Brokeback Mountain - Ang Lee (2005)
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sorryGrande Guru wrote:Cinebanco, O rapaz falava do filme, n sejas assim...


Agora a sério , ainda não vi este filme mas já vi um sobre ou mesmo tema que gostei muito "Lost and Delirious" www.dvdpt.com/a/a_outra_metade_do_amor.php . Jake Gyllenhaal tem por habito de entrar em filmes com temas particularmente fortes por isso tenho o feeling que este também me vai agradar.
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Eu também gostei mas isto é um "típico" chick-flick (mesmo sendo dois eles...); história triste de amores proibidos, etc - o primeiro filme que me ocorreu ser mais próximo deste é "As pontes de Madison Country", que curiosamente deu depois ontem à noite na RTP1.
O Jake está bem mas o filme é o Heath - grande papel, não admira que ele lhe tenha saltado para cima
à primeira oportunidade!
Ah e a música também é muito boa.
O Jake está bem mas o filme é o Heath - grande papel, não admira que ele lhe tenha saltado para cima

Ah e a música também é muito boa.
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Eu gostei do filme. Felizmente não estava à espera de muito por isso não me desiludi. As interpretações no filme estão muito acima da média.
Last edited by lady_didymus on February 19th, 2006, 3:25 am, edited 1 time in total.
- DarkPhoenix
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Trágica história de amor entre dois cowboys, esta obra de Ang Lee é de uma sensibilidade e sinceridade extremas.
As montanhas e rios do Wyoming, espaços grandiosos onde a natureza exerce o seu domínio, são o cenário agreste e monumental que contrasta absolutamente com a contenção de dois homens que não podem assumir abertamente os sentimentos que nutrem um pelo outro.
Mais do que uma história de amor, "Brokeback Mountain" é, acima de tudo, um romance gay, por vezes com uma carga erótica e sensorial que desconcerta e desorienta a minha orientação hetero, mas que me levanta sempre admiração pela forma corajosa, realista, até pragmática como o tema é abordado.
A realização de Ang Lee é excelente, a espaços magnífica, com enquadramentos notáveis, sempre acompanhado por uma cinematografia exemplar, tirando o melhor partido da beleza e grandiosidade dos ambientes, mas sem se perder jamais do essencial ou afastar-se do lado humano da história.
Heath Ledger é uma surpresa pelo seu desempenho contido, qual vulcão adormecido prestes a explodir.
Jack Gyllenthal é uma realidade, um actor que encanta pela naturalidade e sinceridade que empresta às suas personagens. É dele o desempenho mais corajoso, no papel do motor da paixão homossexual, incapaz de se render ao fatalismo da realidade, sempre inconformado com a aparente apatia do seu amante em relação ao destino.
O que impede "Brokebak Mountain" de ser excepcional?
Talvez o crescente excesso de personagens e sideplots introduzidos, dispersando a atenção do fulcral, tentando pintar um quadro maior, mas esquecendo as pinceladas mestras.
Assim, após uma primeira meia hora de verdadeiro paraíso cinematográfico, o filme vai lentamente perdendo o seu fulgor inicial e acaba caindo já perto do fim, na mediania sempre indesejada.
Triste que assim seja, pois uma maior focagem na beleza da relação entre aqueles dois seres apaixonados, interpretados de forma sincera por dois actores entregues e generosos, poderia proporcionar outra dinâmica à obra .
Apesar de tudo, "Brokeback Mountain" é, sem dúvida, uma das mais desconcertantes histórias de amor dos últimos tempos, e um filme 100% recomendável.
8/10
As montanhas e rios do Wyoming, espaços grandiosos onde a natureza exerce o seu domínio, são o cenário agreste e monumental que contrasta absolutamente com a contenção de dois homens que não podem assumir abertamente os sentimentos que nutrem um pelo outro.
Mais do que uma história de amor, "Brokeback Mountain" é, acima de tudo, um romance gay, por vezes com uma carga erótica e sensorial que desconcerta e desorienta a minha orientação hetero, mas que me levanta sempre admiração pela forma corajosa, realista, até pragmática como o tema é abordado.
A realização de Ang Lee é excelente, a espaços magnífica, com enquadramentos notáveis, sempre acompanhado por uma cinematografia exemplar, tirando o melhor partido da beleza e grandiosidade dos ambientes, mas sem se perder jamais do essencial ou afastar-se do lado humano da história.
Heath Ledger é uma surpresa pelo seu desempenho contido, qual vulcão adormecido prestes a explodir.
Jack Gyllenthal é uma realidade, um actor que encanta pela naturalidade e sinceridade que empresta às suas personagens. É dele o desempenho mais corajoso, no papel do motor da paixão homossexual, incapaz de se render ao fatalismo da realidade, sempre inconformado com a aparente apatia do seu amante em relação ao destino.
O que impede "Brokebak Mountain" de ser excepcional?
Talvez o crescente excesso de personagens e sideplots introduzidos, dispersando a atenção do fulcral, tentando pintar um quadro maior, mas esquecendo as pinceladas mestras.
Assim, após uma primeira meia hora de verdadeiro paraíso cinematográfico, o filme vai lentamente perdendo o seu fulgor inicial e acaba caindo já perto do fim, na mediania sempre indesejada.
Triste que assim seja, pois uma maior focagem na beleza da relação entre aqueles dois seres apaixonados, interpretados de forma sincera por dois actores entregues e generosos, poderia proporcionar outra dinâmica à obra .
Apesar de tudo, "Brokeback Mountain" é, sem dúvida, uma das mais desconcertantes histórias de amor dos últimos tempos, e um filme 100% recomendável.
8/10
"I WAS fire and life incarnate!"
https://www.youtube.com/user/darkphoenixPT
http://ultrawideangle.blogspot.com/

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Tem piada que eu achei o contrário, acho que só no fim é que o filme começa a desenvolver mais e acaba maravilhosamente. Diria que os últimos 30 ou 40 minutos são os melhores do filme.DarkPhoenix wrote:
Assim, após uma primeira meia hora de verdadeiro paraíso cinematográfico, o filme vai lentamente perdendo o seu fulgor inicial e acaba caindo já perto do fim, na mediania sempre indesejada.
O filme é mesmo muito bom, é mais um exemplar do que Ang Lee oferece em todos os seus filmes.
***** Há para aqui SPOILERS pelo meio *****
Talvez por ter as expectativas algo elevadas, saí da sala um pouco desiludido. Fico com a ideia de que é a polémica da história relatada que faz com que o filme esteja a receber críticas tão positivas. Ou então houve mesmo algo que me escapou.
O filme acaba por se deixar cair em alguns lugares-comuns, arrastando a narrativa um pouco para além do desejável. Depois, acho que desperdiça alguns focos de conflito, como o familiar. As cenas com a filha são totalmente acessórias, dando quase a ideia de que foram ali metidas a martelo, um pouco como acontece com o conflito com o sogro.
Depois acho que aquela sequência da notícia da morte da personagem desempenhada pelo Jake Gyllenhaal é excessivamente simplificada. Numa história de amor daquelas, o sofrimento não é muito bem dado.
A juntar a tudo isto, o envelhecimento das personagens está mal conseguido, tanto na caracterização como na própria narrativa. Não convence.
Fico agora a torcer para que não se cometa uma injustiça na noite dos Óscares, ainda que sem grandes esperanças. Acredito que a Academia vá pelo politicamente correcto e venha a olhar mais para o significado que este filme terá do que para a sua qualidade, algo que, quanto a mim, já tem vindo a acontecer.
Talvez por ter as expectativas algo elevadas, saí da sala um pouco desiludido. Fico com a ideia de que é a polémica da história relatada que faz com que o filme esteja a receber críticas tão positivas. Ou então houve mesmo algo que me escapou.
O filme acaba por se deixar cair em alguns lugares-comuns, arrastando a narrativa um pouco para além do desejável. Depois, acho que desperdiça alguns focos de conflito, como o familiar. As cenas com a filha são totalmente acessórias, dando quase a ideia de que foram ali metidas a martelo, um pouco como acontece com o conflito com o sogro.
Depois acho que aquela sequência da notícia da morte da personagem desempenhada pelo Jake Gyllenhaal é excessivamente simplificada. Numa história de amor daquelas, o sofrimento não é muito bem dado.
A juntar a tudo isto, o envelhecimento das personagens está mal conseguido, tanto na caracterização como na própria narrativa. Não convence.
Fico agora a torcer para que não se cometa uma injustiça na noite dos Óscares, ainda que sem grandes esperanças. Acredito que a Academia vá pelo politicamente correcto e venha a olhar mais para o significado que este filme terá do que para a sua qualidade, algo que, quanto a mim, já tem vindo a acontecer.
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Eu ainda estou para ir ver o filme, mas se por acaso isto fosse uma relação hetero, será que o filme seria algo mais do que rotineiro ? Até posso estar redondamente enganado (vindo do Ang Lee não se pode esperar menos do que muito bom), mas tenho que concordar que o burburinho em volta do filme está mais ligado à relação ser entre dois homens do que propriamente ao todo do filme. Bom, a ver vamos...
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Exactamente.
Subscrevo a tua opinião Argaroth01.
O burburim à volta deste filme prende-se apenas, no meu ver, com o facto de ser uma relação homosexual, e de haver um desconhecimento dos sentimentos inerentes a individuos do mesmo sexo no que consta a amor e atracção física.
Eu que fui ver o filme ao cinema, achei que fui ver uma história de amor, em que para além do bom desempenho dos actores a história é desenvolvida sobre um cenário de facto bonito e majestoso, mas fora isso é lenga-lenga que sinceramente não me convence muito.
Tecnicamente a realização não é arrojada (nem poderia ser para um filme deste género) e move-se num campo simplista sem muito a acrescentar.
Para pessoal que não tenha tido contacto com casais homosexuais é capaz de ser um filme com o seu interesse, isto é, temporalmente Brokeback Mountain é perfeitamente adaptado aos dias de hoje e vale por isso, por mostrar aquilo que algumas pessoas preferem não pensar ou imaginar (ainda que não explicito no filme), porém não é nada por aí além...
Subscrevo a tua opinião Argaroth01.
O burburim à volta deste filme prende-se apenas, no meu ver, com o facto de ser uma relação homosexual, e de haver um desconhecimento dos sentimentos inerentes a individuos do mesmo sexo no que consta a amor e atracção física.
Eu que fui ver o filme ao cinema, achei que fui ver uma história de amor, em que para além do bom desempenho dos actores a história é desenvolvida sobre um cenário de facto bonito e majestoso, mas fora isso é lenga-lenga que sinceramente não me convence muito.
Tecnicamente a realização não é arrojada (nem poderia ser para um filme deste género) e move-se num campo simplista sem muito a acrescentar.
Para pessoal que não tenha tido contacto com casais homosexuais é capaz de ser um filme com o seu interesse, isto é, temporalmente Brokeback Mountain é perfeitamente adaptado aos dias de hoje e vale por isso, por mostrar aquilo que algumas pessoas preferem não pensar ou imaginar (ainda que não explicito no filme), porém não é nada por aí além...
Cumprimentos,
[CR]
LIGHT AGAINST TIME - Mostra de Fotografia de Espectáculos em Exposição de 26 de Janeiro a 21 de Fevereiro no Cine-Teatro Avenida em Castelo Branco - http://nmdesign.org/lat
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A sua maior força reside no facto de ser uma história de amor homossexual masculino filmada decentemente.
É aí que marca pontos e faz a diferença.
Retirar-lhe esse mérito é o mesmo que tirarmos os dinossauros ao "Jurassic Park", para depois dizermos:
"-Ahhh, se não fosse por ter dinossauros, era um filme de acção igual aos outros..."
É aí que marca pontos e faz a diferença.
Retirar-lhe esse mérito é o mesmo que tirarmos os dinossauros ao "Jurassic Park", para depois dizermos:
"-Ahhh, se não fosse por ter dinossauros, era um filme de acção igual aos outros..."
Last edited by DarkPhoenix on February 22nd, 2006, 1:23 pm, edited 1 time in total.
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Pois eu não concordo nada com as últimas opiniões aqui expressas, de que o filme assenta essencialmente sobre o facto de ser sobre amor homossexual. Isso não tem nada a ver. O que aqui está é mais uma obra de Ang Lee sobre sentimentos recalcados que comem o ser humano por dentro, a homossexualidade não tem nada a ver, é apenas mais um tema a juntar aos vários filmes de Lee sobre sentimentos recalcados. Sense And Sensibility será um mau filme só porque as relações nele retratadas são hetero? Ou Crouching Tiger Hidden Dragon? Ou The Ice Storm? Ou até mesmo Hulk, onde o recalcamento tem origem na relação com o pai e a deste com a mãe?
Para mim, Brokeback Mountain é apenas uma historia de amor trágica, não me interessa cá se é entre homem e mulher, dois homens, duas mulheres ou entre um pastor e a sua ovelha preferida (que Brokeback Mountain até facilmente poderia ter sido
). Ang Lee tratou o filme como tratou qualquer seu filme anterior, não há aqui nenhum ênfase na homossexualidade, é tratada normalmente. Por isso qualquer afirmação que se encontre no facto puro e simples de ser sobre homossexualidade estará no olho do observador e não no filme em si.
É como Paul Verhoeven dizia "being a homosexual is not the issue, it's a part of life, it's there and who cares?". E de facto, para quem já viu a filmografia quase completa de Verhoeven (sobretudo os seus filmes holandeses) Brokeback Mountain é até muito brando.
Para mim, Brokeback Mountain é apenas uma historia de amor trágica, não me interessa cá se é entre homem e mulher, dois homens, duas mulheres ou entre um pastor e a sua ovelha preferida (que Brokeback Mountain até facilmente poderia ter sido

É como Paul Verhoeven dizia "being a homosexual is not the issue, it's a part of life, it's there and who cares?". E de facto, para quem já viu a filmografia quase completa de Verhoeven (sobretudo os seus filmes holandeses) Brokeback Mountain é até muito brando.

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Quem quiser ver uma relação entre um médico e a ovelha preferida, pode sempre recorrer ao "Everything you always wanted to know about sex, but were afraid to ask".Grande Guru wrote:lud81, Confesso q parti a moca a rir com esta..![]()
"entre um pastor e a sua ovelha preferida (que Brokeback Mountain até facilmente poderia ter sido "
Acima de tudo, acho que este filme é sobre o desencanto. As vidas dos personagens são marcadas pela tristeza de verificarem que as suas vidas podiam ter sido felizes. No caso do parzinho amoroso, nunca viveram verdadeiramente a dois e só no final o sobrevivente se apercebe disso. As próprias familias acabaram por também sofrer com isso, já que os maridos não estavam casados de coração.
Por isso, acho que o que fica no final é a ideia de que se não tivermos a coragem de assumir o que verdadeiramente queremos fazer da vida, acabamos por acordar um dia como o Ennis e verificar que a nossa razão de viver já não existe e a felicidade nos passou ao lado.
E acaba por ser tarde de mais para reparar o passado, como fica claro com a decisão do Ennis de viver solitário.
Paulo Alho