Hong Kong 2010 ( photo report )

[DarkPhoenix]

Aproveito esta bendita pausa para lembrar que o meu blog http://ultrawideangle.blogspot.com/ está ( um pouco mais ) actualizado.

[DarkPhoenix]

Domingo, 26 Dezembro 2010 ( parte 2 )


Entrei em MTR North Point, Island Line em direcção a Leste, embora ainda sem saber ao certo o que ia fazer durante a tarde...
Simplesmente, como acontece em determinadas cidades do planeta, há locais magnéticos que nos atraem de forma constante e em especial quando estamos indecisos e em piloto automático, zonas com características peculiares que concentram doses misteriosas de energia humana, pontos de convergência e ao mesmo tempo pontos de decisão e de partida.
Locais como Times Square em Manhattan, Shibuya Crossing em Tokyo, Picadilly Circus em London, mas neste caso refiro-me a Central em Hong Kong.

Saí em MTR Sheung Wan, fim de linha e estação privilegiada para aceder aos cais de embarque.
Havia decidido visitar uma das ilhas, faltava-me saber qual...

O sol brilhava e reflectia as fachadas dos edifícios, em contraste absoluto com o cinzento dia anterior.




À esquerda, o colorido de um barco de pesca e o magnífico ICC.
Em cima, as torres do Shun Tak Centre com ligação ao Macau Ferry Terminal.



Há empregos para todos os gostos, necessidades ou taras...
Afinal, alguém tem que limpar a coroa do IFC2, não?


De volta à terra, comecei a percorrer os cais, como quem percorre um mercado, em busca do produto mais indicado para a tarde que avançava.
Previamente ( trabalho de casa ) tinha escolhido como opções as ilhas Cheung Chau, Peng Chau e Lamma.
Algo de familiar me chamou a atenção no Central Pier 4...
Fui na recomendação do Chow Yun-Fat:




Lamma Island



Mapa de Hong Kong, destaque para a ilha de Lamma.


Mapa de Lamma, a vermelho o trajecto privilegiado que os visitantes ( eu incluído ) mais interessados em caminhadas não deixam de efectuar.
São 6km entre Yung Shue Wan e Sok Kwu Wan, umas boas 2 horas de caminho.


A tarde convidava a um passeio de barco. Aqui, passando ao lado da pequena Green Island.


A 30 minutos de ferry de Central, Lamma é a terceira maior das 200 ilhas ( mais a Península de Kowloon ) que formam o território de Hong Kong.
Chow Yun-Fat é o seu fruto mais famoso, natural da remota aldeia de Tung-O, e a sua família ainda opera um restaurante na ilha.

Parte significativa da população de Lamma é composta por ocidentais ( expats, de expatriates ), que vieram para este paraíso em busca do idílico regresso à natureza e a uma vida mais simples.
Como resultado da fusão cultural, Lamma tem um ambiente muito característico.

Os cerca de 6000 habitantes da ilha vivem sobretudo da pesca e do turismo, que acorre em massa aos fins-de-semana, vindos de todos os cantos de Hong Kong em busca de tranquilidade e uma boa refeição num dos incontáveis restaurantes costeiros.




Monte Carlo dos hippies, Yung Shue Wan!


Proibidos os automóveis nesta ilha ( óptimo, já que nem existem estradas ), a bicicleta é uma alternativa.

Os restaurantes repletos com todo o tipo de peixe e marisco cercam-nos assim que deixamos o cais.
Muitos deles com enormes tanques onde as futuras refeições podem ser apreciadas nos seus últimos momentos.
Impressiona a quantidade de recursos naturais aqui à disposição dos apetites de turistas...
Não me senti particularmente feliz ao ver tantos animais cativos, à espera que alguém os escolha como refeição.
Tenho sérias dúvidas da sustentabilidade natural de semelhante exibição.


Primeiro os restaurantes, depois as típicas lojas de souvenirs.


Um pouco à frente, surge um templo dedicado a Tin Hau ( a Deusa do mar ), guardado pelos habituais leões de pedra, e decorado com detalhados e belos candeeiros:


Este é relativamente pequeno e humilde, típico de pequenas comunidades.

A partir daqui, meus amigos, é o caos!
Ruas que se cruzam e voltam a cruzar, outras que vão dar ao meio de lado nenhum, umas poucas sem saída!
A aparente anarquia na planificação e construção de ruas e casas resulta num labirinto de oportunidades.
Oportunidades para explorar curiosidades em cada canto.

Perdi-me várias vezes nestas ruelas e caminhos e rampas, mas o que é afinal - senão um prazer - perder-me numa área tão reduzida ( e numa ilha... ), com o rebuliço mais ou menos distante dos restaurantes sempre no ouvido?







A reciclagem e reutilização de materiais para construção é uma realidade em Lamma.
Amontoados de entulho dão uma fraca impressão de limpeza, mas convivem lado a lado com a beleza da vegetação dominante.

Pelo menos em algumas zonas, não existe saneamento público, pelo que alguns esgotos a céu aberto também não abonam a favor da intervenção humana.
A imagem que fica de Lamma é de um caos organizado, com a selva e as habitações abraçadas para o melhor e para o pior.

É pelo meio desta festa para os sentidos que continua o Lamma Island trail.








Com certeza que estas paragens tão exóticas dariam bons cenários, desde que se limpasse o lixo ocasional...
Não sei quem tem a culpa, se é realmente impossível manter a ilha mais limpa, se são os porcos dos habitantes que se estão nas tintas.
Mas a infelicidade de ver uma ou outra pequena lixeira a céu aberto não alegra ninguém, e não abona a favor da ilha ou do respeitável território de Hong Kong.

A vegetação luxuriante rodeia o trilho até desaguarmos na bonita praia de Hung Shing Yeh.





Embora sem banhistas, pois embora com um clima subtropical, é Inverno em Hong Kong.
A temperatura anda entre os 15 e os 20º, agradável mas não convidativa a banhos, pelo menos para eles.
Confesso que não me teria importado nadinha de dar uns mergulhos, pois ao experimentar, senti a temperatura da água muito agradável, praticamente morna.

Paradoxalmente, em frente a esta bela praia, está a Lamma Power Station, uma central de produção de energia a carvão.
Construída em 1982, abastece as ilhas de Lamma e Hong Kong.


Sem dúvida, o monstro nesta ilha de contrastes.

Apesar de que a presença da central até tem o seu quê de estranhamente fascinante e sugestivo, ali em frente a uma praia tão bonita...
No entanto, é sempre bastante fácil desviar o olhar para vistas bem mais apetecíveis.




A praia tem diversos serviços, um campo de desportos ( fora da praia - claro - como acontece nas praias dos países civilizados ), uma zona para piqueniques e churrascos, o "poleiro" do nadador-salvador, e outros...
Bem grande é a placa que proíbe fumar na praia.
Outro "pormenor" que gostei de ver implementado.
Mas acerca de Hong e Kong e suas proibições, escreverei mais tarde.


A partir da praia, a vegetação que envolve o trilho vai-se tornando gradualmente mais seca.
O caminho começa agora a subir ligeiramente, contornando as encostas e falésias da ilha.


Junto ao caminho, correm uns tubos, talvez da rede eléctrica...

Como é habitual em Hong Kong, grupos sempre bem-dispostos percorrem os trilhos.
Gente de todas as idades, a desfrutar dos prazeres de uma caminhada à beira-mar.





Um derradeiro olhar à "abominável" central. E em baixo, o sempre fascinante bambu!



Ao longe, o Monte Stenhouse, o ponto mais alto da ilha ( 353 metros ).

Engraçado como até numa ilha com baixa altitude, a vegetação muda abruptamente conforme a mesma.
O caminho começou de novo a ficar abraçado pela vegetação.
Estava a chegar ao meu destino.


Um miradouro característico, com vista privilegiada para Sok Kwu Wan


Na descida para Sok Kwu Wan, recomeçamos a ver algumas casas, pequenos campos e hortas, e até uma escola.
Pergunto-me como será passar aqui a infância, sempre o mar, a selva e as colinas como amigos, vida simples e pacata entregue aos prazeres da natureza, apenas perturbada pela passagem dos visitantes...






Sok Kwu Wan é um porto de abrigo, privilegiado pelos caprichos da geografia que o acolhe.
É a segunda aldeia mais importante da ilha, também com a sua quota parte de restaurantes, lojas e o templo Tin Hau da praxe.
Enquanto o sol se preparava para descer no horizonte, as águas espelhavam a idílica realidade daquelas paragens.







Do outro lado do canal, a uns escassos 4 km, a zona residencial de Aberdeen.
Escassa distância, mas um universo de diferença.


No caminho para o cais, os restaurantes estavam praticamente vazios, já se procedia à arrumação.
Um ambiente de satisfação rodeava o cais, gente de todo o mundo com um ar feliz pela generosidade natural da zona e do clima afável.
Tudo à espera do barco que nos iria levar de novo à confusão da metrópole urbana de Hong Kong.
A bilheteira estava fechada, e não existiam torniquetes, o que me fez alguma confusão, pois ao contrário de mim ( que usei o cartão Octopus ) muita gente tinha bilhetes na mão.
Dúvidas dissipadas numa conversa agradável com um casal Australiano.
A viagem seria paga à saída do barco. Claro.

[katorio]

estas últimas fotos fizeram-me lembrar a vila de pescadores que aparece num dos filmes do Jackie Chan (não me lembro se no Gorgeous, ou se o Dragons Forever; mas acho que é no Gorgeous).

Continua Dark, o pessoal está a gostar. (depois devias colocar aqui também um assim completo das tuas viagens ao Japão )

[_RaDiOaCtIvE_]

"Monte Carlo dos hippies" eheh

Está aqui um belo este tópico, faço uma pequena ideia do trabalho que dá na construção dele, ir buscar fotos, registos, memórias lol etc. Mas apoio, quando tiveres tempo, um dia, fazeres o mesmo com a visita ao Japão, isso sim era a minha alegria.

[DarkPhoenix]

Eu ia começar pelos reports do Japão....
Mas entretanto sucedeu o que todos sabemos, e parei tudo.
Estou solidário com eles desde o primeiro minuto, não tenho condições para estar aqui a relembrar maravilhas e a contar dias felizes, sabendo que milhões ainda vivem apreensivos com o que o futuro próximo lhes reserva.
Pelo menos, enquanto a situação em Fukushima não estiver totalmente resolvida, não vou escrever acerca do Japão.
Estarei sempre disposto a ajudar dentro das minhas possibilidades e a responder a dúvidas ( num tópico específico ), mas nada de entrar em photo-reports.

Hong Kong é um destino altamente recomendável, não sofre com as comparações com o Japão.
Tem os seus próprios trunfos, é imensamente mais acessível em todos os aspectos, é um território cheio de contrastes, muito divertido e vibrante.

É uma alternativa a considerar, e até tem "um cheirinho a Japão" em algumas zonas.
Aliás, há muitos turistas Japoneses em Hong Kong, muitos restaurantes Japoneses, nota-se que existe um forte intercâmbio cultural e económico ( social? ) entre este território e o Japão.

[katorio]

E é uma bela alternativa.

Eu tinha o plano de, caso certas coisas me corressem bem (nomeadamente arranjar um emprego), ir lá para Outubro cumprir esse que também é o meu sonho, de visitar o Japão.

No entanto, não só ainda não consegui arranjar emprego, como teve que acontecer aquela tragédia... Hong Kong também está na minha lista de destinos a visitar, mas prometi a mim mesmo que sair daqui para a Ásia, será directamente para o Japão. E só depois outros locais.

Mas quero passar por Hong Kong...aliás, eu até tinha o sonho doido de visitar Hong Kong, tendo como "guia" o Jackie Chan, (do qual sou grande fã) desde que vi um documentário sobre Hong Kong apresentado por ele.

Ah, e compreendo o teu ponto de vista....mas acho que até era uma boa forma de homenagear aquele país e aquele povo, relembrando todas as coisas boas que por lá passaste.

[DarkPhoenix]

Domingo, 26 Dezembro 2010 ( parte 3 )


Entrei para o barco, subi ao segundo piso e procurei um lugar ideal para admirar as cores do sol, enquanto este se preparava para descansar.
Manhã e tarde em caminhadas, já devia ter quase 15km nas pernas.
Fora um dia preenchido, praticamente um "dois em um" que não estava nos meus planos, mas que o clima convidativo e a excelência dos recursos e transportes em Hong Kong permitiram alcançar sem problemas.
Claro que o trabalhinho de casa foi também essencial, caso contrário não é possível ter a noção do que é possível fazer em determinado tempo útil.
A noite também já tinha destino marcado.


Na viagem de regresso, fiquei do lado com vista para Hong Kong.
Inacreditáveis zonas residenciais, com gigantescas torres de apartamentos, desfilam pela costa.
Não há quem fique indiferente a esta tão pitoresca ( movida pela falta de espaço ) construção vertical.



As torres residenciais Bel Air, um complexo megalómano com uma série de torres de 48 pisos.
É um projecto de 5 fases, e só a primeira tem 1600 apartamentos (!).
Pelo que percebi numa pesquisa rápida, os preços dos apartamentos parecem variar entre os 2 e os 4 milhões de Euros!
Os interessados podem pesquisar aqui:
http://www.hongkonghomes.com/property_a ... 3_3409.htm



Nesta colagem "manhosa" de 5 fotografias ( onde está a minha ultra-wide-angle quando preciso dela? ), um cemitério.
Também ele vertical e enorme.


Os tons intensos do pôr-do-sol reflectidos no skyline de Hong Kong e Kowloon.
Mesmo através da janela, lá consegui tirar algumas fotos quase decentes:




Chegado ao cais, mudança para o Star Ferry com destino a Tsim Sha Tsui ( Kowloon ).
Atravessando o canal em direcção a mais um dos ex-libris da cidade.





A Symphony Of Lights


Todas as noites, às 20:00, 44 edifícios em ambas as margens do canal participam numa coreografia de luz e som.
Um espectáculo sem igual no planeta.
Prédios com mais de 100m de altura com fachadas inteiramente decoradas com toda a espécie de neons, lasers que surgem do topo de vários edifícios, uma dança de luz que atrai todas as noites milhares de espectadores ao passeio marítimo de Tsim Sha Tsui, prolongando-se pela Avenue of Stars.


Cheguei ao cais 90 minutos antes do espectáculo e já a azáfama era grande.
As pessoas iam ocupando os melhores lugares, apesar do vento frio ( muito frio, diga-se! ) que soprava através do canal.




Um dos pontos privilegiados para admirar o espectáculo é em frente à famosa torre do relógio de Tsim Sha Tsui.
Ali levantaram uma espécie de bancada para o efeito, com espaço para umas centenas de pessoas.
A torre fica em frente ao Centro Cultural de Hong Kong, logo à direita do cais.


Estra ultra-mega-wide-angle é o resultado de uma cuidadosa colagem de 5 fotografias.



O glorioso skyline de Hong Kong ( video disponível em HD, 720p e 1080p )

Mesmo com a vista fantástica, o frio apertava e eu desesperava pela hora do show.
Além de que a fome começava a fazer-se sentir, misturada com o cansaço.



Em cima, a silhueta inconfundível do Bank of China Tower, o HBSC Building, entre outros notáveis...
Em baixo, o Central Plaza ( 3º edifício mais alto de Hong Kong ) e na primeira linha o Hong Kong Convention Centre.


Bank of China Tower, um edifício iconográfico! ( video disponível em HD 720p, 1080p )


O IFC2, com o seu relativamente discreto traje de gala.



Mas nem pensar em arredar-me do local, não faltaria quem o ocupasse imediatamente......
Nós ( os tarados da fotografia ) conhecemos-nos mutuamente, e todos procuram o melhor lugar.



Victoria Harbour é com certeza uma das mais movimentadas rotas do globo.
São incontáveis os barcos e navios de todos os tipos e feitios que cruzam o canal, desde os mais humildes juncos de pesca até aos grandes navios de cruzeiro.





O gigante Superstar Aquarius ( Star Cruises ) com 230m comprimento atravessa o canal. ( em HD 720p, 1080p )


O sistema de som vai anunciando o tempo que falta para começar o espectáculo, e os minutos que irá durar.
Excepcionalmente, hoje será mais longo e terá 15 minutos! Sorte!


E lá começa a Symphony of Lights:



HD 720p, 1080p






Acabado o show, hora de regressar a casa.
Já não podia com as pernas, estava gelado e cheio de fome.



Já em Central, a caminho do MTR.


O dia seguinte prometia bastante, iria ser previsivelmente o mais cansativo de toda a viagem.

[DarkPhoenix]

Segunda, 27 Dezembro 2010

Macau

[rumenapp]

Estou a adorar o report, tanto que me deitei à 1am tendo que acordar às 6

[DarkPhoenix]

Obrigado, Rumenapp!
Não sei quando poderei avançar para os restantes 4 dias que ainda me faltam reportar...
Encontrarei tempo!


Aproveito para informar que enriqueci o meu report de Menorca ( no meu blog ) com videos.
Brevemente, o mesmo tratamento para os outros destinos.
Afinal, se uma imagem vale mil palavras, muitas vezes um video vale mil imagens.