Premiere Dezembro 2004

[Cinedie]

A nota atribuida ao DVD não devia ter em conta a qualidade (ou falta dela) do filme.

Se é nota do DVD deve referir-se, logicamente, apenas ao DVD. Quantidade e qualidade dos conteúdos, apresentação, qualidade técnica...

Neste caso surpreende-me que esta edição não tenha levado as 5 estrelinhas.

Parece-me realmente edição para isso, mas não a conheço.

[Ricardo Ribeiro]

Apesar de não ter uma relação directa com o assunto inicial, o que vou dizer a seguir tem sem dúvida a haver com a edição deste mês. Na página 14, Tiago Pimentel analisa o filme A Costa dos Murmúrios. Como é vulgar suceder com estes criticos cheios de uma aparente intelectualidade, as palavras caras não faltam, resultando num texto cerrado, a obrigar amiúde a uma dupla ou tripla leitura de frase. O que eu gostava mesmo era que Tiago Pimentel deixasse estar o dicionário dos termos de cinco tostões lá na prateleira e tivesse atenção com o que que escreve. Mesmo no português comum, acessível a quase todos. Porque isto de dizer que "(...) Evita chega ao país para casar com Luís (...)" tem muito que se lhe diga.

É que enquanto o Tiago esteve a dar nós e volteios no texto, para dificultar a vida a todos o que simplesmente têm curiosidade de saber o que mais alguém pensa do filme, esqueceu-se de reparar que Evita não pode ter chegado ao país, visto que nunca saiu dele. Para os que ainda não perceberam: Evita simplesmente deslocou-se de província, que era o que então Moçambique constituia.

[spanish inquisition]

Plenamente de acordo.
Aliás, é curioso que não vi o filme, mas terminei de ler o livro há 3 dias atrás, e isso é perfeitamente perceptível(que ela nunca saíu do país). Quem habitualmente necessita de utilizar um palavreado muito caro para abordar um assunto é porque não tem grande coisa a dizer sobre ele.

[lud81]

Atenção, Ricardo, que tu também costumas usar uma linguagem cara nos teus posts. Pode não ser em todos, mas é uma característica tua.

[Ricardo Ribeiro]

Lud, discordo. Quer dizer... se o meu palavreado é caro, então eu estava a falar de palavreado verdadeiramente milionário! Tudo bem, é uma questão de escala.

spanish inquisition, gostava imenso de ler esse livro. Sabes se existe no mercado ou se está esgotado?

[LFSousa]

Aqui pelo menos existe.

http://www.fnac.pt/produto.aspx?catalog ... 9722023436

Preço: 14.40 euros

Cumprimentos

Luís Filipe Sousa

[Ricardo Ribeiro]

Existe sim senhora. Obrigado. Provavelmente vou deixar passar o caos postal do Natal para depois comprar. De resto, suspeito que o filme trará uma reedição do livro. Sei lá, não está a ter grande projecção comercial, mas às vezes sucede.

[spanish inquisition]

Ricardo, o livro saiu na colecção Mil Folhas do Público, é o nº 10. Acho que ainda se encontra à venda nos quiosques do Público. Sempre te sai por 5€ (4,20€ do livro + 0,80€ do jornal).

O livro é bastante interessante, especialmente pela forma como a história é contada.

[lud81]

Li a tal crítica a noite passada e para dizer a verdade não encontrei assim muito palavreado. Isto não quer dizer que não encontrei, simplesmente não tinha tanto como esperava pelo que o Ricardo disse. Há para lá uma frase logo no início em que se fala de radiações insofismáveis da guerra... :lol: E há mais uns quantos, realmente...
Mas a mim o que mais me espanta é a facilidade com que os críticos ditos profissionais usam a expressão "filme falhado" e outras do estilo... Pimentel acaba o texto com "um interessante filme falhado". Já aqui mesmo nos fóruns o Nuno Antunes (que curiosamente, ou talvez não, também trabalha na Premiere) classifica o Polar Express como um filme falhado também, no tópico do filme. Coincidência?

[Nuno Antunes]

Li a tal crítica a noite passada e para dizer a verdade não encontrei assim muito palavreado. Isto não quer dizer que não encontrei, simplesmente não tinha tanto como esperava pelo que o Ricardo disse. Há para lá uma frase logo no início em que se fala de radiações insofismáveis da guerra... :lol: E há mais uns quantos, realmente...
Mas a mim o que mais me espanta é a facilidade com que os críticos ditos profissionais usam a expressão "filme falhado" e outras do estilo... Pimentel acaba o texto com "um interessante filme falhado". Já aqui mesmo nos fóruns o Nuno Antunes (que curiosamente, ou talvez não, também trabalha na Premiere) classifica o Polar Express como um filme falhado também, no tópico do filme. Coincidência?

Como não compreendo a implicação por detrás do seu "coincidência?", não a vou comentar.

Mas talvez queira referir o que entende por "filme falhado"?

Como não escrevo sobre cinema com muita frequência, muito menos na Premiere, esclareço que, para mim, um filme falhado não é o mesmo que um mau filme, mas um que, quanto a mim, não cumpre os objectivos estabelecidos pelo realizador e restante equipa (e que pode ser avaliado das leituras de artigos/entrevistas, ou, para não ir mais longe, do dossier de imprensa) ou que promete alguma coisa (nos minutos iniciais, ao longo do filme, no trailer, na imprensa) e que depois não consigo confirmar ao vê-lo.

Naturalmente, trata-se de um ponto de vista, tal como a crítica em si. Por exemplo, para mim, «Alexandre» não é um épico, nem pretende ser, mas onde falha é na alternativa que oferece da sua dismistificação do conquistador grego.

[Nuno Antunes]

Embora quem tenha feito o filme teve muito mais trabalho do que qualquer um de nós a escrever e merece todo o nosso respeito, há filmes que são uma frustração e é difícil evitar a expressão "filme falhado".

Às vezes recorre-se a ela porque, no fundo, acaba por sintetizar o que pensamos dele. Não penso que seja uma "facilidade", caso o resto do texto sustente a expressão. O facilistismo é dizer algo como "este filme não me divertiu, é um filme falhado".

Já agora, também acho que "O Fantasma da Ópera" (estreia dia 23) é parcialmente falhado (esta é uma variação da fórmula ). A música é a que conhecemos, os cenários são fabulosos, mas fiquei um pouco frio ao vê-lo. Não senti aquele arrebatamento, aquela emoção que penso que veria esperar ao vê-lo (com excepção de duas cenas, uma das quais desvendada no trailer: aquela em que vemos a sala da Ópera envelhecida e a câmara vai subindo com a música e surge cor pela primeira vez, regressando ao seu passado glorioso).

Na minha opinião, faltou-lhe alma, aquilo que ajuda a tornar um filme transcendente.

[lud81]

para mim, um filme falhado é um que não cumpre os objectivos estabelecidos pelo realizador e restante equipa

Concordo.


Quanto ao filme do Schumacker, pensei que ele se sentiria em casa a fazê-lo a julgar pelo que fez com os Batmans.... :lol::lol: De qualquer modo não é um filme que me atraia ao cinema...