Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
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Synchronicity (2015) - Jacob Gentry

TÍTULO: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
LINK DO IMDB: https://www.imdb.com/title/tt2049543/?ref_=fn_al_tt_1
SINOPSE:
Jim Beale, um brilhante físico, constrói uma máquina do tempo, suportado pelo investimento do milionário Klaus Meisnwer (Michael Ironside).
A experiência fracassa e Jim desmaia. Quando acorda, depara-se com um frasco com uma rara flor que poderá ter provindo do futuro e com a misteriosa e sedutora Abby, por quem nutre uma forte e imediata atracção.
Abby ajuda-o a convencer Klaus de que a tentativa poderá não ser sido mal sucedida e que se justifica um novo investimento para o comprovar.
Mas será que as intenções de Abby são ajudar Jim ou pretende traí-lo para roubar os seus segredos?
O MEU COMENTÁRIO:
Trata-se de um filme que pertence ao género Neo-Noir, ou Sci-Fi Noir, ou Tech-Noir, ou Fantasy-Noir... Tentei procurar o termo mais apropriado, mas acabei por ficar com muitas dúvidas, pelo que nada seria melhor do que o Samwise esclarecer quais as diferenças entre estes termos e qual o que se adequa melhor ao filme em questão.
Seja qual for o termo mais correcto, certo é que este é o subgénero que mais me fascina e a que pertencem alguns dos meus filmes preferidos de sempre, como o Blade Runner, o Dark City, o The Thirteen Floor…
Assumindo-se o Blade Runner aqui como mais do que uma ténue inspiração… Muitos dos visuais são marcadamente decalcados do filme mítico do Ridley Scott, com veículos voadores a cruzar o céu nocturno emoldurado por imponentes arranha-céus, com muito nevoeiro e jogos de sombras, especialmente nas cenas de interiores.
Embora nem a história, nem o "universo" em que ela se desenrola, apresente qualquer semelhança com a do Blade Runner, há muitas cenas que invocam cenas específicas deste filme.
Além de que ainda temos a presença intensa de uma belíssima banda sonora, que reproduz a sonoridade das obras do Vangelis dos anos 80, com especial ênfase à que abrilhantou e elevou ao estatuto de obra prima o conhecido filme do Ridley Scott…
Quanto à história, temos aqui um "clássico" filme de viagens no tempo, com as usuais linhas temporais cruzadas, e os paradoxos e dificuldade de acompanhamento da narrativa daí resultantes, só que neste caso o enfoque está na relação amorosa entre o cientista (que na verdade é uma espécie de "detective", só que não se dedica a resolver crimes, mas tenta solucionar os mistérios da física...) e a dama fatal (que assume, como é tradicional, uma postura ambígua e motivadora de muita da intriga).
Podem se perguntar porque é que um filme que terá tantos predicados detém uma classificação média tão baixa no IMDB (5.5/10)… Ainda li alguns dos comentários mais negativos para tentar perceber o porquê do descontentamento e são várias as razões adiantadas:
Muitos têm dificuldade em acompanhar a história quando as linhas temporais se começam a entrecortar. Custa-me a compreender que se possa dar nota negativa por este motivo… Um filme sobre viagens do tempo naturalmente vai caminhar sempre nesse sentido. Se alguém não gosta, não percebo porque perde o seu tempo a ver um filme deste subgénero cinematográfico…
Outros criticam os baixos valores de produção e os parcos efeitos especiais. Para mim esta é notoriamente uma mais valia do filme! Prefiro os expedientes visuais que foram usados, muitas vezes de grande beleza e inventividade (ex: gostei muito dos efeitos psicadélicos durante a viagem do tempo, os quais prefiro ao caro mas usualmente também pouco original CGI que normalmente se vê nesse tipo de cena).
Estranhamente, alguns, embora alegadamente fãs do Blade Runner, não apreciaram a forte carga visual e sonora do filme a homenagear esse filme e o cinema dos anos 8o, sendo mencionado que a música e os estilizados visuais se sobrepuseram e distraíram muitas vezes do enredo... Ora a banda sonora é para mim um dos pontos fortes deste filme (tal como também o é no Blade Runner) e notei que ao rever algumas cenas, encontrando-me mais familiarizado com a música, o prazer ainda foi superior...
Eu, em clara contracorrente, mas não sozinho (pois muitos são também os comentários de quem adorou o filme) dou-lhe 10/10, pelo prazer absoluto que me deu visionar e pela urgente vontade de o rever!
Cada vez menos me sucede tropeçar num filme que me apaixona. Mas quando isso sucede, faz com que valham a pena todos os visionamentos frustrantes ou simplesmente indiferentes que se teve de permeio.
Para minha surpresa, sabendo que aqui no nosso fórum há muitos fãs do Blade Runner, após ter efectuado uma pesquisa, constatei que esta “pérola” não foi nunca aqui mencionada… O que me dá um grande prazer em poder ser o primeiro a vir aqui falar dele e recomendá-lo a quem eventualmente o possa vir a adorar como eu. E logo na primeira linha dos potenciais fãs deste filme, está o meu caro amigo Cabeças!

Cabeças, se não conheces este filme, não adies os momentos de puro deleite que ele te vai certamente proporcionar!

Quanto ao TRAILER, em vez de publicar o oficial, prefiro este teaser em que se encontram bem evidentes as referências sonoras e visuais ao Blade Runner:
ALGUMAS CAPTURAS DE ECRÃ:






Last edited by Lorde X on October 23rd, 2018, 12:10 am, edited 5 times in total.

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Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Lorde X wrote: October 19th, 2018, 5:17 am
Trata-se de um filme que pertence ao género Neo-Noir, ou Sci-Fi Noir, ou Tech-Noir, ou Fantasy-Noir... Tentei procurar o termo mais apropriado, mas acabei por ficar com muitas dúvidas, pelo que nada seria melhor do que o Samwise esclarecer quais as diferenças entre estes termos e qual o que se adequa melhor ao filme em questão.
Epá... atribuis-me uma sapiência que eu simplesmente não tenho.


Sem ter visto o filme, diria que pode ser isso tudo em simultâneo sem que haja celeuma (mesmo para os radicais da separação entre Fantasy e Sci-Fi, porque podemos ter ambos na mesma obra).

Mas fiquei agora com muita vontade de conhecer o filme, depois do teu texto "apaixonado".

EDIT - reparo que há um termo que repetes em todas as "categorizações": "noir" - será se calhar um noir antes de tudo. Resta saber se é "neo" ou é "clássico"...




«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
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Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Já tenho trabalho para o fim de semana, pesquisar onde o comprar :)
Estou deliciado a ler este resumo, fica a nota.
Acho estranho o Alquimista nunca ter visto o filme... (depois pesquiso melhor o blog dele)
Estou deliciado a ler este resumo, fica a nota.
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DVD/BR | Jogos | Life is Short, Play More | FB Collectors HV-PT
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Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
A mim estes termos ajudam-me muito, não só a ter tudo compartimentado e arrumado na minha estante, mas também a encontrar filmes de que gosto. Já não me recordo do que me fez comprar este, pois já o fiz há algum tempo (estive a verificar e foi no dia 14/05) e ficou à espera que eu arranjasse tempo para o ver. Mas provavelmente encontrei-o nalguma pesquisa online pelo termo Sci-Fi Noir...Samwise wrote: October 19th, 2018, 11:30 am Tanto que julgo que não haja fronteiras claramente definidas entre géneros (apenas conjuntos de características que associamos a determinados géneros), nem por outro lado impeditivos de "miscegenação" entre categorias cinematográficas. Ou seja, sou contra o "emprateleiramento" martelado de uma obra.![]()
Mas não vejas na expectativa de que seja um filme sem falhas... Sabes como é... quando se está apaixonado, desculpa-se tudo!!!Samwise wrote: October 19th, 2018, 11:30 am Mas fiquei agora com muita vontade de conhecer o filme, depois do teu texto "apaixonado".![]()

Para mim é claramente noir, mas estou-me a recordar de um comentário brilhante que li sobre este filme, num site brasileiro de cinema (não me recordo qual), rodeado de outros de igual nível, e em que um utilizador dizia que tinha sido enganado pois este não era um filme noir... toda a gente sabe que os filmes noir são filmes a preto e branco e este não é!Samwise wrote: October 19th, 2018, 11:30 am EDIT - reparo que há um termo que repetes em todas as "categorizações": "noir" - será se calhar um noir antes de tudo. Resta saber se é "neo" ou é "clássico"...![]()
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EDIT: Já encontrei o link (https://observatoriodocinema.bol.uol.co ... r-e-cartaz). O comentário é este

wrote: "é bem confuso…mas um detalhe:
Filmes noir (e quadrinhos também) são completamente preto e branco, com alto contraste. As vezes possuem alguma cor, mas a predominancia continua sendo preto e branco.
Sin City é um filme noir. Esse não.
Até porque noir vem do frances “preto” ou “escuro”.
Além disso, tem uma série de outros elementos estão presentes também.
Vale lembrar que para um filme ser genuinamente Noir, precisa responder a 70% de elementos prédefinidos.
Não sei se esse filme se encaixa nesses elementos."
Rui, eu comprei-o na Amazon.de. Foi onde encontrei mais barato,mas agora não sei como andará...Rui Santos wrote: October 19th, 2018, 12:08 pm Já tenho trabalho para o fim de semana, pesquisar onde o comprar :)
Estou deliciado a ler este resumo, fica a nota.
Acho estranho o Alquimista nunca ter visto o filme... (depois pesquiso melhor o blog dele)
Não me lembrei de pesquisar no blog do Alquimista, mas se encontrares alguma referência, diz pois adoro ler os textos dele!
E chegaste a ver o teaser trailer? Já o revi várias vezes pois está mesmo mágico! (gostei em especial da sequência entre as suas duas últimas cenas que não me recordo se no filme também eram seguidas... mas talvez o seja, pois o filme tem sequências bem criativas)!

Last edited by Lorde X on October 19th, 2018, 5:31 pm, edited 1 time in total.

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Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Nome de musicas e album dos Police
Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Ok, no teu caso é uma questão mesmo prática - de "arrumação" em conformidade com os pares, pelo que sugiro que sigas "o teu coração" e o arrumes nas proximidades de eventuais "irmãos siameses" que para aí tenhas na estante (não devem faltar, imagino).Lorde X wrote: October 19th, 2018, 2:20 pm A mim estes termos ajudam-me muito, não só a ter tudo compartimentado e arrumado na minha estante, mas também a encontrar filmes de que gosto. Já não me recordo do que me fez comprar este, pois já o fiz há algum tempo (estive a verificar e foi no dia 14/05) e ficou à espera que eu arranjasse tempo para o ver. Mas provavelmente encontrei-o nalguma pesquisa online pelo termo Sci-Fi Noir...

Até fico de boca aberta!Para mim é claramente noir, mas estou-me a recordar de um comentário brilhante que li sobre este filme, num site brasileiro de cinema (não me recordo qual), rodeado de outros de igual nível, e em que um utilizador dizia que tinha sido enganado pois este não era um filme noir... toda a gente sabe que os filmes noir são filmes a preto e branco e este não é!Outro dizia que para se ser noir tem se se reunir 70% das características que o definem...
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EDIT: Já encontrei o link (https://observatoriodocinema.bol.uol.co ... r-e-cartaz). O comentário é este:
"é bem confuso…mas um detalhe:
Filmes noir (e quadrinhos também) são completamente preto e branco, com alto contraste. As vezes possuem alguma cor, mas a predominancia continua sendo preto e branco.
Sin City é um filme noir. Esse não.
Até porque noir vem do frances “preto” ou “escuro”.
Além disso, tem uma série de outros elementos estão presentes também.
Vale lembrar que para um filme ser genuinamente Noir, precisa responder a 70% de elementos prédefinidos.
Não sei se esse filme se encaixa nesses elementos."


Mas onde é que as pessoas vão buscar essas ideias? Essa do "genuinamente" e dos 70% de "elementos prédefinidos"...


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Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Acho que vão buscá-las ao mesmo sítio daquela do "está cientificamente provado que...!!!"Samwise wrote: October 19th, 2018, 5:46 pm Até fico de boca aberta!![]()
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Mas onde é que as pessoas vão buscar essas ideias? Essa do "genuinamente" e dos 70% de "elementos prédefinidos"...![]()
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Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Filme interessante, talvez mais um pouco confuso do que o necessário, mas definitivamente vale a pena ver (e no meu caso, de o rever, já não me lembro muito bem da história!!!).
Na baliza Jackson, defesa com Scorsese, Coppola, Spielberg e Eastwood. No meio campo, Ridley Scott, Wes Anderson, Pollack e Carpenter. Avançados, Woody, e solto nas alas Tarkovsky. Suplentes: Bunuel, Fellini, Kurosawa, Visconti, Antonioni, Lynch e Burton.
Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Vi os primeiros 15 minutos, e ainda que não tenha o panorama geral da fita, arrisco já uma teoria para o Lorde X ter gostado tanto e para ter tão fraca pontuação no imdb: o público actual, ou por outra, as grandes plateias, as massas pipoqueiras da actualidade esperam filmes modernos. Este não tem só um cheirinho do passado - parece ter saído todo ele de alguma cave low-budget e bastante geek, esquecida nos confins dos anos 80. Isto é Sci.Fi eighties por tudo quanto é lado. É encantador e hipnótico para quem viveu espírito, ou para quem adora esse tipo de produto (e que será sempre um nicho muito específico), mas nunca para os pipoqueiros de hoje em dia.
(arrisco também a dizer que vou gostar do filme... )
Têm muita piada de facto as piscadelas de olho (estou a ser um pouco "simpático", aqui) ao Blade Runner.
(arrisco também a dizer que vou gostar do filme... )
Têm muita piada de facto as piscadelas de olho (estou a ser um pouco "simpático", aqui) ao Blade Runner.

Last edited by Samwise on October 22nd, 2018, 11:58 am, edited 1 time in total.
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Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Concordo contigo, Gaspar, que as cenas finais são confusas, mas julgo que isso é o que normalmente sucede em todos os filmes de viagens do tempo cuja narrativa contém várias linhas temporais. Este filme até arranja uma solução bem interessante (embora não inovadora, pois já conhecida nos meandros da física) para este "problema"...Gaspar Garção wrote: October 21st, 2018, 12:31 am Filme interessante, talvez mais um pouco confuso do que o necessário, mas definitivamente vale a pena ver (e no meu caso, de o rever, já não me lembro muito bem da história!!!).
Ainda há pouco tempo revi, com a minha filha, a trilogia do regresso ao Futuro e recordo-me que em algumas cenas do segundo ou do terceiro filme, tive alguma dificuldade em não "perder o fio à meada", tendo mesmo de fazer uma ou outra pausa para tentar ordenar mentalmente os acontecimentos...
Uma das razões que me levam a gostar deste tipo de filmes são mesmo os puzzles que se nos apresentam e a necessidade de aplicarmos máxima concentração e raciocínio para os decifrar!

Mas o que é curioso é que, uma das críticas que li sobre este filme, de um dos muitos experts sobre cinema que espalham a sua sapiência pela internet fora, foi a de que o enredo era simplista e que o filme se reduzia basicamente à estética visual...

Confesso que as cenas finais deixaram-me perdido... ainda pensei que tal resultasse do facto de me ter esquecido de algum pormenor e de não ter memorizado devidamente a ordem temporal das cenas, mas já cheguei à conclusão que não...
Este link "https://taylorholmes.com/2016/01/24/syn ... explained/") contém um texto muito interessante, o qual, com bastante rigor, tenta ordenar e analisar as cenas do filme, avançando mesmo com várias teorias, já que não haverá uma solução clara e inequívoca...
Vou copiar para aqui o texto, com receio de, por algum motivo, ele deixar de estar disponível, uma vez que se afigura muito útil a quem quiser aprofundar o significado da história:
http://cinegnose.blogspot.com/2016/10/u ... ir-em.html
Acho que fizeste uma leitura perfeita! A partir daí, sem querer fazer spoiler, o que se vai passar é que a narrativa irá se tornar mais complexa, com o cruzamento de várias linhas temporais...Samwise wrote: October 21st, 2018, 10:26 am Vi os primeiros 15 minutos, e ainda que não tenha o panorama geral da fita, arrisco já uma teoria para o Lorde X ter gostado tanto e para ter tão fraca pontuação no imdb: o público actual, ou por outra, as grandes plateias, as massas pipoqueiras da actualidade esperam filmes modernos. Este não tem só um cheirinho do passado - parece ter saído todo ele de alguma cave low-budget e bastante geek, esquecida nos confins dos anos 80. Isto é Sci.Fi eighties por tudo quanto é lado. É encantador e hipnótico para quem viveu espírito, ou para quem adora esse tipo de produto (e que será semore um nicho muito específico), mas nunca para os pipoqueiros de hoje em dia.
(arrisco também a dizer que vou gostar do filme... )
Têm muita piada de facto as piscadelas de olho (estou a ser um pouco "simpático", aqui) ao Blade Runner.![]()
Se aprecias filmes sobre viagens do tempo, então acho que vais gostar deste filme! E aqui este tema ainda beneficia de uma estética neo noir que, julgo, te agradará...
Eu adorei porque, não só na substância (viagens no tempo + romance) como na forma (visuais noir + banda sonora na onda do Vangelis + revivalismo de um filme e de uma época cinematográfica que me marcaram) vai inteiramente de encontro aos meus gostos!

Last edited by Lorde X on October 22nd, 2018, 12:45 pm, edited 2 times in total.

Walk on the Sun! Dream on the Dark Side of the Moon!
Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Lorde X, eu gostei muito da atmosfera criada naqueles primeiros 15 minutos, porque me meteram literalmente numa máquina do tempo regulada para os anos 80.
Isso e a rapariga ter chamado "dick" ao Thomas Edison...
Hoje devo ver o resto do filme.
Isso e a rapariga ter chamado "dick" ao Thomas Edison...



Hoje devo ver o resto do filme.
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Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Vi todo, já.
Apreciei muito esta pequena pérola escondida nos recônditos do cinema de FC contemporâneo (será que posso pensar que haja tal "gaveta"?). Os argumentos deste filme não lhe permitem "competir" com os seus irmãos pipoqueiros "blockbuster", com orçamentos talvez centenas de vezes acima, mas permitem-lhe antes criar um pequeno culto de "seguidores anónimos" que se interessam por outras matérias, outros modelos, outra "ordem de importância" dos factores narrativos. Neste caso, tais elementos estão centrados em redor de uma engenhosa história de curtas viagens no tempo, com uma galeria de personagens "underdog" de quem no início desconfiamos, mas que, com o passar do tempo, nos levam a afeiçoar por elas sem apelo nem agravo, e ainda um ambiente bastante atmosférico, quase onírico, que mistura as características físicas e espaciais do cinema noir, em todo o seu denso e ameaçador jogo de luzes e sombras, com um modelo "nocturnal" pós-modernista, ou pós-futurista, quase a fazer lembrar os takes de Michael Mann quando debruça o olhar sobre a arquitectura citadina. Agora que já o vi todo, tenho alguma dificuldade em associá-lo ao Blade Runner, embora perceba o que possa gerar essa noção, nomeadamente a nível de "visuais" e da música.
É coisa de baixo orçamento, e isso nota-se, mas tal característica é contornada por uma realização consistente, menos "simplória" do que se poderia pensar, que não nega a falta de recursos, mas antes contorna e passeia eficazmente entre as suas limitações. É fácil perceber os porquês deste filme não ter entrado no goto do público em geral (assumindo que chegou a esse "público em geral"), com a complexidade dos paradoxos time-travel e as colisões entre linhas temporais (que se vão acumulando) em primeiro plano, e uma certa "apatia" na exposição das emoções e motivações das personagens (também não havia elenco para alcançar mais...), mas o facto é que não se trata "desse tipo de filme", nem a plateia-alvo seria também essa à partida.
Em todo o caso, vou ter de ver isto outra vez - não encaixei as peças todas do puzzle à primeira...
Apreciei muito esta pequena pérola escondida nos recônditos do cinema de FC contemporâneo (será que posso pensar que haja tal "gaveta"?). Os argumentos deste filme não lhe permitem "competir" com os seus irmãos pipoqueiros "blockbuster", com orçamentos talvez centenas de vezes acima, mas permitem-lhe antes criar um pequeno culto de "seguidores anónimos" que se interessam por outras matérias, outros modelos, outra "ordem de importância" dos factores narrativos. Neste caso, tais elementos estão centrados em redor de uma engenhosa história de curtas viagens no tempo, com uma galeria de personagens "underdog" de quem no início desconfiamos, mas que, com o passar do tempo, nos levam a afeiçoar por elas sem apelo nem agravo, e ainda um ambiente bastante atmosférico, quase onírico, que mistura as características físicas e espaciais do cinema noir, em todo o seu denso e ameaçador jogo de luzes e sombras, com um modelo "nocturnal" pós-modernista, ou pós-futurista, quase a fazer lembrar os takes de Michael Mann quando debruça o olhar sobre a arquitectura citadina. Agora que já o vi todo, tenho alguma dificuldade em associá-lo ao Blade Runner, embora perceba o que possa gerar essa noção, nomeadamente a nível de "visuais" e da música.
É coisa de baixo orçamento, e isso nota-se, mas tal característica é contornada por uma realização consistente, menos "simplória" do que se poderia pensar, que não nega a falta de recursos, mas antes contorna e passeia eficazmente entre as suas limitações. É fácil perceber os porquês deste filme não ter entrado no goto do público em geral (assumindo que chegou a esse "público em geral"), com a complexidade dos paradoxos time-travel e as colisões entre linhas temporais (que se vão acumulando) em primeiro plano, e uma certa "apatia" na exposição das emoções e motivações das personagens (também não havia elenco para alcançar mais...), mas o facto é que não se trata "desse tipo de filme", nem a plateia-alvo seria também essa à partida.
Em todo o caso, vou ter de ver isto outra vez - não encaixei as peças todas do puzzle à primeira...
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Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Samwise, estava bem expectante em ler o teu comentário!Samwise wrote: October 28th, 2018, 1:00 am Vi todo, já.
Apreciei muito esta pequena pérola escondida nos recônditos do cinema de FC contemporâneo (será que posso pensar que haja tal "gaveta"?). Os argumentos deste filme não lhe permitem "competir" com os seus irmãos pipoqueiros "blockbuster", com orçamentos talvez centenas de vezes acima, mas permitem-lhe antes criar um pequeno culto de "seguidores anónimos" que se interessam por outras matérias, outros modelos, outra "ordem de importância" dos factores narrativos. Neste caso, tais elementos estão centrados em redor de uma engenhosa história de curtas viagens no tempo, com uma galeria de personagens "underdog" de quem no início desconfiamos, mas que, com o passar do tempo, nos levam a afeiçoar por elas sem apelo nem agravo, e ainda um ambiente bastante atmosférico, quase onírico, que mistura as características físicas e espaciais do cinema noir, em todo o seu denso e ameaçador jogo de luzes e sombras, com um modelo "nocturnal" pós-modernista, ou pós-futurista, quase a fazer lembrar os takes de Michael Mann quando debruça o olhar sobre a arquitectura citadina. Agora que já o vi todo, tenho alguma dificuldade em associá-lo ao Blade Runner, embora perceba o que possa gerar essa noção, nomeadamente a nível de "visuais" e da música.
É coisa de baixo orçamento, e isso nota-se, mas tal característica é contornada por uma realização consistente, menos "simplória" do que se poderia pensar, que não nega a falta de recursos, mas antes contorna e passeia eficazmente entre as suas limitações. É fácil perceber os porquês deste filme não ter entrado no goto do público em geral (assumindo que chegou a esse "público em geral"), com a complexidade dos paradoxos time-travel e as colisões entre linhas temporais (que se vão acumulando) em primeiro plano, e uma certa "apatia" na exposição das emoções e motivações das personagens (também não havia elenco para alcançar mais...), mas o facto é que não se trata "desse tipo de filme", nem a plateia-alvo seria também essa à partida.
Em todo o caso, vou ter de ver isto outra vez - não encaixei as peças todas do puzzle à primeira...

Sim, aparentemente apenas na forma (visuais e banda sonora) este filme parece invocar o Blade Runner, mas li algures um comentário muito interessante que fazia o seguinte paralelismo entre os dois filmes, o qual me tinha escapado:
Ainda não fiz um novo visionamento completo, mas revi muitas das suas cenas chave e, com a ajuda de muitas teorias, publicadas em vários sites e mesmo no youtube, cheguei a algumas conclusões:

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Re: Synchronicity (2015) - Jacob Gentry
Já o compraste, Rui?Rui Santos wrote: October 19th, 2018, 12:08 pm Já tenho trabalho para o fim de semana, pesquisar onde o comprar :)

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