De todas as formas e feitios. Não há um tópico para partilha de risos, na generalidade, aqui no fórum. Agora já há.
Começo com ums situação provocada por uma personalidade política "influente" (demasiado influente), mas não é minha intenção falar de temas políticos neste tópico.
O caso reveste-se de alguma gravidade, mas não deixa de ser imensamente divertido atentar aos pormenores delirantes do caso:
Sócrates deu três dias à editora para pôr o seu livro no top de vendas
O ex-primeiro-ministro José Sócrates deu três dias ao grupo Babel para pôr no top dos livros mais vendidos a sua tese de mestrado sobre a tortura em democracia.
Apresentada no Museu da Electricidade a 23 de Outubro de 2013 por Mário Soares e Lula da Silva, a obra despertou a curiosidade dos investigadores da Operação Marquês, que tem o antigo governante como principal arguido. O Ministério Público defende que uma parte do dinheiro que José Sócrates recebeu a título de subornos do Grupo Lena serviu para comprar exemplares do A Confiança no Mundo: Sobre a Tortura em Democracia em quantidades industriais, através dos amigos, para ficar conhecido como autor de sucesso. O próprio nega-o.
Foi o fundador do grupo Babel, Paulo Teixeira Pinto, quem decidiu apostar no resultado dos estudos de Sócrates em Paris. Dois anos mais tarde, quando foi inquirido pelas autoridades, o então director comercial da editora ainda não se tinha esquecido das particularidades que tinham rodeado o lançamento e a venda do livro. Tanto José Araújo como uma colega sua da Babel relataram os insistentes telefonemas do autor para saber se já tinha ultrapassado José Rodrigues dos Santos nas vendas, e o seu desapontamento ao saber que isso não sucedera.
Seis minutos “a levar nas orelhas”
Na véspera de a tese de mestrado ser posta à venda o director comercial recebeu um telefonema do antigo governante que qualificou como “tenebroso”. Uma impressora tinha avariado e havia livros que só tinham sido entregues nos pontos de venda dois dias depois do previsto. Foram seis minutos “a levar nas orelhas”.
“Desligou-me o telefone na cara. Foi muito rude”, descreveu. Mais tarde havia de lhe estabelecer um prazo: a Babel tinha três dias para colocar a obra no top dos livros mais vendidos. Na realidade, A Confiança no Mundo nunca chegou a bater os livros de José Rodrigues dos Santos, mas havia de conseguir muito boas vendas, tendo em conta que se tratava de um ensaio académico. À primeira edição, de seis mil exemplares, seguiram-se várias outras de menor dimensão.
Mas mesmo antes de estar na rua uma nova edição, com um posfácio de Eduardo Lourenço e capa de Júlio Pomar, Sócrates já sonhava mais alto: perguntava ao director comercial quais eram os maiores prémios literários em Portugal. Porém, nunca veio a ganhar nenhum.
Livros despejados no lixo
O livro vendia-se como pãezinhos quentes. Até na Fnac de Viseu, a que menos sucesso livreiro tem no país. Facto a que ali não seria alheia, segundo o Ministério Público, a compra de vários exemplares pelo pai de um antigo chefe de gabinete de Sócrates. Noutro caso, explica o Ministério Público, um casal adquiriu 236 exemplares de uma assentada, a 17 euros cada um, que despejou logo a seguir no lixo.
Logo no primeiro interrogatório judicial a que foi submetido, em Novembro de 2014, o antigo primeiro-ministro admitiu ter sido a vaidade a fazê-lo preocupar-se tanto com o livro, cuja versão final os investigadores garantem ter sido redigida pelo professor universitário Domingos Farinho: “Sou muito vaidoso como todos os políticos, aliás a única motivação ao longo da minha vida que encontro para a actividade política é essa”.
Nega, porém, ter gasto uma fortuna a comprar a sua própria obra: “Desculpem-me a imodéstia, mas assinei centenas de livros para o camarada fulano de tal, com amizade, ou para a querida camarada Amélia não sei quantos”.
Um sério candidato a destronar o Rodrigues dos Santos como o "melhor escritor português" da actualidade...
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Uma das rotinas humorísticas mais famosas e divertidas de sempre, interpretada pela dupla Abbott & Costello:
Falámos desta dupla, e desta rotina, no tópico do filme Arrival, a propósito dos nomes atribuídos aos aliens pela personagem da Amy Adams, e sobre isso ser uma private joke dela, muito bem contextualizada, aludindo à questão da incomunicabilidade entre partes, e à necessidade de criar um espaço comum de entendimento básico. A piada acabou por se perder na tradução do filme para português, ao terem traduzido erradamente Abbott & Costello para Bucha e Estica (Laurel & Hardy), o que acaba por representar em uma espécie de acto de justiça poética pesando sobre o (mau) trabalho destes tradutores.
Procurei pela net o texto deste sketch, mas todas as versões que encontro são bem mais curtas e menos ricas do que este momento captado ao vivo. Vou tentar passar eu próprio esta versão para texto, para depois colocar aqui.
Texto para adaptar:
Costello: I love baseball.
Abbott: We all love baseball.
Costello: When we get to St. Louis, will you tell me the guys' names on the team, so when I go to see them in that St. Louis ballpark, I'll be able to know those fellas?
Abbott: Well, now, is that all right, folks? All right...as long as it's OK with the audience...Now look, then you'll go and peddle your popcorn and don't interrupt the act anymore?...But you know, strange as it may seem, they give ball players now-a-days very peculiar names.
Costello: Funny names?
Abbott: Nicknames. Pet names.
Costello: Not as funny as my name, Sebastian Dinwiddle.
Abbott: Oh yes, yes, yes...Oh yes, absolutely. Yes, now, on the St. Louis team, we have Who's on first, What's on second, I Don't Know's on third...
Costello: That's what I want to find out. I want you to tell me the names of the fellas on the St. Louis team.
Abbott: I'm telling ya. Who's on first, What's on second, I Don't Know's on third.
Costello: You don't know the fella's name?
Abbott: Yes.
Costello: Well then, who's playing first?
Abbott: Yes.
Costello: I mean, the fella's name on first base.
Abbott: Who.
Costello: The fella playing first base for St. Louis?
Abbott: Who.
Costello: The guy on first base.
Abbott: Who is on first!
Costello: Well, what are ya asking me for?
Abbott: I'm not asking you. I'm telling you. Who is on first.
Costello: I'm asking you who's on first.
Abbott: That's the man's name.
Costello: That's who's name?
Abbott: Yes.
Costello: Well, go ahead and tell me.
Abbott: Who.
Costello: The guy on first.
Abbott: Who!
Costello: The first baseman.
Abbott: Who is on first!
Costello: Have you got a first baseman on first?
Abbott: Certainly.
Costello: Then who's playing first?
Abbott: Absolutely.
Costello: When you pay off the first baseman every month, who gets the money?
Abbott: Every dollar of it. Why not? The man's entitled to it.
Costello: Who is?
Abbott: Yes.
Costello: So who gets it.
Abbott: Why shouldn't he? Sometimes his wife comes down and collects it.
Costello: Who's wife?
Abbott: Yes. After all, the man earns it.
Costello: Who does?
Abbott: Absolutely.
Costello: All I'm tryin' to find out is what's the guy's name on first base.
Abbott: Oh, no, no. What is on second base.
Costello: I'm not askin' you who's on second.
Abbott: Who is on first.
Costello: That's what I'm trying to find out.
Abbott: Well, don't change the players around.
Costello: I'm not changin' nobody.
Abbott: Take it easy.
Costello: What's the guy's name on first base?
Abbott: What's the guy's name on second base.
Costello: I'm not asking you who's on second.
Abbott: Who's on first.
Costello: I don't know.
Abbott: He's on third - we're not talkin' about him.
Costello: How did I get on third base?
Abbott: You mentioned his name!
Costello: If I mentioned the third baseman's name, who did I say is playing third?
Abbott: No - Who is playing first.
Costello: Stay off of first, will ya?
Abbott: Well, waddya want me to do?
Costello: Now, what's the guy's name on third base?
Abbott: No, What's on second.
Costello: I'm not asking you who's on second.
Abbott: Who's on first.
Costello: I don't know.
Abbott: He's on third.
Costello: There I go - back on third again.
Abbott: Well, I can't change their names.
Costello: Would you please stay on third base, Mr. Broadhurst?
Abbott: Now, what is it you want to know?
Costello: What is the fella's name on third base?
Abbott: What is the fella's name on second base.
Costello: I'm not askin' you who's on second.
Abbott: Who's on first.
Costello: I don't know.
Abbott & Costello (together): Third Base!
Costello: You got a outfield?
Abbott: Oh sure!
Costello: St. Louis has got a good outfield?
Abbott: Oh, absolutely.
Costello: The left fielder's name?
Abbott: Why.
Costello: I don't know, I just thought I'd ask ya.
Abbott: Well, I just thought I'd tell ya.
Costello: Then tell me who's playin' left field.
Abbott: Who is playing first!
Costello: Stay outta the infield!!
Abbott: Don't mention any names out here!
Costello: I want to know what's the fella's name in left field?
Abbott: What is on second.
Costello: I'm not askin' you who's on second!
Abbott: Who is on first.
Costello: I don't know!
Abbott & Costello: Third base!
Abbott: Now take it easy, take it easy, man.
Costello: And the left fielder's name?
Abbott: Why.
Costello: Because!
Abbott: Oh, he's center field...
Costello: You got a pitcher on the team?
Abbott: Wouldn't this be a fine team without a pitcher.
Costello: I dunno. Tell me the pitcher's name.
Abbott: Tomorrow.
Costello: You don't want to tell me today?
Abbott: I'm tellin' you, man.
Costello: Then go ahead.
Abbott: Tomorrow.
Costello: What time?
Abbott: What time what?
Costello: What time tomorrow are you gonna tell me who's pitchin'?!
Abbott: Now listen, Who is not pitchin'. Who is on ---
Costello: I'll break your arm if you say who's on first!
Abbott: Then why come up here and ask?
Costello: I want to know what's the pitcher's name?
Abbott: What's on second.
Costello: I don't know.
Abbott & Costello (together): Third Base!!
Costello: You gotta catcher?
Abbott: Yes.
Costello: The catcher's name?
Abbott: Today.
Costello: Today. And Tomorrow's pitching.
Abbott: Now you got it.
Costello: That's all. St. Louis has got a couple of days on their team.
Abbott: Well, I can't help that. All right. What, what do you want me to do?
Costello: Gotta catcher?
Abbott: Yes.
Costello: I'm a good catcher too, you know.
Abbott: I know that.
Costello: I would like to play for the St. Louis team.
Abbott: Well, I might arrange that.
Costello: I would like to catch. Now I'm being a good catcher, Tomorrow's pitching on the team, and I'm catching.
Abbott: Yes.
Costello: Tomorrow throws the ball and the guy up bunts the ball.
Abbott: Yes.
Costello: Now when he bunts the ball, me being a good catcher, I want to throw the guy out at first base, so I pick up the ball and throw it to who?
Abbott: Now that's the first thing you've said right.
Costello: I don't even know what I'm talkin' about!!!
Abbott: Well, that's all you have to do.
Costello: Is to throw it to first base?
Abbott: Yes.
Costello: Now who's got it?
Abbott: Naturally.
Costello: Who has it?
Abbott: Naturally.
Costello: Naturally.
Abbott: Naturally.
Costello: OK.
Abbott: Now you've got it.
Costello: I pick up the ball and I throw it to Naturally.
Abbott: No, you don't, you throw the ball to first base.
Costello: Then who gets it?
Abbott: Naturally!
Costello: OK.
Abbott: All right.
Costello: I throw the ball to Naturally.
Abbott: You don't! You throw it to Who!
Costello: Naturally!
Abbott: Well, that's it. Say it that way.
Costello: That's what I said!
Abbott: You did not.
Costello: I said I'd throw the ball to Naturally.
Abbott: You don't. You throw it to Who.
Costello: Naturally.
Abbott: Yes!
Costello: So I throw the ball to first base and Naturally gets it.
Abbott: No! You throw the ball to first base.
Costello: Then who gets it?!
Abbott: Naturally!
Costello: That's what I'm saying!
Abbott: You're not saying that...
Costello: I throw the ball to Naturally!
Abbott: You throw it to Who!
Costello: Naturally!
Abbott: Naturally. Well, say it that way.
Costello: That's what I'm saying!!!
Abbott: Now don't get excited. Now don't get excited.
Costello: I throw the ball to first base.
Abbott: Then Who gets it!
Costello: He'd better get it!!!
Abbott: All right, now don't get excited. Take it easy.
Costello: Hrmmph. Now I throw the ball to first base, whoever it is drops the ball, so the guy runs to second. Who picks up the ball and throws it to What. What throws it to I Don't Know. I Don't Know throws it back to Tomorrow. A triple play!
Abbott: OK, it could be.
Costello: Another guy gets up and hits a long fly ball to Because. Why? I don't know. He's on third, and I don't care!
Abbott: What was that?
Costello: I said, I don't care!!
Abbott: Oh, that's our shortstop!
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Alguém é apreciador do humor do Jerry Lewis? Em criança fartei-me de ver filmes dele nas matinés de fim-de-semana, e adorava o homem. Mas não sinto já a mesma simpatia pelo tipo de humor com que ele impregna a maior parte dos filmes - e que se baseia fortemente numa personagem-palhaço muito ingénua e juvenil (mais a dar para a criança com menos de 10 anos...). Mas tem de se reconhecer que ele foi um excelente profissional - em termos de interpretação física do humor e utilização das expressões corporais (e faciais) para o transmitir, não deve nada a ninguém, é mestre supremo e está ao nível de um Chaplin, por exemplo (mesmo que o tipo de humor seja depois bastante diverso). Não consigo é apreciar os filmes dele nem me rir da maioria das piadas, acho-os muito cansativos até. Ainda assim, gosto muito de alguns momentos, como por exemplo estes:
Aqui no Letterman (muito divertido)
Interessante depois é ver como ele é na realidade como pessoa - e é mesmo uma personalidade extraordinária que não tem nada a ver com o "palerma" que lhe fez a carreira. Parece uma pessoa extremamente inteligente e afável, com um discurso muito claro e fluido, que adora o que faz e que sente uma imensa gratificação por saber que consegue entreter o público.
Esta entrevista é grande!:
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Samwise wrote: ↑November 23rd, 2017, 11:30 pm
Alguém é apreciador do humor do Jerry Lewis? Em criança fartei-me de ver filmes dele nas matinés de fim-de-semana, e adorava o homem. Mas não sinto já a mesma simpatia pelo tipo de humor com que ele impregna a maior parte dos filmes - e que se baseia fortemente numa personagem-palhaço muito ingénua e juvenil (mais a dar para a criança com menos de 10 anos...). Mas tem de se reconhecer que ele foi um excelente profissional - em termos de interpretação física do humor e utilização das expressões corporais (e faciais) para o transmitir, não deve nada a ninguém, é mestre supremo e está ao nível de um Chaplin, por exemplo (mesmo que o tipo de humor seja depois bastante diverso). Não consigo é apreciar os filmes dele nem me rir da maioria das piadas, acho-os muito cansativos até. Ainda assim, gosto muito de alguns momentos, como por exemplo estes:
Presente :)
Eu cresci com Jerry Lewis, e aprendi a gostar dos filmes deles no Passeio dos Alegres.
Hoje em dia é também um humor que me cansa, e que penso ter envelhecido pior que o do Chaplin.
Fizeste bem selecionar esta entrevista, é bem mais interessante que a polémica que eu tinha colocado no tópico do seu falecimento. viewtopic.php?f=7&t=52078&p=628814
Outro actor que acho genial nesse tipo de humor, é Rowan Atkinson e o seu famoso Mr. Bean. Quando apareceu chorava a rir com a série de televisão, mas depois tornou-se algo cansativo e monótono... quase um boneco cujos gags eram todos muito semelhantes.
Não fosse o genial Black Adder e teria perdido muito do respeito pelo ator.
Deixo-vos com este genial pequeno trecho de Black Adder 3 (em que Hugh Laurie.... rouba a cena por completo)
E voltando ao tópico, ainda noutro dia falávamos de como este sketch dos Monty Python ainda hoje é genial... passados + de 30 anos...
É mais o meu género de humor.
Depois lerei com atenção Abbott & Costello, mas essa cena fascina-me desde o Rainman.
Mas é um humor menos imediato e que exige uma compreensão de inglês muito superior à média.
Por outro lado, é muito interessante ver que A&B são muito referenciados pelos cómicos americanos.
Cá nunca devem ter passado muito, pois raras são as referências aos mesmos.
Man, tenho andado a rever muitos destes sketches e alguns que nunca tinha visto. Harry Enfield e Paul Whitehouse são os melhores cómicos que conheço, adoro o tipo de comédia que eles fazem pois é caricatura e estereótipo, character based.
Vejam só este:
Basta procurar Harry Enfield no Youtube e até episódios inteiros dos seus shows podem ver. E acreditem, vale a pena! Eu choro a rir com isto.
