Melinda and Melinda (2004) - Woody Allen

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Pedro Pereira de Carvalho
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Melinda and Melinda (2004) - Woody Allen

Post by Pedro Pereira de Carvalho »

Para quem é fã do realizador, aproveitem o passatempo no site http://www.cinefilos.tv/ para ver se vão à ante-estreia
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Frances
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Post by Frances »

Vi o trailer na 5ª e adorei :wink:

A história é sobre um grupo de amigos que estão na conversa e começam a imaginar duas versões / visões da vida de uma mulher. A versão optimista e a versão pessimista, porque tudo depende da forma como olhamos para as coisas.

Parece que depois de uma fase menos boa, recuperada em Anything Else, a boa maré continua orgulho-)
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Post by Frances »

A Visão fez esta entrevista com Woody Allen: http://visaoonline.clix.pt/paginas/Cont ... eudo=36778
Fonte: www.visaoonline.pt
Woody Allen

«Tudo é trágico»

Antes da primeira visita de Woody Allen a Portugal, para tocar clarinete com a sua The New Orleans Jazz Band, no réveillon do Casino do Estoril, estivemos à conversa com o realizador nova-iorquino, a propósito do seu mais recente filme. E assistimos ao concerto londrino da sua actual digressão europeia. «Não gosto assim tanto de digressões, só as faço porque a minha mulher adora viajar»

PEDRO DIAS DE ALMEIDA * ENVIADO ESPECIAL A LONDRES / VISÃO nº 616 23 Dez. 2004

A ideia do novo filme de WoodyAllen , Melinda e Melinda (que se estreia no próximo dia 6 de Janeiro, em Portugal), é um excelente ponto de partida para explorar a vida do seu realizador. O mesmo acontecimento – um jantar com convidados, interrompido por uma inesperada visita (a de Melinda ) – é desenvolvido em duas versões paralelas: a perspectiva da comédia e a da tragédia. «Com este filme, aprendi que não há qualquer diferença entre uma e a outra», dir-nos-á o realizador, num sábado frio, em Londres.

Estamos no TheDorchester, um luxuoso hotel com vista para o HydePark . No rés-do-chão, um coro de criancinhas, vestidas a preceito, canta canções de Natal para acompanhar o chá das cinco. No primeiro andar, está Leonardo DiCaprio, a dar entrevistas a propósito do mais recente filme The Aviator . O quarto 329, no terceiro piso, serve de sala de espera ao grupo que vai entrevistar Woody Allen . O tímido cineasta irá enfrentar um norueguês, uma jornalista da Vogue alemã, um polaco, uma enviada da República Checa, uma suíça sediada em Londres, e o jornalista da VISÃO (o único meio de informação português presente nesta ronda de conversas, organizada pela 20th CenturyFox para promover Melinda e Melinda).

Fotografar durante a entrevista estava completamente fora de questão. Tentemos, pois, reconstruir a cena: à hora combinada, somos encaminhados para a sala de uma suite pouco iluminada, em clássicos tons de dourado e castanho. Acomodamo-nos numa pequena mesa redonda e, pouco depois, WoodyAllen aparece – com calças de bombazina bege, camisola azul-escura e colarinho de camisa branca –, cumprimenta todo o grupo e senta-se atrás de seis ansiosos gravadores e microfones. Não é fácil conversar a sete, sobretudo quando se tem uma limitação de tempo (meia hora, apenas) e alguém como Woody Allen aparentemente disponível para responder a todas as questões, sem ataques de ansiedade nem, afinal, uma excessiva timidez. O jornalista polaco disparou a primeira pergunta, e a desgovernada conversa foi como aqui se reproduz.

Os seus admiradores ficam desiludidos por não o verem no seu filme. Porque não desempenha nenhum papel, em Melinda e Melinda?

Há alguns filmes meus que não têm nenhuma personagem para eu interpretar. No meu próximo aniversário, vou completar 70 anos, não posso representar alguém que tem 30 ou 35 anos... Não estaria certo . Não me ficaria bem aparecer a ter um affaire com a vizinha de cima, porque, por causa da grande diferença de idades, isso teria outras conotações. Em Melinda e Melinda , simplesmente não podia entrar. Mas encontro sempre actores muito talentosos para o fazerem… No último Verão, estive em rodagens, aqui em Londres – para Matchpoint , um filme muito sério, que ainda não acabei – e, aí, também não havia um papel para mim. Mas gosto de entrar nos meus filmes, estou sempre disponível para isso.

Qual das histórias de Melinda e Melinda teria interpretado? Qual é a sua versão favorita, a comédia ou a tragédia?

A tragédia, sem dúvida. Para mim, sempre a tragédia. Desde muito novo, sempre me interessei mais por tragédias. Queria ser um autor de peças trágicas, era o meu grande objectivo. Mas o meu dom, ao que parece, estava na comédia… Portanto, escrevi comédias e consegui um êxito muito rápido, muito forte. Mas sempre estive mais interessado em coisas sérias, como as obras de Eugene O"Neill , Ingmar Bergman , Arthur Miller , Tennessee Williams , Tchekov , Ibsen ... E as comédias raramente me interessavam.

Pede a alguns dos seus actores para interpretarem à maneira de Woody Allen , ou isso acontece naturalmente?

Em Melinda , eu podia ser o Hobie , a personagem interpretada por Will Ferrel . Há coisas que eu podia fazer melhor do que ele, mas há outras que ele faz melhor do que eu. Tem uma persona tão diferente da minha... Ele é um… grande urso californiano, consegue partir-nos o coração, quando põe aquele ar triste. Eu não conseguiria isso, fico mais com um ar patético. Mas eu só alugo os actores. Dou-lhes o guião e uma liberdade total para fazerem o que quiserem. Sou muito livre com os actores. Não faço ensaios, não tenho conversas prévias com eles. Os actores chegam, sabem o que vão fazer, e filmamos. Se fizerem alguma coisa terrível, digo-lhes, mas, normalmente, não fazem coisas terríveis…

Essa liberdade toda nunca provoca que o filme tome um sentido que não era o previsto por si?

Pode acontecer, mas é muito raro. Às vezes, os actores dão um tom diferente às suas personagens, mas isso é bom, muitas vezes ficam melhores do que aquelas que eu criei. Normalmente, com os actores que escolho nem tenho que conversar sobre as personagens. Eles lêem o guião, percebem, e querem interpretá-las. Depois, chegam à rodagem, dizem «Olá, tudo bem?», representam, dizem «Obrigado, adeus» e vão-se embora. É assim. Às vezes, digo-lhes que deviam falar mais depressa, ou mais devagar. Mas é muito raro.

Esta ideia de pegar no início de uma história e desenvolvê-la como uma comédia e como uma tragédia era antiga?

Sim, era uma velha ideia minha tratar o mesmo material narrativo de uma forma trágica e cómica. Falei sobre isso muitas vezes, com muita gente, mas nunca o tinha feito. Então, decidi que podia aprender alguma coisa fazendo isso, em vez de estar só a pensar e a falar no assunto. Por isso, decidi fazê-lo, em Melinda e Melinda.

E o que aprendeu?

Aprendi que não há diferença. Nenhuma diferença entre a comédia e a tragédia. O que se passa não é que uma coisa seja cómica e outra trágica. Tudo é trágico. Há pessoas que vêem tragicamente a vida, e compreendem a sua tragédia, e há outras que vêem a tragédia de uma forma tão… trágica que, então, dizem piadas e riem-se, porque não sabem como lidar com isso de outra maneira. A alternativa seria matarem-se, mas não o fazem. A vida é trágica, para todos. Se virmos O Ladrão de Bicicletas [filme de Vittorio de Sica ], ou O Sétimo Selo [de Ingmar Bergman ], filmes trágicos sobre a vida, a morte, a tristeza, e, depois, formos ver um filme de Fred Astaire é maravilhoso, porque é uma forma de nos escaparmos. Mas são ambos trágicos: um é tragédia e explora isso dramaticamente e o outro tenta negar a tragédia e escapar-lhe, sabendo que só o consegue por uns momentos. No fim de contas, tudo é trágico.

Mas de onde vem essa tragédia toda, nas nossas vidas?

A tragédia vem da falta de sentido. Com os avanços da ciência, parece-me cada vez mais claro que tudo o que existe está aqui por acaso. É tudo completamente aleatório, sem um sentido, sem uma razão, um objectivo. Nada tem sentido. Vivemos a nossa vida, morremos e, depois, nada restará. A longo prazo, tudo pode acabar: deixa de haver ar, existência, vida – não há mais Shakespeare, nem Beethoven , tudo o que nós julgamos que é imortal. Tudo isso vai desaparecer. Nada restará. Zero.

O facto de termos consciência disso é que traz tragédia às nossas vidas?

Bom, se não soubéssemos nada do assunto, talvez fosse menos doloroso. Mas nós sabemos. Havia uma frase num filme meu (já estou na idade em que posso citar-me…), acho que era em As Faces de Harry , que dizia: «Toda a gente sabe a mesma verdade sobre a vida; e as nossas vidas consistem em escolher maneiras diferentes de distorcermos essa verdade.» É isso. Todos sabemos o mesmo, mas cada um distorce esse saber à sua maneira: há quem se torne religioso e pense que essa é a grande solução, há quem queira ficar famoso, há quem pense levar a sua vida só com sensualidade e prazer, outros que só procuram o poder político… Mas, no fundo, todos os comboios vão dar ao mesmo sítio. E não é um belo sítio. Não é um sítio que nos faça felizes quando pensamos nele. Portanto, o guião das nossas vidas é trágico. E toda a gente procura uma estratégia para não pensar muito nestas coisas. Autores como Freud, Nietzsche, O"Neill sentiam que uma grande dose de realidade implicava demasiada dor para cada um de nós. É muito importante continuarmos a enganar-nos a nós próprios. Temos as nossas estratégias: distraímo-nos com uma relação amorosa, distraímo-nos a ver televisão... Qualquer coisa que nos impeça de pensarmos em que situação estamos metidos . E inventamos problemas triviais para nos entretermos: no segundo acto da peça que estamos a escrever, a nossa namorada anda a dormir com alguém… Coisas muito dolorosas para nós mas que, afinal, não são comparáveis ao verdadeiro terror com que toda a gente lida, ao longo das suas vidas.

A situação política no seu país, e a vitória de Bush , também é uma grande tragédia?

Acho que a vitória de Bush não foi um bom acontecimento para o mundo, nem para os Estados Unidos. Não tenho nada de pessoal contra ele, só acho que não fez um bom trabalho. E ele teve uma oportunidade dourada para o fazer, mas acabou por apresentar um trabalho muito, muito pobre. Algo que me dá esperança é pensar que Bush só estará lá por mais quatro anos. Por agora, a situação… não é boa. Não é o que eu esperava que acontecesse.

Como seria a sua vida se fosse melhor músico do que realizador?

Eu gostava que fosse assim. Se perguntarmos a um grupo de pessoas que grande talento é que gostavam de ter, a maioria responde «música». A maior parte das pessoas gostaria de ser um grande pianista, um grande violinista, um grande cantor... Não penso que muitos digam que queriam ser grandes escritores ou grandes realizadores.

Porquê?

Porque são actividades muito cerebrais. Ser músico é mais divertido, subir a um palco e tocar piano é muito mais agradável do que escrever. A música é algo de primitivo, pouco cerebral.

A sua maneira de «distorcer» a tal verdade é fazê-lo através dos seus filmes?

Ofereço a mim próprio várias estratégias de distracção. Distraio-me trabalhando muito, tocando música… Vou a jogos de basquetebol, vou ao cinema, tenho a minha mulher e filhos, que requerem atenção. Mas mesmo com todas estas estratégias, não consigo distorcer a realidade o suficiente. Não tenho um bom mecanismo de negação. Passo muito tempo a sofrer. E as pessoas que estão ao meu lado podem dizer-me: qual é o interesse de estar sempre a sofrer? Porque é que não te divertes? Acho issodifícil de fazer, mas há quem consiga.

Pensa, um dia, parar de fazer filmes, desistir do cinema?

Acho que vai ser o contrário, é o cinema que vai desistir de mim. É cada vez mais difícil juntar dinheiro para fazer os meus filmes.

Como é possível que alguém como WoodyAllen tenha dificuldade em financiar os seus filmes?

É difícil, porque eu trabalho com certas condições de que não abdico. Não quero que ninguém leia o meu guião, não gosto de negociar com os produtores, não quero que alguém saiba quem vai entrar nos meus filmes ou que isso seja discutido. E os meus filmes nem sempre fazem dinheiro – às vezes têm um bocadinho de lucro, outras perde-se dinheiro… Por isso, é difícil conseguir financiamento. Vou ter com alguém e digo-lhe: «Não lhe vou dizer qual é a minha ideia, não pode ler o guião, os meus dois últimos filmes foram um fracasso comercial. Dê-me dinheiro». E, naturalmente, muitas vezes respondem-me: «Desapareça daqui.» Torna-se difícil… O que joga a meu favor é que eu não preciso assim de tanto dinheiro. A indústria cinematográfica, hoje, faz filmes que custam centenas de milhões de dólares… E eu só preciso de 10 milhões, 12, 15 no máximo! Normalmente, consigo juntar esse dinheiro, mas não acredito que seja sempre capaz de o fazer, sobretudo se os meus novos filmes não derem lucro. Eu faço filmes pequenos, no mesmo sentido em que IngmarBergman fazia filmes pequenos, pouco caros, intimistas. Se quisesse fazer filmes como Oliver Stone , Kubrick ou Spielberg acho que nunca conseguiria o dinheiro.

E se a indústria cinematográfica desistir de si, o que pensa fazer? Apostar mais na música?

Não, provavelmente ficava em casa a escrever. Eu gosto de escrever. E não gosto assim tanto de ir tocar em digressões. Só o faço porque a minha mulher gosta. Faço tudo o que ela me diz para fazer – é uma situação muito boa para ela… Eu não gosto de voar, nem de ficar em hotéis… Nunca gostei de viajar. Já viajei mais com a minha mulher actual do que em todo o resto da minha vida. Porque ela gosta. E eu gosto de a fazer feliz, por isso viajo. É assim: eu dou entrevistas e fico a ensaiar com o meu clarinete e ela vai ver museus, vai às compras, brinca com as crianças, diverte-se imenso. À noite, jantamos juntos, é um privilégio.

Enquanto toca clarinete, em que é que pensa? Nas histórias dos seus filmes?

Quando tocamos música, só pensamos em música. Estamos demasiado concentrados para pensar noutra coisa.

Ainda escreve na sua velha máquina de escrever?

Tenho uma máquina de escrever que comprei quando tinha 16 anos. É uma Olympia castanha, de fabrico alemão. Vou fazer 70 anos, e se lhes mostrar a máquina parece que foi comprada ontem: não tem um único risco, nada. Tudo o que escrevi na vida – peças de teatro, filmes, artigos para The New Yorker … – foi naquela máquina. E sei dactilografar, não escrevo só com dois dedos. Primeiro, escrevo tudo à mão, depois passo para a máquina de escrever.

Nos últimos anos, tem feito muitos filmes. Como é que consegue trabalhar tanto, o que o faz correr?

É muito menos do que possam pensar. A maior parte dos realizadores também poderia fazê-lo facilmente, se não perdesse tanto tempo a tentar juntar dinheiro para os seus filmes. Têm que almoçar com os produtores, com o Jack Nicholson , têm montes de reuniões... e, ao fim de dois anos, tudo se transforma num filme. Comigo é muito mais simples. Escrevo na minha máquina de escrever, tiro a folha da máquina, e, no dia seguinte, estou em rodagem. Não perco tempo com coisas sem sentido. Alguns meses para escrever, uns meses para a rodagem, uma montagem muito rápida… e tenho muito tempo livre. Tempo para tocar clarinete, para escrever outro argumento, para passear com a minha mulher, ver televisão, ler, ir a jogos de basquetebol, ir ao cinema… Não é o que parece. Não é um ano inteiro dedicado ao filme. Nada disso.
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Post by brunojor »

Ontem fui à ante-estreia e posso confirmar que o Woody Allen está de volta e em grande. Para mim é o seu melhor filme desde as faces de Harry.

7/10
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Victor Melo
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Post by Victor Melo »

Fui à ante-estreia na 3ªfeira no AMC e gostei muito.

Achei o conceito genial e muito, mas muito bem explorado.
Adorei a forma como o Woody Allen foi alternando e misturando ambas as histórias. Consegue manter sempre o espectador interessado e curioso relativamente ao desenrolar daquelas situações. Óptimos 90 minutos de cinema!:-D
A dualidade comédia/tragédia é exposta de uma forma muito interessante e perfeitamente sustentável. Uma óptima ideia, muito bem trabalhada.

Também gostei muito dos diálogos.
Na interpretação, o Will Ferrel esteve hilariante, como sempre (naquele seu jeito sui generis) e a Radha Mitchell teve uma interpretação muito agradável.

Foi engraçado como alguns momentos me fizeram lembrar o óptimo “sliding doors”! Definitivamente tenho de rever esse filme!:-)

Uma curiosidade:
À excepção do “Rosa Púrpura do Cairo” acho que este foi o primeiro filme que vejo realizado pelo Woody Allen onde ele não surge à frente das cameras.
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Victor Melo
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Post by Victor Melo »

Li agora a entrevista do Woddy Allen disponibilizada pela Frances.

«Ele é um… grande urso californiano, consegue partir-nos o coração, quando põe aquele ar triste.»

Que descrição fabulosa do Will Ferrel! :mrgreen:
Não havia melhor forma de o descrever ... :-)))
Realmente é engraçado como as expressões dele conseguem comover e fazer rir em simultâneo ... :biggrin:
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Post by Shivers »

É de facto um filme que obteve boas criticas em todo o lado, muitos afirmam que é o melhor trabalho de Woody Allen dos últimos 10 anos...
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Frances
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Post by Frances »

Hum.. para isso teria de ser melhor que Everyone Says I Love You, As Faces de Harry ou Anything Else :roll:

Ainda não fui ver, espero ir próxima semana.
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Post by Shivers »

Sim, basicamente desde o 'Bullets over Broadway' (1994), a ver vamos...
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Post by Bruno Dias »

Fui ver hoje (ontem) o filme.

Ultimamente o Woody Allen só me consegue convencer de dois em dois filmes (Small Time Crooks, Hollywood Ending e agora "Melinda e Melinda").

Melinda e Melinda: 7/10

Quando um realizador conta sempre a mesma história, com os mesmos personagens e nos mesmos ambientes isso poderá levar muitos a um bloqueio criativo. Mas Woody Allen deve desconhecer tal coisa, pois não só continua a fazer um filme por ano como se dá ao luxo de contar duas vezes a mesma história no mesmo filme dando a cada um significados diferentes para os mesmos acontecimentos.

Will Ferrel (Hobie) assume claramente o papel que costuma caber a Woody Allen com o seu nervosismo, aversão à pratica de desporto e irritação com tudo o que o tire da sua cidade.

Woody Allen consegue mostrar a vida, naquilo que mais nos fascina e no que mais tememos. Quando Melinda percebe que o estomatologista não lhe serve divaga pela festa e acaba por falar com o pianista contratado para esta, Ellis (Chiwetel Ejiofor). Depois de tanto planeamento por parte das amigas para encontrar o homem certo, foi um acaso que lhe proporcionou os saborosos primeiros momentos com Ellis. Será no entanto mais tarde esse mesmo Ellis que lhe proporcionará novamente uma crise de confiança e desespero.

A vida segundo Allen balança entre acasos inesperados e tragédias previsiveis. Há em cada um de nós a secreta esperança que algo de inesperado aconteça, para alterar o rumo da nossa vida ou para finalmente lhe dar algum sentido. Só estes acasos e o seu aproveitamento podem salvar-nos da tragédia de uma existência banal pautada pela inexistência de riscos.

Se numa das histórias o piano (o factor acaso) leva à tragédia, na outra leva à tão ambicionada felicidade. Quer num caso, quer no outro o caminho para estas não é linear mas pleno de atalhos. Faz parte da vida não sabermos o final da história, mas se a mulher que queremos nos espia é provável que a história acabe bem. :lol:

Victor Melo, o Woody Allen também não actua no Another Woman, um dos meus filmes preferidos dele.
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z0mbi3
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Post by z0mbi3 »

Foi o filme que abriu a minha ultima maratona (Melinda and Melinda, Closer e Meet the Fockers, das 17h as 00:00) e foi o que mais gostei.

Eu gosto dos filmes do Allen porque me deixam com uma sensacao de quentinho por dentro....nao consigo explicar...acendem-me por dentro :p
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Re: Melinda and Melinda (2004) - Woody Allen

Post by mansildv »

Gostei bastante de rever este filme!
Acho que a Radha Mitchell foi uma escolha inspirada e gosto da dicotomia apresentada, quase um ensaio sobre a forma como vemos uma situação :wink: - 8/10

Já agora, qual é o segmento que preferem? O cómico ou o trágico? :wink:

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