José wrote: ↑July 16th, 2023, 12:43 pm
Isto não é mesmo o Wes Anderson a picar o ponto uma vez mais, pois não?
Ele não está preso na sua rígida e
quirky checklist, encurralado no seu próprio caderno de encargos, certo?
Para mim, não. Este filme, mesmo que em parte seja "mais do mesmo" de um ponto de vista estético e filosófico, é também uma tentativa consciente de evolução - sobretudo emocional, mas também na forma como elimina as fronteiras entre os compartimentos artísticos. Não que ele não tenha tentado isso no passado, mas não creio que tenha conseguido chegar a este resultado. No filme anterior notei já uma tentativa deliberada de "salto-em-frente", mas nesse caso acho que é uma fita mais fechada e hermética, e menos apelativa aos "não fãs" do senhor.
Claro que eu sou suspeito, porque adoro o Anderson. Ainda assim, em minha defesa (
) posso dizer que não consegui apreciar o
Isle of Dogs (acho que não o entendi de todo, nem como se insere nas suas temáticas habituais), e que, olhando para o passado, nem todos os filmes me parecem plenamente conseguidos.
É que o último filme dele de que realmente gostei foi o Grand Budapest Hotel. Quase não suporto a obra do senhor.
Este
Asteroid City é um filme substancialmente diferente... portanto não sei.
Para facilitar (ou se calhar complicar) a tua escolha: há algo de fordiano no filme. Monument Valley all the way, incluindo o plano final - mesmo muito fordiano. Até no sentido de "família" que o autor criava com os seus actores dentro e fora do ecrã.