The Tree of Life (2010) Terrence Malick
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
lud81 wrote: A propósito, houve planos no trailer deste Tree of Life que me fizeram lembrar o Badlands, ou a memória estará a pregar-me partidas? Há ali um plano do puto de costas no meio da rua com árvores de cada lado que me parece haver um plano do Martin Sheen igualzinho no Badlands.
É provável. Assim que estava a ver o trailer também me começou a recordar o Badlands, princpalmente o inicio quando o Kit e a Holly se começam a conhecer e a namorar...
Engraçado que, notei algo na fotografia... porque tinha acabado de rever o Burn After Reading na tv, e tal quando não é o meu espanto quando vou ver o DP deste Tree of Life, e é o mesmo...
The Thin Red Line apesar de não ser dos meus filmes de sempre, é muito bom, e para mim o melhor de Malick. Este, tenho expectativas altas, o trailer está de facto deslumbrante.
Enigma Files
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Artigo/Entrevista com o Emmanuel Lubezki muito interessante , que dá a conhecer a forma pouco ortodoxa com que o Malick conduz os seus filmes .
http://www.icgmagazine.com/wordpress/20 ... ts-unseen/
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" Listen, you fuckers, you screwheads. Here is a man who would not take it anymore. A man who stood up against the scum, the cunts, the dogs, the filth, the shit. Here is a man who stood up." Travis Bickle in Taxi Driver
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
O filme tem ante-estreia na Cinemateca na próxima 2ª feira (23 de Maio, 21:30).
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Espectacularrld wrote:O filme tem ante-estreia na Cinemateca na próxima 2ª feira (23 de Maio, 21:30).


" Listen, you fuckers, you screwheads. Here is a man who would not take it anymore. A man who stood up against the scum, the cunts, the dogs, the filth, the shit. Here is a man who stood up." Travis Bickle in Taxi Driver
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Parece-me que vou tirar férias na próxima terça... 

«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
E lá ganhou a Palma de Ouro. :D
Deve ser provavelmente o filme que mais aguardo ver este ano.
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Gentleman you can't fight in here! This is the war room.
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Mais alguém foi à ante-estreia na Cinemateca? Não tive tempo de combinar nada pois decidi ir assim de repente quando saí do trabalho pelas 20h.
Gostei muito do filme, mas acho que é um bocado diferente do habitual, embora tenha lá o estilo Malick, claro. Nunca vi o documentário Koyaanisqatsi, mas há secções inteiras do Tree of Life que penso que se possam assemelhar ao estilo desse documentário! O filme fez-me lembrar vários outros cineastas, também, pela primeira vez num filme de Malick. Fez-me lembrar, em partes, Kubrick, Lynch e até Gaspar Noé.
Tenho de ser sincero, não consegui apanhar todo o significado do filme. Este é daqueles que é preciso ver várias vezes para se entranhar. É como 2001 ou Eraserhead, não se consegue apanhar esses filmes à primeira. Mas a atmosfera criada por Malick é excelente.
Gostei muito do filme, mas acho que é um bocado diferente do habitual, embora tenha lá o estilo Malick, claro. Nunca vi o documentário Koyaanisqatsi, mas há secções inteiras do Tree of Life que penso que se possam assemelhar ao estilo desse documentário! O filme fez-me lembrar vários outros cineastas, também, pela primeira vez num filme de Malick. Fez-me lembrar, em partes, Kubrick, Lynch e até Gaspar Noé.

Tenho de ser sincero, não consegui apanhar todo o significado do filme. Este é daqueles que é preciso ver várias vezes para se entranhar. É como 2001 ou Eraserhead, não se consegue apanhar esses filmes à primeira. Mas a atmosfera criada por Malick é excelente.
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Eu estava a contar ir mas imprevistos de ultima hora deitaram os planos abaixos. Mas fiquei surpreendido porque pensava que isto só ia estrear em pt daqui a muito tempo...e hoje descobri que é já nesta 5a feira 

" Listen, you fuckers, you screwheads. Here is a man who would not take it anymore. A man who stood up against the scum, the cunts, the dogs, the filth, the shit. Here is a man who stood up." Travis Bickle in Taxi Driver
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Estreia esta semana.

IMDB
Sinopse
História impressionista de uma família do Midwest americano nos anos 50. O filme acompanha
o crescimento do filho mais velho, Jack, da inocência da infância até à desilusão da vida adulta,
na tentativa de se conciliar na relação complicada com o seu pai (Brad Pitt). Jack (Sean Penn em adulto)
vê-se como uma alma perdida no mundo moderno, procurando respostas para as origens e sentido da vida,
enquanto questiona a existência da fé. Através da imagem de marca deste realizador, vemos o quanto, tanto
a natureza em bruto, como a graça espiritual, dão forma, não só às nossas vidas como seres individuais e como
famílias, mas a toda a vida.

IMDB
Sinopse
História impressionista de uma família do Midwest americano nos anos 50. O filme acompanha
o crescimento do filho mais velho, Jack, da inocência da infância até à desilusão da vida adulta,
na tentativa de se conciliar na relação complicada com o seu pai (Brad Pitt). Jack (Sean Penn em adulto)
vê-se como uma alma perdida no mundo moderno, procurando respostas para as origens e sentido da vida,
enquanto questiona a existência da fé. Através da imagem de marca deste realizador, vemos o quanto, tanto
a natureza em bruto, como a graça espiritual, dão forma, não só às nossas vidas como seres individuais e como
famílias, mas a toda a vida.
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Bom, fui ver o filme, sózinho. Por acaso pensei (e acho que tenho razão) que este é mesmo um filme ideal para ver sózinho. Tem que se estar quase em contemplação e com vontade de ver um filme de fundo...
Fui ao Monumental, está na sala 4, e escolhi a sessão das 13.45 por pensar que estaria pouca gente. E acertei, a sala tinha para aí 20 pessoas.
A projecção e o som não estavam nada bem. Não sei bem em que formato estava a imagem, mas era pouco mais do que um 4:3 e o som... foi dos de mais baixa qualidade que tive ocasião de ouvir em muitos anos de cinema. Basicamente as colunas estavam todas desligadas e o som só saía pelas colunas do écrã. E uma delas está estragada, pois há um som crepitante (fez-me lembrar o som dos radares do "Contacto" quando estavam a apanhar o sinal extraterrestre) que se ouve de vez em quando que penso não se devia ouvir (a não ser que seja mesmo um efeito do filme, mas a ser não funciona de todo) e está presente durante muito tempo no filme.
Portanto... ratio da imagem muito esquisito e um som de qualidade verdadeiramente horrível. O que foi muito chato, pois com a qualidade da banda sonora, era imprescindível ter um som envolvente e grandioso. É uma pena pagarmos 6 euros para ter uma qualidade tão má em termos de som e de projecção, pois a imagem também não estava nada de especial, independentemente do ratio, que também estranhei.
Evitem ver este filme no Cineteatro do Saldanha, a sala é muito boa, mas a qualidade em termos de som e projecção está uma sombra do que já foi. Aquilo parece mesmo estar a precisar de uns arranjos urgentes. Só é pena que continuem a cobrar o dinheiro às pessoas e depois as façam ter que ver filme (sobretudo estes) de um modo tão lamentável. Eu aqui no meu quarto, tenho um som incomparávelmente melhor em termos de qualidade daquilo que experienciei hoje, o que até nem é difícil, pois como referi, não me lembro de ter ouvido um som tão mau desde há muitos anos. As colunas laterais nem se ouviram e a tal coluna da frente era um pesadelo.
Quanto ao filme?
Nem sei por onde começar, ainda não o consegui tirar da cabeça. Não é um filme fácil e é um filme muito deprimente. É necessária realmente uma sensibilidade especial para o apreciar e se não se possuir esse tipo de sensibilidade, não se consegue apreciar o filme do mesmo modo. Vi uma pessoa sair ao fim de cerca de meia-hora e outra antes de fazer uma hora de filme.
É um filme que requer algum tempo de maturação, pelo que não me vou alongar muito sobre ele em si, excepto mesmo no final deste texto, onde resumo o que penso sobre o filme. Mas entretanto, vou apontar alguns outros aspectos...
Achei curiosa a ideia do Terrence em utilizar longos excertos de imagens que não têm (à primeira vista) absolutamente nada a ver com o filme (como os dinossauros e várias imagens da Natureza). Sinceramente, o filme pareceu-me mesmo uma nova abordagem em termos cinematográficos, é um filme que se transcende a sim próprio no conteúdo e na forma como o apresenta.
Vou passar a parte da apreciação relativa às interpretações, obviamente boas. Mas para mim o Brad Pitt foi um erro de casting. Não porque tenha estado mal, mas porque a imagem dele está demasiado colada, pelo menos para mim, a um certo tipo de interpretações e nunca sinceramente o consegui ver somente no papel que procurava interpretar e sim numa multiplicidade de outras personagens já interpretadas. Já o Sean Penn achei-o perfeito, com uma carga dramática sobretudo em termos visuais que dispensava qualquer outro tipo de actuação. Basta "estar lá".
A Jessica Chastain para mim pura e simplesmente arrasou em termos de protagonismo todas as outras interpretações, fazendo um papel absolutamente brilhante.

O Hunter McCracken esteve bastante bem como Jack mais jovem, mostrando bastante bem o misto de revolta e necessidade de atenção que o acompanham durante essa parte da vida. Todavia e por outras razões, não achei também uma escolha particularmente feliz em termos de casting, pois a cara dele (sobretudo o formato do nariz) não tem absolutamente nada a ver com a cara do Jack mais velho. Era absolutamente impossível alguém com a cara dele ter ficado com a "outra" cara em adulto. O formato do nariz, os olhos, é tudo absolutamente diferente em termos de estrutura. Os narizes com a cana pronunciada diversa da aquilina, não ficam aquilinos com a idade, é impossível. É pena pois é algo que se repara logo de início e retira alguma verosimilhança ao filme, no meu entender.
Já com o Laramie Eppler, que faz de irmão mais novo, sucede precisamente o contrário... é extremamente parecido com o "pai", o que só torna o filme mais verosímil.

E agora resumindo o filme, o que achei dele, sem estragar nada revelando o que quer que seja sobre o seu conteúdo? E ainda a "quente"? Curiosamente, sobretudo na primeira hora o filme tem algo que me fez de vez em quando lembrar das "Asas do Desejo" do Wim Wenders.
Este filme para mim, é uma oração.
É a melhor analogia que consigo fazer. É uma oração de 2 horas, belissima, de uma grande sensibilidade, de alguém que obviamente já viveu muito e que tem, tal como a maioria de nós muitas questões existenciais e muitas memórias e mágoas... e alegrias. O filme em si é uma autêntica homenagem à vida e na oração que para mim consubstancia, revela também muitas das dúvidas que penso de vez em quando se colocarão também a quem tiver Fé.
Fui ao Monumental, está na sala 4, e escolhi a sessão das 13.45 por pensar que estaria pouca gente. E acertei, a sala tinha para aí 20 pessoas.
A projecção e o som não estavam nada bem. Não sei bem em que formato estava a imagem, mas era pouco mais do que um 4:3 e o som... foi dos de mais baixa qualidade que tive ocasião de ouvir em muitos anos de cinema. Basicamente as colunas estavam todas desligadas e o som só saía pelas colunas do écrã. E uma delas está estragada, pois há um som crepitante (fez-me lembrar o som dos radares do "Contacto" quando estavam a apanhar o sinal extraterrestre) que se ouve de vez em quando que penso não se devia ouvir (a não ser que seja mesmo um efeito do filme, mas a ser não funciona de todo) e está presente durante muito tempo no filme.
Portanto... ratio da imagem muito esquisito e um som de qualidade verdadeiramente horrível. O que foi muito chato, pois com a qualidade da banda sonora, era imprescindível ter um som envolvente e grandioso. É uma pena pagarmos 6 euros para ter uma qualidade tão má em termos de som e de projecção, pois a imagem também não estava nada de especial, independentemente do ratio, que também estranhei.
Evitem ver este filme no Cineteatro do Saldanha, a sala é muito boa, mas a qualidade em termos de som e projecção está uma sombra do que já foi. Aquilo parece mesmo estar a precisar de uns arranjos urgentes. Só é pena que continuem a cobrar o dinheiro às pessoas e depois as façam ter que ver filme (sobretudo estes) de um modo tão lamentável. Eu aqui no meu quarto, tenho um som incomparávelmente melhor em termos de qualidade daquilo que experienciei hoje, o que até nem é difícil, pois como referi, não me lembro de ter ouvido um som tão mau desde há muitos anos. As colunas laterais nem se ouviram e a tal coluna da frente era um pesadelo.
Quanto ao filme?
Nem sei por onde começar, ainda não o consegui tirar da cabeça. Não é um filme fácil e é um filme muito deprimente. É necessária realmente uma sensibilidade especial para o apreciar e se não se possuir esse tipo de sensibilidade, não se consegue apreciar o filme do mesmo modo. Vi uma pessoa sair ao fim de cerca de meia-hora e outra antes de fazer uma hora de filme.
É um filme que requer algum tempo de maturação, pelo que não me vou alongar muito sobre ele em si, excepto mesmo no final deste texto, onde resumo o que penso sobre o filme. Mas entretanto, vou apontar alguns outros aspectos...
Achei curiosa a ideia do Terrence em utilizar longos excertos de imagens que não têm (à primeira vista) absolutamente nada a ver com o filme (como os dinossauros e várias imagens da Natureza). Sinceramente, o filme pareceu-me mesmo uma nova abordagem em termos cinematográficos, é um filme que se transcende a sim próprio no conteúdo e na forma como o apresenta.
Vou passar a parte da apreciação relativa às interpretações, obviamente boas. Mas para mim o Brad Pitt foi um erro de casting. Não porque tenha estado mal, mas porque a imagem dele está demasiado colada, pelo menos para mim, a um certo tipo de interpretações e nunca sinceramente o consegui ver somente no papel que procurava interpretar e sim numa multiplicidade de outras personagens já interpretadas. Já o Sean Penn achei-o perfeito, com uma carga dramática sobretudo em termos visuais que dispensava qualquer outro tipo de actuação. Basta "estar lá".
A Jessica Chastain para mim pura e simplesmente arrasou em termos de protagonismo todas as outras interpretações, fazendo um papel absolutamente brilhante.
O Hunter McCracken esteve bastante bem como Jack mais jovem, mostrando bastante bem o misto de revolta e necessidade de atenção que o acompanham durante essa parte da vida. Todavia e por outras razões, não achei também uma escolha particularmente feliz em termos de casting, pois a cara dele (sobretudo o formato do nariz) não tem absolutamente nada a ver com a cara do Jack mais velho. Era absolutamente impossível alguém com a cara dele ter ficado com a "outra" cara em adulto. O formato do nariz, os olhos, é tudo absolutamente diferente em termos de estrutura. Os narizes com a cana pronunciada diversa da aquilina, não ficam aquilinos com a idade, é impossível. É pena pois é algo que se repara logo de início e retira alguma verosimilhança ao filme, no meu entender.
Já com o Laramie Eppler, que faz de irmão mais novo, sucede precisamente o contrário... é extremamente parecido com o "pai", o que só torna o filme mais verosímil.
E agora resumindo o filme, o que achei dele, sem estragar nada revelando o que quer que seja sobre o seu conteúdo? E ainda a "quente"? Curiosamente, sobretudo na primeira hora o filme tem algo que me fez de vez em quando lembrar das "Asas do Desejo" do Wim Wenders.
Este filme para mim, é uma oração.
É a melhor analogia que consigo fazer. É uma oração de 2 horas, belissima, de uma grande sensibilidade, de alguém que obviamente já viveu muito e que tem, tal como a maioria de nós muitas questões existenciais e muitas memórias e mágoas... e alegrias. O filme em si é uma autêntica homenagem à vida e na oração que para mim consubstancia, revela também muitas das dúvidas que penso de vez em quando se colocarão também a quem tiver Fé.
Cabeças


Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Ainda não vi o filme, mas tenho de admitir que o trailer é profundo. Definitivamente um filme que tenho de ir ver!
- NFCDS
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Cabeças wrote:Este filme para mim, é uma oração.
É a melhor analogia que consigo fazer. É uma oração de 2 horas, belissima, de uma grande sensibilidade, de alguém que obviamente já viveu muito e que tem, tal como a maioria de nós muitas questões existenciais e muitas memórias e mágoas... e alegrias. O filme em si é uma autêntica homenagem à vida e na oração que para mim consubstancia, revela também muitas das dúvidas que penso de vez em quando se colocarão também a quem tiver Fé.

É simplesmente lindo. Encontro muitas semelhanças nas cenas mais calmas do Thin Red Line (onde os soldados interagem com a família) e na constante busca pelas soberbas imagens de Natureza e paisagens deslumbrantes.
Quanto ao Brad Pitt, eu consegui "descolar-me" desse estereótipo de personagens que ele costuma representar e, na minha opinião, ele esteve (muito) bem, aliás todos os actores estiveram muito bem

Cabeças, o Aspect Ratio é 1.85 : 1 e a BSO é fabulosa, recomendo que revejas novamente num (bom) cinema. Eu vi esta tarde no Lusomundo de Almada e recomendo. A sala estava cheia mas o pessoal conteve-se até ao fim. Contudo, quando o filme acaba, nota-se um certo alívio nas pessoas por o mesmo ter acabado, por isso, deixo aqui um aviso: Quem não conhece a obra do Malick, não aconselho o Tree of Life, vai achar a maior seca do mundo...

Last edited by NFCDS on May 30th, 2011, 3:21 pm, edited 1 time in total.
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Acho chocante como é que filmes desta magnitude não estão em exibição em quase nenhum cinema... Portugal sempre em grande.
Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
O pessoal quer é piratas e filmes de xuningNet_Holer wrote:Acho chocante como é que filmes desta magnitude não estão em exibição em quase nenhum cinema... Portugal sempre em grande.
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Re: The Tree of Life (2010) Terrence Malick
Não sei se o "curiosamente" está aí bem aplicado.Cabeças wrote: E agora resumindo o filme, o que achei dele, sem estragar nada revelando o que quer que seja sobre o seu conteúdo? E ainda a "quente"? Curiosamente, sobretudo na primeira hora o filme tem algo que me fez de vez em quando lembrar das "Asas do Desejo" do Wim Wenders.

Daquilo que conheço do Malick (ainda não vi este filme, mas revi recentemente os dois anteriores), e do que me lembro do filme do Wenders, temos bastantes pontos de contacto entre as obras, a começar pela "fluência narrativa": sobretudo contemplativa, meditativa, suportando as imagens na voz-off de alguns intervenientes, e com uma vertente espiritual bastante acentuada.
Pegando outra vez nos dois anteriores (The Thin Red Line e The New World), mais do que a ideia de religião (ou de fé no divino), reforço a ideia de espiritualidade. Imagens e pensamentos fundem-se numa interrogação existencialista acerca do sentido da vida e na celebração dessa mesma vida (há como que um agradecimento à natureza em si pelo facto de a podermos ter). Há um pequeno trecho no The New World que resume admiravelmente este aspecto - assim que tiver oportunidade copio-o para aqui, com fotogramas a acompanhar, até porque parece ser a partir dele que surge o título para este The Tree of Life.Este filme para mim, é uma oração.
É a melhor analogia que consigo fazer. É uma oração de 2 horas, belissima, de uma grande sensibilidade, de alguém que obviamente já viveu muito e que tem, tal como a maioria de nós muitas questões existenciais e muitas memórias e mágoas... e alegrias. O filme em si é uma autêntica homenagem à vida e na oração que para mim consubstancia, revela também muitas das dúvidas que penso de vez em quando se colocarão também a quem tiver Fé.
Em termos de religião, apanhei algumas sequências (à mesma no The New World) que mostram pequenos contactos com a fé religiosa, mas que são pouco ou nada aprofundados no resto do filme - o divino parece não ser fonte importante para o Malick, pelo menos no sentido de servir de explicação para força criadora ou definidora do destino das coisas.
Não sei se é assim no The Tree of Life, mas nos outros dois, e apesar do tom melancólico e possivelmente deprimente (falas disso na tua análise), é nas alturas de alegria que ouvimos o pensamento das personagens e as suas interrogações. Parece que há uma aceitação tácita de que estamos cá para sofrer, mas depois quando surge a claridade, é com ela que vêm as dúvidas e o desejo de perceber os porquês.
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Câmara Subjectiva
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