Sky Captain and the World of Tomorrow
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Sim eu sei disso.
E vi aqueles extras com o Spielberg a contar a história de boné, a dizer que tinha ficado todo entusiasmado quando o Kubrick o convidou lá para a casa dele, para discutirem o projecto, com aquele ar de perpétuo geek de ficção. E é essa atitude que eu acho que estragou um pouco filme. Era necessário alguém um pouco mais distanciado do género, com uma visão mais sóbria e menos influenciada pelo imaginário de ficção.
Agora é precisamente o facto de ele ter optado por não realizar o filme que eu lamento. Talvez se ele tivesse acompanhado o processo de uma forma diferente ou se não tivesse optado por realizar primeiro o Eyes Wide Shut...não sei.
Para além de que julgo que o A.I. era já um projecto antigo dele, mas que ele achava ainda não ter meios de produção e efeitos especiais suficientes para que o filme se tornasse credível...acho.
E vi aqueles extras com o Spielberg a contar a história de boné, a dizer que tinha ficado todo entusiasmado quando o Kubrick o convidou lá para a casa dele, para discutirem o projecto, com aquele ar de perpétuo geek de ficção. E é essa atitude que eu acho que estragou um pouco filme. Era necessário alguém um pouco mais distanciado do género, com uma visão mais sóbria e menos influenciada pelo imaginário de ficção.
Agora é precisamente o facto de ele ter optado por não realizar o filme que eu lamento. Talvez se ele tivesse acompanhado o processo de uma forma diferente ou se não tivesse optado por realizar primeiro o Eyes Wide Shut...não sei.
Para além de que julgo que o A.I. era já um projecto antigo dele, mas que ele achava ainda não ter meios de produção e efeitos especiais suficientes para que o filme se tornasse credível...acho.
Ahhh, então tinha percebido mal. E nesse ponto estou de acordo contigo.LeMarquisDeSade wrote:(...)
Agora é precisamente o facto de ele ter optado por não realizar o filme que eu lamento. Talvez se ele tivesse acompanhado o processo de uma forma diferente ou se não tivesse optado por realizar primeiro o Eyes Wide Shut...não sei.
E achas muito bem. O Kubrick como perfeccionista que era desejava um robô a sério para o papel. Claro que o Spielberg acabou por fazer o casting a uma pessoa de carne e osso.LeMarquisDeSade wrote:Para além de que julgo que o A.I. era já um projecto antigo dele, mas que ele achava ainda não ter meios de produção e efeitos especiais suficientes para que o filme se tornasse credível...acho.

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Talvez o aspecto mais curioso deste filme, é que Conran, maximizando as potencialidade do CGI, volta-se para o passado. A acção não decorre no ano dois mil e qualquer coisa, mas sim na década de 30, do século XX.
Este “exagero” de efeitos especiais, dão ao filme uma espécie de aura iluminada que acentua a pureza, a inocência e os valores cinematográficos daquela época. Uma época em que os “heróis” eram mesmo perfeitos e os vilões, “maus como as cobras”. Os tons de sépia que em vários momentos dominam a fotografia acentuam essa aura, dando ao filme, um ar nostálgico de uma foto antiga consumida pelo tempo.
De certa forma os robots que aparecem no filme, e tudo aquele “design” futurista, estão muito próximos, da visão que as pessoas nos anos 30, tinham do futuro.
E neste sentido o filme é uma homenagem bem conseguida a série B dos anos 30/40. Em termos de “essência”, o Sky Captain está muito mais próximo dos “Salteadores da Arca Perdida” do que por ex. o tão elogiado “Os Piratas das Caraíbas”.
Este é talvez o único filme que vi este ano, que não consigo atribuir uma “classificação” sem uma segunda visualização.
Ainda sobre este filme, três apontamentos:
- o filme estreou no dia 4 de novembro, e no dia 25 já não estava em exibição em nenhuma sala de Lisboa. Apenas 3 semanas de exibição, é estranho.
- tenho visto algumas referências na comunicação social sobre a possibilidade de o Sky Captain, ter baseado parte do seu imaginário, na série portuguesa, Major Alvega. Não sei se tal corresponde a verdade, a questão é que o Major Alvega é “sempre” apresentado como uma série genuinamente portuguesa (em termos de originalidade).... é preciso ter lata.
O Major Alvega (1998) é baseado (e de forma clara) na série inglesa Jane (1982-84). Ninguém se lembra desta série?
Foi exibida no canal 2, eram 10 episódios e cada um deles durava apenas 10 minutos. Um dos aspectos mais característicos da série, era o facto de a Jane estar constantemente a perder peças da roupa. Por ex., os nazis perseguiam a Jane e esta fugia para um bosque. Ao passar junto a um arbusto... lá ficava a saia presa ao mesmo, 10 metros mais a frente ao passar junto a uma árvore... lá ficava a blusa “agarrada” a um dos ramos... e assim sucessivamente.
No IMDB existe uma referência a série, mas não há nenhum comentário http://www.imdb.com/title/tt0083432/ A única página onde encontrei algumas informações foi esta http://www.bbc.co.uk/comedy/guide/artic ... 1693.shtml
- a crítica do Alquimista é realmente muito boa. Vi algumas críticas sobre o Sky Captain (online/revistas) e todas elas, bem menos interessantes que a crítica do Alquimista. Em relação a filmes de terror, ficção científica ou fantasia não existe muita gente a escrever assim (e não estou a falar apenas aqui do fórum, estou a falar em termos nacionais).
Existe um conjunto de “novos” críticos na casa dos 30 (Nuno Markl por ex.) que são apontados por muita gente como inovadores na crítica cinematográfica portuguesa. Mas não o são. Têm é gostos diferentes dos críticos mais “velhos” e escrevem de uma forma mais acessível, mas a maneira como a crítica está estruturada é exactamente igual as críticas de 10/15 anos atrás. As críticas do Alquimista são muito mais personalizadas... são únicas.
E grande parte desta “personalização” vem do facto de o Alquimista se debruçar sobre filmes, que de certa forma passam um pouco ao lado, ou não são alvo de análises aprofundadas, por parte da crítica nacional.
Os críticos nacionais debruçam-se essencialmente sobre filmes que foram bem recebidos em Berlim, Veneza, Cannes, ou que já vêm cobertos de elogios dos seus países de origem. E é muito mais fácil falar sobre estes filmes. (Por ex., é como aquelas pessoas, que antes de nos serem apresentadas, já foram alvo dos mais rasgados elogios por todos aqueles que estão a nossa volta. A possibilidade de simpatizarmos com essas pessoas torna-se muito maior).
O Alquimista debruça-se essencialmente sobre filmes que foram olhados com um certo desdém pela crítica, e analisados de uma forma muito superficial (continuando o ex. anterior, é como aquelas pessoas que foram/são nossos colegas de turma, ou de trabalho e porque não gostamos muito do seu aspecto, ou porque são tímidas, ou por uma outra razão qualquer, nunca fizemos um esforço para conhecê-las...), e vai “fundo” na sua análise, demonstrando que filmes que a primeira vista podiam parecer insípidos, têm muitas vezes inúmeras qualidades e são "peças" cinematográficas que vale a pena conhecer.
Faz falta dois ou três Alquimistas a escreverem sobre cinema na “nossa” comunicação social.
Este “exagero” de efeitos especiais, dão ao filme uma espécie de aura iluminada que acentua a pureza, a inocência e os valores cinematográficos daquela época. Uma época em que os “heróis” eram mesmo perfeitos e os vilões, “maus como as cobras”. Os tons de sépia que em vários momentos dominam a fotografia acentuam essa aura, dando ao filme, um ar nostálgico de uma foto antiga consumida pelo tempo.
De certa forma os robots que aparecem no filme, e tudo aquele “design” futurista, estão muito próximos, da visão que as pessoas nos anos 30, tinham do futuro.
E neste sentido o filme é uma homenagem bem conseguida a série B dos anos 30/40. Em termos de “essência”, o Sky Captain está muito mais próximo dos “Salteadores da Arca Perdida” do que por ex. o tão elogiado “Os Piratas das Caraíbas”.
Este é talvez o único filme que vi este ano, que não consigo atribuir uma “classificação” sem uma segunda visualização.
Ainda sobre este filme, três apontamentos:
- o filme estreou no dia 4 de novembro, e no dia 25 já não estava em exibição em nenhuma sala de Lisboa. Apenas 3 semanas de exibição, é estranho.
- tenho visto algumas referências na comunicação social sobre a possibilidade de o Sky Captain, ter baseado parte do seu imaginário, na série portuguesa, Major Alvega. Não sei se tal corresponde a verdade, a questão é que o Major Alvega é “sempre” apresentado como uma série genuinamente portuguesa (em termos de originalidade).... é preciso ter lata.

O Major Alvega (1998) é baseado (e de forma clara) na série inglesa Jane (1982-84). Ninguém se lembra desta série?
Foi exibida no canal 2, eram 10 episódios e cada um deles durava apenas 10 minutos. Um dos aspectos mais característicos da série, era o facto de a Jane estar constantemente a perder peças da roupa. Por ex., os nazis perseguiam a Jane e esta fugia para um bosque. Ao passar junto a um arbusto... lá ficava a saia presa ao mesmo, 10 metros mais a frente ao passar junto a uma árvore... lá ficava a blusa “agarrada” a um dos ramos... e assim sucessivamente.

No IMDB existe uma referência a série, mas não há nenhum comentário http://www.imdb.com/title/tt0083432/ A única página onde encontrei algumas informações foi esta http://www.bbc.co.uk/comedy/guide/artic ... 1693.shtml
- a crítica do Alquimista é realmente muito boa. Vi algumas críticas sobre o Sky Captain (online/revistas) e todas elas, bem menos interessantes que a crítica do Alquimista. Em relação a filmes de terror, ficção científica ou fantasia não existe muita gente a escrever assim (e não estou a falar apenas aqui do fórum, estou a falar em termos nacionais).
Existe um conjunto de “novos” críticos na casa dos 30 (Nuno Markl por ex.) que são apontados por muita gente como inovadores na crítica cinematográfica portuguesa. Mas não o são. Têm é gostos diferentes dos críticos mais “velhos” e escrevem de uma forma mais acessível, mas a maneira como a crítica está estruturada é exactamente igual as críticas de 10/15 anos atrás. As críticas do Alquimista são muito mais personalizadas... são únicas.
E grande parte desta “personalização” vem do facto de o Alquimista se debruçar sobre filmes, que de certa forma passam um pouco ao lado, ou não são alvo de análises aprofundadas, por parte da crítica nacional.
Os críticos nacionais debruçam-se essencialmente sobre filmes que foram bem recebidos em Berlim, Veneza, Cannes, ou que já vêm cobertos de elogios dos seus países de origem. E é muito mais fácil falar sobre estes filmes. (Por ex., é como aquelas pessoas, que antes de nos serem apresentadas, já foram alvo dos mais rasgados elogios por todos aqueles que estão a nossa volta. A possibilidade de simpatizarmos com essas pessoas torna-se muito maior).
O Alquimista debruça-se essencialmente sobre filmes que foram olhados com um certo desdém pela crítica, e analisados de uma forma muito superficial (continuando o ex. anterior, é como aquelas pessoas que foram/são nossos colegas de turma, ou de trabalho e porque não gostamos muito do seu aspecto, ou porque são tímidas, ou por uma outra razão qualquer, nunca fizemos um esforço para conhecê-las...), e vai “fundo” na sua análise, demonstrando que filmes que a primeira vista podiam parecer insípidos, têm muitas vezes inúmeras qualidades e são "peças" cinematográficas que vale a pena conhecer.
Faz falta dois ou três Alquimistas a escreverem sobre cinema na “nossa” comunicação social.
Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos. Millor Fernandes
- alquimista
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- Joined: November 2nd, 2001, 6:26 pm
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Obrigado pelo elogio e pelo apoio, mas limito-me a defender os filmes que me agradam tentando sempre justificar muito bem as razões porque gosto das coisas. Apontando pormenores que muitas vezes passam ao lado das pessoas, que, acima de tudo levam com aquelas campanhas de marketing descaracterizadas e ás vezes esquecem-se que mesmo hoje em dia num filme aparentemente vazio poderá haver algo realmente muito interessante se uma pessoa se abstrair do que lhe é impingido, mesmo quando as criticas até são positivas.Faz falta dois ou três Alquimistas a escreverem sobre cinema na “nossa” comunicação social.

E se eu alguma vez escrevesse algures na comunicação social, provavelmente não durava dois meses antes que alguém me aplicasse a "táctica Marcelo" ! Mesmo se calhar apenas analisando os filmes de que gosto á minha maneira.

Obrigado pelo apoio e quem me dera a mim ter mais filmes que valessem a pena defender contra a opinião geral. Era sinónimo de que me estaria a divertir no cinema que é uma coisa cada vez mais rara de me acontecer nos dias que correm.
46 anos no planeta e ainda não fui expulso.
Ilustração - Fantasia
Artefactos Arqueológicos em Marte ?
Cinema Oriental
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Artefactos Arqueológicos em Marte ?
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Re: Sky Captain and the World of Tomorrow
Sky Captain and the World of Tomorrow (2004) - 6/10
Apesar da simplicidade da história e de todos os erros que saltam à vista
deu para entreter, e visualmente é impecável!
Gostei do estilo noir da primeira parte do filme, cativou-me logo
Apesar da simplicidade da história e de todos os erros que saltam à vista

Gostei do estilo noir da primeira parte do filme, cativou-me logo
