The Tree of Life (2010) Terrence Malick
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Cabeças wrote: A projecção e o som não estavam nada bem. Não sei bem em que formato estava a imagem, mas era pouco mais do que um 4:3 e o som... foi dos de mais baixa qualidade que tive ocasião de ouvir em muitos anos de cinema. Basicamente as colunas estavam todas desligadas e o som só saía pelas colunas do écrã. E uma delas está estragada, pois há um som crepitante (fez-me lembrar o som dos radares do "Contacto" quando estavam a apanhar o sinal extraterrestre) que se ouve de vez em quando que penso não se devia ouvir (a não ser que seja mesmo um efeito do filme, mas a ser não funciona de todo) e está presente durante muito tempo no filme.
Portanto... ratio da imagem muito esquisito e um som de qualidade verdadeiramente horrível. O que foi muito chato, pois com a qualidade da banda sonora, era imprescindível ter um som envolvente e grandioso. É uma pena pagarmos 6 euros para ter uma qualidade tão má em termos de som e de projecção, pois a imagem também não estava nada de especial, independentemente do ratio, que também estranhei.
Evitem ver este filme no Cineteatro do Saldanha, a sala é muito boa, mas a qualidade em termos de som e projecção está uma sombra do que já foi. Aquilo parece mesmo estar a precisar de uns arranjos urgentes. Só é pena que continuem a cobrar o dinheiro às pessoas e depois as façam ter que ver filme (sobretudo estes) de um modo tão lamentável. Eu aqui no meu quarto, tenho um som incomparávelmente melhor em termos de qualidade daquilo que experienciei hoje, o que até nem é difícil, pois como referi, não me lembro de ter ouvido um som tão mau desde há muitos anos. As colunas laterais nem se ouviram e a tal coluna da frente era um pesadelo.
Isto faz-me recordar, pelos piores motivos, uma reclamação que fiz por e-mail há cerca de dois anos para a Medeia, a propósito do som na Sala 3 do mesmo local, quando fui ver o Let the Right One In.
Um excerto:
A resposta foi que a situação iria ser analisada. Na semana seguinte mudaram o filme para outra sala. Nunca mais pensei no caso... até que li o texto do Cabeças - e que me faz pensar que não há uma regular análise e manutenção da qualidade de som (e de imagem) naquele espaço. É preocupante. No mês passado fecharam no Residence e não se preocupam com as condições de exibição nas outras salas...Ao longo do filme, por várias vezes, as colunas entraram em ressonância e trepidação ao não aguentarem um conjunto de sons mais graves que faz parte do acompanhamento sonoro/musical do filme. Não só a experiência de ouvir aquela distorção é extrememamente desagradável aos ouvidos, como também acaba logo com qualquer carga dramática que o filme esteja a querer passar para o espectador nessas alturas.
O mínimo exigível, numa situação destas, seria avisarem o espectador para este cenário antes de comprar o bilhete. Uma alternativa, e uma vez que aquela é a única sala em Lisboa que está a exibir o filme, seria colocarem-no numa outra que estivesse minimamente à altura.

«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Já fui ver. Ainda não sei concretamente o que tenho para dizer acerca dele. Se por um lado é o culminar temático/ideológico de um trabalho que vinha de trás (sobretudo dos dois filmes anteriores), por outro é coisa explorada até à exaustão (nem o Kubrick chegou a este extremo), quer a nível de argumento (fragmentado em mil partículas, deambulatório, sem nenhuma continuidade narrativa), quer a nível de técnica de edição e montagem. O resultado tem tanto de bom como de mau. Cheguei ao fim cansado e aborrecimento com tanto repisar, repetir e insistir. Mesmo assim, já sei que é filme que me vai por a meditar durante uns bons tempos. A quantidade de interpretações e significados que podem ser retirados do filme é acabrunhador.
Em relação à análise do Cabeças, de facto este filme representa um passo à frente na representação do "divino" (e a "oração" de que ele fala faz todo o sentido). Se nos filmes anteriores parecia haver um monólogo interrogativo (dos homens para Deus, em que a resposta, aparentemente inexistente, revelava-se através da Natureza), no The Tree of Life não só há (um) Deus, como a ligação entre homem e divindade aparece bem mas sugestiva - em alguns casos até bastante explícita (fala-se em "Graça" e até chegamos a ver anjos a interagirem com pessoas, numa cena que remete para uma outra do The Thin Red Line...).
--
Grande parte dos espectadores não se coibiram de comentar em voz alta e em cumplicidade vexatória, no final da sessão, o que tinham achado: gargalhadas, palmas de gozação, suspiros de alívio, exasperação, "Foi isto que ganhou a Palma de Ouro???", etc... Admira-me como aguentaram na sala tanto tempo.
Em relação à análise do Cabeças, de facto este filme representa um passo à frente na representação do "divino" (e a "oração" de que ele fala faz todo o sentido). Se nos filmes anteriores parecia haver um monólogo interrogativo (dos homens para Deus, em que a resposta, aparentemente inexistente, revelava-se através da Natureza), no The Tree of Life não só há (um) Deus, como a ligação entre homem e divindade aparece bem mas sugestiva - em alguns casos até bastante explícita (fala-se em "Graça" e até chegamos a ver anjos a interagirem com pessoas, numa cena que remete para uma outra do The Thin Red Line...).
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Grande parte dos espectadores não se coibiram de comentar em voz alta e em cumplicidade vexatória, no final da sessão, o que tinham achado: gargalhadas, palmas de gozação, suspiros de alívio, exasperação, "Foi isto que ganhou a Palma de Ouro???", etc... Admira-me como aguentaram na sala tanto tempo.
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Fui ver ontem à noite e gostei imenso. É uma experiência absolutamente mágica.
Confesso que do Malick só conhecia o Days of Heaven - que também me fascinou bastante - e, apesar de já contar com algo "diferente", conseguiu ser ainda mais estranho do que pensava (isto no bom sentido).
Não sabia que pegava de forma tão intensa na crença e nas incertezas religiosas, mas, sendo um tema pelo qual sempre me interessei bastante, apesar das minhas convicções (ou falta delas, neste caso), agradou-me. A viagem pelo universo e pelos primórdios da criação foi uma excelente experiência e, apesar de um pouco extensa, a escolha de imagens compensa-o. O Malick retrata com grande excelência e sem necessidade de muito diálogo o modelo do pai exemplar da época e o crescimento e os dramas de uma família não tão longínqua quanto isso, com características bastante actuais, apesar de tudo.
Ainda assim, escaparam-me alguns detalhes:
É, claramente, um daqueles filmes que obriga a vários visionamentos e que não tem uma interpretação definitiva. E, embora seja uma grande obra, achei que era um pouco desgastante a nível emocional (ou então foi o cansaço a vencer-me por só ter terminado às 3 da manhã).
Mas, claro, nem a sessão da meia noite e meia foi suficiente para me ver livre das pipocas e do pessoal ignorante que, não se mantendo em silêncio, tem de dar a conhecer à sala os seus pensamentos ("Não estou a perceber nada do filme", "Epá, estas cenas ficavam mesmo fixes em 3D", "Isto está a ir muito pelo caminho da ciência", "Olha o Jurassic Park"...).
Confesso que do Malick só conhecia o Days of Heaven - que também me fascinou bastante - e, apesar de já contar com algo "diferente", conseguiu ser ainda mais estranho do que pensava (isto no bom sentido).
Não sabia que pegava de forma tão intensa na crença e nas incertezas religiosas, mas, sendo um tema pelo qual sempre me interessei bastante, apesar das minhas convicções (ou falta delas, neste caso), agradou-me. A viagem pelo universo e pelos primórdios da criação foi uma excelente experiência e, apesar de um pouco extensa, a escolha de imagens compensa-o. O Malick retrata com grande excelência e sem necessidade de muito diálogo o modelo do pai exemplar da época e o crescimento e os dramas de uma família não tão longínqua quanto isso, com características bastante actuais, apesar de tudo.
Ainda assim, escaparam-me alguns detalhes:
Mas, claro, nem a sessão da meia noite e meia foi suficiente para me ver livre das pipocas e do pessoal ignorante que, não se mantendo em silêncio, tem de dar a conhecer à sala os seus pensamentos ("Não estou a perceber nada do filme", "Epá, estas cenas ficavam mesmo fixes em 3D", "Isto está a ir muito pelo caminho da ciência", "Olha o Jurassic Park"...).
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Ao longo do filme houve uma pessoa atrás de mim que ria/comentava algumas cenas e no final do filme rematou: "Terence Malick, tenho de decorar este nome para nunca mais ver nenhum filme deste senhor..." Ao qual eu não consegui conter-me e respondi: "Se ao menos conhecesse este realizador, de certeza que não tinha vindo..."TDDM wrote:Ainda assim, escaparam-me alguns detalhes:Mas, claro, nem a sessão da meia noite e meia foi suficiente para me ver livre das pipocas e do pessoal ignorante que, não se mantendo em silêncio, tem de dar a conhecer à sala os seus pensamentos ("Não estou a perceber nada do filme", "Epá, estas cenas ficavam mesmo fixes em 3D", "Isto está a ir muito pelo caminho da ciência", "Olha o Jurassic Park"...).
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
O "problema" é que, ao ganhar o prémio de Cannes, Tree of Life ganhou também uma publicidade inesperada, fazendo com que muita gente vá ao cinema e apanhe a seca/desilusão da vida delas.
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Sem dúvida. Só que há que saber diferenciar o género de filmes que concorrem a Cannes dos que concorrem aos Óscares, o principal problema é esse. Para muitos, a única diferença é o nível de "glamour" que o outro não tem.
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Gostei do texto Cabeças
É raríssimo ver filmes na semana de estreia , mas depois de ver os resultados de bilheteira em pt tive algum receio que isto fosse recambiado para umas salas manhosas e lá fui eu. Até por ser do Malick , claro que é um filme para se ver isolado...de preferência sozinho na sala
O New World arrebatou-me em sala , mas numa visualização mais recente nao teve o mesmo impacto (por vezes tem mais a ver com a propria forma de estar e disposição naquele momento). Por isso não podia perder o filme num cinema , nem que fosse para experimentar a mesma sensação . E é imperdoável nao se ver o Tree of Life em condições fantásticas e grandiosas.
É um filme que se expressa por uma visualidade tremenda. É arrebatador. Na 1a parte do filme , quase que nos esmaga. O Malick que sempre foi um realizador pouco convencional , seja na forma ou conteudo , aqui na 1a parte atinge o extremo na sua filmografia. Tem o seu culminar na cena da formação da vida que é deslumbrante (não é facil ser objectivo na descrição da cena ,mas é de uma beleza estonteante). A partir dai o Malick entra em terrenos muito mais conhecidos e a "narrativa" ganha uma cadencia muito própria dos seus filmes ,e com shots decalcadas (no bom sentido) de obras suas. É interessante que além da espiritualidade , o filme tem um cariz muito religioso que me surpreendeu.
Adoro a naturalidade dos filmes do Malick , que advém muito da abordagem que ele tem aos seus filmes. E neste filme em particular , trabalhando com crianças , o resultado é espectacular.
Pela negativa , os minutos finais são demasiado literais , e chocam um bocadinho com as 2 horas anteriores.
É difícil exprimir ou racionalizar aquilo que se viu. O Tree of Life entra directamente naqueles filmes que nao se vêem mas experimentam-se. É as sensacoes que evoca que revela o seu brilhantismo.

É raríssimo ver filmes na semana de estreia , mas depois de ver os resultados de bilheteira em pt tive algum receio que isto fosse recambiado para umas salas manhosas e lá fui eu. Até por ser do Malick , claro que é um filme para se ver isolado...de preferência sozinho na sala

O New World arrebatou-me em sala , mas numa visualização mais recente nao teve o mesmo impacto (por vezes tem mais a ver com a propria forma de estar e disposição naquele momento). Por isso não podia perder o filme num cinema , nem que fosse para experimentar a mesma sensação . E é imperdoável nao se ver o Tree of Life em condições fantásticas e grandiosas.
É um filme que se expressa por uma visualidade tremenda. É arrebatador. Na 1a parte do filme , quase que nos esmaga. O Malick que sempre foi um realizador pouco convencional , seja na forma ou conteudo , aqui na 1a parte atinge o extremo na sua filmografia. Tem o seu culminar na cena da formação da vida que é deslumbrante (não é facil ser objectivo na descrição da cena ,mas é de uma beleza estonteante). A partir dai o Malick entra em terrenos muito mais conhecidos e a "narrativa" ganha uma cadencia muito própria dos seus filmes ,e com shots decalcadas (no bom sentido) de obras suas. É interessante que além da espiritualidade , o filme tem um cariz muito religioso que me surpreendeu.
Adoro a naturalidade dos filmes do Malick , que advém muito da abordagem que ele tem aos seus filmes. E neste filme em particular , trabalhando com crianças , o resultado é espectacular.
Pela negativa , os minutos finais são demasiado literais , e chocam um bocadinho com as 2 horas anteriores.
É difícil exprimir ou racionalizar aquilo que se viu. O Tree of Life entra directamente naqueles filmes que nao se vêem mas experimentam-se. É as sensacoes que evoca que revela o seu brilhantismo.
E esta semana ainda está em muitos porque ganhou a palma de ouro...foi a nossa sorte ! Diga-se que até estou surpreendido pela publicidade que o filme teve , até pela matriz do cinema do MalickNet_Holer wrote:Acho chocante como é que filmes desta magnitude não estão em exibição em quase nenhum cinema... Portugal sempre em grande.
Last edited by jimmy on June 1st, 2011, 5:53 pm, edited 2 times in total.
" Listen, you fuckers, you screwheads. Here is a man who would not take it anymore. A man who stood up against the scum, the cunts, the dogs, the filth, the shit. Here is a man who stood up." Travis Bickle in Taxi Driver
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
"Acho chocante como é que filmes desta magnitude não estão em exibição em quase nenhum cinema... Portugal sempre em grande."
Qual magnitude? O pessoal ainda n percebeu q o cinema é um negócio de massas, que visa o lucro, logo "magnitude" tem o pirata das caraíbas, o velocidade furiosa 5, isso é que enche salas €€€€€€, não filmes do festival de cannes, que podem ser brilhantes, mas que n são apelativos às massas e é com as massas, e mesmo assim à rasca, que as salas de cinema ainda vão, com dificuldades, sobrevivendo.
Qual magnitude? O pessoal ainda n percebeu q o cinema é um negócio de massas, que visa o lucro, logo "magnitude" tem o pirata das caraíbas, o velocidade furiosa 5, isso é que enche salas €€€€€€, não filmes do festival de cannes, que podem ser brilhantes, mas que n são apelativos às massas e é com as massas, e mesmo assim à rasca, que as salas de cinema ainda vão, com dificuldades, sobrevivendo.
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Grande Guru, acho que estás enganado na última parte. No último ano o cinema em Portugal bateu o recorde com mais bilhetes vendidos do que alguma vez antes.
Exemplo recente disso é o último Fast & Furious e Piratas das Caraibas que superaram os anteriores.
Claro que salas pequenas e antigas pode-se dizer que vão sobrevivendo à rasca... agora os cinemas grandes não.
Quanto à questão da magnitude:
Refiro-me à qualidade do filme. Sim, concordo que seja muito subjectivo e não é para todos sem dúvida. Mas também as pessoas não fazem bem ideia do tipo de filme que é antes de o ver...
Refiro-me ao facto de ser um filme com o Brad Pitt e, menos conhecido para as massas, o Sean Pen.
E o facto de ter ganho o prémio, que a maioria desconhece o que é mas é um prémio e isso serve para efeitos de publicidade para vender o filme.
Bom, o filme foi vê-lo ontem.
Vou sem dúvida ver o filme novamente, se saísse em bluray com a opção extra dos comentários do realizador seria espectacular. Estou realmente interessado em ouvir o que ele tem para dizer sobre as várias cenas do filme.
Infelizmente caí na esparrela de ir com colegas de trabalho, umas 6 pessoas. É realmente um filme que se deve ver sozinho ou com alguém que saibamos à partida que tem mente aberta e realmente sabe ver um filme mais "alternativo".
As pessoas na sala (fui ao Colombo, sessão das 17 e picos) ainda eram algumas. Diria que eram umas 30 e tais, mais do que imaginei com certeza.
Infelizmente a grande maioria também não soube ver o filme. Ora riam-se em tudo o que era cena (e estamos a falar de adultos, não vi lá crianças) como nas partes da criação do Cosmos, ora aquando o aparecimento dos animais, etc. Pior ainda, estabeleciam pequenos diálogos pejorativos à cerca do filme. Sinceramente fiquei admirado de ninguém ter saído a meio, o que eu até agradecia pois estive mesmo mesmo para pegar nas minhas coisas e ir SOZINHO para as filas mais para a frente que estavam vazias.
Percebo perfeitamente que as pessoas não gostassem do filme, agora deixem é os outros (meia dúzia de pessoas provavelmente) ver o filme em sossego. Informassem-se minimamente sobre o filme e optam-se por ir ver o Arthur ou o Real Desatino que era bom para todos; para mim que podia ver o filme em paz e para quem não estava ali a fazer nada que ia ver "um grande filme". Ou que se levantassem e simplesmente saíssem da sala.
Agora o filme em si: Queria bastante escrever sobre ele (e estou a escrever) mas ao mesmo tempo estava um bocado relutante pois é um filme muito pessoal que é difícil de descrever por palavras.
Quanto à minha opinião, sinceramente comecei logo a gostar do filme desde o inicio.
Para começar é um filme que retrata um tema que gosto e me interessa bastante, depois tem um estilo bastante único e peculiar. Seja a nível dos efeitos visuais que são brutais e nos deixam realmente num estado meditativo, seja a nível da banda sonora que é divinal (na falta de melhor termo)! Adorei a abordagem feita à vida terrena, à espiritualidade e religião. Tudo muito subtil e que ao mesmo tempo nos pode dizer imenso (o próprio nome tem ligações ao esotérico).
A narrativa simples e quase que repetitiva também encaixa como uma luva no ambiente do filme.
Lá mais para a frente o filme começa a entrar em moldes mais usuais mostrando a vida de uma família constituída por um pai opressor, uma mãe submissa ao marido e os seus três filhos que começam a crescer e a entrar na idade de encarar o mundo e os sentimentos. Mesmo aqui a narrativa é frequente e os diálogos são sempre pequenos e relativamente curtos. Somos também presenteados por algumas cenas mais abstractas como no inicio do filme.
Acho que não é preciso realçar o facto de que o filme é um pouco abstracto, ambíguo e subjectivo. É um filme muito visual que por vezes dá-nos a sensação de estarmos a ver um documentário sobre o planeta terra e sobre o espaço.
Leva-nos a pensar na vida, na sua criação, no seu destino. Nas nossas relações sentimentais inter e intra-pessoais, nas coisas que realmente são ou não importantes.
O final também foi bastante bom, não imagino um final melhor e não há muito a dizer sem que se estrague a experiência do filme a quem ainda não viu.
Acho que depois desta "triagem" da primeira visualização vou conseguir tirar ainda mais do filme na segunda vez que o vir.
Exemplo recente disso é o último Fast & Furious e Piratas das Caraibas que superaram os anteriores.
Claro que salas pequenas e antigas pode-se dizer que vão sobrevivendo à rasca... agora os cinemas grandes não.
Quanto à questão da magnitude:
Refiro-me à qualidade do filme. Sim, concordo que seja muito subjectivo e não é para todos sem dúvida. Mas também as pessoas não fazem bem ideia do tipo de filme que é antes de o ver...
Refiro-me ao facto de ser um filme com o Brad Pitt e, menos conhecido para as massas, o Sean Pen.
E o facto de ter ganho o prémio, que a maioria desconhece o que é mas é um prémio e isso serve para efeitos de publicidade para vender o filme.
Bom, o filme foi vê-lo ontem.
Vou sem dúvida ver o filme novamente, se saísse em bluray com a opção extra dos comentários do realizador seria espectacular. Estou realmente interessado em ouvir o que ele tem para dizer sobre as várias cenas do filme.
Infelizmente caí na esparrela de ir com colegas de trabalho, umas 6 pessoas. É realmente um filme que se deve ver sozinho ou com alguém que saibamos à partida que tem mente aberta e realmente sabe ver um filme mais "alternativo".
As pessoas na sala (fui ao Colombo, sessão das 17 e picos) ainda eram algumas. Diria que eram umas 30 e tais, mais do que imaginei com certeza.
Infelizmente a grande maioria também não soube ver o filme. Ora riam-se em tudo o que era cena (e estamos a falar de adultos, não vi lá crianças) como nas partes da criação do Cosmos, ora aquando o aparecimento dos animais, etc. Pior ainda, estabeleciam pequenos diálogos pejorativos à cerca do filme. Sinceramente fiquei admirado de ninguém ter saído a meio, o que eu até agradecia pois estive mesmo mesmo para pegar nas minhas coisas e ir SOZINHO para as filas mais para a frente que estavam vazias.
Percebo perfeitamente que as pessoas não gostassem do filme, agora deixem é os outros (meia dúzia de pessoas provavelmente) ver o filme em sossego. Informassem-se minimamente sobre o filme e optam-se por ir ver o Arthur ou o Real Desatino que era bom para todos; para mim que podia ver o filme em paz e para quem não estava ali a fazer nada que ia ver "um grande filme". Ou que se levantassem e simplesmente saíssem da sala.
Agora o filme em si: Queria bastante escrever sobre ele (e estou a escrever) mas ao mesmo tempo estava um bocado relutante pois é um filme muito pessoal que é difícil de descrever por palavras.
Quanto à minha opinião, sinceramente comecei logo a gostar do filme desde o inicio.
Para começar é um filme que retrata um tema que gosto e me interessa bastante, depois tem um estilo bastante único e peculiar. Seja a nível dos efeitos visuais que são brutais e nos deixam realmente num estado meditativo, seja a nível da banda sonora que é divinal (na falta de melhor termo)! Adorei a abordagem feita à vida terrena, à espiritualidade e religião. Tudo muito subtil e que ao mesmo tempo nos pode dizer imenso (o próprio nome tem ligações ao esotérico).
A narrativa simples e quase que repetitiva também encaixa como uma luva no ambiente do filme.
Lá mais para a frente o filme começa a entrar em moldes mais usuais mostrando a vida de uma família constituída por um pai opressor, uma mãe submissa ao marido e os seus três filhos que começam a crescer e a entrar na idade de encarar o mundo e os sentimentos. Mesmo aqui a narrativa é frequente e os diálogos são sempre pequenos e relativamente curtos. Somos também presenteados por algumas cenas mais abstractas como no inicio do filme.
Acho que não é preciso realçar o facto de que o filme é um pouco abstracto, ambíguo e subjectivo. É um filme muito visual que por vezes dá-nos a sensação de estarmos a ver um documentário sobre o planeta terra e sobre o espaço.
Leva-nos a pensar na vida, na sua criação, no seu destino. Nas nossas relações sentimentais inter e intra-pessoais, nas coisas que realmente são ou não importantes.
O final também foi bastante bom, não imagino um final melhor e não há muito a dizer sem que se estrague a experiência do filme a quem ainda não viu.
Acho que depois desta "triagem" da primeira visualização vou conseguir tirar ainda mais do filme na segunda vez que o vir.
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
"Grande Guru, acho que estás enganado na última parte. No último ano o cinema em Portugal bateu o recorde com mais bilhetes vendidos do que alguma vez antes."
Sabes pq? por causa de cartões ZON e afins em que compras dois bilhetes mas só pagas um, por isso falam em nº de espectadores, não falam em aumento de receitas, e devido ao que referi são coisas diferentes.
Sobre a magnitude claro que q percebi o que querias dizer, por isso a minha observação ficou entre aspas.
Sabes pq? por causa de cartões ZON e afins em que compras dois bilhetes mas só pagas um, por isso falam em nº de espectadores, não falam em aumento de receitas, e devido ao que referi são coisas diferentes.
Sobre a magnitude claro que q percebi o que querias dizer, por isso a minha observação ficou entre aspas.
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Podem também acrescentar o aumento de receitas à equação, porque as mesmas têm vindo a subir de ano para ano, muito impulsionadas pelo lucro obsceno patrocinado pelas pipocas vendidas ao preço de marisco e aos refrigerantes vendidos como se fossm moet & chandon.Grande Guru wrote:"Grande Guru, acho que estás enganado na última parte. No último ano o cinema em Portugal bateu o recorde com mais bilhetes vendidos do que alguma vez antes."
Sabes pq? por causa de cartões ZON e afins em que compras dois bilhetes mas só pagas um, por isso falam em nº de espectadores, não falam em aumento de receitas, e devido ao que referi são coisas diferentes.
Sobre a magnitude claro que q percebi o que querias dizer, por isso a minha observação ficou entre aspas.
É verdade que o número de bilhetes "vendidos" é algo artificial, devido ao já referido cartão zon, e outras publicidades idênticas (Millenium, BP, etc), mas ainda assim, é mais vantajoso aos cinemas venderem 2 bilhetes ao preço de 1 que nenhum pura e simplesmente, e o "plus one" como dizem os americanos, muitas vezes acaba por consumir no bar que é o mais vantajoso para a sala.
Pelo amor de Deus, que nunca façam um remake, prequel, sequel, reboot, whatever do Blade Runner, e nem sou católico...
Update: Ridley Scott, estás oficialmente na minha shitlist!
Update: Ridley Scott, estás oficialmente na minha shitlist!
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Contra todas as previsões que eu fazia:
"A Árvore da Vida estreou em Portugal dia 26 de Maio, em 22 cinemas, tendo alcançado nos primeiros 4 dias de exibição um total de aproximadamente 23 mil espectadores, ocupando assim o 3º lugar no top, ultrapassado apenas por Piratas da Caraíbas 4 e Velocidade Furiosa 5."
in http://www.destak.pt/artigo/97121-zon-l ... estemunhos
Não sei se este terceiro lugar se refere apenas às salas onde ambos os filmes estão em exibição e não a nível nacional geral. Seja como for, a mim não deixa de me surpreender. Se não fosse época dos dois filmes campeões de vendas do ano (Fast 5 e Piratas 4) provavelmente estaria em primeiro lugar.
"A Árvore da Vida estreou em Portugal dia 26 de Maio, em 22 cinemas, tendo alcançado nos primeiros 4 dias de exibição um total de aproximadamente 23 mil espectadores, ocupando assim o 3º lugar no top, ultrapassado apenas por Piratas da Caraíbas 4 e Velocidade Furiosa 5."
in http://www.destak.pt/artigo/97121-zon-l ... estemunhos
Não sei se este terceiro lugar se refere apenas às salas onde ambos os filmes estão em exibição e não a nível nacional geral. Seja como for, a mim não deixa de me surpreender. Se não fosse época dos dois filmes campeões de vendas do ano (Fast 5 e Piratas 4) provavelmente estaria em primeiro lugar.
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Bem, acabei de ver este filme também e, embora só tenha ainda visto o Thin Red Line do Malick, saí de lá algo confuso mesmo...
Depois de ler todos os comentários, fico com a ideia que apenas eu não captei muita da mensagem do filme...
Ora aqui lanço algumas dúvidas...
Cumps
Depois de ler todos os comentários, fico com a ideia que apenas eu não captei muita da mensagem do filme...
Ora aqui lanço algumas dúvidas...
Cumps
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Eu recuso-me a pagar pipocas e refrigerantes. Fica 5€. Está tudo doido??
