007 - Quantum of Solace (2008) - Marc Forster

[lud81]

Eu concordo contigo, dead poet, Quantum of Solace foi fraco, muito fraco, a comparar com o excelente Casino Royale. E já agora, que raio é que significa o título?? Eu vi algures uma entrevista com o Craig em que ele disse que foi ele quem sugeriu o título porque a saga Bond tem a tradição de ter títulos que não fazem sentido (?!)... Ele até deu o exemplo do título Octopussy... Que mal escolhido pois era o nome de um personagem principal, a Bond Girl! E sinceramente não consigo imaginar um filme de Bond em que o título fosse tão insignificante como este QoS.

Também concordo que este filme mais parece um Rambo de fato e laço. Um filme muito barulhento e cansativo na minha opinião. A certa altura, perdi o interesse.

E eu, ao contrário de muitos, gosto muito do Craig como Bond, pelo menos no Casino Royale, que considero um dos melhores filmes de Bond de sempre, e decerto é o meu preferido pessoal. Mas Casino Royale casava muito bem cenas de acção empolgantes e espectaculares com outras cenas mais calmas como o jogo de poker (ou será póquer...? ). Não se tornava saturante para o cérebro, havia uma dinâmica no filme.

Quanto à Bond Girl neste QoS, também achei um bocado ridículo... Mas por uma razão um pouco diferente. A "outra" Bond Girl, a miúda da embaixada do UK, a forma como o Bond a leva para a cama no hotel é ridícula, até para James Bond! Por favor, Bond é suposto ser um engatatão que consegue levar para a cama qualquer mulher que deseje, mas também, porra, não insultem a nossa inteligência de forma tão flagrante só por isso!

E embora CR tivesse cenas de acção irrealistas também, nenhuma era tão ridícula como a cena dos andaimes neste QoS... aquilo mais parecia um número de circo ou uma cena de um filme de comédia foleiro.

Este filme não merece mais de 2 estrelas.

4/10.

[Shivers]

Eu concordo contigo, dead poet, Quantum of Solace foi fraco, muito fraco, a comparar com o excelente Casino Royale. E já agora, que raio é que significa o título?? Eu vi algures uma entrevista com o Craig em que ele disse que foi ele quem sugeriu o título porque a saga Bond tem a tradição de ter títulos que não fazem sentido (?!)...

O titulo pode ter sido sugerido pelo Daniel Craig, mas é de facto tirado duma short-story de Ian Flemming.

Traduzindo, fazendo sentido em português, pode ser como uma 'medida de consolação' ou 'uma certa quantidade de conforto' ou vice versa.

E já agora, uns posts atrás alguém perguntava, duvidoso, como iriam inserir 'solace' na letra da nova música. O termo apesar de não ser muito utilizado é fácil de ser inserido numa letra, se bem me lembro os Ash até têm um tema com esse nome. Deixo aqui o excerto da letra do novo tema do Bond:

Another tricky little gun, giving solace to the one, that will never see the sunshine

[Shivers]

E por falar em temas (Nem de propósito!) aqui fica um artigo interessante do Tiago Pereira, tirado do DN:

Da tradição que construiu a fama de James Bond, a música é ingrediente obrigatório. Títulos como Goldfinger ou Goldeneye ficam para sempre associados às canções com o mesmo nome e às respectivas vozes. Mas se Shirley Bassey e Tina Turner são nomes associados ao franchise, outros há que viram as suas prestações recusadas. O jornal britânico Guardian publicou a lista dos famosos "nãos", começando na inevitável Amy Winehouse, rejeitada pela produção do mais recente Quantum of Solace, e incluindo nomes como Blondie ou Ace of Base.

O trabalho entre Amy Winehouse e o produtor Mark Ronson não teve qualquer resultado, já que o estúdio não foi o melhor palco para um entendimento criativo. Mas quase duas décadas antes, em 1989, também a colaboração entre Vic Flick e Eric Clapton acabou por não ser frutuosa. A dupla tinha como objectivo a interpretação de License To Kill, que acabou por ser gravado por Gladys Knight.

Mas se algumas canções nunca chegaram a ser gravadas, outras estão até disponíveis na Internet para consulta obrigatória por parte dos sempre curiosos fãs de 007. Em 1964, Anthony Newley gravou Goldfinger, mas a sua versão minimalista, com voz e contrabaixo, foi recusada. E para Só Se Vive Duas Vezes (1967), a primeira candidata foi Lorraine Chandler. Mas Nancy Sinatra foi a escolhida por John Barry para mais uma canção de sua autoria.

Debbie Harry, vocalista dos Blondie, concordou em cantar o tema de Missão Ultra-Secreta, de 1981, mas recusou quando soube que a banda sonora seria assinada por Bill Conti, que desempenhara as mesmas funções para Rocky. Já em 1995, para Goldeneye, os Ace of Base gravaram um tema. No entanto, o management do grupo decidiu não avançar, receando o falhanço comercial do filme. Na realidade, Goldeneye representou o relançamento de Bond e da carreira de Tina Turner.

[Shivers]

Abri uma poll de votação para o filme:

http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php?f=22&t=38315

É só votar!

[Argaroth01]

Fui ver e gostei. Não é tão bom quanto "Casino Royale", mas ainda assim muito melhor que a maioria dos restantes filmes da série. Quanto ao título, é mesmo isso, uma medida de conforto, e percebe-se o seu significado pelo filme em si.

E não percebo todo este alarido sobre "Rambo de fato e gravata". Por acaso alguém ainda não percebeu que estes dois James Bond´s são a fase inicial do personagem (já para não falar que é o mais próximo ao escrito por Ian Fleming) ? Que são estes acontecimentos que vão dar origem ao Bond que tem alimentado tanta fantasia juvenil (não admira que este novo filme seja uma sequela directa) ? Eu detesto esse Bond, odeio-o veemente porque é um personagem incrivelmente chato, sem qualquer espessura dramática (que só demonstrou alguma réstia de humanidade e caracter, antes destes dois novos filmes, em apenas duas ocasiões), mas ao menos, com "Casino Royale" e "Quantum of Solace", há uma razão, um historial, para isso. E isso dá a espessura que tanto lhe faltou.

Também é verdade que os tempos são outros e que não haveria muito sentido em apostar num maniqueísmo grosseiro à maneira da Guerra Fria. Um Bond mais moralmente ambivalente, menos hipócrita, para um mundo cinzento.

Gostei, mas faltam mais momentos parados. Assim como está, é um bom complemento a Casino Royale.

7/10

[bisard]

Como já aqui foi referido não chega sequer aos calcanhares do brilhante Casino Royale mas sejamos honestos, era muito difícil isso acontecer.
Para mim a única falha neste filme é de facto ter problemas de ritmo, nunca deixa o espectador descansar e pensar um pouco, e como faltam estes momentos depois quando surgem as sequências de acção já não têm o mesmo impacto.
Ahh... afinal são duas falhas, aquele genérico e aquela música. O Casino Royale tinha uma theme song que surgia ao longo de todo o filme que acabou por faltar neste. Neste nenhuma é memorável.
Quanto ao resto gostei, excelentes cenas de acção, gostei da ideia de ser uma continuação do Casino Royale, podem praticamente ser vistos um a seguir ao outro e parecem ser o mesmo filme em termos de historia.
Adoro esta reinvenção da personagem, nunca gostei muito das outras encarnações da personagem e por isso o Daniel Craig é o melhor Bond na minha opinião.
No fundo é um excelente filme de acção e uma continuação competente do filme anterior, mas nunca atingindo o brilhantismo desse. 8/10.

[Musicslave]

gostei do filme.. não tão bom como CR, mas isso era muito dificil

gostei/gosto deste inicio de Bond, gostei de saber o porquê de ele ser assim, foi um bom complemento de CR e acho que era isso a que o filme se tinha proposto e nisso cumpriu a sua função.

alguns criticam este 007 devido ao "rambo" mas o Argaroth01 referiu, e bem, isto são os primórdios de Bond, são estes acontecimentos que dão origem ao galã que todos conhecemos.
quanto ao facto de a bond girl ter pouco destaque, ou ao facto de ter tido pouco romance.. isto é continuação de CR, Bond cheio de "sede" e a pensar e muito na Vesper
foi pouco explorado os outros vilões, e também não gostei do genérico

7/10

[Shivers]

Tal como eu esperava, é uma grande sequela! Se Casino Royale é para mim o melhor filme Bond, aliás foi o único que gostei, Quantum of Solace é o segundo melhor da saga. É tão simples quanto isso...
Nunca esperava um filme melhor que Casino Royale (e por norma, nunca espero que as sequelas superem os primeiros), esperava sim isto... Uma grande continuação!

Casino Royale: 9/10
Quantum of Solace: 8/10

[p_alucinado]

Só vou ver na 4ª feira (é mais barato cá na terra... ) mas ontem ouvi o Rui Pedro Tendinha (que muito prezo) dizer que, para ele, este Bond ainda superava o Casino Royale. Se já esperava um grande filme, então agora...

[portuga_daniel]

Devo confessar que o Casino Royal foi o 1º filme do 007 que consegui gostar.

Fui ver o Quantum of Solace ontem e tenho a dizer que ou eu me enganei na sala ou então isto deixou de ser James Bond para passar a ser Rambo.

Resumindo, voltou tudo ao mesmo. Mas ainda ouve momentos bem conseguidos, por exemplo a cena da opera.


E quanto às criticas de que o titulo do filme não fazer sentido, são infundadas, porque o titulo é explicado no filme.



Ah, e por favor estabilizem o raio das câmaras nas cenas de acção, já não há pachorra....

[Enigma]

Não é que não goste de todo o upgrade que o personagem do Bond levou com Daniel Craig (sou mais um dos que adorou Casino Royale e o considera dos melhores da saga), mas neste filme, mais do que não se ter notado nenhuma evolução, entrou-se num registo bocejante da acção pela acção (que tem um efeito oposto, pois torna o filme repetitivo e no fundo, sem "sumo") mais caracteristico de outras fitas recentes de espionagem.

Daniel Craig, embora estando bem e com impecável presença (principalmente a nivel das cenas de acção) no ecrã ao longo do filme, nunca sai de um andamento de robot assassino sem sentimentos (até sabemos a sua motivação para tal, mas não chega) o que o torna bem menos interessante do que o iniciante arrogante e apaixonado do Casino Royale. Aqui também entra a ausência de um personagem que o equilibre, como tão bem o fez Eva Green/Vesper no filme anterior. Aliás, o Bond deste filme recorda-me imenso o do Timothy Dalton em Licence to Kill...

Adorei pequenos pormenores como a piscadela ao Goldfinger na cena do quarto do hotel, mas já sinto falta de outros, como o clássico "Bond... James Bond". Aqueles pormenores que elevam James Bond bem acima de um qualquer Jason Bourne...

7/10

[Argaroth01]

Adorei pequenos pormenores como a piscadela ao Goldfinger na cena do quarto do hotel, mas já sinto falta de outros, como o clássico "Bond... James Bond". Aqueles pormenores que elevam James Bond bem acima de um qualquer Jason Bourne...

7/10

O problema é que um Jason Bourne era sempre algo acima de um James Bond. No que toca a nível de construção de personagens e densidade dramática, dificilmente, pelo menos até "Casino Royale", um James Bond conseguia equiparar-se (excluindo a ideia de fantasia adolescente que o personagem representava para muitos).

[Borreicho]

Aquela que me parece a questão essencial para compreender este Bond à Rambo, como aqui lhe chamaram, é que este filme começa exactamente onde termina o anterior. Acabaram de lhe matar a mulher que ele amava. Ele está furioso e sedento de vingança e isso tornou-o numa verdadeira máquina de matar. Mas essa característica vai diluindo-se à medida que o filme prossegue (já não mata o vilão, nem o namorado de Vesper) e, no final, voltamos a ter um Bond bem mais racional, que de alguma forma conseguiu apaziguar a dor da sua perda.

Eu não gostava particularmente do Bond até ao Casino Royale. E, apesar deste filme ser inferior ao anterior, continua acima dos seus demasiado fantasiosos precedentes. Mas compreendo que quem gostava do anterior, não goste do actual. São personagens e estilos demasiado diferentes.

[Argaroth01]

Como já disse anteriormente, estes novos Bond´s funcionam como que "prequelas", porque é através destes acontecimentos que o personagem ganha o carácter que se conhece dele (a aparente misoginia patente nas várias aventuras amorosas do personagem têm origem precisamente neste episódio com Vesper Lynd). Mas creio que vão continuar com a brilhante caracterização do personagem em termos humanos.

E mais uma vez, em relação ao Rambo de fato e gravata, ele foi escrito em "Casino Royale" mesmo assim, é a fase inicial do personagem (aliás, ele é referido como um "blunt instrument" - daí se percebe a rudez de carácter).

Vejo este filme mais como um veículo de transição, uma continuação directa dos acontecimentos anteriores para algo novo. É a procura do personagem por uma medida de conforto (daí o título), algo que se pode quase considerar vingança. Que venha o próximo que estou finalmente a adorar o personagem de James Bond. E não é por ser menos fantasioso, por ter menos gadgets, por ser mais violento. É tão simplesmente por finalmente dar alguma humanidade a um cliché demasiado gasto e aborrecido.

[Musicslave]

o Argaroth01 e o Borreicho disseram tudo

aco as criticas injustas, mas são opiniões e eu respeito-as, estou muito curioso para ver o que vai sair do proximo Bond