Laranja Mecânica (1971) - Stanley Kubrick
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Este filme é para mim o melhor de Kubrick, ligeiramente à frente do Shining.
"Afinal quem diz que determinado filme é ou não uma obra-prima? "
Uma questão que discuti à tempos com um amigo. Não é suposto uma obra-prima ser a melhor obra de um determinado fulano? A Mona Lisa é a obra-prima do Da Vinci, a Capela Cistina é a obra-prima do Miguel Ângelo, etc..
Então como raio é que todos os filmes do Kubrick são classificados como obras-primas?
O filme não é com certeza o mais violento da história do cinema, mas a cena da invasão da casa e da violação deve ter sido a mais violenta que vi até hoje.
De qualquer forma, a ter que dar um tema ao filme, eu diria que o filme trata da manipulação das mentes pela sociedade e nunca da "violência".
É dificil falar sobre o filme. Ando aquí às voltas no teclado a escrever e a apagar a ver se acerto.
Todas as cenas são exageradas para lá do razoável mas no entanto conseguem manter a coerência no mundo que Kubrick criou para este filme, mundo esse que está ligeiramente fora do nosso, num futuro que parece estar já ali ao virar da esquina, muito mais provavel do que os milhentos criados em filmes tipo Blade Runner mas ainda assim inacreditável de tão exagerado que é.
O filme tem tanta informação que é impossível num primeiro visionamento ou até num segundo captar tudo. A forma como está filmado fez-me sentir como um voyeur, como se tivesse que me esconder e espreitar para não ser apanhado. Há sempre algo de estranho nos ângulos da câmara, nos enquadramentos, que torna o visionamento de certa forma desconfortável.
A mistura improvável de música clássica com violência resulta em cheio.
É um filme que melhora com cada visionamento e que não se deve ver só uma vez, mesmo que não se goste dele. Há sempre algo mais em cada cena para lá do óbvio e é um prazer descobrir esses pormenores.
Não é o filme de que mais gosto, esse lugar está reservado para o Pulp Fiction, mas para mim é o filme mais "perfeito" da história do cinema.
"Afinal quem diz que determinado filme é ou não uma obra-prima? "
Uma questão que discuti à tempos com um amigo. Não é suposto uma obra-prima ser a melhor obra de um determinado fulano? A Mona Lisa é a obra-prima do Da Vinci, a Capela Cistina é a obra-prima do Miguel Ângelo, etc..
Então como raio é que todos os filmes do Kubrick são classificados como obras-primas?
O filme não é com certeza o mais violento da história do cinema, mas a cena da invasão da casa e da violação deve ter sido a mais violenta que vi até hoje.
De qualquer forma, a ter que dar um tema ao filme, eu diria que o filme trata da manipulação das mentes pela sociedade e nunca da "violência".
É dificil falar sobre o filme. Ando aquí às voltas no teclado a escrever e a apagar a ver se acerto.
Todas as cenas são exageradas para lá do razoável mas no entanto conseguem manter a coerência no mundo que Kubrick criou para este filme, mundo esse que está ligeiramente fora do nosso, num futuro que parece estar já ali ao virar da esquina, muito mais provavel do que os milhentos criados em filmes tipo Blade Runner mas ainda assim inacreditável de tão exagerado que é.
O filme tem tanta informação que é impossível num primeiro visionamento ou até num segundo captar tudo. A forma como está filmado fez-me sentir como um voyeur, como se tivesse que me esconder e espreitar para não ser apanhado. Há sempre algo de estranho nos ângulos da câmara, nos enquadramentos, que torna o visionamento de certa forma desconfortável.
A mistura improvável de música clássica com violência resulta em cheio.
É um filme que melhora com cada visionamento e que não se deve ver só uma vez, mesmo que não se goste dele. Há sempre algo mais em cada cena para lá do óbvio e é um prazer descobrir esses pormenores.
Não é o filme de que mais gosto, esse lugar está reservado para o Pulp Fiction, mas para mim é o filme mais "perfeito" da história do cinema.
- waltsouza
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Não. E é fácil perceber porquê. Se alguém realiza um filme, pinta um quadro, escreve um livro que é considerado uma obra-prima isso não invalida que a sua próxima obra ou uma qualquer seguinte não possa ser considerada superior. No caso de Kubrick estamos a falar de um realizador já falecido mas o reconhecimento de uma obra-prima não é exclusivo a pessoas com espólio. Os vivos também fazem obras-primas.Não é suposto uma obra-prima ser a melhor obra de um determinado fulano?
Estar a dizer que a obra-prima é o trabalho maior de um artista é estar limitar o seu próprio trabalho quando ele poderá ter obras de valor semelhante, artisticamente falando.
E para um artista que ainda se enconta por entre o mundo dos vivos, estar a dizer que aquela tal obra é a sua obra-prima é estar a fazer futurologia sem sentido. Sabe-se lá o que o futuro e criatividade podem fazer a um artista, seja ele de que ramo for. Resumindo, uma pessoa pode ter mais do que uma obra-prima no seu currículo.
"Resumindo, uma pessoa pode ter mais do que uma obra-prima no seu currículo."
Bom, o que eu entendo por obra-prima não é o que dizes. Se queres que te diga não faz para mim muito sentido dizer que fulano tem x obras primas.
"Mas para tamanha hipocrisia, basta ter em conta o jurado que decide para onde vão os Óscares. "
Que queres dizer com a palavra "jurado"?
"Mas também não valeria a pena. A escolha recai em 99% das probabilidades num filme norte-americano"
Nem podia ser doutra maneira.
É óbvio e evidente que os Óscares são prémios predominantemente dirigidos aos filmes americanos. Nem eles fazem segredo disso.
Se não fosse assim porque raio existiria a categoria "Melhor Filme Estrangeiro"???
Os Óscares são para mim o único prémio cinematográfico realmente democrático, apesar das limitações e dos estranhos vencedores que por vezes lá aparecem.
Bom, o que eu entendo por obra-prima não é o que dizes. Se queres que te diga não faz para mim muito sentido dizer que fulano tem x obras primas.
"Mas para tamanha hipocrisia, basta ter em conta o jurado que decide para onde vão os Óscares. "
Que queres dizer com a palavra "jurado"?
"Mas também não valeria a pena. A escolha recai em 99% das probabilidades num filme norte-americano"
Nem podia ser doutra maneira.
É óbvio e evidente que os Óscares são prémios predominantemente dirigidos aos filmes americanos. Nem eles fazem segredo disso.
Se não fosse assim porque raio existiria a categoria "Melhor Filme Estrangeiro"???
Os Óscares são para mim o único prémio cinematográfico realmente democrático, apesar das limitações e dos estranhos vencedores que por vezes lá aparecem.
- waltsouza
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No meu Dicionário jurado é igual a júri ou membro a ele pertencente.
Ora aí está bem patente a tal democracia de que falavas. Considero nesse aspecto, Cannes um festival de cinema muito mais imparcial, quer nas escolhas, quer na atribuição de prémios, que a estopada dos Óscares.Nem podia ser doutra maneira.
Ora aí está um belo pensamento para que a tal ideia democrática de escolher um melhor filme do ano fizesse mais sentido. Mas não. Levamos todos os anos com a mesma politica de escolhas e pulamos todos felizes por existir uma nação como os E.U.A que como em tantas outras coisas nos monopoliza. Não temos escolha possível. Viva a democracia americana. Só falta gritar: Viva George W. Bush.Se não fosse assim porque raio existiria a categoria "Melhor Filme Estrangeiro"???
Bom, o "jurado" dos Óscares é constituido por uns largos milhares de pessoas (5 ou 6 mil, julgo eu), todas elas ligadas à indústria cinematográfica americana.
O "jurado" de Cannes por exemplo é constituido por 8 ou 9 pessoas (também ligadas aos filmes, claro).
Nos Óscares, qualquer filme produzido dentro do ano a que diz respeito, mesmo estrangeiro, pode ser nomeado para a categoria de melhor filme ou para qualquer outra categoria (o Crouching Tiger, Hidden Dragon, por exemplo, foi nomeado para diversas categorias, entre elas a de melhor filme, e inclusivamente ganhou salvo erro 4 Óscares).
Em Cannes os cineastas apresentam-se a concurso e são, ou não, seleccionados para o concurso por critérios que ninguém conhece a não ser os organizadores.
Este esquema é o utilizado, com um ou outro acerto, em grande parte, se não mesmo todos os festivais de cinema (Berlim, Sundance, Veneza, etc.).
A maior aberração que ví até hoje neste tipo de festivais, foi curiosamente em Cannes, onde um documentário ganhou. Lamentavelmente, no juri estava o Tarantino - Shame on you, como diz o Michael Moore.
Por muitos defeitos que se possam apontar aos Óscares, eles são, de longe, o prémio mais justo e democrático. E não é por acaso que (quase) toda a gente os ambiciona.
"Só falta gritar: Viva George W. Bush."
Quem teve a oportunidade e o privilégio de ficar acordado na noite da entrega dos óscares no ano em que os EUA invadiram o Iraque não viu nada disso. Mesmo nadinha disso.
Aliás, tenho montes de recordações das noites dos óscares tão boas como as que tenho dos filmes que vi.
Em conclusão, não concordo com muitos dos premiados ao longo dos anos, mas ainda assim não há ano em que não espere anciosamente pela cerimónia.
Cannes? Nunca ví, só leio no jornal. Veneza? Berlim? Pois...
Os americanos valem pouco mas ninguém faz destas coisas como eles!
O "jurado" de Cannes por exemplo é constituido por 8 ou 9 pessoas (também ligadas aos filmes, claro).
Nos Óscares, qualquer filme produzido dentro do ano a que diz respeito, mesmo estrangeiro, pode ser nomeado para a categoria de melhor filme ou para qualquer outra categoria (o Crouching Tiger, Hidden Dragon, por exemplo, foi nomeado para diversas categorias, entre elas a de melhor filme, e inclusivamente ganhou salvo erro 4 Óscares).
Em Cannes os cineastas apresentam-se a concurso e são, ou não, seleccionados para o concurso por critérios que ninguém conhece a não ser os organizadores.
Este esquema é o utilizado, com um ou outro acerto, em grande parte, se não mesmo todos os festivais de cinema (Berlim, Sundance, Veneza, etc.).
A maior aberração que ví até hoje neste tipo de festivais, foi curiosamente em Cannes, onde um documentário ganhou. Lamentavelmente, no juri estava o Tarantino - Shame on you, como diz o Michael Moore.
Por muitos defeitos que se possam apontar aos Óscares, eles são, de longe, o prémio mais justo e democrático. E não é por acaso que (quase) toda a gente os ambiciona.
"Só falta gritar: Viva George W. Bush."
Quem teve a oportunidade e o privilégio de ficar acordado na noite da entrega dos óscares no ano em que os EUA invadiram o Iraque não viu nada disso. Mesmo nadinha disso.
Aliás, tenho montes de recordações das noites dos óscares tão boas como as que tenho dos filmes que vi.
Em conclusão, não concordo com muitos dos premiados ao longo dos anos, mas ainda assim não há ano em que não espere anciosamente pela cerimónia.
Cannes? Nunca ví, só leio no jornal. Veneza? Berlim? Pois...
Os americanos valem pouco mas ninguém faz destas coisas como eles!

- waltsouza
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Se eles tem o monopólio da industria cinematográfica nas mãos se não acontecesse assim é que eu ficaria estupefacto.Os americanos valem pouco mas ninguém faz destas coisas como eles!
Quando quem faz as nomeações dos Óscares:
- começarem a nomear mais filmes não americanos para melhor filme. Quantos filmes não americanos já venceram o óscar para melhor filme? Chega uma mão ou são necessárias duas?
- as nomeações terem em conta o cinema de uma forma mais goblal e não ver apenas América á frente na maior parte dos casos.
Nessa altura eu darei mão á palmatória e terei de considerar os Óscares como a cerimónia mais justa e democrática de todas aquelas que existem.
E em relação aos milhares que compõem o júri dos Óscares e tem a benesse de dar a sua contruibuição através de um voto a sua decisão será sempre, mas sempre injusta para todos aqueles filmes que podiam ser nomeados e não o são. Já nem falo nas injustiças que existem entre os nomeados. O melhor mesmo seria alargar as escolhas de 5 para 10 em todas as categorias e parte do problema estaria resolvido. Sendo que numa votação sectária o conceito de justiça estará sempre distante. Milhares não representam milhões, para não referir biliões.
Walt, a questão aquí é que os festivais concorrentes são muito mais redutores e injustos.
Eu posso passar o dia todo aqui a pegar em argumentos teus e desmontá-los mas não me apetece.
Se achas que Cannes é mais imparcial apesar do juri se reduzir a pouco mais de uma mão cheia de pessoas e da escolha dos filmes nomeados não ser propriamente transparente, OK, é a tua opinião.
Eu também podia pôr-me aquí a dizer que nos festivais europeus os nomeados andam sempre à volta de um punhado de realizadores, e que os vencedores muitas vezes ganham por causa de campanhas de marketing bem organizadas ou porque naquele ano "aquele tema" é a moda. Não seria totalmente verdade mas olha que anda lá perto.
Está na moda (aliás é uma moda perpétua - fica sempre bem) cascar nos Óscares.
Keep it up, para mim já chega.
Eu posso passar o dia todo aqui a pegar em argumentos teus e desmontá-los mas não me apetece.
Se achas que Cannes é mais imparcial apesar do juri se reduzir a pouco mais de uma mão cheia de pessoas e da escolha dos filmes nomeados não ser propriamente transparente, OK, é a tua opinião.
Eu também podia pôr-me aquí a dizer que nos festivais europeus os nomeados andam sempre à volta de um punhado de realizadores, e que os vencedores muitas vezes ganham por causa de campanhas de marketing bem organizadas ou porque naquele ano "aquele tema" é a moda. Não seria totalmente verdade mas olha que anda lá perto.
Está na moda (aliás é uma moda perpétua - fica sempre bem) cascar nos Óscares.
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Pena não partilhar a mesma adoração que tu tens pelo filme. O filme a ti diz-te muito?Al-Pacinho wrote:O filme de kubrick que mais gostei!
Se é o melhor...? isso não sei !!!
O que importa que seja o melhor ou pior ?o q importa é o q cada filme diz a cada um!
Para quem quer regressar ao esplendor do passado, visite:
http://cinemasparaiso.blogspot.com
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Não tens que ter pena...Pena não partilhar a mesma adoração que tu tens pelo filme. O filme a ti diz-te muito?

De facto quando me perguntam : ..um filme? Clockwork orange vem-me logo à consciencia! É inevitavel e automatico ! Ou seja, o efeito do filme ainda se mantém passados estes anos todos. Possivelmente tb fiquei condicionado tal como o Alex. Ele para não reagir a estimulos agressivos e eu... ao contrario

Al-Pacinho,antes conhecido por AL!
Não me digas que o filme fez aumentar em ti tendências agressivas?Al-Pacinho wrote:Não tens que ter pena...![]()
De facto quando me perguntam : ..um filme? Clockwork orange vem-me logo à consciencia! É inevitavel e automatico ! Ou seja, o efeito do filme ainda se mantém passados estes anos todos. Possivelmente tb fiquei condicionado tal como o Alex. Ele para não reagir a estimulos agressivos e eu... ao contrario




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- Ricardo Ribeiro
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Li os primeiros posts deste tópico e, sendo distintos, têm um factor comum: estou de acordo com todos eles. Compreendo a decepção da Wavey, mas não a partilho. Tal como ela, vi o filme com 20 e tal anos, e saberia que o carácter violento do filme teria que ser visto à luz de uma natural evolução na forma de fazer cinema. Mesmo assim, eu que não sou propriamente conhecido por ser impressionável, senti-me incomodado em determinados momentos do filme. Porque a violência é "gratuita" (coloco aspas porque a palavra me irrita quando referente a violência mas é a que melhor convem de qualquer modo). Quase sempre a violência tem um motivo: vingança, ódios históricos [étnicos, religiosos, políticos, etc], frustração, roubo, etc. Mas em a Laranja Mecânica assistimos a um tipo de violência da mais brutal, cruiel e incómoda, que raras vezes tem sido representada em cinema: a violência sem motivo, a maldade destilada até à sua mais profunda essência.
Actualmente o filme não me diz nada de especial, não o incluiria num Top 10 de filmes mais marcantes, nem num Top 20, nem provavelmente num Top 50. Mas creio que foi dos filme que mais me impressionou no sentido de reacção à violência representada.
Quanto à obra-prima, creio que no português corrente a tendência é de vulgarizar a expressão, que de facto na sua raiz significa que se trata da melhor obra de um fulano, a obra primeira, não num sentido cronológico mas no de máximo expoente. E essa, será sempre uma e apenas uma.
Actualmente o filme não me diz nada de especial, não o incluiria num Top 10 de filmes mais marcantes, nem num Top 20, nem provavelmente num Top 50. Mas creio que foi dos filme que mais me impressionou no sentido de reacção à violência representada.
Quanto à obra-prima, creio que no português corrente a tendência é de vulgarizar a expressão, que de facto na sua raiz significa que se trata da melhor obra de um fulano, a obra primeira, não num sentido cronológico mas no de máximo expoente. E essa, será sempre uma e apenas uma.
Ricardo Ribeiro
O Mundo da Viagem em...
http://papaleguas.wordpress.com | http://cruzamundos.wordpress.com
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Concordo, acho que foi a melhor explicação de violencia que já li, se houver alguma explicação para isso... No entanto acho que neste filme o motivo é mesmo a diversão, foi pelo menos o que achei quando vi o filme, ainda penso dessa maneira.Ricardo Ribeiro wrote:Quase sempre a violência tem um motivo: vingança, ódios históricos [étnicos, religiosos, políticos, etc], frustração, roubo, etc. Mas em a Laranja Mecânica assistimos a um tipo de violência da mais brutal, cruiel e incómoda, que raras vezes tem sido representada em cinema: a violência sem motivo, a maldade destilada até à sua mais profunda essência.

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- Joined: June 17th, 2003, 12:45 am
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Este "tipo" de violência é também muito bem representado em "Jogos Perigosos" (Funny Games).Shivers wrote:Ricardo Ribeiro wrote:Quase sempre a violência tem um motivo: vingança, ódios históricos [étnicos, religiosos, políticos, etc], frustração, roubo, etc. Mas em a Laranja Mecânica assistimos a um tipo de violência da mais brutal, cruiel e incómoda, que raras vezes tem sido representada em cinema: a violência sem motivo, a maldade destilada até à sua mais profunda essência.
Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos. Millor Fernandes