90% de todo o CINEMA que existe é pura banalidade...

Discussão de filmes; a arte pela arte.

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nmtavares
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Post by nmtavares »

Mas acho que tb têm que saber diferenciar os filmes, pq há filmes não são e nem pretendem ser obras de arte, a meu ver os filmes verdadeiramente maus, são aqueles que têm pretensões a ser grandes obras de arte e vai-se a ver e não são mais do que sofriveis, isso é que é mau um filme não atinjir ás metas que se propõe.
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Há pessoas que se acham cultas por comparar a sua ignorância com a dos outros.
AC DC
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Post by AC DC »

waltsouza wrote:E QUE TAL COMEÇARMOS PELO PRINCÍPIO BÁSICO E DEMOCRÁTICO DE ACEITARMOS A OPINIÃO UNS DOS OUTROS?
waltsouza,
Uma coisa é respeitar, outra é concordar... E como tu tens a tua opinião, eu tenho a minha e os outros têm as deles!... E como é democrático tu manifestares a tua, os outros também devem poder manifestar as deles, mesmo que completamente contrárias!!! Não há falta de respeito!!!

Agora, o que dizes acima é no mínimo caricato no contexto que se tem desenvolvido no tópico desde o início (não só por ti)!!!
Parece que se está a dizer aos outros que têm que ser democráticos e respeitar "a nossa" opinião para que os outros de alguma forma não possam expressar as suas!!! Quem é que não respeita a opinião dos outros??? :wink:
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waltsouza
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Post by waltsouza »

Do primeiro texto do Tojal City retiro apenas quatro palavras que mostram cabalmente qual deveria ser o estado de espirito quando o dito senhor me respondeu:



ABORRECIDO-BORRRIFAR-COVENCIDO-DETESTAR




Tudo palavras com uma conotação hiper-meiga e que são o exemplo da resposta cortês e inteligente. Será que é necessária a utilização destes vocábulos para expressar a nossa opinião? Isto soa-me a algo do estilo - e desculpe-me se entrei na sua cabeça, Tojal City, pelo lado errado do cérebro e a minha percepção estiver falseada - « Aparecem aqui uns gajos armados em espertos, a pensar que são o «supra-sumo» da 7arte mas no fundo são uns coitadinhos, uns desgraçados»


ok, é mais do que senso comum que eu tenho a minha opinião, ele tem a sua e outros terão as deles e ter uma opinião diferente sobre um determinado assunto tem que ser encarado de forma «desportiva e salutar», e até muitas vezes ( na maior parte da vezes) enriquecedora. Mas tudo está na forma como a expressamos, no conteúdo. E se o Ex.º Sr. Tojal City teve respeito pela minha opinião sobre a «banalidade filmica» nem quero imaginar como seria a sua resposta se o respeito (a tresandar no seu primeiro texto) não estivesse lá sempre presente.

Faço-lhe o desafio Tojal City que pegue numa lupa e que encontre no meu segundo texto dirigido a sí algum adjectivo qualificativo depreciativo a seu respeito. O único ponto que me pode apontar é o uso da palavra inferioridade mas até esta encontra-se inserida numa pergunta...
É sempre nesse tom «de flores, paz e amor» que dá as suas respostas?
Pois é... Não admira assim que a «guerra» esteja instalada. (Mea Culpa)



Uma ressalva: eu não o acho de convencido pois não o conheço mas você parece que me conhece bem demais... E ainda por cima pelas piores razões. Peço desculpa por ser quem sou...
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Post by Tojal City »

Senhor? Exmo?? A seguir ainda me trata por Doutor :twisted:
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Post by Tojal City »

Bem eu disse que respondia pois bem aqui vai.

Agora que li o texto todo, pois realmente admito que achei-o um pouco grande e li-o na diagonal, tenho de dizer que tens razão nas algumas coisas que escreves, mas também não tens razão em criticar o público no seu desejo de ver filmes “ que são quase sempre iguais entre si”.

Sim as pessoas querem finais felizes, querem grandes herois ou anti-herois que desafiem tudo e todos e ficam sempre com a gaja boa e querem Cindarelas que encontram o seu príncipe encantado ou seja querem filmes que as afaste da realidade monotona em que se encontram, e se é isto que as pessoas querem então é o que obtem, eu por um lado é exactamente isto que quero.

E sabes que mais, os maus finais, os finais imprevisíveis, acabam sempre por ser críticados e muitas vezes pelas pessoas cujas experiências foram algo semelhante ao das personagens dos filmes, exemplo disto, uma colega minha tem uma emoção díficil de descrever em relação ao Million Dollar Baby pois uma coisa semelhante aconteceu a prima dela a poucos meses atràs. Foi das poucas pessoas que críticou o filme pela negativa e nenhum de nós conseguiu argumentar a sua opinião, pois era bem mais forte que a nossa.


Formulas simples numa narrativa é sempre a melhor forma de chegar a uma vasta audiência e isto pode ser visto em todas as formas de arte, na música, na pintura, na literatura, etc. Quais são os livros mais populares de sempre? Os três mosqueteiros, A volta ao mundo em ointenta dias e livros recentes, O Senhor dos Aneis, Código DaVinci. Quanto maís perceptivel for a percepção da narrativa para uma pessoa maior será a hipotese de sucesso deste.
Então se a narrativa der as pessoas o que elas na vida não tem, romance, acção, fantasia, aventura,etc, então melhor.

È engraçado que fales do Homem-Aranha, pois quem percebe de história de BD sabe que o Homem-Aranha teve um grande sucesso pois ofereceu aos míudos e adolescentes da época o que até então ninguém mostrava, alguém com quem se podessem relacionar, tivesse problemas reais e humanos, só que tinha super-poderes e grandes aventuras que um míudo normal não tem. Harry Potter anyone??

Tu queres filmes que levem as pessoas a pensar? Tudo bem, mas pensar no que? Na merda de vida que temos? Na morte? Os ignorantes são mais felizes, nunca ouviste dizer, pensar em demasiadas coisas só leva a mais questões e é melhor não por os filmes neste bolo também.

E qualquer filme a que as pessoas assistam fára sempre com que pensem nele, seja nas gargalhadas que deram, com os sustos que tiveram, com o suspense de uma cena, ou simplemente o quão mau o filme era.
O que tu pretendes com o pensar nos filmes é que estes obriguem a utilização do lado racional da cérebro? Mas se assim for, então isto já não pode ser considerado uma arte.

Já agora podes dizer quais são para ti os filmes que te fazem pensar?

Em relação a crítica de te chamar convencido, o meu objectivo não era te ofender, nem direcionada directamente para ti, seria até mais direcionada aqueles jornalistas pretenciosos que críticam tudo o que é blockbuster onde já vão com ideias pré-concedidas antes mesmo de ver o filme e nem dão hipóteses ao filmes.

E eu sou convencido, admito (embora quem admita por vezes não o é, como quem amdite que é modesto será mesmo?), muitas vezes digo para mim mesmo que conseguia fazer melhor que aquela merda de filme

E o meu texto tá enorme, demasiado grande.
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Post by waltsouza »

Caro colega de fórum Tojal City


É bom que discutemos estes temas sobre o cinema de uma forma aberta e sem preconceitos, e é por isso que esta minha resposta vê «a luz do dia».

Começa a ser demasiado óbvio que você é adepto do chamado cinema «fast-food» , daquele que se consome e se deita fora. Daquele onde a arte está em pensar pouco ou nada, pois o que importa (para si) é dar ao público uma trama simples porque ele ou não gosta ou alheia-se a raciocinar. Se for algo mais complicado, mais complexo, deixa de ser arte (para si) porque o espectador recusa-se a «queimar» neurónios do cérebro por causa de um filme. Por outras palavras, o espectador não se importa de ser tratado de «desinteligente». Esta será em termos muitos génericos a sua forma de ver e sentir o cinema. Não o censuro por isso minimamente, aliás, eu também sou um consumidor habitual de «blockbusters» comerciais que na maior parte dos casos não são mais do que meras fórmulas cinematogáficas recicladas.

Mas felizmente que existe um outro lado do cinema mais sério, mais adulto, mais maduro que não vive a pensar únicamente no «box-office».
Acima de tudo fazer cinema é uma forma de demonstração de amor que se tem por esta Arte que não se reduz a atitudes ou pensamentos simplistas... Há espaço para todos os tipos de cinema. E pode-se igualmente gostar do cinema de «consumo rápido», como do outro de mais difcil digestão - como é o meu caso.

Fala-me em filmes que me fizeram pensar. De certeza que não será a ver um Scary Movie, um S.W.A.T, um Blade ou um Resident Evil que o meu cérebro será substancialmente estimulado (estou a falar do meu cérebro, note-se) apesar de ter gostado de todos os filmes que referi excepto o S.W.A.T.

Filmes que me fizeram pensar: Apocalipse Now com uma magistral direcção de Coppola onde o pesadelo americano da guerra do Vietname nos é transmitido de uma maneira que tem tanto de mitica, como filosófica.

Lista de Schindler- numa visão de Spielberg sobre o Holocausto que ainda hoje, passados que estão 50 anos são uma demontração atroz do sentimento de maldade do homem pelo seu semelhante.

A Paixão de Cristo - Onde Mel Gibson nos «choca» com a extrema violência fisica e psicológica a que Jesus Cristo foi sujeito nas últimas 12 horas da sua vida mostrando-nos de uma forma seca, dura e crua o sofrimento do Nazareno (baseando-se na Biblia Sagrada).

E tantos outros filmes que de uma forma ou de outra me marcaram profudamente, quer pelo poder das suas imagens, quer pela magnitude da sua mensagem. Qual será a mensagem de O Chupeta- The Pacifier com Vin Diesel? É certo que este filme tem tanto direito de existir como qualquer outro mas compreende aonde eu quero chegar?

O cinema é tudo isso: espectáculo, diversão, magia, fantasia mas também a Arte (com letra grande) que nos faz questionar sobre o mundo em que vivemos, sobre a vida que levamos e até queremos ir...


Tudo isto é CINEMA...
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Post by lud81 »

A Lista de Schindler e A Paixão de Cristo fazem pensar...?


Nem todo o cinema de autor e artístico faz pensar. Os filmes de Takeshi Kitano são de autor, são artísticos e são belíssimos. No entanto, continuam a ser apenas uma história contada. Não é preciso puxar muito pelo miolo para perceber ou apreciar um filme de Kitano. Serão por isso filmes blockbuster fast-food?

Comparando os filmes Ocean's Eleven e The Limey, ambos de Steven Soderbergh, qual a diferença entre eles? O que faz as pessoas dizerem que o primeiro é pipoca e o segundo é arte? Será preciso pensar muito para perceber The Limey? Não. Ambos contam uma história. Ocean's Eleven apela a um grande público, The Limey já poderá pôr uma grande parte do público a milhas. É isso que faz um filme arte? Pôr o público a milhas? Eu gosto de ambos os filmes e sinceramente acho que é preciso pensar mais para perceber exactamente o plano em Ocean's Eleven do que para perceber The Limey.

Há filmes de que muita gente gosta e há filmes de que pouca gente gosta. Há filmes arte em ambas estas categorias. E há filmes fast-food em ambas estas categorias também.

O próprio David Lynch, um dos realizadores que é um verdadeiro artista, diz que há coisas em que é melhor não pensar. O que é preciso é sentir.

David Lynch: "(...) what's so fantastic is to get down into areas where things are abstract and where things are felt, or understood in an intuitive way that, you can't, you know, put a microphone to somebody at the theatre and say 'Did you understand that?' but they come out with a strange, fantastic feeling and they can carry that, and it opens some little door or something that's magical and that's the power that film has."

Eu gosto de sentir o cinema. Gosto da sensação de angústia que se sente numa cena de suspense, gosto do arrepio na pele que aquele ou aqueleoutro movimento de câmara me provoca, gosto da sensação daquela nota musical na banda sonora, gosto da adrenalina de uma boa cena de acção, gosto da paz daquele momento de silêncio só com um olhar, etc. Essas coisas não se explicam e não se pensam. Sentem-se.
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Post by Tojal City »

AH, agora tás a falar noutra língua. Pois sempre pensei que quando falavas em bons filmes, filmes não banais, tivesses-te a referir a filmes europeus e coisas afins cuja estória não é interpretada por mais de metade da população mundial. Eu sempre interpretei que tivesses a criticar a maioria dos filmes que saem dos EUA e que são blockbuster de bilheteira, como por exemplo Indiana Jones, ou os 007.

Em relação aos meus gostos, gosto de filmes “fast-food”, se é assim que os queres chamar, mas gosto daqueles bem feitos (Homem-Aranha; Minority Report) e não filmes como SWAT ou Alien vs Predator. Como poderás ver pela minha colecção de DVD, sou um apreciador de vários géneros.

http://www.intervocative.com/dvdcollect ... jal%20city

Mas agora que consigo perceber o que te referes, vou ter de discordar um pouco contigo, com a tua dedução dos 90% dos filmes serem banais, é que há muitos filmes que saem ao longo do ano e que não vemos pois não passaram pela rota comercial. Agora se quiseres dizer que mais ou menos 60% dos filmes chamados blockbuster são banais, então ai já concordo contigo. Mas olha que destes 60% só ai 15% é que tem sucesso comercial e são lembrados mais tarde.

O Scary Movie, se tiveres achado piada, é um filme que estimula bastante o teu cérebro, mais se calhar que a Paixão de Cristo.
César Ribeiro
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Post by César Ribeiro »

Eu acho que isto do cinema é muito relativo, e que sem dúvida existem imensos factores que condicionam a definição de "arte". É que às vezes até vemos um bom filme e não achamos muita piada porque não estamos para aí virados e outras vezes vemos um mau e até gostamos porque há ali qualquer coisa que nos atrai, independentemente de termos a noção que o filme em geral até é fraco; é um bocado como as pessoas, nem sempre gostamos das mais bonitas. :mrgreen:
O que eu acho é que não devemos entrar em radicalidades e pôr à partida obras de lado, só porque achamos que não vamos gostar e que é banal ou que é demasiado "intelectual", isto mesmo depois de termos tido recomendações positivas por parte de amigos, família, crítica, etc. Porque se é verdade que o "cinema pipoca" pode ser irritante com as suas lacunas em termos de argumento, actores banais e toneladas de efeitos especiais, não deixa também de ser verdade que o pseudo "cinema intelectual" é também uma grande farsa. Como já foi aqui dito o que é importante é sentir o agora do cinema, mesmo quando a lógica e a razão vão para parte nenhuma; o Lynch é que tem razão. E haverá melhor exemplo do que o "Lost Highway"? yes-)
No caso específico de "A Lista de Schindler" e "A paixão de Cristo" não foram filmes que me marcaram nem fizeram pensar muito por as seguinte razões pessoais: acho os dois filmes muito radicais em termos de história, demasiado ao estilo "manel desgraçado". Em relação à "Paixão de Cristo" não sou crente, por isso não entendo a faceta cristã da coisa, ponto final. Tirando a mensagem religiosa o resto resume-se a 2 horas de gore e carnificina.
Em relação à "A lista de Schindler" é um bom filme, mas acho que a imagem que nos é dada de Oscar Schindler não é a mais correcta, porque segundo consta o homem não era nenhum S. Francisco de Assis, apenas utilizava os judeus como mão-de-obra barata (à borla), e não foi o herói que aqui transparece. Acho que a cena final em que ele junta os judeus e faz aquele discurso é tipicamente à la Spielberg (melosa, pirosa) e a cena em que os judeus vão colocar as pedras na campa do Schindler e as crianças andam a correr felizes da vida (sha la la) é de bradar aos céus de azeiteira, até escorre azeite Gallo. :mrgreen: É que o homem até pode ser um bom realizador (e é), mas tem com cada cena mais pirosa... É o que eu digo sempre, o Spielberg é o Mozart do cinema; tem coisas muito bonitas, agrada às massas, mas falta-lhe qualquer coisa.

Mr. Tojal: tens aí na tua lista muita coisa que eu também tenho, parabéns pelo bom gosto! :mrgreen:
Já agora uma pergunta: alguém me pode explicar como se fazem estas listas online? É que eu não faço a mínima como se fazem... :oops:

Saudações e (como se diz na minha terra) obrigados. :mrgreen:
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Cabeças
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Post by Cabeças »

Tens que fazer o download do software (há uma versão freeware).

Podes fazer isso aqui:

http://www.intervocative.com/Downloads.aspx
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Post by wavey »

Olá pessoal!!

O título de post não foge muito à realidade dos tempos de hoje. Li as opiniões aqui expressas e acho que todos á sua maneira têm razão. Alias, acho que cada 1 tem a sua visão pessoal de um filme e nunca é igual á opinião do outro. Mas confesso que a industria cinematográfica, principalmente a americana, já esteve no seu auge e hoje está bastante... como dizer, preguiçosa. Os americanos preferem reciclar a serem originais, Não querem puxar pela cabeça e por isso, nota-se, nos blockbusters, a tal previsibilidade que o autor deste post falou. Mas, a previsibilidade para uns, pode ser originalidade para outros, por isso devemos respeitar as opiniões individuais acerca de um filme e não generalizar.

saudações

wavey
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Post by Psico_Mind »

o filme paixão de cristo é mesmo 1 filme para quem gosta de pensar, não ha duvida.
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Post by alquimista »

Não entrando em polémicas sobre gostos pessoais, existem muitas razões que me fazem apreciar certo e determinado filme.
Na lista de filmes da minha vida tenho de tudo, desde o filme mais conceituado pela crítica como o 2001 Odisseia no Espaço por exemplo até ao totalmente inclassificavel STARCRASH. Portanto pela parte que me toca, não é apenas a suposta qualidade artistica ou cinéfila que me atrai.

Tenho filmes que adoro porque têm a ver comigo, (Big Blue), filmes que adoro porque me divertem á brava por serem tão maus, (Starcrash), filmes que adoro pelo simples facto de os achar técnicamente criativos e bem feitos apreciando o seu lado mais práctico mesmo que não os ache nenhuma obra prima do cinema (Sky Captain e muita coisa comercial americana) e filmes que revejo pelo simples prazer de observar as imagens como se tivesse a apreciar um quadro em movimento (2046).
Entre muitos outros motivos.

Para mim o que torna um filme um grande filme, nem sequer tem de ser obrigatóriamente o seu valor sériamente cinéfilo e hermético. Se houvesse algo que me agradasse num AVP eu seria o primeiro a dizer que o acharia um filme decente.
Há filmes que adoro pelo design, pela fotografia, pelos enquandramentos, pelas sequências, pelas interpretações e pelos persongens. E nenhuma destas qualidades precisa estar em conjunto para que eu aprecie um filme. Quando na minha opinião se conjugam, óptimo aí tenho algo que sei que irei rever muitas vezes por muitos motivos e se calhar da próxima vez que o vir será sempre por um motivo diferente.
Tenho filmes que estão sempre a rodar no meu dvd, tal com toco um cd ao chegar a casa, só pelo simples prazer de ter próximo de mim ou um ambiente que gosto ou uma imagem em movimento que admiro.
Num verão atrás, gastei a minha cópia vhs do Big Blue porque estava sempre a "ver" aquilo todos os dias quando chegava da praia como maneira de dar continuidade ao ambiente. Nesse verão "revi" o filme mais de 90 vezes.
Actualmente, o 2046 não sai do meu dvd, por muitas razões semelhantes.

No que toca a banalidade no cinema, uma das melhores coisas que fiz nos ultimos anos, foi começar a explorar o cinema oriental, pois tenho encontrado lá aquilo que me fez décadas atrás começar a gostar de cinema e já tinha completamente desaparecido. No cinema oriental tenho encontrado a capacidade de entrar por um filme sem me preocupar em reparar naquilo que já era constante no cinema americano que estreia todos os dias nas salas.
Os temas podem ser universais, mas para mim a originalidade e a fuga á banalidade está na execução e é aí que encontro no actual cinema oriental a inovação que procurava, pois nunca fico com a sensação que tudo segue a mesma formula ao contrario do cinema americano. Quando compro um filme oriental ultimamente volto a colocar um dvd no leitor sem saber minimanete o que vai acontecer no ecran. E não estou a falar da historia do filme, mas sim da sua estrutura. Até agora ainda não encontrei dois filmes que possa dizer que são iguais ou que sigam a mesma formula "de sucesso" , pelo menos não com a conotação americana, em que todos os policiais são sempre o mesmo, todos os filmes de super-herois têm sempre o vilão de serviço que faz sempre as mesmas coisas, todos os finais são iguais para que o publico ache que o filme acaba bem, etc.
Tenho me surpreendido bastante com o cinema oriental e ultimamente a ultima sensação que tenho tido ao ver um filme é a de banalidade no cinema.
Essa sensação volta sempre ao tentar ver qualquer coisa americana que estreia nas nossas salas. Estou mais que farto de ir ver um filme e saber exactamente o que vou ver em termos de estrutura. Por isso tenho poupado uma data de dinheiro em bilhetes de cinema que tem sido investido na compra de filmes que realmente me surpreendem. Ainda por cima o preço do cinema oriental é excelente, pelo menos onde o compro nunca gasto mais de 15 euros num dvd.

Portanto eu não defino banalidade no cinema pelos temas mas sim pela maneira como esses temas são filmados. Banalidade para mim é mais um filme dos X-Men saído de Hollywood, pois já sei exactamente o que vão apresentar. Por muito espectacular que seja, vai ser sempre mais do mesmo e isso é que me aborrece e é aí que eu encontro a banalidade.

Banalidade eu encontro nas supostas "love-stories" americanas saidas dos estudios cheios de vedetas, não por focarem temas supostamente românticos mas por serem todas filmadas em piloto automático seguindo sempre a mesma estrutura e não arriscando mostrar uma historia de forma diferente. São todos como telenovelas, a gente ja sabe que a rapariguinha vai sofrer muito mas depois vive feliz para sempre.
Por exemplo o mesmo tema, com mais ou menos a mesma estrutura, aproveitado pelo cinema Italiano normalmente dá origem a filmes bem mais humanos e realisticos. As vezes pela simples maneira como as personagens são apresentadas.
Um Cinema Paradiso jamais poderia ter saído dos EUA...

Portanto não acho que exista própriamente uma banalização do cinema, acho que o publico é que se deixou banalizar, pois parece que ninguém procura conhecer produtos alternativos e esta tudo sentado a espera da estreia americana do proximo fim de semana.
Depois vai tudo ver a pipoca da semana, acha muito giro, mas sentem que falta ali qualquer coisa. E em vez de procurarem pelo que sentem falta noutro lado passam mais outra semana á espera da estreia da moda do proximo fim de semana na esperança de irem então encontrar a originalidade que reclamam mas não procuram.
O mundo está cheio de cinema original e bem divertido, actualmente não ha razão nenhuma para as pessoas que reclamam dessa falta de originalidade se comportarem como se estivessem na sala de espera de um consultório nédico a queixarem-se da doença e a voltarem lá todas as semanas porque o médico lhes dá sempre os mesmos placebos a tomar que só servem para que o utente gaste dinheiro sem na realidade resolver o que reclama. :wink:

Não acho que exista banalidade no cinema, acho que o cinema que impingem ás pessoas é que se tornou banal por causa de um ciclo vicioso comercial. Dá-se mais do mesmo porque se assim não for as pessoas estranham e os filmes fracassam.
De vez enquanto no meio da comercialidade aparece um coitado que pensa que vai revolucionar o estilo e pronto tá lixado, fracasso de publico, as vezes até com a conotação de filme-para-pensar, ou o meu favorito "filme mal feito" como aconteceu por exemplo no comercial Sky Captain em que pelo menos 90% do público nem tinha sequer qualquer elemento que lhe pudesse fazer apreciar devidamente a criatividade que lhe meteram na tela por breves momentos.

Eu por mim, neste momento estou muito agradavelmente surpreendido com o que vem do oriente.
Ontem vi mais um filminho arrepiante e ainda estou em estado de choque e completamente fascinado pois de repente os filmes de terror começaram mesmo a ser assustadores...e nem um unico efeito especial ou montagem MTV em cena. Nem sequer propriamente um "heroi" ou um vilão !!!
Quem tiver curiosidade fica aqui a sugestão , acho que até está em exibição em Lisboa .... A TALE OF TWO SISTERS http://www.kfccinema.com/reviews/horror ... sters.html Cuidado com os spoilers na review ao fundo.

Este site é um excelente local para aqueles que reclamam contra a banalidade do cinema comercial (e não só) encontrarem algumas boas sugestões. E claro aqui também http://www.asia.cinedie.com/

Acho que actualmente com a internet, só vê cinema banal quem quer.

8)
Malick
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Post by Malick »

Quem gosta MESMO de cinema vê e aprecia quer um filme do Kiorastami ou do Alain Resnais por exemplo como um filme do Spielberg ou do Scorsese, ou ainda um Senhor dos Aneis. Aqui o que EU acho que é importante é existir uma cultura de saber VER cinema pois há muita gente que não sabe o que está a ver. Se alguém lhes explicar por exemplo como interpretar uma determinada cena num filme mais complicado de certeza que irão passar a gostar de outros tipos de cinema que não só o mais acessível. É como a literatura por exemplo. Eu antes de começar a ler obras actuais li muitos clássicos que são a base para livros futuros. Assim torna-se por exemplo mais fácil perceber homenagens dentro de um filme ou inspirações, bem como interpretar o seu conteúdo ou ponto de vista. Além disso quanto mais diversificada for a experiência cinéfila mais facilmente se descobre novos actores, realizadores etc Como está a acontecer com o Alquimista que está a descobrir algo que já venho a dizer á uns tempos : o cinema asiático é o mais forte dos últimos tempos, quer seja o Coreano, o Japonês ou o de Hong-Kong! Muita da criatividade e do talento de hoje em dia vem de lá.
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Post by alquimista »

o cinema asiático é o mais forte dos últimos tempos, quer seja o Coreano, o Japonês ou o de Hong-Kong! Muita da criatividade e do talento de hoje em dia vem de lá.
Basta vermos a quantidade de direitos para remakes vendidos aos americanos nos ultimos meses.
Acho que o próximo vai ser o Dark Water...neste caso com a Jennifer Connely.

Ainda não vi o original, por isso o meu ja deve vir a caminho nesta altura.

E parece que este que vi ontem do Tale of Two Sisters também já está prestes a ter remake americano. E o Old Boy e o ... ... :wink:

Quanto a mim criatividade é coisa que não falta no cinema oriental. Não só a nivel de terror como em drama, acção e fantasia.
Só na FC é que acho que estão um bocadinho ainda adormecidos, mas o 2009 Lost Memories já é um bom começo.

Sayonara.

8)

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