Killers of the Flower Moon (2023) Martin Scorsese

[drakes]

Crítica do Gaveta que é um editor final de vídeo.

[José]

Uma história incrível de se acreditar, uma ferida ainda demasiado aberta e pouco tratada no seio cultural dos EUA, aqui exemplarmente reflectida pelo Mestre Scorsese.

Vou ser panfletário: nada contra ninguém, claro, mas quem dera a muitos artistas terem, com a idade do realizador, metade da sua energia criativa, técnica, verve, dedicação aos pormenores, perfeccionismo, estilo virtuoso (aqui com direito a "floreados" visuais, metalinguísticos e tudo) e domínio da excelência temática e narrativa.

Scorsese consegue, uma vez mais, circundar entre as áreas negras, cinzentas e claras da psicologia humana sem cair em esquematismos de trazer por casa.

Este é mais um excepcional tomo na sua obra, em que o Bem tenta navegar com dignidade perante um Mal insidioso, socialmente aceite, e no meio de uma violência endémica. Tal como banalmente tolerada é, além de toda a perversidade moral, a imoralidade económica.

DiCaprio e De Niro estão iguais a si próprios, espantosos; Lily Gladstone, como Mollie, tem uma daquelas composições que podem definir toda uma carreira: de uma estoicidade pacata, serena, de observação astuta e mordaz e com um carisma e integridade espantosos, a actriz é um assombro, uma revelação de estontear.

Obra-prima.

[Luis.Manuel]

Uma história incrível de se acreditar, uma ferida ainda demasiado aberta e pouco tratada no seio cultural dos EUA, aqui exemplarmente reflectida pelo Mestre Scorsese.

Vou ser panfletário: nada contra ninguém, claro, mas quem dera a muitos artistas terem, com a idade do realizador, metade da sua energia criativa, técnica, verve, dedicação aos pormenores, perfeccionismo, estilo virtuoso (aqui com direito a "floreados" visuais, metalinguísticos e tudo) e domínio da excelência temática e narrativa.

Scorsese consegue, uma vez mais, circundar entre as áreas negras, cinzentas e claras da psicologia humana sem cair em esquematismos de trazer por casa.

Este é mais um excepcional tomo na sua obra, em que o Bem tenta navegar com dignidade perante um Mal insidioso, socialmente aceite, e no meio de uma violência endémica. Tal como banalmente tolerada é, além de toda a perversidade moral, a imoralidade económica.

DiCaprio e De Niro estão iguais a si próprios, espantosos; Lily Gladstone, como Mollie, tem uma daquelas composições que podem definir toda uma carreira: de uma estoicidade pacata, serena, de observação astuta e mordaz e com um carisma e integridade espantosos, a actriz é um assombro, uma revelação de estontear.

Obra-prima.

Assino por baixo este comentário do José.
Espantosamente o mestre, apesar dos seus 80 anos continua em grande forma e consegue controlar/dirigir magistralmente todo um projeto desta magnitude. Inteligentissimo a "fintar o sistema" de Hollywood que, quase de certeza, não financiaria um filme deste tipo, procurando aceitação no streaming sem preconceitos, permitindo-lhe filmar a seu gosto com (toda) a liberdade

O cast é magnífico, com destaque obviamente para o extraordinário trabalho de De Niro na composição de um personagem indescritívelmente maquiavélico (só mesmo vendo), enfim um concorrente de respeito a Robert Downey Jr. ou Cillian Murphy no oscar de melhor actor(?)

Surpreendente para mim a curta aparição de um actor que muito admiro, John Lithgow , long time no see.
E surpreendente também o final, com direito a um cameo de Scorsese himself. 9/10

Notas: sessão da 14:15 h com 6 pessoas na sala.

3:26h de projecção, com direito a intervalo de 10 minutos, previnam-se...

Preço de Festa (do Cinema) € 3.50.

A leitura prévia do livro ajuda bastante na percepção do contexto histórico da época.

[José]

Uma história incrível de se acreditar, uma ferida ainda demasiado aberta e pouco tratada no seio cultural dos EUA, aqui exemplarmente reflectida pelo Mestre Scorsese.

Vou ser panfletário: nada contra ninguém, claro, mas quem dera a muitos artistas terem, com a idade do realizador, metade da sua energia criativa, técnica, verve, dedicação aos pormenores, perfeccionismo, estilo virtuoso (aqui com direito a "floreados" visuais, metalinguísticos e tudo) e domínio da excelência temática e narrativa.

Scorsese consegue, uma vez mais, circundar entre as áreas negras, cinzentas e claras da psicologia humana sem cair em esquematismos de trazer por casa.

Este é mais um excepcional tomo na sua obra, em que o Bem tenta navegar com dignidade perante um Mal insidioso, socialmente aceite, e no meio de uma violência endémica. Tal como banalmente tolerada é, além de toda a perversidade moral, a imoralidade económica.

DiCaprio e De Niro estão iguais a si próprios, espantosos; Lily Gladstone, como Mollie, tem uma daquelas composições que podem definir toda uma carreira: de uma estoicidade pacata, serena, de observação astuta e mordaz e com um carisma e integridade espantosos, a actriz é um assombro, uma revelação de estontear.

Obra-prima.

Assino por baixo este comentário do José.
Espantosamente o mestre, apesar dos seus 80 anos continua em grande forma e consegue controlar/dirigir magistralmente todo um projeto desta magnitude. Inteligentissimo a "fintar o sistema" de Hollywood que, quase de certeza, não financiaria um filme deste tipo, procurando aceitação no streaming sem preconceitos, permitindo-lhe filmar a seu gosto com (toda) a liberdade

O cast é magnífico, com destaque obviamente para o extraordinário trabalho de De Niro na composição de um personagem indescritívelmente maquiavélico (só mesmo vendo), enfim um concorrente de respeito a Robert Downey Jr. ou Cillian Murphy no oscar de melhor actor(?)

Surpreendente para mim a curta aparição de um actor que muito admiro, John Lithgow , long time no see.
E surpreendente também o final, com direito a um cameo de Scorsese himself. 9/10

Notas: sessão da 14:15 h com 6 pessoas na sala.

3:26h de projecção, com direito a intervalo de 10 minutos, previnam-se...

Preço de Festa (do Cinema) € 3.50.

A leitura prévia do livro ajuda bastante na percepção do contexto histórico da época.

Robert De Niro magnífico, ficaria muito contente se ele recebesse uma nomeação ao Oscar (se bem que penso que ele encaixaria melhor na categoria de Secundário; pelo menos, acho que seria aí que as hipóteses dele teriam outra dimensão).

Quanto ao John Lithgow, subscrevo: excelente actor, já não lhe punha os olhos em cima há algum tempo. Muito provavelmente é um problema meu, o homem se calhar farta-se de trabalhar e eu é que não vejo ou não me cruzo com os seus projectos...

Em relação ao floreado metalinguístico que destaquei, estava a referir-me à deliciosa e comovente presença do Mestre no final. Amei, tal como amei o raio do filme no seu todo.

E não posso negar: praticamente apaixonei-me por Lily Gladstone. Se ela não obtiver uma nomeação a Oscar, seja como Actriz Principal ou Secundária, não há esperança para este Mundo tresloucado e eu nem sei o que é que ando para aqui a fazer...

[Luis.Manuel]

Robert De Niro magnífico, ficaria muito contente se ele recebesse uma nomeação ao Oscar (se bem que penso que ele encaixaria melhor na categoria de Secundário; pelo menos, acho que seria aí que as hipóteses dele teriam outra dimensão).

Quanto ao John Lithgow, subscrevo: excelente actor, já não lhe punha os olhos em cima há algum tempo. Muito provavelmente é um problema meu, o homem se calhar farta-se de trabalhar e eu é que não vejo ou não me cruzo com os seus projectos...

Em relação ao floreado metalinguístico que destaquei, estava a referir-me à deliciosa e comovente presença do Mestre no final. Amei, tal como amei o raio do filme no seu todo.

E não posso negar: praticamente apaixonei-me por Lily Gladstone. Se ela não obtiver uma nomeação a Oscar, seja como Actriz Principal ou Secundária, não há esperança para este Mundo tresloucado e eu nem sei o que é que ando para aqui a fazer...

Quando destaquei o trabalho do De Niro, não quis obviamente minimizar o trabalho de ninguém, são todos excepcionais, DiCaprio, Lily Gladstone e todos os outros, mas De Niro, para mim, está genial, (ao nível de Brando no The Godfather?) e já no The Irishman se destacou noutro cast extraordinário. Esqueçamos portanto aquela fase menos boa das comédia em que cumpre mas...

John Lithgow tem 78 anos e faz mais televisão. Eu adorava aquela curta série "O Terceiro Calhau a contar do Sol"; a ideia poderia até ser um pouco "básica" mas os gags eram "de outro mundo".

A Lily Gladstone é uma revelação notável, não conheço a sua carreira anterior, (apareceu no "First Cow" em 2019 que vi) mas aqui encantou-me. Na sua actuação há muito de candura e de espontaneidade. Uma nomeação é inteiramente merecida sim.

O filme cumpriu inteiramente as (minhas) expectativas; tecnicamente e artisticamente é simplesmente soberbo (a sua longa duração e a sua temática é que não serão propriamente para toda a gente) Espero que tenha um excelente edição em BD e 4K pois merece mesmo.

E "prontos", acho que este ano só me falta mesmo ver o Napoleão do Ridley Scott, com o talentosissímo Joaquin Phoenix.

[José]

Robert De Niro magnífico, ficaria muito contente se ele recebesse uma nomeação ao Oscar (se bem que penso que ele encaixaria melhor na categoria de Secundário; pelo menos, acho que seria aí que as hipóteses dele teriam outra dimensão).

Quanto ao John Lithgow, subscrevo: excelente actor, já não lhe punha os olhos em cima há algum tempo. Muito provavelmente é um problema meu, o homem se calhar farta-se de trabalhar e eu é que não vejo ou não me cruzo com os seus projectos...

Em relação ao floreado metalinguístico que destaquei, estava a referir-me à deliciosa e comovente presença do Mestre no final. Amei, tal como amei o raio do filme no seu todo.

E não posso negar: praticamente apaixonei-me por Lily Gladstone. Se ela não obtiver uma nomeação a Oscar, seja como Actriz Principal ou Secundária, não há esperança para este Mundo tresloucado e eu nem sei o que é que ando para aqui a fazer...

Quando destaquei o trabalho do De Niro, não quis obviamente minimizar o trabalho de ninguém, são todos excepcionais, DiCaprio, Lily Gladstone e todos os outros, mas De Niro, para mim, está genial, (ao nível de Brando no The Godfather?) e já no The Irishman se destacou noutro cast extraordinário. Esqueçamos portanto aquela fase menos boa das comédia em que cumpre mas...

John Lithgow tem 78 anos e faz mais televisão. Eu adorava aquela curta série "O Terceiro Calhau a contar do Sol"; a ideia poderia até ser um pouco "básica" mas os gags eram "de outro mundo".

A Lily Gladstone é uma revelação notável, não conheço a sua carreira anterior, (apareceu no "First Cow" em 2019 que vi) mas aqui encantou-me. Na sua actuação há muito de candura e de espontaneidade. Uma nomeação é inteiramente merecida sim.

O filme cumpriu inteiramente as (minhas) expectativas; tecnicamente e artisticamente é simplesmente soberbo (a sua longa duração e a sua temática é que não serão propriamente para toda a gente) Espero que tenha um excelente edição em BD e 4K pois merece mesmo.

E "prontos", acho que este ano só me falta mesmo ver o Napoleão do Ridley Scott, com o talentosissímo Joaquin Phoenix.

Eishh, O Terceiro Calhau a Contar do Sol era uma série divertidíssima - entrava lá também um muito jovem Joseph Gordon-Levitt.

Quanto ao resto do ano, ainda me falta muita coisa; gostaria de pôr a vista em filmes como o Zone of Interest, Perfect Days, May December, Anatomy of a Fall, Monster, The Old Oak, Fallen Leaves, About Dry Grasses, etc

[nimzabo]

Leonardo DiCaprio and Lily Gladstone on Killers of the Flower Moon
https://www.theguardian.com/film/2024/j ... lower-moon