Capturing the Friedmans (2003) - Andrew Jarecki
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Capturing the Friedmans (2003) - Andrew Jarecki
No momento em que o tema pedofilia parece estar adormecido, saiu em DVD este fabuloso documentário sobre o tema.
É um documentario sobre uma familia da classe média judaica originária de Long Island e cuja vida muda radicalmente, a partir do momento em que a policia lhes invade a casa, alegadamente em busca de revistas de conteudo pornografico contendo crianças. Esta busca inicial foi a ponta com a qual se começou a desenrolar o novelo da historia dos supostos implicados em crimes de pedofilia daquela familia.
Recomendável a todos os que seguiram com atenção o caso Casa Pia e não só.
Despois deste filme...tirem as vossas proprias conclusões!!
*****/*****
É um documentario sobre uma familia da classe média judaica originária de Long Island e cuja vida muda radicalmente, a partir do momento em que a policia lhes invade a casa, alegadamente em busca de revistas de conteudo pornografico contendo crianças. Esta busca inicial foi a ponta com a qual se começou a desenrolar o novelo da historia dos supostos implicados em crimes de pedofilia daquela familia.
Recomendável a todos os que seguiram com atenção o caso Casa Pia e não só.
Despois deste filme...tirem as vossas proprias conclusões!!
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Al-Pacinho,antes conhecido por AL!
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Os Friedmans é um documentário perturbador, sem peripécias narrativas ou ironias.
O que poderia ser nas mãos de muitos cineastas, mais um documentário sensacionalista, nas mãos de Jarecdki, torna-se algo muito mais complexo e interessante.
Ao optar por uma isenção e imparcialidade na apresentação da história, ficamos com a sensação que “ninguém” sabe o que realmente se passou.
Falam os jovens que teriam sofrido os abusos, falam outros que o negam, falam os Friedmans, o advogado que os defendeu, a policia... Quem fala a verdade?
Utilizando, então, a estratégia de construir incertezas e dúvidas em vez de oferecer respostas ou esclarecimentos, o que o documentário faz, é acima de tudo questionar, com imparcialidade e inteligência, as circunstâncias que motivaram prisão de dois homens.
O maior trunfo de Jarecki, deve-se ao facto de os Friedmans terem uma verdadeira obsessão por filmes caseiros e o realizador ter tido acesso aos arquivos da família. Toda a decadência familiar após a acusação, as discussões ocorridas durante o desgastante processo judicial, tudo foi gravado pelo filho mais velho, David Friedman. E desta forma, o documentário alcança um grau de intimidade impressionante. Estes vídeos “caseiros” que estão incluídos no filme, são provavelmente os “momentos” cinematográficos mais perturbadores e assustadores dos últimos tempos. Estas imagens captadas através dos filmes caseiros, são tão íntimas, que talvez a melhor forma de explicá-las seja, usando as palavras de David “filmar para não ter que lembrar”.
Desta forma, o filme deixa de ser um mero documentário “investigativo” a procura de uma hipotética verdade, para se tornar num meticuloso trabalho de observação, das formas de relação familiares, dos jogos de poder entre pai, mãe e filhos, sobre o comportamento e a reacção de indivíduos que atravessam complexas crises pessoais e os efeitos destas alterações sobre a estrutura familiar.
Ou seja, o mais distante possível dos clichês jornalísticos, das reportagens de “denúncia e de escândalo”.
Teriam os Friedmans sido vítimas da histeria colectiva de uma América viciada em sensacionalismo que acabou tornando-os bodes expiatórios? Ou será que a aparentemente feliz família mentia e continua mentindo a fim de esconder o seu lado negro? Perguntas que Jarecdki não tenta responder. Sem julgar nenhum dos envolvidos, o filme de Jarecki fornece amplo material para reflexão sobre a natureza humana, a manipulação da verdade, a máquina da justiça, o espectáculo dos média...
Os Friedmans é um documentário para ver e ouvir, e não para julgar. E é também, e de forma clara, um dos melhores filmes do ano.
O que poderia ser nas mãos de muitos cineastas, mais um documentário sensacionalista, nas mãos de Jarecdki, torna-se algo muito mais complexo e interessante.
Ao optar por uma isenção e imparcialidade na apresentação da história, ficamos com a sensação que “ninguém” sabe o que realmente se passou.
Falam os jovens que teriam sofrido os abusos, falam outros que o negam, falam os Friedmans, o advogado que os defendeu, a policia... Quem fala a verdade?
Utilizando, então, a estratégia de construir incertezas e dúvidas em vez de oferecer respostas ou esclarecimentos, o que o documentário faz, é acima de tudo questionar, com imparcialidade e inteligência, as circunstâncias que motivaram prisão de dois homens.
O maior trunfo de Jarecki, deve-se ao facto de os Friedmans terem uma verdadeira obsessão por filmes caseiros e o realizador ter tido acesso aos arquivos da família. Toda a decadência familiar após a acusação, as discussões ocorridas durante o desgastante processo judicial, tudo foi gravado pelo filho mais velho, David Friedman. E desta forma, o documentário alcança um grau de intimidade impressionante. Estes vídeos “caseiros” que estão incluídos no filme, são provavelmente os “momentos” cinematográficos mais perturbadores e assustadores dos últimos tempos. Estas imagens captadas através dos filmes caseiros, são tão íntimas, que talvez a melhor forma de explicá-las seja, usando as palavras de David “filmar para não ter que lembrar”.
Desta forma, o filme deixa de ser um mero documentário “investigativo” a procura de uma hipotética verdade, para se tornar num meticuloso trabalho de observação, das formas de relação familiares, dos jogos de poder entre pai, mãe e filhos, sobre o comportamento e a reacção de indivíduos que atravessam complexas crises pessoais e os efeitos destas alterações sobre a estrutura familiar.
Ou seja, o mais distante possível dos clichês jornalísticos, das reportagens de “denúncia e de escândalo”.
Teriam os Friedmans sido vítimas da histeria colectiva de uma América viciada em sensacionalismo que acabou tornando-os bodes expiatórios? Ou será que a aparentemente feliz família mentia e continua mentindo a fim de esconder o seu lado negro? Perguntas que Jarecdki não tenta responder. Sem julgar nenhum dos envolvidos, o filme de Jarecki fornece amplo material para reflexão sobre a natureza humana, a manipulação da verdade, a máquina da justiça, o espectáculo dos média...
Os Friedmans é um documentário para ver e ouvir, e não para julgar. E é também, e de forma clara, um dos melhores filmes do ano.
Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos. Millor Fernandes
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Todos os filmes que não tenham uma boa campanha de marketing...
E depois em relação a documentários sabes como é que é, o pessoal só vê os documentários do Moore.

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Há muito tempo que não sou sócia de nenhum video clube, pode ser que daqui a uns tempos passe no telecine (canais lusomundo)...
Quanto ao "cinema em casa", na minha colecção tenho bastantes para rever e tenho um vizinho que compra quase tudo o que é novidade, é quase o meu video clube privado
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Frances Farmer
Isaac: It's an interesting group of people, your friends are.
Mary: I know.
Isaac: Like the cast of a Fellini movie.
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