Sorte Nula (2004) - Fernando Fragata
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Sorte Nula não é uma obra-prima mas mostra por parte de Fernando Fragata uma enorme coragem de mostrar a esta gente do ICAM que o nosso país pode ter cinema comercial. Vivemos mesmo num país super atrasado na mentalidade e a maior prova disso é saber que temos gente e potencial para fazer coisas engraçadas, e com pouco dinheiro, diga-se, mas há quem prefira que o Manuel de Oliveira seja exultado lá fora.
No fundo, o cinema português é o reflexo do país que actualmente temos: uma profunda desorganização e total ausência de objectivos.
No fundo, o cinema português é o reflexo do país que actualmente temos: uma profunda desorganização e total ausência de objectivos.
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Esta critica já tem algum tempo e foi escrita para o cinema2000.pt mas aqui vai ela...
Sorte Nula de Fernando Fragata (2004)
« O cinema português antes e pós Sorte Nula: que esta pequena pérola com aspecto amador ensine alguma coisa aos “Senhores do Restelo” do cinema português»
Explicar o sucesso de Sorte Nula é coisa simples. Quem pensava que não era possível fazer-se cinema português com uma boa história, com uma narrativa desenvolta, cheia de ritmo e pequenas surpresas, que tenta e consegue fugir ao linear, tem mesmo de ver Sorte Nula e aprender alguma coisa com este pequeno mas hábil filme de Fernando Fragata. O que tem Sorte Nula que os outros filmes portugueses na sua grande maioria não tem? Fragata consegue dar uma cadência á história como não é usual no cinema português e apresenta-nos um argumento inteligente, que vive de avanços e recúos, mal entendidos e desenganos, que tem a subtileza de nos remeter para os meandros do «thriller», como a seguir nos leva para o campo da mais pura comédia negra. Dizer que é uma cópia barata de algum argumento de Hollywood não lhe retira o mérito de ser uma novidade na forma de abordagem e nunca vista por cá.
Diga o que se disser, escreva-se o que se escrever sobre Sorte Nula, a verdade é que está aqui a prova cabal de como é possível fazer cinema comercial em Portugal de qualidade, sem demasiadas pretensões, com um elenco jovem conhecido do grande público e onde o único grande objectivo é entreter sem nenhuma mensagem mais complexa ou confusa por detrás. Um dos males do cinema português é que tenta muitas vezes ser complicado em vez de nos presentear com histórias simples, leia-se escorreitas.
Depois de um inferior Pesadelo Cor de Rosa, Fragata acerta finalmente em cheio com um filme que pode realmente ser o virar de página do mais recente cinema português.
Os azares de Alberto, a morte de Chico e a forma como a narrativa é contada e recontada pelas personagens que vão entrando na trama, é na sua génese, um avanço significativo na forma de filmar em Portugal ( o facto de ter sido rodado em digital devido á falta de meios aumenta ainda mais a responsabilidade daqueles que se queixam que não recebem as ajudas suficientes para fazerem filmes de qualidade). Será que a qualidade está dependente de um preço?
Por muito que custe a algumas pessoas e mesmo não se tratando de uma obra-prima, longe disso, Sorte Nula é o esboço de como deveria ser o nosso cinema, onde o público não é tratado de um modo imbecil, entregue aos devaneios de um realizador adepto do cinema filmado a passo de caracol e onde o tédio e as injúrias tomam conta do cidadão comum que não tem pachorra para levar aborrecidas ensaboadelas. Compreende-se a onda de euforia que se espalhou á volta de Sorte Nula e tal facto explica-se em poucas linhas, não estamos habituados a sair do cinema com um sentimento de satisfação ao ver um filme português. Também já li precisamente o oposto, pessoas que o detestaram mas as criticas no geral são em grande maioria positivas. É muito raro isso acontecer.
Compreende-se igualmente a inveja, azedume ou azia que este filme possa criar a alguns, principalmente aos que dentro do meio cinematográfico nacional vêem um pacato rapaz emigrado nos E.U.A chegar ao seu país e tal como um “D.Sebastião” salvador, «ameaça-los», fazer-lhes frente, dando um golpe ao marasmo estabelecido com uma obra parca em orçamento e recursos mas cheia de vitalidade e ideias. Eles, os «Senhores do Restelo» do cinema português devem preferir que os subsídios do I.C.A.M recaiam sempre para os mesmos, que fazem filmes para eles próprios e que gastam milhares de euros dos contribuintes para depois terem as salas de cinema vazias e obras a serem destinadas a agradar a um segmento dito intelectual que se deleita com historietas que tresandam a mofo. O cinema comercial dá-lhes dores de cabeça e voltas á barriga. Se a França já acordou e voltou-se para o seu público, dando-lhe um cinema comercial que o orgulha, porque não podermos nós também fazê-lo? Há que dar espaço para que possa surgir um novo cinema nacional que traga mais público, que mostre aquilo que as pessoas querem ver e que não esteja submetido á vontade de meia dúzia de «iluminados».
Fernando Fragata acabou de lhes dar uma lição, a todos, eu diria mesmo até que foi um autêntico «soco no estômago» para ver se eles acordam. Não só aos «velhos» que já cá andam há uma eternidade de tempo a degradar a imagem do cinema português dentro e além fronteiras ( Manuel de Oliveira não representa de todo o melhor do cinema nacional, só talvez para meia dúzia de franceses, italianos ou alemães que devem sofrer de insónias) mas também aos «novos» que são obrigados a entrar para o «sistema» para não serem postos de parte. Mas sabendo eu como as coisas acontecem por aqui, neste “rectângulo” de terra, cauda da União Europeia, ou começam a aparecer mais «Fernandos Fragatas» ou isto volta tudo ao mesmo.
Dito de uma outra forma, ou alguém retira as devidas ilações do fenómeno Sorte Nula ou então não há sorte nenhuma que nos valha...
O melhor: o argumento, sem dúvida. As prestações razoáveis de todo o elenco tendo em consideração que as limitações artísticas de alguns actores.
O pior: a cena de «strip» perfeitamente dispensável. Ser filmado em digital que lhe retira qualidade de imagem num ecrã gigante mas que ao mesmo tempo é a prova que não é necessário gastar «rios de dinheiro» para se fazer um filme.
Pontuação: 8 (0-10)
Walter Sousa
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http://www.horrorwalt.blogspot.com/
Sorte Nula de Fernando Fragata (2004)
« O cinema português antes e pós Sorte Nula: que esta pequena pérola com aspecto amador ensine alguma coisa aos “Senhores do Restelo” do cinema português»
Explicar o sucesso de Sorte Nula é coisa simples. Quem pensava que não era possível fazer-se cinema português com uma boa história, com uma narrativa desenvolta, cheia de ritmo e pequenas surpresas, que tenta e consegue fugir ao linear, tem mesmo de ver Sorte Nula e aprender alguma coisa com este pequeno mas hábil filme de Fernando Fragata. O que tem Sorte Nula que os outros filmes portugueses na sua grande maioria não tem? Fragata consegue dar uma cadência á história como não é usual no cinema português e apresenta-nos um argumento inteligente, que vive de avanços e recúos, mal entendidos e desenganos, que tem a subtileza de nos remeter para os meandros do «thriller», como a seguir nos leva para o campo da mais pura comédia negra. Dizer que é uma cópia barata de algum argumento de Hollywood não lhe retira o mérito de ser uma novidade na forma de abordagem e nunca vista por cá.
Diga o que se disser, escreva-se o que se escrever sobre Sorte Nula, a verdade é que está aqui a prova cabal de como é possível fazer cinema comercial em Portugal de qualidade, sem demasiadas pretensões, com um elenco jovem conhecido do grande público e onde o único grande objectivo é entreter sem nenhuma mensagem mais complexa ou confusa por detrás. Um dos males do cinema português é que tenta muitas vezes ser complicado em vez de nos presentear com histórias simples, leia-se escorreitas.
Depois de um inferior Pesadelo Cor de Rosa, Fragata acerta finalmente em cheio com um filme que pode realmente ser o virar de página do mais recente cinema português.
Os azares de Alberto, a morte de Chico e a forma como a narrativa é contada e recontada pelas personagens que vão entrando na trama, é na sua génese, um avanço significativo na forma de filmar em Portugal ( o facto de ter sido rodado em digital devido á falta de meios aumenta ainda mais a responsabilidade daqueles que se queixam que não recebem as ajudas suficientes para fazerem filmes de qualidade). Será que a qualidade está dependente de um preço?
Por muito que custe a algumas pessoas e mesmo não se tratando de uma obra-prima, longe disso, Sorte Nula é o esboço de como deveria ser o nosso cinema, onde o público não é tratado de um modo imbecil, entregue aos devaneios de um realizador adepto do cinema filmado a passo de caracol e onde o tédio e as injúrias tomam conta do cidadão comum que não tem pachorra para levar aborrecidas ensaboadelas. Compreende-se a onda de euforia que se espalhou á volta de Sorte Nula e tal facto explica-se em poucas linhas, não estamos habituados a sair do cinema com um sentimento de satisfação ao ver um filme português. Também já li precisamente o oposto, pessoas que o detestaram mas as criticas no geral são em grande maioria positivas. É muito raro isso acontecer.
Compreende-se igualmente a inveja, azedume ou azia que este filme possa criar a alguns, principalmente aos que dentro do meio cinematográfico nacional vêem um pacato rapaz emigrado nos E.U.A chegar ao seu país e tal como um “D.Sebastião” salvador, «ameaça-los», fazer-lhes frente, dando um golpe ao marasmo estabelecido com uma obra parca em orçamento e recursos mas cheia de vitalidade e ideias. Eles, os «Senhores do Restelo» do cinema português devem preferir que os subsídios do I.C.A.M recaiam sempre para os mesmos, que fazem filmes para eles próprios e que gastam milhares de euros dos contribuintes para depois terem as salas de cinema vazias e obras a serem destinadas a agradar a um segmento dito intelectual que se deleita com historietas que tresandam a mofo. O cinema comercial dá-lhes dores de cabeça e voltas á barriga. Se a França já acordou e voltou-se para o seu público, dando-lhe um cinema comercial que o orgulha, porque não podermos nós também fazê-lo? Há que dar espaço para que possa surgir um novo cinema nacional que traga mais público, que mostre aquilo que as pessoas querem ver e que não esteja submetido á vontade de meia dúzia de «iluminados».
Fernando Fragata acabou de lhes dar uma lição, a todos, eu diria mesmo até que foi um autêntico «soco no estômago» para ver se eles acordam. Não só aos «velhos» que já cá andam há uma eternidade de tempo a degradar a imagem do cinema português dentro e além fronteiras ( Manuel de Oliveira não representa de todo o melhor do cinema nacional, só talvez para meia dúzia de franceses, italianos ou alemães que devem sofrer de insónias) mas também aos «novos» que são obrigados a entrar para o «sistema» para não serem postos de parte. Mas sabendo eu como as coisas acontecem por aqui, neste “rectângulo” de terra, cauda da União Europeia, ou começam a aparecer mais «Fernandos Fragatas» ou isto volta tudo ao mesmo.
Dito de uma outra forma, ou alguém retira as devidas ilações do fenómeno Sorte Nula ou então não há sorte nenhuma que nos valha...
O melhor: o argumento, sem dúvida. As prestações razoáveis de todo o elenco tendo em consideração que as limitações artísticas de alguns actores.
O pior: a cena de «strip» perfeitamente dispensável. Ser filmado em digital que lhe retira qualidade de imagem num ecrã gigante mas que ao mesmo tempo é a prova que não é necessário gastar «rios de dinheiro» para se fazer um filme.
Pontuação: 8 (0-10)
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- DVD Maníaco
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Bom só ontem tive oportunidade de ver este filme, e confesso q fiquei agradavelmente supreendido.
As trocas e baldrocas de situações mantêm um gajo agarrado ao ecran permanentemente, sem momentos de pausa.
Só achei q foram exploradas de forma excessiva, pq a meio do filme já estamos sempre à espera de qual será a próxima mesmo sem sabermos qualquer será.
As trocas e baldrocas de situações mantêm um gajo agarrado ao ecran permanentemente, sem momentos de pausa.
Só achei q foram exploradas de forma excessiva, pq a meio do filme já estamos sempre à espera de qual será a próxima mesmo sem sabermos qualquer será.
Eu acredito que ele tenha visto o Snatch ou o Go.... porque isto parece uma cópia de um fax ranhoso enviado à pressa....
Fácil de perceber as ligações... aliás extramente... cenas metidas à pressão... (Matadinho em mais um "nú artístico") etc etc....
Desilusão total...
3/10
Fácil de perceber as ligações... aliás extramente... cenas metidas à pressão... (Matadinho em mais um "nú artístico") etc etc....
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Um gnomo por dia, dá saúde e alegria!
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- DVD Maníaco
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- waltsouza
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Este é um dos títulos em que se vê com mta frequência, ou pessoal q gostou mto, como é o meu caso, ou pessoal q n gostou nada, e n é só aqui neste forum, tenho lido outras opiniões em outros sites tb nesse sentido.
Por melhor que consideremos um filme ou por mais que ele agrade a uma grande maioria haverá sempre alguém á procura de defeitos e que os encontra, dê por onder der, por mais pequenos e insignificantes que sejam.
* não faço este comentário sobre Sorte Nula em particular mas para todos os filmes em geral.

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Não gostei da fotografia, do som, parecia que tudo aquilo tinha sido filmado com a minha camera DV. De resto é um filme que se come mas falta pimento, provavelmente a falta de dinheiro é que é o grande problema, tenho a certeza que o realizador com um bom orçamento até conseguia algo parecido com um filme.
Sorte Nula não é cinema pareceu-me mais uma telenovela barata com alguma acção para atrair o publico.
Prefiro de longe um filme mais parado como Kiss Me.
Sorte Nula não é cinema pareceu-me mais uma telenovela barata com alguma acção para atrair o publico.
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- alquimista
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Apesar de ter gostado muito deste Sorte Nula, estou completamente de acordo contigo.Prefiro de longe um filme mais parado como Kiss Me.
Realmente tem esse ambiente estilo telefilme SIC demasiado evidente. Coisa que curiosamente não acontece no segundo filme que vem no dvd e que esse sim é que é um telefilme. O filme de cinema parece menos cinema que o telefilme ! Estou baralhado !falta pimento, provavelmente a falta de dinheiro é que é o grande problema, tenho a certeza que o realizador com um bom orçamento até conseguia algo parecido com um filme.
Sorte Nula não é cinema pareceu-me mais uma telenovela barata com alguma acção para atrair o publico.

Por exemplo, voltando ao Kiss Me, nesse sente-se aquilo como cinema. tem aquela magia própria de um filme.
Nos filmes do Fragata, apesar de ter me divertido e gostado mesmo muito, realmente nunca senti que estava a ver Cinema com "C" grande. Se calhar falta-lhe mesmo dinheiro.
De qualquer maneira penso que é um realizador a seguir e a apoiar, pois ao menos cria historias despretenciosas e na minha opinião divertidas com um óptimo sentido de humor negro á mistura.

46 anos no planeta e ainda não fui expulso.
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Quer se goste ou se odeie, Sorte Nula teve o mérito de ter cumprido na perfeição as premissas pelas quais foi idealizado. Trazer público para as salas, ter um elenco e um tratamento super comercial e o marketing (televisivo) por detrás que ajudou e bastante a gerar o hype á volta do filme.
Se ele é merecido ou não acaba por ser secundário. Fazem imensa falta filmes
comerciais ao cinema português que quando um aparece (seja menos bom ou apenas razoável) é sempre digno de registo.
Se ele é merecido ou não acaba por ser secundário. Fazem imensa falta filmes
comerciais ao cinema português que quando um aparece (seja menos bom ou apenas razoável) é sempre digno de registo.
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waltsouza wrote:Quer se goste ou se odeie, Sorte Nula teve o mérito de ter cumprido na perfeição as premissas pelas quais foi idealizado. Trazer público para as salas, ter um elenco e um tratamento super comercial e o marketing (televisivo) por detrás que ajudou e bastante a gerar o hype á volta do filme.
Se ele é merecido ou não acaba por ser secundário. Fazem imensa falta filmes comerciais ao cinema português que quando um aparece (seja menos bom ou apenas razoável) é sempre digno de registo.
Mas podias ter acrescentado que também não é proibido terem uma história para contar, o que não é o caso. Um filme comercial não invalida isso.
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Mas afinal que tipo de história querias, Nuno Antunes? Eu até achei as trocas e baldrocas do argumento interessantes (sobretudo tendo em conta que estamos em presença de um filme português) mesmo tendo em conta que já existem n histórias semelhantes vindas do outro lado do atlântico. É fácil apontar defeitos sobre defeitos a Sorte Nula mas nunca te podes esquecer que Fernando Fragata fez este filme com parcos apoios e recursos. O digital deu-lhe um aspecto home-made, nem todas as interpretações são no mínimo decentes mas a história, e sobretudo o ritmo agarrou-me do inicio ao fim, e se foi o filme português mais visto de 2004 alguma coisa o filme há-de ter ou valer. Mesno que para ti seja muito pouco ou quase nada. Quando um filme nos agrada nós desculpamos tudo mas se ele nos aborrece ou chateia é mais fácil deita-lo abaixo.Mas podias ter acrescentado que também não é proibido terem uma história para contar, o que não é o caso. Um filme comercial não invalida isso.
A história pode não ser um supremo de originalidade mas na minha forma de ver esse até nem é o seu maior defeito. Acho até que o argumento de Sorte Nula e a cadência com que ele se desenrola no ecrã foi algo de refrescante e novo no estagnado cinema português - não estamos habituados a ver thrillers portugueses com este ritmo narrativo. Se conhecesses outro thriller português comercial melhor que este, podias partilhar comigo essa informação.
De certeza que surgirão outros filmes portugueses dentro do género e melhores que este Sorte Nula a pergunta que se põe é quanto tempo estaremos nós à espera?
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waltsouza wrote:Mas afinal que tipo de história querias, Nuno Antunes? Eu até achei as trocas e baldrocas do argumento interessantes (sobretudo tendo em conta que estamos em presença de um filme português) mesmo tendo em conta que já existem n histórias semelhantes vindas do outro lado do atlântico. É fácil apontar defeitos sobre defeitos a Sorte Nula mas nunca te podes esquecer que Fernando Fragata fez este filme com parcos apoios e recursos.
Walter, até podia concordar contigo em teoria (já que realmente não gosto do filme), mas só quero esclarecer isto: a falta de recursos e apoios não interfere à partida com ter uma história para contar, com o acto criativo em si no papel. Independentemente de depois não se conseguir levar ao grande ecrã como se gostaria e ter de recorrer a truques para contar a história.
E também não tem de se ceder em tudo para fazer filme "comercial" e ter sucesso (na definição que tem sido aqui aplicada por oposição a um "filme artístico"), que foi o que acho que fez o Fernando Fragata.
Ser "artístico" não significa que não possa encontrar um público e ter sucesso. Pegando apenas no último exemplo, os 7500 espectadores de «Alice» na primeira semana demonstram isso.