduções da ribalta, acaba gradualmente por perceber qual o preço da fama.
Entretanto, Antonio (Alessandro Tiberi) é um recém-chegado a Roma, vindo da província com a esperança de impressionar os seus familiares ricos através da sua nova e adorável esposa Milly (Alessandra Mastronardi) e assim conseguir mais facilmente um emprego na grande cidade. Através de cómicos acasos e mal-entendidos, o casal acaba separado e Antonio vê-se obrigado a apresentar uma estranha (Penélope Cruz) como sua mulher, sendo Milly cortejada pelo lendário actor de cinema Luca Salta (Antonio Albanese).
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Já alguém foi ver? como fã de Woody Allen, quero ir ver este filme, estou bastante entusiasmado, embora me tenha parecido
pelo trailer que não terá uma história muito vasta, é mais no estilo comédia neurótica a que Woody já nos habituou.
Mas pelo que ví, parece que a crítica não achou o filme grande coisa, a ver vamos, este senhor tem a capacidade de contar
historias de variadas formas e feitios, há quem goste, com eu, e há quem não goste...
pelo trailer que não terá uma história muito vasta, é mais no estilo comédia neurótica a que Woody já nos habituou.
Mas pelo que ví, parece que a crítica não achou o filme grande coisa, a ver vamos, este senhor tem a capacidade de contar
historias de variadas formas e feitios, há quem goste, com eu, e há quem não goste...
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
O Eurico de Barros, que é um fã acérrimo do Woody Allen, disse que o filme levou muita pancada que não mereceu. Acho que é daqueles filmes que só mesmo quem gosta do estilo peculiar do Woody (e que marcam os seus filmes menos populares e com notas de nível 6 no IMDB) é que irá gostar de ver. Mas só poderei confirmar isso depois de ir ver o filme... :)
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Vi ontem e gostei bastante. Pode não ter a mesma magia de Meia-noite em Paris, longe disso, mas é muito bom, tem momentos hilariantes e, como é hábito, absolutamente bizarros. Para quem é fã incondicional, como eu sou, vale o visionamento. Nem que seja para ver o retorno de Woody Allen frente às câmaras a ser, simplesmente, Woody Allen (a sua primeira aparição pôs-me logo um sorriso na cara). Tenho sérias dúvidas de que se venham a arrepender.
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Esta quarta-feira apanhei o Rui Pedro Tendinha na Sic Mulher a dizer que era o pior filme do Woody Allen. Que era um apanhado de lugares comuns e estériotipos dos italianos. Segundo ele, o filme foi pago/encomendado pelo municipio de Roma e que isso transparecia na sua evidente falta de paixão.
É a opinão dele mas não deixei de ficar um pouco desiludido...
É a opinão dele mas não deixei de ficar um pouco desiludido...
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Eu acho que às vezes as pessoas pensam que todos os filmes do Woody Allen têm de ter o calibre de um «Annie Hall» ou do «Ana e as suas irmãs». Eu por mim, desde que o filme me ponha um sorriso no rosto, fico contente. E com o Woody isso acontece sempre (exceto nos filmes dramáticos, claro).
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
É sobretudo uma carreira extensa, variada, e por vezes com grandes oscilações na qualidade entre os filmes. Não sei nada quanto ao "filme de encomenda", mas o que tenho notado nas últimas obras dele é um esgotamento na repetição da "fórmula". O Allen sempre se canibalizou a si próprio quer na forma quer no conteúdo dos filmes, mesmo que tenha naturalmente evoluído em sofisticação técnica, mas ao longo do tempo foi esgotando a capacidade para manter as "repetições" frescas e originais - e esse foi para mim o problema principal do Midnight in Paris, por exemplo: por baixo da camada encantadora de brilhantina repousavam uma série de lugares comuns e estereótipos allenianos estafados (temas e personagens), que nem sequer foram explorados com a energia corrosiva do costume.rui sousa wrote:Eu acho que às vezes as pessoas pensam que todos os filmes do Woody Allen têm de ter o calibre de um «Annie Hall» ou do «Ana e as suas irmãs». Eu por mim, desde que o filme me ponha um sorriso no rosto, fico contente. E com o Woody isso acontece sempre (exceto nos filmes dramáticos, claro).
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
rui sousa wrote:Eu acho que às vezes as pessoas pensam que todos os filmes do Woody Allen têm de ter o calibre de um «Annie Hall» ou do «Ana e as suas irmãs». Eu por mim, desde que o filme me ponha um sorriso no rosto, fico contente. E com o Woody isso acontece sempre (exceto nos filmes dramáticos, claro).
É mesmo isso que também sinto um bocado! E no que me diz respeito, melhor ou menos conseguidos, de comédia ou dramáticos (ou algures entre ambos), para mim qualquer filme do Woody é um acontecimento e é de ouro. Com mais ou menos quilates!


Com base nos filmes que tenho do Woody e do que vi do trailer deste, tenho 100% de certeza que vou também apreciar muito este Para Roma, com Amor.

E estou-me completamente marimbando se ele fez o filme com base num convite ou numa solicitação da Câmara Romana... aliás muito bom era se o Tony Costa (artista do PS) se lembrasse de lhe fazer convite semelhante para ver se ele eternizava Lisboa num dos seus filmes. Isso é que era!

Cabeças


Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Concordo totalmente Cabeças!
Entretanto, um texto do Eurico de Barros, que classificou o filme como «Muito Bom»:
Entretanto, um texto do Eurico de Barros, que classificou o filme como «Muito Bom»:
Em Roma faz como os romanos
Na literatura americana clássica, a Itália, e Roma em especial, era onde as jovens heroínas vinham ser expostas às tentações e às influências de uma Europa pesada de séculos, cultura e pecado. Depois, o cinema americano encarregou-se de estereotipar a Cidade Eterna como um lugar de permanente alegria veraneante, pedras milenares, romance no ar e música nas esquinas. Precisamente, alguma crítica italiana atirou-se a Woody Allen por ele ter filmado Roma como uma cidade turística, de bilhete-postal, no seu novo filme, Para Roma, com Amor. Sem perceber que a intenção era mesmo essa. Se ele tivesse feito um filme neorrealejo e desgraçado, de certeza que o tinham atacado por mostrar só o lado feio e decadente da cidade. Para Roma, com Amor é o correlativo cinematográfico de estar na Cidade Eterna, em agosto, a almoçar numa esplanada e a beber Lambrusco bem fresco, na companhia de amigos inteligentes, espirituosos e vividos, que contam histórias muito divertidas passadas em Roma. Woody Allen, que não aparecia num filme seu desde Scoop (2006), volta para a frente das câmaras, mobiliza um pequeno exército internacional e multigeracional, de Ellen Page e Jesse Eisenberg a Alec Baldwin, Roberto Benigni, Judy Davis e Ornella Muti numa pontinha, passando por Penélope Cruz e até pelo tenor Fabio Armiliato (este num dos papéis filet mignon do filme), e distribui-o por uma série de histórias em vários tons de comédia, da farsa à sátira, roçando pelo nonsense, sem grandes preocupações de coerência temporal, numa Roma encharcada em luz estival, ao som - sim! - de Volare ou Arrivederci Roma. E se o filme parece às vezes desarrumado, não se esqueçam de que estamos em Roma e não em Londres ou em Berlim. Por isso, Woody Allen faz como os romanos.
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Outro texto, desta vez de João Lopes.
Woody Allen made in Rome
Woody Allen continua a filmar em paisagens europeias: Para Roma, com Amor é mais um cruzamento de histórias mais ou menos românticas, servidas por um elenco invulgar — este texto foi publicado no Diário de Notícias (20 Setembro), com o título 'Woody Allen apresenta o seu roteiro irónico de Roma'.
Na sequência de abertura de Para Roma, com Amor, Woody Allen apresenta-nos duas ou três imagens emblemáticas de Roma (as ruínas do Coliseu, etc.). Dir-se-ia um clássico roteiro turístico, na expectativa das clássicas histórias recheadas de atribulações mais ou menos românticas. O certo é que, quando a câmara de aproxima de um polícia sinaleiro, somos surpreendidos pelas considerações de um inesperado “narrador”: é o próprio polícia que se dirige ao espectador, dando conta da sua saborosa experiência de romano...
O cinema de Woody Allen continua a explorar este género de ironias. Por um lado, convida-nos a entrar num universo mais ou menos reconhecível; por outro lado, apresenta as variações insólitas, ora dramáticas, ora sarcásticas, de um estilo que gosta de desafiar as fronteiras das próprias narrativas: Para Roma, com Amor é um pequeno labirinto de histórias cruzadas através do qual redescobrimos Roma como um cenário paradoxalmente realista, capaz de acolher as peripécias mais desconcertantes.
Uma das histórias, protagonizada por Leopoldo, o chefe de família transformado em “famoso” pelas televisões, possui uma contundente actualidade. Woody Allen filma um incauto cidadão que, um belo dia, ao sair de casa, é literalmente apanhado por um batalhão de câmaras... Porquê? Apenas porque sim... Querem saber de onde vem, para onde vai, como tomou banho, como lava a cabeça... Enfim, é o pesadelo da reality TV mostrado em todo o seu menosprezo pela identidade humana. Para mais, Woody Allen entrega o papel de Leopoldo a Roberto Benigni, símbolo do cinema italiano (A Vida É Bela, O Tigre e a Neve, etc.) e, mais do que isso, figura visceral da cultura popular italiana. Dito de outro modo: para além da fotogenia dos lugares, Woody Allen interessa-se também pelas figuras emblemáticas do seu imaginário.
Aliás, a presença de actores como a italiana Ornela Mutti (numa breve aparição como estrela de cinema que roda um filme nas ruas de Roma) ou o americano Alec Baldwin (numa personagem ambígua, espécie de consciência moral dentro da própria narrativa) é reveladora de um princípio que Woody Allen sempre praticou. A saber: a integração de intérpretes que surgem nos seus filmes como uma espécie de “prolongamento” de uma imagem de marca enraizada noutros filmes.
Não por acaso, a personagem do próprio Woody Allen ilustra a capacidade de organizar infinitas variações sobre a sua “persona” cinematográfica. Desta vez, ele é um ex-editor de música clássica, com uma carreira não muito bem sucedida de cenógrafo de ópera (“estava adiantado para a época...”), que reflecte um sentimento cada vez mais forte na trajectória criativa do actor/realizador: para ele, o envelhecimento funciona como um peso inevitável, ironicamente contornado pela sua festiva perda de ilusões. Nesta perspectiva, pode dizer-se que Woody Allen se mantém um metódico retratista das grandes cidades: depois de muitas anos de Nova Iorque, Roma é mais uma paragem num périplo europeu que já o levou a Londres (Match Point), Barcelona (Vicky Cristina Barcelona) e Paris (Meia-Noite em Paris).
Publicada por João Lopes em Sexta-feira, Setembro 21, 2012
http://sound--vision.blogspot.pt/2012/0 ... -rome.html
-
- Fanático
- Posts: 739
- Joined: May 3rd, 2007, 1:27 pm
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Bem, o João Lopes também é para onde lhe dá...
O filme é um conjunto de histórias que não se colam, todas num género de humor diferente.
É o pior filme do Woody Allen em passeio pela Europa e, necessariamente, o pior de todos os filmes dele.
Só a presença do Alec Baldwin tem graça, o resto é mau demais.
O filme é um conjunto de histórias que não se colam, todas num género de humor diferente.
É o pior filme do Woody Allen em passeio pela Europa e, necessariamente, o pior de todos os filmes dele.
Só a presença do Alec Baldwin tem graça, o resto é mau demais.
Re: To Rome with Love (2012) - Woody Allen
Mas é que nesse mesmo programa que referi passou uma entrevista com ele em que lhe perguntaram se a seguir podia vir filmar a Lisboa e ele disse directamente que vinha se lhe pagassem o filme... portanto há esperança!
Tenho a referir que um filme "menos bom" do Woody Allen é melhor que 90% dos filmes que estreiam em Portugal, mas o homem não pode fazer um Match Point por ano, o último dos filmes dele que achei simplesmente fantástico.
Tenho a referir que um filme "menos bom" do Woody Allen é melhor que 90% dos filmes que estreiam em Portugal, mas o homem não pode fazer um Match Point por ano, o último dos filmes dele que achei simplesmente fantástico.