Qual foi o último filme que viram ?

[nimzabo]

Downton Abbey
https://www.imdb.com/title/tt6398184/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/downton_abbey
É um feelgood film e acho que foram felizes com o argumento.
Nada do outro mundo mas vê-se bem.

[drakes]

Monos (2019)
https://www.imdb.com/title/tt6062774

Uma mistura ao meu ver de Heart of Darkness (1899) e Lord of the Flies (1954), trilha sonora e fotografia ótimo, podia ter mais alguns minutos para encaixar a história melhor, o anão ser o comandante de ligação é uma bela alegoria, eu dou 7,5, mas o tema realmente me interessa.

[nimzabo]

The Place
https://www.imdb.com/title/tt7063210/?ref_=rvi_tt
https://www.rottentomatoes.com/m/the_place_2017
Achei graça a este filme.
É todo passado num café onde uma personagem misteriosa, um homem, vai recebendo pessoas e faz contratos estranhos em que concede desejos por troca de que elas façam alguma coisa, normalmente coisas difíceis e eticamente erradas.
É do mesmo realizador do Perfetti Sconosciuti.

[mansildv]

This Is Where I Leave You
https://www.imdb.com/title/tt1371150/

Depois da morte do pai, quatro irmãos têm de voltar à casa onde cresceram e passar sete dias debaixo do mesmo tecto.
Surpreendeu-me, sobretudo, pelo realizador, cuja filmografia deixa muito a desejar.
Vê-se bem sem ser nada de especial.

6.5/10

[PanterA]

The Lighthouse - 8/10

Para começar diria que é um hino á representação e a maneira como 2 actores trabalham praticamente perfeitos um com o outro (melhor que no 2 Popes), e se não houvesse um Joker para mim tanto um como o outro levavam o óscar de melhor actor mas de caras (se tivessem nomeados :facepalm:). Aliás, e não sei mesmo não lhes dava. Então a do Robert Pattinson, oh boy. Perfeita!

Quanto ao resto é difícil falar porque é ali uma mistura de sentimentos um bocado lixada. Por vezes estava a adorar noutras vezes já nem tanto, e de propósito ou não, parecia que o fio do condutor era posto de lado por camadas abstractas sem grande ligação ao resto. Mas se calhar é isso que torna a visualização unique e como poucas. Talvez a nota do presente seja uma coisa mas a mental e aquela que vai ficar na cabeça durante os próximos tempos acredito que vá subir.

Tenho lido que ele é algo pretensioso, que é o típico filme que uma pessoa vai dizer que gosta só para parecer bem tendo em conta que é algo completamente fora do cinema mainstream, mas genuinamente falando gostei e acredito que nos próximos tempos ainda vá gostar mais. Não é melhor que o do The Witch, mas uma coisa é certa, Robert Eggers veio para ser um dos melhores realizadores da sua geração e mostrar como se faz cinema de alta qualidade. Mesmo que não seja para todos.

[José]

Hoje foi dia de Uncut Gems
https://www.imdb.com/title/tt5727208/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/uncut_gems
Estava à espera de gostar por causa de ter gostado dos filmes anteriores dos Safdie Brothers e foi isso mesmo que aconteceu.
O filme é movimentado do principio ao fim e o Adam Sandler está bastante credível a interpretar uma personagem hiperactiva.
A escolha musical e como por vezes é colocada por cima de tudo é a do costume bem como o modo de filmar.
Gostei da história e de tudo.

Same here! Gostei muito deste filme. Cheguei ao final exausto por toda aquela adrenalina constante. Mas também muito agradado com o que acabara de ver. O filme é todo ele stress, nervos, suor e lágrimas! Obstáculos atrás de obstáculos... A banda-sonora intrusiva funciona na perfeição, sublinha toda a agitação emocional dos contextos e da personagem principal (Adam Sandler excelente, numa composição que tem tanto de repulsiva como de sedutora, na mesma medida). Não é à toa que faz lembrar a "street smart" de alguns dos filmes icónicos de Scorsese - o realizador é um dos produtores executivos deste "Uncut Gems - Diamante Bruto".

[Samwise]

Lone Star - Um Corpo no Deserto, de John Sayles.

Tinha uma vaga ideia de o ter visto antes, mas afinal era uma falsa correspondência na memória, e talvez isso explique por que tive tanto tempo ser pôr olhos nele.

Não há muitos filmes assim - e muito menos me parece que haja quem os queira realizar desta maneira nos dias de hoje, na "modernidade acelerada", por assim dizer. Não conheço a obra do Sayles, não vi mais nenhum filme dele, mas fiquei logo "em sentido" com os créditos iniciais, onde diz que ele escreveu, realizou e montou o filme, informação reveladora de que pretendeu (e felizmente conseguiu) ter mão em todo o processo produtivo (a edição joga com uma série de transições temporais de encher o olho!)

Isto para dizer que foi uma surpresa inesperada. Estava à espera de um bom filme, mas não assim tão bom. O final, para além das revelações mais ou menos inesperadas que atam as pontas narrativas e desvendam os mistérios pendentes, recorda e reencena uma das memórias cinematográficas mas caras do género western, evocando o "Print the Legend" de The Man Who Shot Liberty Valence - e as imagens finais, passadas em frente a um drive in em ruínas, recordam uma outra pérola do cinema que dá pelo nome de The Last Picture Show - e não é por acaso, porque têm muito em comum quanto à celebração agridoce de certas memórias comunitárias que teimam em não desaparecer da vida em comum de um local interior perdido no tempo, em que toda a gente se conhece, mas se calhar há uns que não estão a par de tudo...

Belíssimo ritmo narrativo, a suportar na perfeição a melancolia e o vago sentimento de mistério que pairam no ar.

10/10

[José]

Lone Star - Um Corpo no Deserto, de John Sayles.

Tinha uma vaga ideia de o ter visto antes, mas afinal era uma falsa correspondência na memória, e talvez isso explique por que tive tanto tempo ser pôr olhos nele.

Não há muitos filmes assim - e muito menos me parece que haja quem os queira realizar desta maneira nos dias de hoje, na "modernidade acelerada", por assim dizer. Não conheço a obra do Sayles, não vi mais nenhum filme dele, mas fiquei logo "em sentido" com os créditos iniciais, onde diz que ele escreveu, realizou e montou o filme, informação reveladora de que pretendeu (e felizmente conseguiu) ter mão em todo o processo produtivo (a edição joga com uma série de transições temporais de encher o olho!)

Isto para dizer que foi uma surpresa inesperada. Estava à espera de um bom filme, mas não assim tão bom. O final, para além das revelações mais ou menos inesperadas que atam as pontas narrativas e desvendam os mistérios pendentes, recorda e reencena uma das memórias cinematográficas mas caras do género western, evocando o "Print the Legend" de The Man Who Shot Liberty Valence - e as imagens finais, passadas em frente a um drive in em ruínas, recordam uma outra pérola do cinema que dá pelo nome de The Last Picture Show - e não é por acaso, porque têm muito em comum quanto à celebração agridoce de certas memórias comunitárias que teimam em não desaparecer da vida em comum de um local interior perdido no tempo, em que toda a gente se conhece, mas se calhar há uns que não estão a par de tudo...

Belíssimo ritmo narrativo, a suportar na perfeição a melancolia e o vago sentimento de mistério que pairam no ar.

10/10

Filmaço, de uma ponta à outra! Sayles passa um bocado fora dos radares, mas a sua mestria é de uma precisão quase cirúrgica. A atenção às personagens, à descrição social, é de um detalhe sempre subtil e elegante. O primeiro filme que vi dele foi o "apocalíptico" Limbo e guardo-o no coração desde essa altura.

[Samwise]

Lone Star - Um Corpo no Deserto, de John Sayles.

Tinha uma vaga ideia de o ter visto antes, mas afinal era uma falsa correspondência na memória, e talvez isso explique por que tive tanto tempo ser pôr olhos nele.

Não há muitos filmes assim - e muito menos me parece que haja quem os queira realizar desta maneira nos dias de hoje, na "modernidade acelerada", por assim dizer. Não conheço a obra do Sayles, não vi mais nenhum filme dele, mas fiquei logo "em sentido" com os créditos iniciais, onde diz que ele escreveu, realizou e montou o filme, informação reveladora de que pretendeu (e felizmente conseguiu) ter mão em todo o processo produtivo (a edição joga com uma série de transições temporais de encher o olho!)

Isto para dizer que foi uma surpresa inesperada. Estava à espera de um bom filme, mas não assim tão bom. O final, para além das revelações mais ou menos inesperadas que atam as pontas narrativas e desvendam os mistérios pendentes, recorda e reencena uma das memórias cinematográficas mas caras do género western, evocando o "Print the Legend" de The Man Who Shot Liberty Valence - e as imagens finais, passadas em frente a um drive in em ruínas, recordam uma outra pérola do cinema que dá pelo nome de The Last Picture Show - e não é por acaso, porque têm muito em comum quanto à celebração agridoce de certas memórias comunitárias que teimam em não desaparecer da vida em comum de um local interior perdido no tempo, em que toda a gente se conhece, mas se calhar há uns que não estão a par de tudo...

Belíssimo ritmo narrativo, a suportar na perfeição a melancolia e o vago sentimento de mistério que pairam no ar.

10/10

Filmaço, de uma ponta à outra! Sayles passa um bocado fora dos radares, mas a sua mestria é de uma precisão quase cirúrgica. A atenção às personagens, à descrição social, é de um detalhe sempre subtil e elegante. O primeiro filme que vi dele foi o "apocalíptico" Limbo e guardo-o no coração desde essa altura.

Escrevi o texto um pouco à pressa, mas não posso deixar de referir o enorme trabalho de contextualização social, política e sobretudo racial que é depois objecto de comentário narrativo constante, já que a acção se passa numa cidade fronteiriça do Texas com o México (do lado americano) em que a população é 90% mexicana (ou descendente de), 9% branca e 1% negra (mais coisa menos coisa). Todo o enredo assenta no fino rendilhado social, bastante detalhado, e na forte pressão quotidiana provocada pelo confronto étnico permanente que remonta ao passado histórico - uma ferida aberta sem viabilidade de cura provável. Pressão para as personagens principais, que têm de lidar com várias fontes de poder e disrupção num contexto de incerteza explosiva (e no entanto, o "tempo narrativo" não é afectado por isto).

O filme é de 1996, mas nunca esteve tão actual como agora.

[drakes]

jojo rabit, depois de muito tempo um filme melhor que o trailer...adorei ter visto, finalmente uma comédia que eu ri no cinema, por sinal aka bem quente, ar-condicionado do cinema ótimo , retornando atuações impecáveis, inclusive Taika Waititi, roteiro sem falhas.

https://www.imdb.com/title/tt2584384/

[Samwise]

Hoje foi dia de Uncut Gems
https://www.imdb.com/title/tt5727208/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/uncut_gems
Estava à espera de gostar por causa de ter gostado dos filmes anteriores dos Safdie Brothers e foi isso mesmo que aconteceu.
O filme é movimentado do principio ao fim e o Adam Sandler está bastante credível a interpretar uma personagem hiperactiva.
A escolha musical e como por vezes é colocada por cima de tudo é a do costume bem como o modo de filmar.
Gostei da história e de tudo.

Same here! Gostei muito deste filme. Cheguei ao final exausto por toda aquela adrenalina constante. Mas também muito agradado com o que acabara de ver. O filme é todo ele stress, nervos, suor e lágrimas! Obstáculos atrás de obstáculos... A banda-sonora intrusiva funciona na perfeição, sublinha toda a agitação emocional dos contextos e da personagem principal (Adam Sandler excelente, numa composição que tem tanto de repulsiva como de sedutora, na mesma medida). Não é à toa que faz lembrar a "street smart" de alguns dos filmes icónicos de Scorsese - o realizador é um dos produtores executivos deste "Uncut Gems - Diamante Bruto".

Vi. Gostei. Muito. Uma injecção de adrenalina e uma viagem alucinante ao limite do vício (do jogo) como não há outra igual. Em relação ao filme anterior deles, é um passo em frente (e em direcção ao abismo): o argumento é muito mais trabalhado/rendilhado, e, para além de introduzir e exigir assuntos e atenção constantes, está filmado e montado de forma exímia. A adequação do formato narrativo ao argumento (e, já agora, à interpretação do Sandler) é "orgânica". A experiência de ver esta coisa é aflitiva, um torniquete sempre a apertar, por vezes cómico e irónico, e sempre, sempre cruel. Extremamente cruel. Achei algumas situações, e algumas "descrições de sentimentos e estados de espírito", bastante realistas.

Não percebo uma coisa: o filme estaria eligível para as candidaturas aos Oscares de 2019? Se sim, a interpretação do Sandler foi criminosamente ignorada. Algo que devia dar pena de cadeia efectiva aos infractores.

[PanterA]

Depois do Lighthouse esse crime já foi feito over 9000^9000.

[nimzabo]

A Vida Deste Rapaz do Michael Caton-Jones
https://www.imdb.com/title/tt0108330/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/this_boys_life
DiCaprio e De Niro. É bom, melhor do que estava à espera.

[José]

Portrait de la Jeune Fille en Feu - Portrait of a Lady on Fire (2019), de Céline Sciamma

Salvo as devidas distâncias, está aqui um nobre parente espiritual do "Call Me By Your Name" do Luca Guadagnino. No final do século XVIII, uma jovem desloca-se a uma ilha, a pedido de uma senhora da alta sociedade. Ali, é incumbida de pintar em poucos dias o retrato da filha dessa senhora, que está prestes a casar. O retrato que daí resulte será para enviar para o noivo. Mas como a rapariga se recusa a contrair matrimónio e a ser retratada, a jovem pintora terá que fingir ser dama de companhia desta durante o dia e recorrer à sua memória para concretizar a pintura durante as noites...

"Portrait of a Lady on Fire" é, muito simplesmente, um filme fora-de-série. Tem uma respiração muito sui generis que não agradará a todos, admito isso. Mas quem aprecia fitas contemplativas, delicadas e emocionalmente impactantes, não sairá daqui defraudado. É um filme que precisa do seu tempo para se instalar em nós. Debruça-se sobre as cambiantes do desejo, sobre as contradições do amor e o papel da gestão da memória nestes terrenos. Tem uma fotografia tão maravilhosa que há planos que parecem eles próprios uma pintura. Devastador mas também esperançoso, conta no seu centro nevrálgico com duas actrizes espectaculares, em pleno controlo das suas respectivas qualidades interpretativas.

[PanterA]

Eu espero bem que não seja um Call Me By Your Name porque estou com alguma expectativa para esse Portrait of a Lady on Fire já há alguns meses desde que entrou em circuito.