O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

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technicolor
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O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

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O Salto / Le Saut (1968) Christian de Chalonge

Embora já saiba da sua existência há alguns 15 anos (a memória do meu "mestre" é vasta e magnífica) lembrei-me hoje escrever por aqui sobre este desaparecido e quase desconhecido filme de 1968 realizado pelo francês Christian de Chalonge que aborda o drama da emigração portuguesa para França nos anos 50/60/70 do século 20 na esperança que alguém também saiba algo ou pelo menos já tenha lido ou ouvido falar dele.
Do filme ao que se sabe ninguém possui uma cópia (pelo menos em condições de restauro) nem o autor nem a RTP nem as cinematecas portuguesa e francesa, nada e ao que me contam não é um filme tão insignificante assim pois ganhou o prestigiado Prémio Jean Vigo. Do filme restam a memória vaga de uma passagem pela RTP nos anos após o 25 de Abril de 1974 e algumas imagens no tube: O genérico e uma parte da música composta por Luís Cilia um musico e cantor de intervenção português na altura exilado em Paris por causa da ditadura que por cá havia.

O cartaz
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Algumas imagens do genérico


Entrevista com o autor


e a singela balada do assobio da OST. Cília improvisa acompanhado à viola pelo grande Paco Ibáñez


Conta basicamente a história de António , um marceneiro português que, para fugir à guerra colonial e à pobreza, decide emigrar para França, respondendo ao desafio de um amigo. À dureza da travessia da fronteira, somam-se as dificuldades em Paris. Sem documentos, sem trabalho e sem falar francês, António deambula pela cidade em busca de Carlos, o amigo que lhe prometera ajuda. Neste seu percurso solitário, a esperança e o optimismo vão dando lugar à desilusão, sentimento partilhado por muitos portugueses com quem se vai cruzando. Filme emblemático sobre a emigração portuguesa clandestina, O Salto está imbuído de uma forte carga política e ideológica, fruto do ambiente efervescente vivido em França na época. O crescente fluxo migratório, as condições em que partiam os emigrantes – a pé e em camionetas de carga – e a forma como eram recebidos em França são questões retratadas de forma crua e realista.

(in Sapo)

Fica a esperança que um dia alguém descubra uma cópia esquecida nalgum sotão, cave ou numa garagem e seja possível revê-lo. Eu gostava muito , perdoem lá a "foleirice" saint-)


http://www.imdb.com/title/tt0063535/?ref_=nm_flmg_dr_16
paupau
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by paupau »

Excelente topico technicolor. Nunca tinha ouvido falar e tem todo o aspeto de ser um filme bem interessante. Pode ser que um dia reapareca algures.
Sobre o frnomeno do salto conheces mais algum filme?

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technicolor
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by technicolor »

paupau wrote: May 1st, 2017, 9:07 pm Excelente topico technicolor. Nunca tinha ouvido falar e tem todo o aspeto de ser um filme bem interessante. Pode ser que um dia reapareca algures.
Sobre o frnomeno do salto conheces mais algum filme?

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Viva paupau
Sobre "o salto" propriamente dito, que era a passagem ilegal/ indocumentada da(s) fronteira(s), filmes de ficção como o Salto não conheço mais, mas existem sim alguns documentários sobre o tema compostos sobretudo por depoimentos e também um série de TV que passou na RTP em 1988 (?), baseada na vida de uma emigrante portuguesa que atingiu alguma fama (foi um fenómeno de curta duração) como cantora com o nome de Linda de Suza :shock: (o nome verdadeiro é Teolinda Joaquina de Sousa Lança e ainda é viva) https://pt.wikipedia.org/wiki/Linda_de_Suza A série contou mesmo com a participação de Irene Papas mas era fraca http://www.imdb.com/title/tt0090480/. Sobre a vida de emigrante em França, o Ganhar a Vida (2001) de João Canijo e sobre a emigração na actualidade não será justo esquecer a engraçada comédia A Gaiola Dourada (2013) de Ruben Alves. E é tudo o que sei salut-)

Ficam tres documentos sobre a emigração portuguesa em França que achei interessantes:

Um com magnificas fotos em HD de Gérald Bloncourt ( a voz feminina que se escuta em fundo em tom de fado é da tal Linda de Suza (alentejana) que como o Rui Santos acrescentou em baixo e muito bem esteve nos píncaros da fama e hoje vive por lá modestamente ou mesmo com dificuldades.



Um doc francês de 1968 sobre a miséria dos Bidonvilles (bairros de lata) dos dos portugueses em Paris



e um doc mais actual com depoimentos de emigrantes desse tempo (que desmonta a ilusão do "eldorado" francês)

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Rui Santos
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by Rui Santos »

technicolor wrote: May 1st, 2017, 10:49 pm
paupau wrote: May 1st, 2017, 9:07 pm Excelente topico technicolor. Nunca tinha ouvido falar e tem todo o aspeto de ser um filme bem interessante. Pode ser que um dia reapareca algures.
Sobre o frnomeno do salto conheces mais algum filme?

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Viva paupau
Existem alguns documentários sobre o tema compostos sobretudo por depoimentos e também um série de TV que passou na RTP em 1988 (?), baseada na vida de uma emigrante portuguesa que atingiu alguma fama (foi um fenómeno de curta duração) como cantora com o nome de Linda de Suza :shock: (o nome verdadeiro é Teolinda Joaquina de Sousa e ainda é viva) https://pt.wikipedia.org/wiki/Linda_de_Suza A série contou com mesmo a participação de Irene Papas mas era fraca http://www.imdb.com/title/tt0090480/. E é tudo o que sei salut-)
A Linda de Suza era uma emigrante extremamente famosa na década de 80, tinha uma história de ter emigrado para França apenas com uma mala de cartão e de ter feito sucesso por lá à conta das suas canções (em minha opinião o sucesso era apenas devido aos emigrantes Portugueses... outros dirão uma coisa diferente), mais tarde veio cair em desgraça pois foi "enganada" por empresário ou marido.
um link de noticias recentes dela: http://www.lux.iol.pt/nacional/internac ... elo-na-rtl
E a noticia original (em francês) http://www.rtl.fr/culture/medias-people ... 7776231136
Não sei se houve mesmo uma série, mas acredito que sim.


Em relação ao tópico, ainda tenho esperança que um dia por um dos cantos da RTP ele apareça,
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by technicolor »

Rui Santos wrote: May 2nd, 2017, 12:56 am
technicolor wrote: May 1st, 2017, 10:49 pm
paupau wrote: May 1st, 2017, 9:07 pm Excelente topico technicolor. Nunca tinha ouvido falar e tem todo o aspeto de ser um filme bem interessante. Pode ser que um dia reapareca algures.
Sobre o frnomeno do salto conheces mais algum filme?

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Viva paupau
Existem alguns documentários sobre o tema compostos sobretudo por depoimentos e também um série de TV que passou na RTP em 1988 (?), baseada na vida de uma emigrante portuguesa que atingiu alguma fama (foi um fenómeno de curta duração) como cantora com o nome de Linda de Suza :shock: (o nome verdadeiro é Teolinda Joaquina de Sousa e ainda é viva) https://pt.wikipedia.org/wiki/Linda_de_Suza A série contou com mesmo a participação de Irene Papas mas era fraca http://www.imdb.com/title/tt0090480/. E é tudo o que sei salut-)
A Linda de Suza era uma emigrante extremamente famosa na década de 80, tinha uma história de ter emigrado para França apenas com uma mala de cartão e de ter feito sucesso por lá à conta das suas canções (em minha opinião o sucesso era apenas devido aos emigrantes Portugueses... outros dirão uma coisa diferente), mais tarde veio cair em desgraça pois foi "enganada" por empresário ou marido.
um link de noticias recentes dela: http://www.lux.iol.pt/nacional/internac ... elo-na-rtl
E a noticia original (em francês) http://www.rtl.fr/culture/medias-people ... 7776231136
Não sei se houve mesmo uma série, mas acredito que sim.


Em relação ao tópico, ainda tenho esperança que um dia por um dos cantos da RTP ele apareça,

Viva Rui Santos
Obrigado por completares a informação dado que eu estava mais focado n'O Salto e marginalizei um pouco a Linda de Suza. yes-)

A série, baseada no livro A Mala de Cartão que conta a saga de Linda existiu mesmo; 6 episódios! eis a prova :-)))



Quanto ao filme O Salto o que consta é de que os direitos do mesmo estarão na posse da Studio Canal :?:
Luis.Manuel
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by Luis.Manuel »

Bom, respondendo ao Technicolor :roll: :wink: ...e aos restantes interessados, parece que afinal existe pelo menos uma cópia de "O Salto" que tem sido exibida em alguns eventos culturais.
A primeira notícia que refere tal, tem origem no site da Cinemateca que presumo o tenha apresentado em 2019 integrado num ciclo dedicado à emigração.

https://www.cinemateca.pt/Programacao.aspx?ciclo=1142
O SALTO, de Christian de Chalonge, é uma obra de que não são conhecidas cópias no formato original, e que – até que se possa concluir um restauro que, este, parece finalmente viável mercê da colaboração de várias entidades – apenas entra no Ciclo pela preciosa colaboração que nos foi prestada pelo Museu das Migrações e das Comunidades de Fafe. Quase todos os filmes programados são inéditos na Cinemateca, e chamamos a atenção para o debate final, em que, entre outros, estarão presentes vários realizadores que não só abordaram como viveram eles próprios esta realidade (participantes a anunciar).
A perspectiva de avançar com um possível restauro está sobretudo nas mãos da StudioCanal que possui os direitos. (e tem "lutado" por eles dado que bloqueou a entrevista ao realizador sobre a feitura do filme no post inicial deste tópico. Não havia necessidade eh-)
Para quem não viu a entrevista (toda em francês sem leg.pt) e queira ver...
Caso a velocidade seja lenta, acontece, mande mp.

.........................



A segunda notícia é sobre a presença do realizador Christian de Chalonge no Festival de Cinema Documental de Melgaço "Filmes do Homem" em 2015 onde na companhia de Luis Cília, autor da música e do produtor Henrique Espírito Santo (falecido em 2020) apresentou (apresentaram) o filme
https://www.google.com/amp/s/amp.expres ... s-do-Homem facto mencionado no artigo do Expresso no link , último parágrafo.

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Os dois portugueses que estão na foto acima (tirada em 2015 em Melgaço/Portugal) com Chalonge (ao centro) desempenharam um papel muito significativo na concretização deste filme. São eles, Henrique Espírito Santo que fez pesquisa em Portugal sobre a realidade da emigração clandestina para França, as paisagens, os trajes, o aspecto das pessoas, a maneira de falar (o filme é de produção inteiramente francesa a cargo de Philippe de Broca mas tem uma parte com diálogos em português) e que serviram para dar autenticidade ao trabalho fílmico e Luís Cília, autor da música e que participou também nas "dobragens" dos actores que não falavam português e não só. No link abaixo podem assistir a uma pequena entrevista com Cília sobre a sua participação e sobre a rodagem em geral com algumas peripécias interessantes
>>>> https://youtu.be/0tGJW5-bHbI <<<<

A promoção da exibição do filme em 2015 em Melgaço



Alguma memorabilia do filme à venda na net

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Leituras complementares

O Salto: A viagem do silêncio (1968)
Uma análise crítica de Albertino Gonçalves

(licenciado em Sociologia pela Universidade de Paris V – Sorbonne (1981) e doutorado em Sociologia pela Universidade do Minho (1994), onde fez a agregação no grupo disciplinar de Sociologia (2005). Tem lecionado, desde 1982, disciplinas da área da metodologia das ciências sociais e da sociologia da cultura, dos estilos de vida e da arte. É coordenador dos cursos de pós-graduação do Instituto de Ciências Sociais, membro da comissão instaladora da Casa Museu de Monção e investigador do Centro de Estudos Comunicação e Sociedade.)
A emigração portuguesa para França não foi descurada pelas ciências e pelas artes. Está longe de ser uma realidade ignorada. Atendo-nos ao audiovisual, entre filmes, curtas-metragens e documentários, contabilizam-se mais de quarenta obras dignas de registo (Cardoso, João Sousa, 2009, L’Imaginaire de la communauté portugaise6 en France, à travers les images en mouvement (1967-2007), thèse de doctorat em sociologie, Université Paris V – Sorbonne). Seja pelo realizador, seja pelo sucesso de bilheteira, entre os filmes destacam-se: Manoel de Oliveira, Viagem ao princípio do mundo (1997); João Canijo, Ganhar a Vida (2001); José Vieira, La photo déchirée (2001); Michel Gomes, Ce cher mois d’Aout (2008); Ruben Alves, La câge dorée (2013); e (porque não?) o filme de animação de Sylvain Chomet, premiado com um Óscar, Les triplettes de Belleville (2003). Muitas obras dedicadas à emigração (nas ciências sociais e humanas, na arte, na literatura, no teatro e na música) provêm dos próprios emigrantes, nomeadamente da chamada “segunda geração”.
O Salto, de Christian de Chalonge, é um caso à parte. Estreado em 1967, é o primeiro filme, profissional, sobre a emigração portuguesa para França e, também, o primeiro filme assinado por Christian de Chalonge, realizador com uma carreira apreciável no cinema francês. O filme L’Argent des autres, estreado em 1978, com Jean-Louis Trintignant e Catherine Deneuve, ganhou o Prix Louis Deluc, em 1978, e dois césares em Cannes, em 1979: melhor filme e melhor realizador. O filme O Salto foi rodado num momento nevrálgico da emigração portuguesa para França, que, em crescimento acelerado, causava algum incómodo em França, nomeadamente junto dos intelectuais e dos partidos de esquerda. A França do apósguerra conheceu várias vagas de imigração. Primeiro, a italiana; seguiu-se a espanhola; e, por último, a portuguesa, marcada pelo estigma da clandestinidade. Pessoas legalizadas em França permaneciam perseguidas no país de origem. Muitos portugueses acudiam aos bairros de lata dos arredores de Paris. Em 1966, nos bairros de Champigny, Nanterre e La Courneuve viviam cerca de 27 000 portugueses, metade em Champigny (14 000), o maior bairro de lata da Europa. Muitos franceses conviviam mal com esta situação. A obra fotográfica de Gérald Bloncourt (http://www.bloncourt.net/) e O Salto de Christian de Chalonge testemunham esse incómodo. Convém recordar que o Governo francês tentou celebrar com o Governo português, sem sucesso, vários acordos de mobilidade de trabalhadores entre Portugal e a França. O filme O Salto inscreve-se num momento de viragem da emigração portuguesa: o início do fim dos “anos da lama” (e.g., o filme de José Vieira, Drôle de Mai – Chronique des Années de la Boue, 2008). Aumenta a emigração feminina associada à melhoria da qualidade de vida da população portuguesa e a uma maior abertura face à sociedade francesa. Em 1967, emigraram para França, oficialmente, quase tantas mulheres quantos os homens (48%); em 1968, emigraram, oficialmente, mais mulheres do que homens (53,5%; fonte: Antunes, M.L. Marinho, “Vinte ano de emigração portuguesa”, Análise Social, XVIII (30-31), pp. 299-385, p. 332). Meio século depois da estreia de O Salto, Christian de Chalonge confidencia “que pretendia fazer um filme sobre (...) a solidão de um homem numa grande cidade que fantasma sobre todas as coisas que lhe podem acontecer, e às quais não pode participar” (Inês Espírito Santo, Rencontre avec le réalisateur Christian de Chalonge, ISCTE-IUL, 2015: https://www.youtube.com/watch?v=xlXN45E8lQA) . O título preferido por Christian de Chalonge para o filme era “a viagem do silêncio” (Voyage of Silence é, aliás, o título da versão inglesa). A multiplicação de notícias sobre portugueses mortos nos Pirenéus e abandonados pelos passadores em Espanha contribuiu para que, entre outras possibilidades, tenha optado pela imigração portuguesa. A “solidão de um homem numa grande cidade” é, assim, encarnada por um emigrante português clandestino acabado de chegar a Paris. Este apontamento de Christian de Chalonge é oportuno. Ajuda a perceber a configuração e o propósito do filme, que ganha em ser dividido em duas partes: a viagem até França; e os primeiros dias em Paris.
A primeira parte, incluindo o genérico, dura 27 minutos; a segunda, mais de 57 minutos. Mas a diferença não é meramente quantitativa. Durante a viagem, o olhar da câmara tende a ser panorâmico. Centra-se mais no todo do que nos detalhes. Predominam o contexto e o conjunto. Há momentos em que as pessoas lembram, metaforicamente, “carneiros em transumância” (Gonçalves, Ricardo, Lisboa, Perspectivas & Realidades, 1981): a junção inicial, a passagem do rio, a deslocação nos camiões, a fuga dos passadores... Esta vontade de abrangência espelha-se no infortúnio desmedido de António: traído pelos passadores e alvejado pela guarda civil. Só falta a detenção na prisão de Girona para compor o catálogo da desgraça. O protagonista, António Ferreira, raramente se destaca como indivíduo. Faz parte de um fluxo. Em Paris, a câmara e o olhar passam a demorar-se nos detalhes e nos fragmentos. António salta de contexto para contexto sem nexo nem fio condutor. Reduz-se a uma peça sem lugar no enorme puzzle movediço. António e o espectador são acometidos por uma sensação de estranhamento, impotência e abandono. Em suma, a solidão e o desnorte na paisagem urbana. António não se cansa de lançar âncoras, todas sem amarras. Olha para tudo e ninguém o reconhece. Na estação, no meio da multidão, vacila. Na rua, caminha desamparado. No hotel, não consegue adormecer com o ruído de uma casa de cinema. Aturdido, enrosca-se na cama em posição fetal. São pequenos detalhes de uma cidade imprevisível e inóspita. Os contactos guardados no bloconotas revelam-se de pouco préstimo. Há amizades que mudam consoante o país. A determinação do homem que atravessou os Pirenéus resulta abalada. Episódio a episódio, opera-se uma “mortificação do eu”(Goffman, Erving, Manicômios, prisões e conventos, São Paulo, Ed. Perspectiva, 2001). Nos arredores de Paris, situa-se o bairro de Champigny. No filme, surge como um contraponto à cidade. É um mundo à parte, uma plataforma onde se cruzam caminhos e destinos. Um espaço cardeal do filme. A primeira paragem de António na região parisiense é, precisamente, à entrada do bairro. Na última cena, vai para lá morar. As condições materiais de habitação do bairro de Champigny eram deploráveis. No filme, um emigrante português chama-lhe uma “estrumeira”. Chegou a albergar 14 000 pessoas. Mas a humanidade também se alberga nestas barracas. Tendemos a associar o miserável e o doloroso ao desumano. Não é evidente! A emigração clandestina para França constituiu uma provação física e moral enorme, o que não impediu a emergência de gestos de dignidade e solidariedade notáveis. Os primeiros tempos dos emigrantes em França foram, muitas vezes, pautados pelo desânimo e pela privação. Nem por isso a humanidade desertou os contentores dos estaleiros da construção civil (chantiers), os quartos de hotel superlotados ou as barracas dos bairros da lata. “O papel da dor, das deceções e dos pensamentos sombrios não é de nos amargar, de nos fazer perder o nosso valor e a nossa dignidade, mas de nos amadurecer e de nos purificar (Hermann Hesse, Peter Camenzind, 1904). É este húmus de humanidade, contraposto à corrosão urbana, que Gérald Bloncourt fotografa e Christian de Chalonge filma: a lama, as crianças a brincar, os momentos de convívio, as caixas de correio, os fontanários, o barbeiro, o fotógrafo... A proximidade de olhares dos dois autores é de tal ordem que várias cenas do filme O Salto lembram fotografias de Gérald Bloncourt em movimento.As primeiras e as últimas imagens do filme entrelaçam-se. O filme abre com a carta de aliciamento e fecha nas vielas do bairro de Champigny , logo após o “contrato de instalação”. Carta e contrato, ambos da autoria de Carlos, sobressaem como chavetas que abrem e fecham a história. A carta, um embuste, e o “contrato”, um abuso. Sem progressos, sem dinheiro, sem forças e sem ânimo, como um salmão cansado, Antónionão resiste à proposta injusta de Carlos: perfilam-se longos os dias de trabalho para pagar os “papéis”, um lugar em Champigny e um emprego medíocre. Na emigração para França, insinuavam-se os dépanneurs (“solucionadores”) que ajudavam os conterrâneos a ultrapassar dificuldades (Rocha-Trindade, Maria Beatriz, Immigrés Portugais, Lisboa, ISCSPU, 1973). Uns, movidos pela generosidade espontânea, outros, pelo interesse calculista. Estes últimos são profissionais especializados em aflições alheias. Além de Carlos, no filme aparece um segundo dépanneur a vender empregos perto do Comissariado da Polícia. Onde há portugueses, há portugueses a viver à custa de portugueses. “Evidentemente, também havia exploradores. Havia um português que vinha de Lisboa de avião receber o dinheiro de 100 barracas de que era proprietário” (Henri-Marie Le Boursicaud, testemunho no documentário Les bidonvilles de Champigny-sur-Marne, Demain-TV, 2009). O olhar minucioso, próximo e compassado concorre para que O Salto se distinga como uma obra ímpar. O período de transição entre a chegada a França e a instalação na sociedade francesa tende a não despertar a memória dos emigrantes. Muitas obras (estudos, filmes, romances) reproduzem este silêncio. Um jogo de ecos sem som. Não obstante, a experiência existiu, para muitos durante demasiado tempo. E deixou marcas. O Salto lembra, por vezes, um documentário. São imagens únicas de um passado cicatrizado. O valor do filme não é apenas estético, é também histórico. Importa preservá-lo, como pede o próprio realizador. Há filmes que desaparecem sem deixar cópia capaz de garantir a projeção. Por exemplo, o filme Cruz de Ferro, de Brum do Canto (1968), filmado em Castro Laboreiro. O Salto termina com António a negociar a legalização, o emprego e o alojamento. Esta trilogia não culmina, porém, o ciclo da emigração clandestina. O emigrante torna-se legal em França, mas continua ilegal, senão refratário, em Portugal. António visitará, mais ano, menos ano, a sua terra. Com salvo-conduto até à fronteira, entra a salto e a salto sai, prudentemente discreto durante a estadia. Corre o risco de ser preso em Portugal ou em Espanha. Nos jornais regionais, o pedido mais insistente das crónicas dos correspondentes em França apelava à legalização dos emigrantes clandestinos por parte das autoridades portuguesas (Gonçalves, Albertino, 1996, Imagens e Clivagens, Porto, Afrontamento). O ciclo da emigração clandestina era deveras longo, estendia-se para além do filme. Nem todos os emigrantes portugueses tiveram o azar de António. A maioria, com passaporte de emigrante, de turista ou de “coelho”, desfrutou do apoio de redes de conterrâneos, familiares, vizinhos e amigos, que reduziram a incerteza e a insegurança.A produção do filme O Salto convocou muitos portugueses, mormente ao nível dos atores, a começar por Marco Pico, o protagonista, e Luís Cília, o compositor da música. O tema principal tornou-se um clássico. Prefiro a versão assobiada por Luís Cília, com Paco Ibañez à viola. Acode-me a sombra melódica de um herói problemático a braços com uma história sem fim.
Obs. Marco Pico o actor que desempenha o papel do protagonista António, não é português mas sim francês nascido em 1949 segundo o IMDb em "Qoulaires" como?-)(Soulières?) , França. Mais tarde tornou-se realizador e fez alguns filmes interessantes. Ainda é vivo.



A crítica ao filme no "The New York Times"
por HOWARD THOMPSON Sept. 12, 1968
THE pervasive bleakness of "Voyage of Silence" admirably attests to its skill, honesty and seriousness of purpose. It also nearly nullifies this new French import as entertainment. The film opened yesterday at the 34th Street East.Without a false note or a shred of humor, this drama depicts the bleak plight of a small army of Portuguese immigrants, menially eking out an existence in Paris as unwanted intruders in a bustling metropolis, most of them, apparently, headquartered in a muddy shantytown in the suburbs. The picture informs us that 300 of these manual laborers, naively prodded by big-city pipe dreams, illegally cross the Portuguese border into France daily. This is the story of one of them.It also happens to be a good picture, even without a ray of sunshine or hope. Christian de Chalonge, the director and co-scenarist, not only knows and understands people, but also he lets the camera itself tell most of the story in thoughtful, semi-documentary style, using a wise minimum of dialogue. The open countenance of Marc Pico, as the despairing, none-to-bright young protagonist, tells the rest.From the beginning, when Mr. Pico furtively crosses the French border, to the fadeout, when he resignedly moves in with his shanty-town compatriots, the picture moves in a straight line — uncompromising, entirety human and down, down, down. The hero's numbed realization that he is one of many, some pleasantly impersonal contacts with other city menials and the apparently unyielding glass wall between Parisian bureaucracy and the foreign vagrants—all this comes across with perceptive restraint.There is one ironic, beautifully-shaded vignette when Mr. Pico responds to a well-meaning but cautious French nurse. There is his grim discovery that his home-town pal is now a slick, urban fleecer of his own countrymen. And there is a perfunctory interview in a huge factory and his rigid retreat down an escalator that brilliantly nail down the point of the film.Henrique de Sousa, Americo Trindade, Antonio Passalia and Ludmilla Michael are as real in minor roles as everything else about this disturbing picture, with its stark candor and gnawing compassion. Mr. De Chalonge offers no solution to what he obviously feels is the exploitation of the ethnic underprivileged. But he does etch a grimy penetrating portrait of a lone outsider in a big city that will be hard to forget.

https://www.nytimes.com/1968/09/12/arch ... lence.html

Uma curiosidade
A Capa do livro de Nita Climaco " A Salto" publicado em 1967
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https://journals.library.brocku.ca/inde ... /3260/2513



Algumas das raras fotos do filme



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Christian de Chalonge nasceu em 21 de janeiro de 1937 em Douai, no norte de França e formou-se em Cinema pelo IDHEC (Institut des Hautes Études Cinématographiques) após o que inicialmente trabalhou como assistente de vários realizadores importantes: René Clemént, Serge Bourguignon, Alain Jessua, Tony Richardson, Roberto Bodegas, Costa-Gavras, Valerio Zurlini. Em alguns documentos é referido também como tendo sido director de 2a unidade de filmagem na superprodução de Tony Richardson "The Charge of the Light Brigade" de 1968.

Dirigiu a sua primeira longa metragem, "Le Saut" em 1967, muito bem acolhida pela crítica, logo seguido em 1971 por "L'Alliance", em 1978 "L'Argent des autres", (considerado o seu trabalho mais bem sucedido) depois em 1980 "Malevil", 1982 "Les Quarantièmes rugissants", 1990 "Docteur Petiot", 1991 "Le Voleur d'enfants", 1996 "Le Bel Été" 1914, 1997 "Le Comédien"
Foi ainda realizador de várias produções televisivas.

Como ja se referiu, em 1966 Chalonge foi assistente do realizador Tony Richardson no seu filme "The Sailor from Gibraltar" e foi este inglês que, admirado com as suas capacidades, o incentivou a "dar o salto" de assistente para realizador, desenvolvendo um projecto próprio com base numa ideia original, para um primeiro filme de longa metragem que o ajudaria a encontrar financiamento para o fazer. Inicialmente surgiu-lhe a ideia de fazer algo sobre um jovem perdido numa grande cidade, (com o título "A viagem do Silêncio") que corresponde a uma parte da história contada n'O Salto, mas em 1966/67 em Paris (e por toda a França) estava já em "fermentação" a revolução que eclodiria em Maio de 68 fervilhando de ideias marxistas partilhadas entre estudantes e operários das grandes fábricas francesas, onde trabalhavam também bastantes emigrantes dos quais muitos portugueses, que tinham saído clandestinamente do seu país para fugir à ditadura, à miséria das aldeias ou à guerra colonial. É então que com o argumentista espanhol Roberto Bodegas, exilado em Paris para fugir à ditadura franquista escreve(m) "a 4 mãos" o argumento de "O Salto", mais abrangente do que a ideia inicial e que (inspirado nos acontecimentos que eram notícia na altura) aborda a odisseia dos portugueses, que por essa altura chegavam a França aos milhares para tentar encontraruma vida melhor, tendo para tal contado com a colaboração (como consultores) de Carlos Saboga (argumentista de vários filmes portugueses entre os quais "O Lugar do Morto" de António Pedro de Vasconcelos e mais tarde realizador) e também de Henrique Espirito Santo com um passado de intensa actividade cineclubistica e experiência em produção de filmes publicitários (e que mais tarde vira a ser um dos mais importantes produtores de cinema em Portugal tendo começado com "O Recado" o primeiro longa-metragem de José Fonseca e Costa em 1972). A eles junta-se o músico e cantor de intervenção Luís Cília (também ele um exilado em Paris) para compor a banda sonora (contando com a participação de "Paco" Ibáñez), mas com outras funções para além da música. Para conseguir financiamento Chalonge recorreu a Philippe de Broca que nos anos anteriores tinha dirigido alguns dos maiores exitos do cinema francês: "Cartouche", "L'Homme de Rio", "Les Tribulations d'un Chinois en Chine"... convidando-o para produtor deste seu primeiro filme. E para director de fotografia é escolhido o talentoso Alain Derobe que fez um belo trabalho segundo a opinião de alguns críticos.

O Salto tem um cunho neorrealista bastante inusitado no cinema francês, tal como admite o realizador, não só pela opção pelo preto e branco mas também pelo recurso a actores não profissionais e a figurantes que na realidade eram mesmo gente dos bidonvilles > https://youtu.be/3C8f2FeKsnM < (bairros clandestinos que foram crescendo na periferia de Paris formados por grandes aglomerados de barracas ou construções precárias sem qualquer planeamento ou fornecimento de água e esgotos cujo o nome virá do facto de por lá haver muitos bidões para guardar a água que transportavam dos fontanários para uso doméstico) onde por falta de recursos financeiros viviam os emigrantes portugueses, espanhóis, italianos. Chalonge foi mesmo rodar nesses bairros e conseguiu a colaboração dos moradores como figurantes com algum trabalho de encenação não muito complicado e pagando o mesmo a todos, fossem franceses, portugueses ou espanhóis. Era gente humilde, pouco culta ou mesmo analfabeta mas ordeiros e suficientemente espertos para perceberem o que deles se pretendia. As filmagens (segundo percebi da entrevista dada por Chalonge a Inês Espírito Santo) decorreram em Espanha, França junto aos Pirenéus e em Paris. Portugal estava fora de questão porque seria impossível obter autorização do regime de Salazar para rodar um filme que transmitia uma imagem negativa do país. E é óbvio que não é um trabalho esteticamente muito sofisticado, sendo mesmo várias vezes confundido com um documentário (que obviamente não é) mas é um filme com significativo valor documental, principalmente por ter sido feito na época em que decorrem os acontecimentos relatados com muito realismo abordando um fenómeno social impactante, um verdadeiro exodo de centenas de milhares de pessoas* que fizerem grande parte do percurso entre Portugal e França a pé através de Espanha com pouquíssimos haveres tendo mesmo alguns morrido nessa longa e difícil jornada. Os únicos actores portugueses, com formação em técnicas representação, a participar no filme terão sido António Assunção http://cinemaportuguesmemoriale.pt/Pess ... o-assuncao e Alexandre de Sousa actor desde 1964 e ainda em actividade. O IMDb não indica estreia comercial em Portugal mas sim uma data de exibição de 28 de Maio de 1972 no Cineclube do Porto, mas segundo José de Matos-Cruz no seu livro "O Cais do Olhar" teve sim a sua estreia comercial no antigo cinema Estúdio 444 em Lisboa a 1 de Maio de 1969.

* O ano de 1966 «foi, sem dúvida, o ano em que se assistiu à explosão emigratória no período de Salazar: 120.239 emigrantes regulares, 12 595 em situação clandestina, constituindo um total de 132.834 emigrantes.» (Santos & Carneiro, 2004, p. 33). Entre 1967 a 1968 existiu uma redução de saídas. Em 1968 havia 500 000 portugueses em França. A partir de 1971 o número de entradas de portugueses diminui de modo significativo, mas sem desaparecer. A emigração clandestina manteve-se reduzida até 1962, embora sistemática desde 1960, ano em que aumentou consideravelmente, «passando de quase 13 000 saídas para o dobro em 1963 e duplicando de novo no ano seguinte com mais de 65 000 emigrantes» até 1971. Até 1968, a emigração clandestina mantem-se numa média de 75 000 saídas anuais, seguindo-se um aumento em 1969 e 1971, a uma média de 117 760 emigrantes por ano, e diminuindo a partir de então (Arroteia, 1983, pp. 49-50)

..........
ficha técnica do filme completa (em francês) em
https://fr.wikipedia.org/wiki/Le_Saut_(film,_1968)
Je voulais juste montrer les choses comme elles se dérouleraient en pareille circonstance selon moi. On est là et il faut montrer ce qui se passe précisément.”
Christian de Chalonge

Edit.: Resumindo, o que terá realmente desaparecido de "O Salto" terão sido as cópias (e o original) do filme finalizado em formato 35mm para distribuição comercial e o que existe serão (algumas) cópias em 16mm (ou em super 16mm?) para telecinema ou divulgação em pequenas salas. O formato 16mm tem uma resolução equivalente a 3K (digital) o que já permite uma boa edição DVD ou com algum trabalho de tratamento de imagem talvez até uma razoável imagem para uma edição blu-ray, quem sabe.

O filme, segundo consegui encontrar referência foi exibido em 1993 na Cinemateca Portuguesa, em 2007 por iniciativa do Instituto Franco Portugais (actual Institut Français Portugal ) em Lisboa, em 2015 em Melgaço Viana do Castelo, também em 2015 foi exibido em Coimbra no ambito do Certame "Caminhos do Cinema Português" e em 2019 novamente na Cinemateca (?) e também em Novembro de 2019 no ambito da iniciativa "Migrações e Exílios" da Escola de Artes António Arroio em parceria com o Cineclube Edgar Sardinha. Se todas estas referências se concretizaram isso já não posso garantir. Antes dessa data de 1993 há referência no IMDb de uma apresentação (estreia?) no Cineclube do Porto em 1972 e depois de 1974 eventualmente na Sala do Palácio Foz em cópia cedida pela Embaixada de França (?) e/ ou no antigo cinema Universal na Rua da Beneficência em Lisboa.

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Off topic ( sorry :mrgreen: )
Já agora, a Vila de Melgaço possui um pequeno Museu de Cinema muito pouco divulgado constituído com o espólio muito interessante de um colecionador francês Jean Loup Passek que era um grande fã desta terra do extremo norte de Portugal e lhes ofereceu essa preciosa colecção.

https://m.facebook.com/municipiodemelga ... 049789385/

https://www.cm-melgaco.pt/visitar/o-que ... up-passek/

E se um dia passarem por Melgaço, para além do Museu, visitem também a "aldeia onde começa Portugal": Cevide onde se encontra o marco de fronteira n°1 e onde também vos receberá simpaticamente com a oferta de um copo do delicioso vinho alvarinho o Mário Monteiro, um cevidense e magnífico contador de histórias da raia (da emigração a salto para França e do contrabando com Espanha que naquela pitoresca aldeia aconteceram).
Last edited by Luis.Manuel on October 2nd, 2022, 9:55 am, edited 49 times in total.
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by rui sousa »

Óptimo update, Luís. Obrigado pela recolha de informações. Tenho uma grande curiosidade quanto a este filme e espero que a Studiocanal viabilize a sua recuperação.
Luis.Manuel
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by Luis.Manuel »

rui sousa wrote: August 20th, 2022, 1:09 am Óptimo update, Luís. Obrigado pela recolha de informações. Tenho uma grande curiosidade quanto a este filme e espero que a Studiocanal viabilize a sua recuperação.
Eu é que agradeço o teu comentário de apoio Rui Sousa que vindo de quem vem tem ainda mais valor.
Já agora quero dizer-te que conto com o teu regresso à antena da RDP em Setembro com mais emissões do "Pranchas e Balões" do qual sou ouvinte fiel, em directo ou em podcast.
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by rui sousa »

Luis.Manuel wrote: August 20th, 2022, 1:37 pm
rui sousa wrote: August 20th, 2022, 1:09 am Óptimo update, Luís. Obrigado pela recolha de informações. Tenho uma grande curiosidade quanto a este filme e espero que a Studiocanal viabilize a sua recuperação.
Eu é que agradeço o teu comentário de apoio Rui Sousa que vindo de quem vem tem ainda mais valor.
Já agora quero dizer-te que conto com o teu regresso à antena da RDP em Setembro com mais emissões do "Pranchas e Balões" do qual sou ouvinte fiel, em directo ou em podcast.
Muito obrigado pelas palavras, Luís! O programa voltará a 12 de Setembro, se não estou em erro (e se não houver bola).
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by Strangelove »

Aquilo que pelo título eu deduzo ser um programa sobre banda desenhada, o meu outro vício?
Vou já ouvir isso, Rui!
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by Strangelove »

Bem, vou correr o risco de chocar alguns dos meus companheiros de compras de filmes.

Eu tenho acesso a este filme, numa captura de TV com uma qualidade decente.
Está num fórum de filmes raros que frequento de há muitos anos a esta parte e que serve, precisamente, para encontrar filmes perdidos, workprints, etc, etc...

Se for do interesse geral, posso tratar de partilhar individualmente (nunca por link no fórum), mas apenas se não causar problemas morais à generalidade das pessoas aqui.
Eu não me sinto mal com esta pequena percentagem de pirataria que cometo, mas entendo se este post for apagado por completo.
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

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Corrijo o que disse, a qualidade é menor do que eu pensava.
Foi gravado em 2002 de um canal de satélite para VHS.
Mas se houver uma ânsia enorme até o restauro acontecer, digam.

De novo, se este post desaparecer, compreendo.
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by rui sousa »

Strangelove wrote: August 25th, 2022, 4:52 pm Aquilo que pelo título eu deduzo ser um programa sobre banda desenhada, o meu outro vício?
Vou já ouvir isso, Rui!
É verdade!

(Já agora, e passo a publicidade: linktr.ee/pranchasebaloes)
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by rui sousa »

Strangelove wrote: August 25th, 2022, 5:03 pm Corrijo o que disse, a qualidade é menor do que eu pensava.
Foi gravado em 2002 de um canal de satélite para VHS.
Mas se houver uma ânsia enorme até o restauro acontecer, digam.

De novo, se este post desaparecer, compreendo.
É a única maneira, infelizmente, de aceder a muitos filmes... muito cinema português só está acessível porque alguém gravou as passagens dos filmes na tv e partilhou na internet. Se quiseres (até porque o restauro poderá ser uma incógnita), é falarmos por MP. nails-)
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Re: O Salto (1968) um filme (tristemente) desaparecido...

Post by Strangelove »

Muito bem, falemos todos por mensagem. Hoje à noite já coloco o ficheiro a sacar. Só há duas pessoas a manter o filme vivo, por isso é melhor apressar-me.
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