Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Pessoal, alguém alinha num visionamento "conjunto" do Pink Floyd: The Wall, de Alan Parker? O Luis já "agendou" um visionamento para breve e eu vou aproveitar. Dada a riqueza de conteúdo "para debate" da obra em questão, seria bom poder contar com mais vítim... interessados. 

«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Eu alinhoSamwise wrote: October 14th, 2022, 12:40 pm Pessoal, alguém alinha num visionamento "conjunto" do Pink Floyd: The Wall, de Alan Parker? O Luis já "agendou" um visionamento para breve e eu vou aproveitar. Dada a riqueza de conteúdo "para debate" da obra em questão, seria bom poder contar com mais vítim... interessados.![]()


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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Bom, eu até já fiz o "sound check" 

Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Boa!

O filme presta-se a isso.

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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Pink Floyd: The Wall 1982,
um reencontro ao fim de 20 anos (a edição em DVD saiu em 1999 mas só em 2002 voltei a ver o filme depois da estreia) e que foi positivo pois continuo a gostar desta obra de Alan Parker, da música obviamente mas também da estética e forma como foi visualizada a obra dos Pink Floyd.
Claro que já não teve o mesmo impacto em mim que há 40 anos atrás, os tempos mudaram ( ...e eu também).
Em 1982 a canção "Another Brick in the Wall" acabaria por se tornar num hino de "revolta" da juventude dos anos 80 (portuguesa também), ou pelo menos de uma parte dela. A malta dos "Liceus" de Lisboa cantava o refrão nos autocarros ao regressar a casa em pequenos grupos. Uma juventude que queria aprender sim, mas algo que lhes desse prazer e não algo imposto pelo sistema e fosse um "frete"; sei lá, música, pintura, fotografia, representação, design (porque não?)
Nos tempos que vivemos, o pequeno Pink poderia muito bem ser um rapazinho refugiado com a sua mãe num país europeu e que sente saudades do pai morto algures num campo de batalha da Ucrânia. A falta que Pink sente da figura paterna será provavelmente o seu grande trauma e a origem do seu acentuado desequilíbrio emocional.
As sequências de animação produzidas sob a direcção de Gerald Scarfe a pedido de Parker são simplesmente fabulosas, quer no aspecto técnico (tudo executado manualmente com uma elaborada riqueza de tons) quer na criatividade evidenciada. A pomba que foge do gato e sofre uma metamorfose para um falcão com um aspecto extremamente bélico, a sobrevoar as cidades mas também aquela em que a bandeira inglesa se transforma numa cruz ensanguentada (que adquire um certo significado especial neste momento em que as forças armadas do UK receberam indicações da hierarquia para se aprontarem para uma
situação de combate.)
O filme é algo incómodo, mas pergunto se não terá isso algo a ver com o facto da comunicação social nos "aterrorizar" diariamente com a perspectiva de uma guerra nuclear iminente?
Bom eu sou daqueles que ainda se recorda do impacto tremendo que o "The Day After" teve por cá, com direito a debate sobre a verosimilhança que esse filme teria na perspectiva dos cientistas (por cá e um pouco por todo o mundo?!).
Sobre as cenas de revolta na escola que remetem para uma situação de anarquia, já tínhamos visto algo assim no "If" de Lindsay Anderson rodado em 1968 (o ano em que Paris quase ficou sem pedras nas calçadas e o exercito francês teve que vir em auxilio da Polícia).
The Wall (o filme) não será bem um musical "tradicional" tipo All That Jazz, Cabaret, Hair, JCSS ou Phanton of the Paradise, estará talvez mais próximo das chamadas "Operas Rock": Tommy, QuadroPhenia, Lisztomania... com uma estética semelhante à dos vídeoclips ...muita coisa partida em slowmotion e sangue, cenas visualmente anacrónicas mas ao mesmo tempo com algo de poético.
Um verso retirado da letra da canção "Mother":
P.S.: Agora acho que compreendo a minha comparação (inconsciente) com o Apocalypse Now ; o sangue na mão de Pink na cena da destruição do apartamento... afinal 20 anos são muito tempo.
um reencontro ao fim de 20 anos (a edição em DVD saiu em 1999 mas só em 2002 voltei a ver o filme depois da estreia) e que foi positivo pois continuo a gostar desta obra de Alan Parker, da música obviamente mas também da estética e forma como foi visualizada a obra dos Pink Floyd.
Claro que já não teve o mesmo impacto em mim que há 40 anos atrás, os tempos mudaram ( ...e eu também).
Em 1982 a canção "Another Brick in the Wall" acabaria por se tornar num hino de "revolta" da juventude dos anos 80 (portuguesa também), ou pelo menos de uma parte dela. A malta dos "Liceus" de Lisboa cantava o refrão nos autocarros ao regressar a casa em pequenos grupos. Uma juventude que queria aprender sim, mas algo que lhes desse prazer e não algo imposto pelo sistema e fosse um "frete"; sei lá, música, pintura, fotografia, representação, design (porque não?)
Nos tempos que vivemos, o pequeno Pink poderia muito bem ser um rapazinho refugiado com a sua mãe num país europeu e que sente saudades do pai morto algures num campo de batalha da Ucrânia. A falta que Pink sente da figura paterna será provavelmente o seu grande trauma e a origem do seu acentuado desequilíbrio emocional.
As sequências de animação produzidas sob a direcção de Gerald Scarfe a pedido de Parker são simplesmente fabulosas, quer no aspecto técnico (tudo executado manualmente com uma elaborada riqueza de tons) quer na criatividade evidenciada. A pomba que foge do gato e sofre uma metamorfose para um falcão com um aspecto extremamente bélico, a sobrevoar as cidades mas também aquela em que a bandeira inglesa se transforma numa cruz ensanguentada (que adquire um certo significado especial neste momento em que as forças armadas do UK receberam indicações da hierarquia para se aprontarem para uma
situação de combate.)
O filme é algo incómodo, mas pergunto se não terá isso algo a ver com o facto da comunicação social nos "aterrorizar" diariamente com a perspectiva de uma guerra nuclear iminente?
Bom eu sou daqueles que ainda se recorda do impacto tremendo que o "The Day After" teve por cá, com direito a debate sobre a verosimilhança que esse filme teria na perspectiva dos cientistas (por cá e um pouco por todo o mundo?!).
Sobre as cenas de revolta na escola que remetem para uma situação de anarquia, já tínhamos visto algo assim no "If" de Lindsay Anderson rodado em 1968 (o ano em que Paris quase ficou sem pedras nas calçadas e o exercito francês teve que vir em auxilio da Polícia).
The Wall (o filme) não será bem um musical "tradicional" tipo All That Jazz, Cabaret, Hair, JCSS ou Phanton of the Paradise, estará talvez mais próximo das chamadas "Operas Rock": Tommy, QuadroPhenia, Lisztomania... com uma estética semelhante à dos vídeoclips ...muita coisa partida em slowmotion e sangue, cenas visualmente anacrónicas mas ao mesmo tempo com algo de poético.
Um verso retirado da letra da canção "Mother":
Mother do you think they'll drop the bomb?
P.S.: Agora acho que compreendo a minha comparação (inconsciente) com o Apocalypse Now ; o sangue na mão de Pink na cena da destruição do apartamento... afinal 20 anos são muito tempo.
Last edited by Luis.Manuel on October 16th, 2022, 9:06 pm, edited 1 time in total.
Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Vi dez minutos e vou ver o resto hoje. Nesses dez minutos e lendo/confrontando o que escrevest, Luís, fico com um aspecto já pensado para abordar. Que por certo não está lá ao calhas. A ti recordou-te uma coisa, a mim outra, e eu não sei ainda porque decidiram assim no filme...
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Já vi tudo - não creio que este segundo visionamento tenha mudado a minha opinião, embora tenha talvez conseguido apreciar um pouco mais a capacidade artística dos interveninentes - realizador e desenhista - e menos a do Roger Waters enquanto argumentista. Para lá do que referi mais atrás, parece-me a ligação entre as temáticas não é clara, não é justificada e não sai beneficiada de estar a ser projectada a partir da mente de alguém em colapso mental/emocional. Toda a questão do regime ditatorial parece largada de forma gratuita e sem nexo. Não significa que a mensagem não esteja lá, nem que perca a sua força, mas para mim está bastante mal "acondicionada". A segunda metade do filme foi penosa de assistir por conta da forma aleatória com que a sordidez é metralhada, sendo que a tal formulação de "videoclip" amplificado torna o resultado mais indigesto. Dá ideia que o Waters decidiu disparar sem dó nem piedade contra uma séria de "coisas" e "assuntos" que o afligiam, e que ligou depois tudo numa manta de retalhos cozinhada por um Parker com freio nos dentes.

Até final do filme, não consegui entender o porquê de terem feito esta sequência ligada a um país em concreto. Afinal de contas, o protagonista é inglês, o pai era inglês, e a única outra coisa aparece no filme relacionada com os EUA é o sítio para onde a ex-amante foi viver. A mensagem devia ter um alcanace "universal", e uma bandeira dos EUA a aparecer ali foi de certeza uma escolha deliberada.
O que isto me fez lembrar não foi o If, foi antes a realidade, ainda fresca para aquela altura, nos EUA, devido a episódios como este:
https://en.wikipedia.org/wiki/Kent_State_shootings
Sobre essas cenas, um dos aspectos que me captou logo a atenção foi isto: uma bandeira dos EUA bem visível, embora visível durante muito pouco tempo (os cuts são, por design, muito curtos):Luis.Manuel wrote: October 15th, 2022, 8:25 pm Sobre as cenas de revolta na escola que remetem para uma situação de anarquia, já tínhamos visto algo assim no "If" de Lindsay Anderson rodado em 1968 (o ano em que Paris quase ficou sem pedras nas calçadas e o exercito francês teve que vir em auxilio da Polícia).

Até final do filme, não consegui entender o porquê de terem feito esta sequência ligada a um país em concreto. Afinal de contas, o protagonista é inglês, o pai era inglês, e a única outra coisa aparece no filme relacionada com os EUA é o sítio para onde a ex-amante foi viver. A mensagem devia ter um alcanace "universal", e uma bandeira dos EUA a aparecer ali foi de certeza uma escolha deliberada.
O que isto me fez lembrar não foi o If, foi antes a realidade, ainda fresca para aquela altura, nos EUA, devido a episódios como este:
https://en.wikipedia.org/wiki/Kent_State_shootings
Last edited by Samwise on October 16th, 2022, 10:29 pm, edited 1 time in total.
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
O Willard e o espelho (certo?), ao som do (This is) the End.Luis.Manuel wrote: October 15th, 2022, 8:25 pm P.S.: Agora acho que compreendo a minha comparação (inconsciente) com o Apocalypse Now ; o sangue na mão de Pink na cena da destruição do apartamento... afinal 20 anos são muito tempo.
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Exacto.Samwise wrote: October 16th, 2022, 10:28 pmO Willard e o espelho (certo?), ao som do (This is) the End.Luis.Manuel wrote: October 15th, 2022, 8:25 pm P.S.: Agora acho que compreendo a minha comparação (inconsciente) com o Apocalypse Now ; o sangue na mão de Pink na cena da destruição do apartamento... afinal 20 anos são muito tempo.

Mas vamos ao que interessa: a tua análise do filme.
Não me surpreende de todo que tenhas achado o filme uma confusão tremenda e embora eu considere o filme genial, a verdade é bem provável que haja muito mais gente a concordar contigo (do que propriamente com a minha opinião). A começar pelo próprio Alan Parker, que na página oficial do filme escreve:
O texto da autoria do realizador que se inicia com a afirmação acima, e as suas explicações, na integra em:To be honest I should never have made Pink Floyd The Wall – it was a bizarre accumulation of events that left me with the directorial responsibilities. It’s not that I’m ashamed or displeased with the result. On the contrary, I’m very proud of it. But the making of the film was too miserable an exercise for me to gain any pleasure from looking back at the process.
http://alanparker.com/film/pink-floyd-the-wall/making/
Se ainda não conheces vais achar interessante.
Quanto a uma argumentação (com lógica) sobre o porquê de eu gostar tanto do filme, que como disse não está no topo da minha lista dos filmes deste realizador (

E as próprias afirmações de Parker "himself"(que me parecem sinceras e já conhecia quando abri o tópico dedicado ao filme) não me demovem de continuar a gostar. Prometo que vou tentar reflectir sobre o que eventualmente me atrai tanto neste filme tão "singular".
Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Obrigado pela resposta - e pela manutenção da continuidade no debate - Luís.
Vou ler o que enviaste, sendo que eu também não terminei o que tenho para dizer, acho até que ainda só arranhei a superfície. Deverei elaborar - e "arrumar" - com mais tempo o assunto da "confusão", falta de clareza e acumulação temática de que acho que o filme sofre, entre outros assuntos que ainda não toquei (onde está a questão das drogas? - o Syd Barrett aparentemente fritou o cérebro por conta disso, mas no filme, a questão da "doença mental" cai do céu, e "mistura" com a depressão/solidão...).
Acho que me fiz ali uma má ligação entre o que tu escreveste e o que eu pensei e partilhei, mas só me apercebi agora. A tua alusão ao If não tem a vez com a sequência de onde retirei o screenshot da bandeira. Tem a ver com os miúdos, mais novos, a partirem a escola toda, não é?

Vou ler o que enviaste, sendo que eu também não terminei o que tenho para dizer, acho até que ainda só arranhei a superfície. Deverei elaborar - e "arrumar" - com mais tempo o assunto da "confusão", falta de clareza e acumulação temática de que acho que o filme sofre, entre outros assuntos que ainda não toquei (onde está a questão das drogas? - o Syd Barrett aparentemente fritou o cérebro por conta disso, mas no filme, a questão da "doença mental" cai do céu, e "mistura" com a depressão/solidão...).
Acho que me fiz ali uma má ligação entre o que tu escreveste e o que eu pensei e partilhei, mas só me apercebi agora. A tua alusão ao If não tem a vez com a sequência de onde retirei o screenshot da bandeira. Tem a ver com os miúdos, mais novos, a partirem a escola toda, não é?

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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Sobre o Barrett, e imaginando que uma parte do comportamento do personagem Pink no filme tem a ver com isto:
https://en.wikipedia.org/wiki/Syd_BarrettThrough late 1967 and early 1968, Barrett became increasingly erratic, partly as a consequence of his heavy use of psychedelic drugs such as LSD.[13] Once described as joyful, friendly, and extroverted, he became increasingly depressed and withdrawn, and experienced hallucinations, disorganised speech, memory lapses, intense mood swings, and periods of catatonia.[9] Although the changes began gradually, he went missing for a long weekend and, according to several friends, including Wright, came back "a completely different person".[9]
One of the striking features of his change was the development of a blank, dead-eyed stare. Barrett did not recognise friends, and often did not know where he was
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Sobre o Syd Barrett e como inspirou o album Wish You Were Here
The Story of Wish You Were Here

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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Interessante. Tenho que procurar.nimzabo wrote: October 17th, 2022, 4:53 pm Sobre o Syd Barrett e como inspirou o album Wish You Were HereThe Story of Wish You Were Here
"Mais um tijolo no muro" ... [entrevista com o realizador]
Last edited by Luis.Manuel on October 18th, 2022, 6:06 am, edited 1 time in total.
Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Já me puseram a ouvir Pink Floyd
As letras do Shine on Your Crazy Diamond e do Wish You Were Here foram feitas a pensar no Syd Barrett

As letras do Shine on Your Crazy Diamond e do Wish You Were Here foram feitas a pensar no Syd Barrett
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Bom, tentando então racionalizar a minha fascinação por este filme, que desculpas/justificações/explicações poderei inventar?
Que é tão "caótico" quanto os filmes que Richard Lester fez com os Beatles? e que eu adoro (o resultado dessa feliz "joint venture" entre o inovador Lester e os 4 de Liverpool).
Ou pior ainda; que o "Magical Mistery Tour" "directed by The Beatles" que eu realmente, sem querer por em causa o talento dos "escaravelhos" duvido muito (que tenham sido eles a dirigir mesmo o filme) e acho muito interessante.
Ou o extraordinário "Yellow Submarine", o único longa dirigido por um desconhecido George Dunning mas apoiado totalmente no talento de Peter Max, o expoente da Pop Arte (com forte componente psicadélica) e das músicas dos talentosos cabeludos que "dominaram" o mundo?
O que na verdade me atrai nesta mal amada obra de Parker será mesmo uma forte componente de "experimentalismo" e uma visão estética muito avant gard para a época (1982)
Bom, óbvio que nada disto servirá de "desculpa" para o alegado "espalhanço" de Sir Alan Parker depois do triunfo que foi o aclamado "Midnight Express" de 1978.
Mas como o próprio Parker diz, aquele projeto cheio de boas intenções era demasiado ambicioso e estava tão pouco elaborado que ele se viu aflito para conseguir dar alguma "coerência formal" aquilo.
E então com uma "salgalhada" a servir de "argumento" escrita por Roger Waters, um dos grandes responsáveis por alguns dos maiores êxitos dos Floyd como letrista e principal compositor, (mas que de cinema perceberia tanto como eu percebo de engenharia aeronáutica) que ninguém se atreveu a por em causa, pior ainda.
O espantoso mesmo é que apesar de todas as suas deficiências o filme (uma colagem de sequências com uma lógica duvidosa ou mesmo inexistente, uma dança temporal de de flash-backs e flash-forward com múltiplos anacronismos à mistura) até alcançou um relativo reconhecimento e sucesso.
Bah... puro mérito da música dessa extraordinária banda que foram os Pink Floyd, dirão alguns, mas eu não concordo, Há ali também talentos vários que contribuíram bastante para que o filme conquistasse o seu público fiel.
Deixo uma pergunta algo irrelevante no ar: se em vez de Alan Marshall, o produtor tivesse sido o velho amigo de Parker, David Puttnam o resultado teria sido o mesmo? Well... maybe not.
Que é tão "caótico" quanto os filmes que Richard Lester fez com os Beatles? e que eu adoro (o resultado dessa feliz "joint venture" entre o inovador Lester e os 4 de Liverpool).
Ou pior ainda; que o "Magical Mistery Tour" "directed by The Beatles" que eu realmente, sem querer por em causa o talento dos "escaravelhos" duvido muito (que tenham sido eles a dirigir mesmo o filme) e acho muito interessante.
Ou o extraordinário "Yellow Submarine", o único longa dirigido por um desconhecido George Dunning mas apoiado totalmente no talento de Peter Max, o expoente da Pop Arte (com forte componente psicadélica) e das músicas dos talentosos cabeludos que "dominaram" o mundo?
O que na verdade me atrai nesta mal amada obra de Parker será mesmo uma forte componente de "experimentalismo" e uma visão estética muito avant gard para a época (1982)
Bom, óbvio que nada disto servirá de "desculpa" para o alegado "espalhanço" de Sir Alan Parker depois do triunfo que foi o aclamado "Midnight Express" de 1978.
Mas como o próprio Parker diz, aquele projeto cheio de boas intenções era demasiado ambicioso e estava tão pouco elaborado que ele se viu aflito para conseguir dar alguma "coerência formal" aquilo.
E então com uma "salgalhada" a servir de "argumento" escrita por Roger Waters, um dos grandes responsáveis por alguns dos maiores êxitos dos Floyd como letrista e principal compositor, (mas que de cinema perceberia tanto como eu percebo de engenharia aeronáutica) que ninguém se atreveu a por em causa, pior ainda.
O espantoso mesmo é que apesar de todas as suas deficiências o filme (uma colagem de sequências com uma lógica duvidosa ou mesmo inexistente, uma dança temporal de de flash-backs e flash-forward com múltiplos anacronismos à mistura) até alcançou um relativo reconhecimento e sucesso.
Bah... puro mérito da música dessa extraordinária banda que foram os Pink Floyd, dirão alguns, mas eu não concordo, Há ali também talentos vários que contribuíram bastante para que o filme conquistasse o seu público fiel.
Deixo uma pergunta algo irrelevante no ar: se em vez de Alan Marshall, o produtor tivesse sido o velho amigo de Parker, David Puttnam o resultado teria sido o mesmo? Well... maybe not.