Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

[drakes]

O grupo de hackers Anonymous afirma ter violado o banco de dados do Serviço Federal de Supervisão das Comunicações, Tecnologia da Informação e Meios de Comunicação de Massa (Roskomnadzor), do qual teria vazado mais de 360 mil arquivos.

O Roskomnadzor é o órgão executivo federal russo responsável pela censura na mídia e nas telecomunicações e tem aplicado as novas orientações do Kremlin que visam impedir reportagens da mídia independente na Rússia sobre o conflito com a Ucrânia, que começou em 25 de fevereiro. Entre as medidas recentes do órgão está o bloqueio do acesso ao Twitter e ao Facebook. Além disso, em 4 de março, o presidente russo Vladimir Putin apresentou uma nova lei que proíbe a publicação de “informações conscientemente falsas” sobre os militares russos e suas operações, com pena de até 15 anos de prisão. Isso levou várias órgãos da mídia ocidental, como o The New York Times, a interromper temporariamente as operações no país.

Em um tuíte postado em uma de suas contas na quinta-feira da semana passada, 10, o grupo hacker Anonymous declarou ter violado e vazado com sucesso o banco de dados de Roskomnadzor, liberando ao público mais de 360 ​​mil arquivos.

https://www.cisoadvisor.com.br/anonymou ... ral-russa/
Quem sabe agora sabemos de um país quem pediu o filme/peça para ser censurado a pedido do mandante com as suas razões.

[Helder Fialho]

O filme Benedetta do Paul Verhoeven foi censurado em Singapura. O órgão estatal responsável pela atribuição da classificação etária dos filmes em Singapura recusou classificar o filme, o que fez com que a distribuição do Benedetta em Singapura fosse proibida. O motivo invocado foi que o filme contém uma representação desadequada da Igreja Católica e cenas não adequadas a pessoas mais sensíveis ao tema, sobretudo católicos, dada a temática do filme, e referem como justificação em particular uma cena de sexo entre duas freiras lésbicas, uma delas a personagem principal, a freira Benedetta. A população de Singapura é maioritariamente budista mas, segundo um relato de um habitante local, tudo indica que foi uma decisão tomada a priori, por antecipação, ao nível governamental, antes que eventualmente houvesse uma reacção negativa pública ao filme por parte da comunidade católica de Singapura. Uma decisão tomada mais por medo de reacções negativas da comunidade católica do que propriamente por uma vontade manifesta e deliberada das autoridades em censurar a distribuição do filme nos cinemas. Cito este residente que escreveu no Twitter: "As expected, Benedetta is outright banned in Singapore—there is always that prevalent fear that it will offend hardline religious conservatives who are, for the lack of a better word, easily triggered."


Ainda sobre o Benedetta mas nos Estados Unidos. Lá o filme não foi censurado mas, no final de Setembro, quando fez a sua estreia no New York Film Festival, um grupo católico chamado America Needs Fatima (sim, a "nossa" Nossa Senhora de Fátima) que, por sua vez, faz parte de uma associação maior chamada The American Society for the Defense of Tradition, Family and Property (Sociedade Americana pela Defesa da Tradição, Família e Propriedade) fez um protesto contra o filme à entrada do Lincoln Center, em Nova York onde decorreu o Festival e onde o filme estreou. O motivo foi, mais uma vez, a representação de amor e de sexo entre duas freiras lésbicas. Este grupo invocou, de entre outras coisas, que se tratava de blasfémia.

https://www.indiewire.com/2021/09/paul- ... 234667479/

[Helder Fialho]

Excerto muito interessante de uma entrevista de 98 a João Bénard da Costa onde fala sobre vários filmes estrangeiros que foram censurados em Portugal durante a Ditadura e onde refere os motivos pelos quais foram proibidos pela Censura.

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/joao- ... a-parte-i/

[Helder Fialho]

Por razões políticas e pelos bons costumes, cerca de 3500 filmes, principalmente estrangeiros mas também alguns portugueses, foram proibidos antes de 25 de abril de 1974.

Este artigo refere alguns deles. Se clicarem na imagem quadrada respectiva de cada um, poderão saber cada filme e qual a justificação oficial da Censura para ter proibido esse filme.

https://mag.sapo.pt/cinema/atualidade-c ... de-abril-2

[Helder Fialho]

Um paper académico muito interessante sobre a censura ao cinema em Portugal durante a Ditadura no período entre 1945 e 1952. Filmes proibidos e cortados pela Comissão de Censura (1945-1952):

https://publication.avanca.org/index.ph ... ew/275/537


Creio que há um livro da autoria de Lauro António, falecido recentemente, sobre os filmes censurados, proibidos e exibidos com cortes em Portugal no Estado Novo e que contém a lista completa dos filmes. O livro chama-se Cinema e Censura em Portugal.

[Helder Fialho]

Um artigo longo mas muito interessante e abrangente sobre a situação actual (o artigo é de Agosto) do Cinema na Rússia, quer em termos do reforço da censura do regime de Putin particularmente aos realizadores russos que o criticam publicamente e criticam a invasão russa da Ucrânia, quer em termos do impacto financeiro fortíssimo na Rússia provocado pela fuga dos grandes estúdios de Hollywood em protesto contra a invasão e da consequente falta de filmes para mostrar nos cinemas, uma vez que só o cinema russo não é suficiente para aguentar financeiramente as salas e mesmo no cinema russo as filmagens que se fazem, ou estão paradas ou foram canceladas.

Alexander Sokurov, realizador mais conhecido pelo fantástico Russian Ark mas autor de muitos outros filmes excelentes, já tinha denunciado publicamente há uns anos que, para quem, como ele, é opositor ao regime, estava a ser cada vez mais difícil filmar no seu próprio país.

https://www.businessinsider.com/back-to ... ort-2022-8

[drakes]

Return to Dust ( chinês :隐入尘烟; pinyin : Yǐn rù chényān ) China ,escrito e dirigido por Li Ruijun . Teve sua estreia mundial na Berlinale 2022 , foi um hit no país, "mas antes do filme ser removido das plataformas de streaming na China, a versão revisada adicionou uma linha de texto neste momento antes do início dos créditos. Diz (em chinês): "Ma Youtie mudou-se para sua nova casa no inverno de 2011 e começou sua nova vida com a ajuda do governo e dos aldeões de bom coração". a versão revisada adicionou uma linha de texto neste ponto antes do início dos créditos. Diz (em chinês): "Ma Youtie mudou-se para sua nova casa no inverno de 2011 e começou sua nova vida com a ajuda do governo e dos aldeões de bom coração". a versão revisada adicionou uma linha de texto neste ponto antes do início dos créditos. Diz (em chinês): "Ma Youtie mudou-se para sua nova casa no inverno de 2011 e começou sua nova vida com a ajuda do governo e dos aldeões de bom coração". fonte wiki... mas poderia ser guardian

[drakes]

Um artigo longo mas muito interessante e abrangente sobre a situação actual (o artigo é de Agosto) do Cinema na Rússia, quer em termos do reforço da censura do regime de Putin particularmente aos realizadores russos que o criticam publicamente e criticam a invasão russa da Ucrânia, quer em termos do impacto financeiro fortíssimo na Rússia provocado pela fuga dos grandes estúdios de Hollywood em protesto contra a invasão e da consequente falta de filmes para mostrar nos cinemas, uma vez que só o cinema russo não é suficiente para aguentar financeiramente as salas e mesmo no cinema russo as filmagens que se fazem, ou estão paradas ou foram canceladas.

Alexander Sokurov, realizador mais conhecido pelo fantástico Russian Ark mas autor de muitos outros filmes excelentes, já tinha denunciado publicamente há uns anos que, para quem, como ele, é opositor ao regime, estava a ser cada vez mais difícil filmar no seu próprio país.

https://www.businessinsider.com/back-to ... ort-2022-8

A Rússia só financia filmes como o do Anton Megerdichev: Land of Legends (Serdtse Parmy, 2022), que segundo a crítica tem uma mensagem clara pró regime:

http://www.kinokultura.com/2022/78r-serdtse-parmy.shtml

In lieu of the ProfiCinema Index. The state of the Russian film industry in the first half of 2022
By Nina Romodanovskaya
http://www.kinokultura.com/2022/78-Prof ... dex1.shtml

[Helder Fialho]

A Rússia só financia filmes como o do Anton Megerdichev: Land of Legends (Serdtse Parmy, 2022), que segundo a crítica tem uma mensagem clara pró regime:

http://www.kinokultura.com/2022/78r-serdtse-parmy.shtml

In lieu of the ProfiCinema Index. The state of the Russian film industry in the first half of 2022
By Nina Romodanovskaya
http://www.kinokultura.com/2022/78-Prof ... dex1.shtml

Na Rússia, infelizmente tudo está a encaminhar-se nesse sentido. Não conheço nenhum filme de Anton Megerdichev nem o seu posicionamento político mas até pode nem ser um realizador apoiante do regime. O problema é que, se ele quiser continuar a trabalhar, tem de fazer filmes a dizer bem do regime. Basicamente os realizadores russos que sejam contra o Putin e / ou contra a invasão da Ucrânia têm duas hipóteses: ou continuam a fazer os seus filmes fazendo pleno uso da sua liberdade de expressão e arriscam-se a ser perseguidos, presos ou mortos ou terão de fugir da Rússia e exilarem-se no Ocidente, como fizeram muitos realizadores alemães que fugiram para os EUA quando Hitler chegou ao Poder e perseguiu e proibiu toda a Arte alemã que não fizesse propaganda do Nazismo. Foi o caso de Fritz Lang, por exemplo. Há ainda uma terceira hipótese que é um permanente "andar na corda bamba" e fazer um "jogo de cintura" complexo, ora fazendo filmes um pouco mais arriscados mas em que a mensagem contra o regime seja mais subliminar, para que os censores não percebam, ora fazerem filmes mais de propaganda para manter o regime satisfeito e para poderem continuar a receber o financiamento das produtoras chinesas que são quase todas estatais e obviamente pró-regime. Mesmo as que se dizem privadas, na realidade todas dependem do Partido Comunista. É o que Zhang Yimou e Chen Kaige fazem na China e mesmo assim às vezes têm problemas com o regime. Há dois anos, Zhang Yimou viu o seu filme One Second ser retirado antes de ser exibido na Berlinale mas mais tarde acabou por ser permitida a exibição noutros festivais. A sorte dele é que ele tem muito prestígio internacional e isso tem feito com que os censores chineses na maior parte das vezes façam vista grossa sobre os filmes dele.

Alexander Sokurov foi detido durante 48 horas pelas autoridades russas quando ia passar a fronteira de carro para ir apresentar o seu novo filme, Fairytale, ao Festival de Locarno. Quando ele perguntou porque é que lhe estavam a apreender o passaporte e os documentos e porque é que o iam deter, os guardas fronteiriços não lhe responderam mas o motivo principal é ele ter se manifestado publicamente contra a guerra na Ucrânia e também pelo seu filme Fairytale ter como cenário o Purgatório onde um dos seus residentes é Estaline. Hoje em dia na Rússia ainda há um grande culto da personalidade a Estaline, que se manifesta, de entre outras coisas, pela venda em quiosques nas ruas de Moscovo de imagens, retratos, estatuetas e uma série de parafernália com a cara de Estaline estampada. Este culto é motivado pelas saudades da União Soviética (Gorbachov, que faleceu há muito pouco tempo, é odiado pela esmagadora maioria dos russos) e que é incentivado por Putin.

[Luis.Manuel]

A Rússia só financia filmes como o do Anton Megerdichev: Land of Legends (Serdtse Parmy, 2022), que segundo a crítica tem uma mensagem clara pró regime:

http://www.kinokultura.com/2022/78r-serdtse-parmy.shtml

In lieu of the ProfiCinema Index. The state of the Russian film industry in the first half of 2022
By Nina Romodanovskaya
http://www.kinokultura.com/2022/78-Prof ... dex1.shtml

Na Rússia, infelizmente tudo está a encaminhar-se nesse sentido. Não conheço nenhum filme de Anton Megerdichev nem o seu posicionamento político mas até pode nem ser um realizador apoiante do regime. O problema é que, se ele quiser continuar a trabalhar, tem de fazer filmes a dizer bem do regime. Basicamente os realizadores russos que sejam contra o Putin e / ou contra a invasão da Ucrânia têm duas hipóteses: ou continuam a fazer os seus filmes fazendo pleno uso da sua liberdade de expressão e arriscam-se a ser perseguidos, presos ou mortos ou terão de fugir da Rússia e exilarem-se no Ocidente, como fizeram muitos realizadores alemães que fugiram para os EUA quando Hitler chegou ao Poder e perseguiu e proibiu toda a Arte alemã que não fizesse propaganda do Nazismo. Foi o caso de Fritz Lang, por exemplo. Há ainda uma terceira hipótese que é um permanente "andar na corda bamba" e fazer um "jogo de cintura" complexo, ora fazendo filmes um pouco mais arriscados mas em que a mensagem contra o regime seja mais subliminar, para que os censores não percebam, ora fazerem filmes mais de propaganda para manter o regime satisfeito e para poderem continuar a receber o financiamento das produtoras chinesas que são quase todas estatais e obviamente pró-regime. Mesmo as que se dizem privadas, na realidade todas dependem do Partido Comunista. É o que Zhang Yimou e Chen Kaige fazem na China e mesmo assim às vezes têm problemas com o regime. Há dois anos, Zhang Yimou viu o seu filme One Second ser retirado antes de ser exibido na Berlinale mas mais tarde acabou por ser permitida a exibição noutros festivais. A sorte dele é que ele tem muito prestígio internacional e isso tem feito com que os censores chineses na maior parte das vezes façam vista grossa sobre os filmes dele.

Alexander Sokurov foi detido durante 48 horas pelas autoridades russas quando ia passar a fronteira de carro para ir apresentar o seu novo filme, Fairytale, ao Festival de Locarno. Quando ele perguntou porque é que lhe estavam a apreender o passaporte e os documentos e porque é que o iam deter, os guardas fronteiriços não lhe responderam mas o motivo principal é ele ter se manifestado publicamente contra a guerra na Ucrânia e também pelo seu filme Fairytale ter como cenário o Purgatório onde um dos seus residentes é Estaline. Hoje em dia na Rússia ainda há um grande culto da personalidade a Estaline, que se manifesta, de entre outras coisas, pela venda em quiosques nas ruas de Moscovo de imagens, retratos, estatuetas e uma série de parafernália com a cara de Estaline estampada. Este culto é motivado pelas saudades da União Soviética (Gorbachov, que faleceu há muito pouco tempo, é odiado pela esmagadora maioria dos russos) e que é incentivado por Putin.

Só não concordo muito com esta pequenina frase.

Gorbachov... ...é odiado pela esmagadora maioria dos russos

Já "maioria" simplesmente, me parece excessivo, mas juntar-lhe "esmagadora" é francamente questionável (na minha modesta opinião). De resto nada mais a apontar.

[Helder Fialho]

Só não concordo muito com esta pequenina frase.

Gorbachov... ...é odiado pela esmagadora maioria dos russos

Já "maioria" simplesmente, me parece excessivo, mas juntar-lhe "esmagadora" é francamente questionável (na minha modesta opinião). De resto nada mais a apontar.

Talvez 'esmagadora' tenha sido demais, admito, mas é a percepção que tenho. Posso estar enganado. Se estiver, ainda bem. Todavia, há imagens de Gorbachov naquele palanque onde estavam sempre os líderes soviéticos a observar uma Praça Vermelha repleta a protestar contra ele e a vaiá-lo, na sequência da implementação da perestroika e da glasnost.

[Samwise]

Não quero acrescentar nada de significativo à conversa, mas apenas dizer que qualquer opinião sobre a forma como o Gorbachev é encarado pelos russos carece de um meio de prova dificilmente tangível.

Independentemente daquilo que cada um de nós pensa sobre o papel dele no curso da história - e da nossa vontade em defender ou atacar esse papel.

[Luis.Manuel]

Só não concordo muito com esta pequenina frase.

Gorbachov... ...é odiado pela esmagadora maioria dos russos

Já "maioria" simplesmente, me parece excessivo, mas juntar-lhe "esmagadora" é francamente questionável (na minha modesta opinião). De resto nada mais a apontar.

Talvez 'esmagadora' tenha sido demais, admito, mas é a percepção que tenho. Posso estar enganado. Se estiver, ainda bem. Todavia, há imagens de Gorbachov naquele palanque onde estavam sempre os líderes soviéticos a observar uma Praça Vermelha repleta a protestar contra ele e a vaiá-lo, na sequência da implementação da perestroika e da glasnost.

A primeira coisa quero fazer é pedir desculpas se pareci arrogante ou (fui) mal educado. Na verdade leio sempre as as tuas publicações com bastante interesse (e obviamente não para procurar quaisqueres eventuais "falhas"). Neste caso comentei um pequeno detalhe com o qual discordo mas como refere o Samwise, e muito bem, são ambas (a minha e a tua) opiniões pessoais difíceis de fundamentar. Se se tratasse de um debate entre o Carlos Fino e o José Milhazes que assistiram "in loco" à queda da União Soviética o diferendo de opinião ganharia seguramente outra importância .
Só para explicar um pouco melhor o porquê do meu "desacordo", minha visão da "Rússia" implica um país com cerca de 144 milhões de habitantes de 160 diferentes grupos étnicos que falam russo e outras 31 línguas cooficiais, espalhados por 17 124 442 km2. Na verdade os acontecimentos principais da perestroika tiveram lugar na capital Moscovo, uma cidade europeia, e aí talvez tenha havido uma maior contestação a Gorbachov mas nem sempre o que se passa em Moscovo (nem as decisões de Putin) representam (em minha opinião) a esmagadora maioria dos 140 milhões de habitantes da Federação. E sim, admito publicamente a minha profunda admiração pela figura de Mikhail Gorbatchov (e a minha oposição total à invasão da Ucrânia.)
Dada esta explicação espero ter clarificado qualquer mal entendido e continuarei a ler os teus comentários com toda a atenção.

[drakes]

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez censura prévia ao documentário “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, da Brasil Paralelo, que seria lançado no próximo dia 24. A decisão é do ministro do TSE Benedito Gonçalves e atende a um pedido do Partido dos Trabalhadores (PT). O conteúdo, que faz parte da série "Investigação Paralela", não poderá ser exibido até o dia 31 de outubro, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.


Gonçalves também determinou ao YouTube a desmonetização até o dia 31 dos canais da Brasil Paralelo, da Foco do Brasil e da Folha Política, sob pena de multa diária de R$ 20.000. Além disso, o magistrado proibiu os três canais de impulsionarem "conteúdos político-eleitorais" envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O ministro do TSE exige ainda a identificação ou exclusão de 28 perfis de apoiadores de Bolsonaro no Twitter, "em virtude do anonimato", e a intimação de Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador do Rio de Janeiro, para que se manifeste sobre a "utilização política-eleitoral de seus perfis nas redes sociais".

A justificativa para a censura é de que a Brasil Paralelo e apoiadores de Jair Bolsonaro fariam parte de um suposto grupo unido para disseminar desinformação durante a campanha eleitoral. O ministro acatou a tese de "desordem informacional", segundo a qual o uso de recursos econômicos próprios para difundir informações verdadeiras que, em seu conjunto, possam prejudicar algum candidato, seria abuso de poder econômico. Essa interpretação fere a Constituição Brasileira, que defende a liberdade de expressão, de imprensa e econômica. Leia aqui a decisão na íntegra: não houve apresentação de provas, investigação formal ou abertura para a ampla defesa dos acusados.

Constituição veda censura prévia
Em reportagem publicada na manhã desta terça-feira (18) pela Gazeta do Povo, antes da decisão de Gonçalves, juristas destacaram que seria censura prévia o TSE acatar o pedido do PT.

Dário Júnior, advogado e doutor em Direito Processual, vê como risco à democracia a tentativa de negar à população qualquer informação contrária à visão que a campanha de Lula quer difundir sobre o PT. “Um partido político tem meios próprios de refutar conteúdos que lhe são incômodos: possui o horário eleitoral, canais próprios nas redes sociais, veículos de imprensa alinhados ao seu programa ou à sua ideologia. Propor censura e banimento é uma postura autoritária e inconcebível em uma democracia”, disse.

De acordo com Roger Leal, professor de Direito Constitucional da Universidade de São Paulo (USP), “na democracia em geral e nas eleições em particular, a regra deve ser a livre circulação de ideias e informações”. “Em casos de manifestações ofensivas e mensagens maliciosas, avalio que a ordem constitucional apresenta solução adequada ao assegurar, no inciso V ao artigo 5º da Constituição, o direito de resposta. Entre suspender vídeos e mensagens ou permitir que a parte prejudicada esclareça sua posição no mesmo espaço ou canal, penso que a segunda alternativa deve ser prestigiada. Ela favorece o devido esclarecimento das questões”, explicou.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoe ... bolsonaro/
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Bem não sei se é censura prévia, por que a censura prévia em terras brasilis sempre a autoridade assistia a peça ou sabia do seu conteúdo, no caso nem isso, é uma inovação.

[drakes]

Como as Ias podem levar a censura de costumes a ser contornada e no caso japonês a lei ser derrogada.