Sweeney Todd (2007) - Tim Burton
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Fui, finalmente, ver o filme ontem!
Gostei muito. O ambiente é fantástico, os actores também. Quanto às músicas não serem catchy... bem, isto não é um musical como os que têm aparecido por aí. Está mais para a ópera que outra coisa. Aliás, ainda há bem pouco tempo esteve em cena no Teatro Aberto, em Lisboa, o Sweeney Todd, o mesmo musical que deu origem ao filme, mas todo feito por cantores líricos, porque este é um musical que pode puxar para esse lado, entrando as musicas no diálogo. Quase como um Fantasma da Ópera, ou uma Evita (versão Andrew Lloyd Webber, bem entendido). As músicas nesses dois musicais são "catchy" porque já lá vão anos e anos a ouvir os maiores "hits", mas dúvido que alguém conheça muito mais que o Don't Cry For Me Argentina, do Evita.
Gostei muito do Johnny Depp a cantar. Tem um tom roqueiro que me agrada neste tipo de musical, para fugir ao estilo clássico, do qual não sou particularmente fã. Não gostei nada, por exemplo, da música da Johanna, totalmente clássica, num tom demasiado agudo para soar bem, mesmo cantado por uma boa soprano.
Gostei muito. O ambiente é fantástico, os actores também. Quanto às músicas não serem catchy... bem, isto não é um musical como os que têm aparecido por aí. Está mais para a ópera que outra coisa. Aliás, ainda há bem pouco tempo esteve em cena no Teatro Aberto, em Lisboa, o Sweeney Todd, o mesmo musical que deu origem ao filme, mas todo feito por cantores líricos, porque este é um musical que pode puxar para esse lado, entrando as musicas no diálogo. Quase como um Fantasma da Ópera, ou uma Evita (versão Andrew Lloyd Webber, bem entendido). As músicas nesses dois musicais são "catchy" porque já lá vão anos e anos a ouvir os maiores "hits", mas dúvido que alguém conheça muito mais que o Don't Cry For Me Argentina, do Evita.
Gostei muito do Johnny Depp a cantar. Tem um tom roqueiro que me agrada neste tipo de musical, para fugir ao estilo clássico, do qual não sou particularmente fã. Não gostei nada, por exemplo, da música da Johanna, totalmente clássica, num tom demasiado agudo para soar bem, mesmo cantado por uma boa soprano.
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Gostei imenso do filme.
É um filme que, tal como o Fantasma da Opera, ou como qualquer outro musical, não é fácil de agradar a todos.
As interpretações são magnificas. A realização também. Burton recria um ambiente de uma forma que só ele sabe como.
Foi uma surpresa ver o Depp a cantar (boa surpresa).
Ainda não vi o There Will Be Blood (espero ve lo hoje), mas entre todos os outros candidatos, JD merece mais que nunca o oscar.
É um filme que, tal como o Fantasma da Opera, ou como qualquer outro musical, não é fácil de agradar a todos.
As interpretações são magnificas. A realização também. Burton recria um ambiente de uma forma que só ele sabe como.
Foi uma surpresa ver o Depp a cantar (boa surpresa).
Ainda não vi o There Will Be Blood (espero ve lo hoje), mas entre todos os outros candidatos, JD merece mais que nunca o oscar.
Só ontem tive a oportunidade de ver este filme e custou-me um bocado a passar o tempo. Cada vez que o Depp começava a cantar, só me apetecia subir as paredes. O ambiente é fabuloso, tal como Burton nos habituou, as interpretações são boas, gostei bastante das cenas entre o Todd e o Pirelli, mas a história em si não é nada de fenomenal, o vilão não é assim tão mau, o sangue era demasiado laranja e as cantorias de 30 em 30 segundos criaram-me uma irritação constante como poucos filmes o conseguiram fazer até hoje (também é verdade que vi poucos musicais, e o único que gostei nem foi um filme, mas um episódio da Buffy).
Para ver uma vez e basta.
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Sweeney Todd é um musical se afasta dos conceitos básicos do género. Não é um filme gracioso, nem transporta luxo, coreografias e músicas fáceis. Antes pelo contrário as suas músicas investem correctamente numa estrutura “operesca” onde se privilegia as letras em detrimento da música. Os personagens cantam não para o espectador, mas sim uns para os outros.
Ou seja, Sweeney Todd é um musical, que nunca faz da música um fardo, mas sim, um instrumento narrativo poderoso.
Se juntarmos ás canções uma fotografia simplesmente magnífica (monocromática, que oscila entre o sépia e o quase preto-e-branco, retractando a existência triste e amargurada de seu protagonista) e uma direcção de arte fantástica, temos filme.
Burton foi uma escolha acertada para a realização deste filme, já que sua sensibilidade particular para o macabro se reflecte na interpretação gótica que a Londres vitoriana ganha no filme (é impressionante como Burton consegue transformar elementos góticos em cinema de forma magistral), mas foi a escolha acertada acima de tudo, porque Burton se distância do horror barato e comercial dos filmes de adolescentes, que entopem as salas de cinema em todo o mundo. O horror de Tim Burton não tenta reproduzir a realidade. É estilizado e irreal, cheio de referências literárias e teatrais, gráfico e engraçado. Macabro, mas sem se levar a sério.
Enfim, poucas vezes os jorros de sangue arterial foram tão inspiradores, a ponto de me fazer cantar de emoção.
Ou seja, Sweeney Todd é um musical, que nunca faz da música um fardo, mas sim, um instrumento narrativo poderoso.
Se juntarmos ás canções uma fotografia simplesmente magnífica (monocromática, que oscila entre o sépia e o quase preto-e-branco, retractando a existência triste e amargurada de seu protagonista) e uma direcção de arte fantástica, temos filme.
Burton foi uma escolha acertada para a realização deste filme, já que sua sensibilidade particular para o macabro se reflecte na interpretação gótica que a Londres vitoriana ganha no filme (é impressionante como Burton consegue transformar elementos góticos em cinema de forma magistral), mas foi a escolha acertada acima de tudo, porque Burton se distância do horror barato e comercial dos filmes de adolescentes, que entopem as salas de cinema em todo o mundo. O horror de Tim Burton não tenta reproduzir a realidade. É estilizado e irreal, cheio de referências literárias e teatrais, gráfico e engraçado. Macabro, mas sem se levar a sério.
Enfim, poucas vezes os jorros de sangue arterial foram tão inspiradores, a ponto de me fazer cantar de emoção.
Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos. Millor Fernandes
Borreicho wrote:Só ontem tive a oportunidade de ver este filme e custou-me um bocado a passar o tempo. Cada vez que o Depp começava a cantar, só me apetecia subir as paredes. O ambiente é fabuloso, tal como Burton nos habituou, as interpretações são boas, gostei bastante das cenas entre o Todd e o Pirelli, mas a história em si não é nada de fenomenal, o vilão não é assim tão mau, o sangue era demasiado laranja e as cantorias de 30 em 30 segundos criaram-me uma irritação constante como poucos filmes o conseguiram fazer até hoje (também é verdade que vi poucos musicais, e o único que gostei nem foi um filme, mas um episódio da Buffy).
Para ver uma vez e basta.

Mau mesmo é ver/ouvir o Depp a cantar

Beijinhos,
PaRpY
APS/LPG - 2.ºAno em curso
*There ain't a woman in the world, can start such a fire the way that you do*
PaRpY
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Eu não gostei do filme. Sim, sabia que era musical e não tenho nenhum problema com isso à partida. Mas não gostei das músicas deste filme. O visual Tim Burton é muito bom, mas isso não chega. Curiosamente, não consigo deixar de pensar que se o filme fosse tal e qual como é mas sem ser um musical, eu poderia ter gostado. Ou mesmo sendo musical, mas com músicas de que eu gostasse.
Espero gostar mais do próximo filme de Burton, ele anda a preparar uma versão de Alice no País das Maravilhas. Isso deve ser interessante.
Espero gostar mais do próximo filme de Burton, ele anda a preparar uma versão de Alice no País das Maravilhas. Isso deve ser interessante.
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As musicas do filme são as do espectaculo original da Broadway. Não se gostando delas, é natural que não se goste nem do filme, nem do espectaculo.
É como não gostar das musicas do espectaculo do fantasma da opera, e depois estar-se à espera do gostar do filme, quando as musicas são as mesmas. No can Do
É como não gostar das musicas do espectaculo do fantasma da opera, e depois estar-se à espera do gostar do filme, quando as musicas são as mesmas. No can Do

Re: Sweeney Todd (2007) - Tim Burton
Vi hoje este filme (dos tais que me faz desejar um dia investir mais a sério no chamado Home Cinema como deve ser).
Posso dizer que gosto da maioria dos musicais (dos que vi no últimos anos só não consegui gostar de Chicago) e apesar de facto as músicas deste não ficarem assim tanto no ouvido, é dos mais fluidos que já vi, a intenção bem conseguida dos diálogos sairem ao melhor estilo opereta nunca me pareceu demasiado forçada, gostei.
O grande defeito talvez seja o argumento, demasiado curto, simples e esquemático (vingança no more no less).
Mas toda a parte artistica, ambientes, realização, as interpretações (o olhar de Depp, a fabulosa Helena Bonham Carter...) são fantásticas.
8/10
Posso dizer que gosto da maioria dos musicais (dos que vi no últimos anos só não consegui gostar de Chicago) e apesar de facto as músicas deste não ficarem assim tanto no ouvido, é dos mais fluidos que já vi, a intenção bem conseguida dos diálogos sairem ao melhor estilo opereta nunca me pareceu demasiado forçada, gostei.
O grande defeito talvez seja o argumento, demasiado curto, simples e esquemático (vingança no more no less).
Mas toda a parte artistica, ambientes, realização, as interpretações (o olhar de Depp, a fabulosa Helena Bonham Carter...) são fantásticas.
8/10
Enigma Files
Re: Sweeney Todd (2007) - Tim Burton
Acredita.Enigma wrote:Vi hoje este filme (dos tais que me faz desejar um dia investir mais a sério no chamado Home Cinema como deve ser).8/10
Tenho passado momentos verdadeiramente surreais. Este filme foi até agora das experiências cinematográficas mais arrebatadoras que vivenciei desde que tenho o LCD. A par do Gladiator e do Titanic.
Puro home cinema! Com filmes vistos nestas condições em casa, quem é que quer ir para os cinemas aturar mongas a arrotarem pipocas e a falarem ao telemóvel?
Quanto ao filme, para mim, é indubitavelmente mais uma obra-prima do Tim Burton. Nem mais, nem menos.
Cabeças

