Uma boa surpresa vinda da Austrália, este The Dry. É um whodunnit, um thriller dramático bastante sólido e empolgante. Fez-me lembrar um pouquinho a série Twin Peaks, na questão da pequena comunidade fechada em si que guarda a sete chaves os seus fantasmas e segredos mais escabrosos.
Elenco excelente, com inevitável destaque para a composição sóbria e sentida do magnífico Eric Bana.
Uma boa surpresa vinda da Austrália, este The Dry. É um whodunnit, um thriller dramático bastante sólido e empolgante. Fez-me lembrar um pouquinho a série Twin Peaks, na questão da pequena comunidade fechada em si que guarda a sete chaves os seus fantasmas e segredos mais escabrosos.
Elenco excelente, com inevitável destaque para a composição sóbria e sentida do magnífico Eric Bana.
Bom filme, bom filme. Fico só com pena que tenha pouca duração (relativizando), porque parece que é uma história com muito mais matéria para espremer, quer a nível de intriga policial, quer a nível de personagens, quer a nível de ligações comunitárias. A vertente "whodunnit" - que tem dois níveis temporais e dois mistérios que podem estar ligados - afigura-se-me quase como um mero pretexto para explorar toda uma enorme mágoa e solidão interior no protagonista, no sentido de as ir soltando aos poucos, e com elas as revelações e os desenlaces que vão surgindo a conta gotas. Isto para dizer que fiquei com enorme vontade de ler o livro de onde isto foi adaptato, imaginando que aí sim vou encontrar toda essa estrutura de filigrana que o tempo narrativo de uma obra de cinema não permite explorar. Escrito por uma tal de Jane Harper, está disponível no mercado português com o título de "A Seca".
8/10
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
O meu filme favorito dos que já vi desta área geográfica é The Piano, da Jane Campion. Belíssimo e muito marcante.
O Heavenly Creatures do Peter Jackson já vi há muitos anos. Tenho ideia de gostar, mas já não me recordo de muita coisa.
O Picnic at Hanging Rock do Peter Weir tem o seu quê de intrigante, mas acaba por ser mais indirecto do que hipnotizante, e tinha lá os elementos para isso.
O Walkabout do Nicolas Roeg é cuidadoso com a cinematografia e gosto do experimentalismo no início. O final é demasiado didático quando podia ser poético e subtil. No global é um filme recomendável, e porreiro para contrastar com o Don't Look Now do Roeg.
O Mad Max original é um filme muito manhoso, com uma das bandas-sonoros mais over-the-top que já tive a infelicidade de ouvir. Série B medíocre. O MM2 já tem um setting muito mais fixe e uma banda-sonora menos intrusiva (ainda algo exagerada), perseguições melhores e uma plot mais coesa e melhor desenvolvida. O MM3 volta a cair em qualidade, cheio de situações pouco lógicas umas atrás das outras, acho que ainda é menos interessante que o original. O MM4 é dos melhores filmes de acção da última década, a Charlize Theron está incrível e até me fez gostar mais e compreender melhor toda a série do George Miller.
O 'Breaker' Morant é um filme diferente sobre intrigas militares e hipocrisias judiciais. Personagens bem construídos e bem usados. Tem semelhanças temáticas com o Paths of Glory do Kubrick; não chega a esse nível, mas é um bom filme.
Gostei do Lion de 2016, mas não é algo que tenha muita pressa de rever nem que seja excepcionalmente essencial.
É dificil traçar uma linha mas do que vi destaco o Wake in Fright, Shine, Mary and Max (animação), Once Were Warriors, Bad Boy Bubby e In My Father's Den. O Kenny e o The Castle são duas comédias imperdiveis. E há outros...
O Chopper não é tão bom mas a atuação do Eric Bana, só por si, já vale o filme.
Dito isto também algumas coisas foram surpreendentes como o tempo que demorou a darem o alarme, a inoperância geral da policia e algumas escolhas feitas pela realização ou por quem escreveu o guião. A contrário de outros filmes do género quase nunca seguimos a policia, o assassino é seguido mas também de forma algo esporádica e o que se acaba mais por ver é a forma como algumas pessoas enfrentaram a situação. Nunca se percebe muito bem o que é que andaram a fazer para o apanhar, o que ainda demorou bastante.
É um filme interessante mas que não está isento de algumas falhas e algumas escolhas pareceram-me bizarras
por exemplo a reação dos policias quando finalmente o apanham: primeiro põem-se todos a fumar!? ;
e passado um bocado vão em bando ajudar a velhinha que se escondeu em casa e que agora até já consegue andar
The Snowtown Murders (Snowtown) https://www.imdb.com/title/tt1680114/?ref_=ttls_li_tt https://www.rottentomatoes.com/m/the_snowtown_murders
Filme bastante violento e talvez ainda mais no lado psicológico.
Tem uma daquelas personalidades dominantes que contamina e amedronta tudo à volta* (digno do tópico dos piores vilões do cinema).
Comecei a ver sem saber do que tratava e cheguei a desistir logo nos primeiros minutos. Mas calhou ir espreitar as distinções que o filme recebeu e resolvi dar uma segunda hipótese.
É sempre bastante tenso e é baseado numa história verdadeira.
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