(antes de mais, Parabéns, Mr. José!
)
Eu também gostei muito, mas só o vi agora. Creio que fiquei com um dívida por expiar para com o Bogdanovich, depois de ter afirmado que a carreira dele mergulhou a pique após o envolvimento com a Cybill Shepherd e essa coisa estranha chamada
Daisy Miller. Gostaria de poder reparar esse erro, sabendo que de facto foi um erro. Mesmo sabendo que é impossível manter o nível de filmes como
The Last Picture Show e
Paper Moon, isso não significa que o resto seja lixo.
Nimzabo, és capaz de gostar. Foge à norma do cinema comercial e não tem à partida assim nada que puxe pelo interesse de quem não liga ao cinema para lá da fórmula de entretenimento. Mas é um tesourinho daqueles bem escondidos.
Gostei por várias razões, mas a principal foi a materialização de uma amizade entre duas personagens que à partida não teriam nada a ver uma com a outra, mas que encontram uma identificação e um sentido moral que não necessitam de palavras para serem percebidos e reciprocados - algo a ver com a dignidade humana. Também a destacar a interpretação de Ben Gazzara, num papel que parece ajustado ao seu modelo fisionómico e ao seu carácter, muito parecido com o que fez no
The Killing of a Chinese Bookie (outro filme de que gosto bastante).