90% de todo o CINEMA que existe é pura banalidade...

[waltsouza]

A grande maioria dos filmes está impregnada de uma previsibilidade confrangedora.

Queixava-se o Duarte Oliveira que a maior parte dos filmes ( blockbusters ou não) estão carregados de previsibilidade e de contornos bocejantes que nos fazem adivinhar como acaba a história de uma película mesmo antes dela terminar, e pior ainda, por vezes mesmo antes dela começar. E com toda a razão. Muitas vezes basta olhar para o cartaz publicitário de um filme, ou a capa de um DVD para saber como tudo acaba. O fulano com ar de mau com uma enorme arma potente nas mãos, tem sempre mais pontaria que os outros e acaba sempre por engatar as mulheres que quer. O cinema assim perde muita da sua magia. Mas o cinema é o espelho das pessoas que o vêem e se estas na sua generalidade quando vão ver um filme preferem deixar o cérebro em casa, não se incomodam muito com uma história repetitiva, em que o que importa é ver muitos tiros, muita porrada de deixar nódoa negra, mulheres bonitas e umas quantas cenas quentes que apenas se diferenciam pelos seus participantes, os argumentistas apenas se esforçam ao mínimo para dar ao público aquilo que ele quer ver. Não lhes é pedido um maior esforço na elaboração de uma história. É como o fenómeno das novelas na TVI, as histórias são sempre as mesmas mas a maior parte das pessoas ( mulheres mas não só) não se cansam de as ver e de lhes dar as audiências que elas definitivamente não merecem. E lá temos nós que gramar Morangos com açúcar todo o ano mesmo que sejamos diabéticos. Bem-dito telecomando da tv, que foste a maior invenção a seguir ao preservativo feminino. É claro que em tudo existem as excepções. E falando de cinema, o mal está generalizado em todos os géneros. O problema, e indo ao fundo da questão, é as pessoas quase exigirem como se de um decreto se tratasse, que o «Happy-End» tem que existir, quase que obrigatoriamente pois se assim não for o filme perde muito do seu significado. As pessoas querem ver no cinema aquilo que a realidade não lhes dá: o herói indestrutível que luta sempre melhor que os outros, o galã irresistível que as mulheres invejam e que gostariam de ter nas suas camas...
Numa qualquer comédia romântica o personagem principal pode sofrer as maiores tropelias e contratempos mas acabará sempre por ficar com a miúda que ele mais deseja não fosse o público feminino ficar com sentimentos de revolta pois toda a gente sabe que o amor triunfa sempre, nem que seja só nos filmes.
No policial o caso também não muda de figura, os policias apanham quase sempre os malfeitores, e pior ainda, estes muito raramente ficam entre nós, para contar como foram apanhados.
Nos filmes de acção encontram-se as premissas mais gritantes da tese que diz que os bons ganham sempre. Seja Van Damme, seja quem for, o que importa é mostrar um arraial de porrada em que o personagem principal sangra sempre menos e acaba quase sempre por mostrar que o cinema não foi feito para os vilões, esses pobres incompreendidos.
Portanto não admira que a grande maioria dos filmes seja de uma sonolência enfadonha.
Aqui e acolá ainda se vão encontrando as «pérolas» em forma de filmes, quase em vias de extinção que lutam arduamente contra o final feliz, que está demasiadamente enraizado no «politicamente correcto» mundo da sétima arte.
Eu se fosse ao Duarte Oliveira, e permita-me esta pequena e inocente apreciação sem malícia, nem perdia tempo em ir ver o próximo filme do Homem-Aranha que deverá estrear em 2007, pois esperam-se mais efeitos especiais de encher o olho, mais umas quantas cenas de antologia mas a história não deixará certamente de seguir a linha tradicional das histórias de super heróis, não estivessem estas já na versão em quadradinhos cheias de clichés e de um sentido heróico agonizante.
Em jeito de conclusão refira-se que o cinema está demasiadamente cheio de filmes que apenas entretém e que faltam mais filmes que nos façam também pensar. O chamado filme inteligente não se revê de todo nos filmes produzidos em série, como se de uma linha de montagem se tratasse, baseados em fórmulas simplistas que se esquecem da franja de público que não aprecia adormecer em cinemas mas que quase é convidada a fazê-lo.
O filme Alien vs Predator que vai estrear nos E.U.A no dia 13 de Agosto, pode á primeira impressão parecer a antítese do filme inteligente mas pelo menos não se sabe quem irá ganhar o prometedor duelo. E já isso é um sinal de inteligência por parte das produtoras. Pôr o seu público a fazer apostas...

Bons duelos...ups...filmes

Walter Sousa

Ps : e quando digo bons filmes também estão incluídos todos aqueles que apenas entretém pois se á partida os rejeitasse pouco ficaria para ser visto, o que é um triste sinal da nossa estúpida conformidade.

[lud81]

Outra vez a história de um filme ter de ser imprevisível para ser bom....

Então isso quer dizer que todo o filme é mau, depois de já se ter visto, não? E todas as histórias de folklore são más também. Bah... o que interessa é a arte do contador.

[waltsouza]

Palavras para quê lud81? Quando temos um texto á frente e não sabemos interpretar convenientemente, o «código» cria um erro entre o emissor e o receptor. E acima de tudo cada um de nós interioriza o cinema como quiser. Esta é a minha opinião, nada mais...

Eu disse que todo o filme depois de ser visto é mau? Onde? Para além de histórias de folclore tens jeito para pôr «deixas» na boca de quem não as disse...


ps: resposta sem Bah

[alan_smithee]

Concordo com o título do topic. Em relação ao título do topic até posso utilizar uma formula matemática: em cada 100 filmes que eu vejo, só 10 se aproveitam.

Mas não concordo com os argumentos apresentados.

Porque é que um filme imprevisível é tão elogiado em detrimento de um filme previsível ou linear?
O facto de o filme ter uma narrativa imprevisível, nada me diz em relação a qualidade do mesmo. A maior parte dos grandes filmes da sétima arte têm narrativas finais lineares.

Por outro lado porque é que um final feliz é sempre conotado com cinema cor-de-rosa (seja lá o que isso for) com cinema made in hollywood, com cinema meloso... enquanto um final mais deprimente ou mais tristonho, é conotado com uma certa qualidade cinematográfica?
Um final feliz ou um final “triste” tal como o ex. anterior, nada me diz em relação a qualidade do do filme.
A continuar assim, qualquer dia ainda vamos ler comentários aqui no fórum do género.
“Então, o filme é bom?”
“Não presta. Tem um final feliz”

Provavelmente mais de 50% das obras-primas da sétima arte têm “finais felizes”.
Se me disserem que o fim é bom ou mau, aí sim, já é um critério de valor. Mas dizerem que o filme tem um “Happy- Ending” ou um “Unhappy-Ending”, é mais ou menos a mesma coisa que me dizerem que o filme é um drama, uma comédia, ou ficção científica. Ou seja, como já disse anteriormente, sobre o valor do filme nada sei.

Para mim é indiferente se os filmes são imprevisíveis ou não, se têm finais felizes ou não, para mim a unica coisa que importa é se o filme é bom ou não. E o facto do filme ser bom ou não, não passa pelos dois aspectos acima mencionados.

P.s. o Alien vs Predador já estreou

[lud81]

Palavras para quê lud81? Quando temos um texto á frente e não sabemos interpretar convenientemente, o «código» cria um erro entre o emissor e o receptor. E acima de tudo cada um de nós interioriza o cinema como quiser. Esta é a minha opinião, nada mais...

Eu disse que todo o filme depois de ser visto é mau? Onde? Para além de histórias de folclore tens jeito para pôr «deixas» na boca de quem não as disse...


ps: resposta sem Bah

Vamos lá ver uma coisa.... O assunto central do teu texto é que 90% do cinema de sempre é mau ou banal porque se consegue adivinhar o final antes de o ver. Isso é dizer o que eu disse por outras palavras: "um filme term de ser imprevisível para ser bom".

Ora, o meu comentário sarcástico "todo o filme é mau depois de se ver" joga com isso, pois depois de vermos um filme, já sabemos como acaba, logo não vale a pena ver mais vezes. Como vês, "deixas" na minha boca puseste tu.

O exemplo das histórias de folklore (palavra que me parece ter sido mal interpretada) foca as melhores histórias que existem, as que as avozinhas são supostas contar aos netos e não só.


(PS - Bolas nunca pensei ter de dissecar e explicar os meus posts tintin por tintin, isto é quase como fazer um comentário audio! Enfim... como não há bons entendedores, meia palavra não chega... )



Concordo quase em absoluto com o Alan Smithee (quase porque não acho que 90% do cinema seja mau). E quanto ao comentário do AVP já ter estreado, pois, isto parece-me a mim ser um texto de um blog escrito há um certo tempo.

[DeltaFox]

waltsouza deixa-me dár-te uma sugestão, desiste de ver filmes, tu não gostas de cinema !!

[AC DC]

Para não repetir nada, apenas digo que sou mais um que subscreve o texto do alan_smithee, apenas com uma ressalva... Acho que uma pessoa, seja quem for, conseguir quantificar uma percentagem generica de filmes que eventualmente serão banais é uma utopia, pois requer conhecimentos que ninguém tem e há sempre a questão de ser apenas uma opinião...

[Al-Pacinho]

waltsouza deixa-me dár-te uma sugestão, desiste de ver filmes, tu não gostas de cinema !!

Ora aqui está uma frase que encerra a chave de muitas de discussões:filmes e cinema!
Será que é a mesma coisa? Ou seja quem gosta de filmes será um apreciador de cinema?E um dito apreciador de cinema gostará de ver filmes?
Entendo que ver filmes e comentá-los à luz da minha subjectividade é legitimo e pacifico!Agora ver filmes e comentá-los - perspectiva critica- à luz da arte/ciencia que é o cinema já é outra coisa diferente.

[Kakihara]

O filme Alien vs Predator que vai estrear nos E.U.A no dia 13 de Agosto

Gostei desta parte....
Foste tu que escreveste esse texto todo e agora estás a cravá-lo aqui ou simplesmente foste copiar a um sítio qualquer e meteste-o aqui?
De qualquer das formas, aos menos podias ter aproveitado reformular algumas partes do texto, nomeadamente essa.
Ainda concordo que 90% do que sai de Hollywood nos dias que correm é banal, mas globalmente duvido.
Mas também é importante relembrar uma coisa. Há muitos filmes, todas as semanas saem filmes novos seja na américa seja na malásia. Sejam grandes produções seja pequenas produções independentes.
Obviamente que a grande parte dos filmes será mediana, uma pequena parte má e uma parte ainda mais pequena muito boa.
Agora cabe a nós fazer a triagem daquilo que gostamos e queremos ver daquilo que realmente não nos interessa.

[alan_smithee]

Acho que uma pessoa, seja quem for, conseguir quantificar uma percentagem generica de filmes que eventualmente serão banais é uma utopia, pois requer conhecimentos que ninguém tem e há sempre a questão de ser apenas uma opinião...

Ten razão AC DC, Misturar matemática com arte não é nada aconselhável. Foi um erro meu.
Mas a verdade é que cada vez tenho mais dificuldades em elaborar um top ten no final do ano, e não pela abundância de bons filmes, mas sim pela ausência deles. E eu vejo mais de uma centena e meia de filmes por ano.

[Nuno Antunes]

Sempre achei espantoso como é possível fazer generalizações na ordem dos 90%. Qual o processo científico?

[Tojal City]

Não li o texto todo, li tudo um pouco na diagonal, muito grande o texto e aborrecido, mas só uma coisa e muito rapidamente, estou-me a borrifar se um filme é considerado arte ou não é arte, se um filme conseguir me entreter (até um de porno) então para mim é um bom filme e graças a Deus ainda saem filme que me divertem imenso.

Já agora estes convencidos que se acham melhores que todos os outros, se são tão bons por que não estão a fazer filmes?? O que não foi dada oportunidade? Se calhar é porque 90% das pessoas iriam detestar o filme.

[waltsouza]

Caro Tojal City


Escusava de chamar-me de CONVENCIDO. Ou será que transparece desse lado algum laívo de inferioridade? Não foi com essa intenção que escrevi este texto.
De me achar superior ou inferior a ninguém. É apenas uma opinião sem nenhum ataque premeditado mais personalizado seja a quem for. Assim como eu respeito a sua (tua) ideia de vibrar com filmes porno também devia ser tolerante para perceber que o seu conceito de ARTE, cinematográficamente falando, é naturalmente difente do meu. É perfeitamente compreensível que assim seja. Menos compreensível é você (tu) dizer que eu me acho melhor que os outros todos só porque dei o meu parecer sobre algo. Quer dizer, eu sou CONVENCIDO porque acho que uma boa parte dos filmes não passa de uma fasquia mediana ( é aquilo que eu acho, percebe o conceito e a abrangência da palavra «eu«? ) mas você (tu) diz-lhe aquilo que lhe apetece, indirectamente denomina-me um mentecapto na realização (se tivesse a oportunidade de fazer um filme) mas isso já é perfeitamente normal e natural pois trata-se da sua opinião. E QUE TAL COMEÇARMOS PELO PRINCÍPIO BÁSICO E DEMOCRÁTICO DE ACEITARMOS A OPINIÃO UNS DOS OUTROS?


aviso: falei em 90% como podia ter referido 70% ou 80%. É óbvio que não existe nenhum estudo seja de que índole for sobre a qualidade dos filmes. Quis dar a entender e a realçar que grandes filmes e «obras-primas» não nascem todos os dias, nem todos os meses. Desculpe-me se exagerei na percentagem...

E caro Tojal City, escusa de se enfadar com este texto enorme e ABORRECIDO, aconselhava-o talvez a lê-lo de trás para a frente. Talvez adquira mais ritmo e não adormeça a meio...

[Argaroth01]

E QUE TAL COMEÇARMOS PELO PRINCÍPIO BÁSICO E DEMOCRÁTICO DE ACEITARMOS A OPINIÃO UNS DOS OUTROS?

Faz o que eu digo, não faças o que eu faço, por outras palavras, então ?

[Tojal City]

Mas olha Walt quando escrevi convencido não me referia só a ti , mas também queria me referir a uns outros tantos que também tem a mesma filosofia de pensamento.

Já agora irei, se calhar, escrever um texto a contra argumentar a tua posição. Stay tuned