Inception (2010) - Christopher Nolan

[rui sousa]

O 2001 é uma seca de filme! A serio, não sei como podem considerar o Melancholia e o Tree of Life uma seca e o 2001 não! Pra mim o 2001 foi muito mais aborrecido que os outros dois mencionados, pois ao menos aqueles tinham personagens e alguma coisa que prende a atenção do espectador, ao mesmo tempo que tem uma estética excelente. O 2001 fica-se pela boa estética, pelos bons efeitos especiais e toda a componente técnica, e tudo o resto é zero! E desculpem, mas há formas mais interessantes de contar a historia do universo e do homem, e Malick provou isso! O Tree of Life e como se fosse uma versão melhorada do 2001... nem sei como e que o realizador do Clockwork Orange é o mesmo do 2001! E que e da agua pro vinho!

Duas coisas:

- Para mim, e não idolatro o «2001», prefiro-o ao de Malick pela mesma razão que tu dás para fundamentar a tua opinião, mas na perspetiva contrária. Eu encontro história e personagens e dilemas filosóficos no filme do Kubrick, e no de Malick associo-o a dois epítetos, nenhum deles da minha autoria mas que encaixam perfeitamente: A maior apresentação de Power Point de sempre, e O maior documentário sobre a natureza sem voz off alguma vez feito. Para mim o filme é um completo vazio, algo interessante, mas descabido.

- O realizador do «Clockwork Orange» é o mesmo que fez «Paths of Glory», «Full Metal Jacket», «The Shinning», «Barry Lyndon», «Dr Strangelove», entre outros. Se há realizador em que cada filme é novo e que nos faz pensar que não pode ser a mesma pessoa a fazê-lo, é com ele. Experimenta ver algum destes filmes que te citei, e depois verás se não fazes a mesma afirmação: "nem sei como é que o realizador do Clockwork Orange é o mesmo que fez uma sátira à guerra fria!" ou "nem sei como é que o realizador do Clockwork Orange é o mesmo que fez um épico de época tão bonito!", etc.

[No Angel]

Duas coisas:

- Para mim, e não idolatro o «2001», prefiro-o ao de Malick pela mesma razão que tu dás para fundamentar a tua opinião, mas na perspetiva contrária. Eu encontro história e personagens e dilemas filosóficos no filme do Kubrick, e no de Malick associo-o a dois epítetos, nenhum deles da minha autoria mas que encaixam perfeitamente: A maior apresentação de Power Point de sempre, e O maior documentário sobre a natureza sem voz off alguma vez feito. Para mim o filme é um completo vazio, algo interessante, mas descabido.

- O realizador do «Clockwork Orange» é o mesmo que fez «Paths of Glory», «Full Metal Jacket», «The Shinning», «Barry Lyndon», «Dr Strangelove», entre outros. Se há realizador em que cada filme é novo e que nos faz pensar que não pode ser a mesma pessoa a fazê-lo, é com ele. Experimenta ver algum destes filmes que te citei, e depois verás se não fazes a mesma afirmação: "nem sei como é que o realizador do Clockwork Orange é o mesmo que fez uma sátira à guerra fria!" ou "nem sei como é que o realizador do Clockwork Orange é o mesmo que fez um épico de época tão bonito!", etc.

Quanto ao primeiro ponto, é a tua opinião, como a de muitos outros, e respeito. Mas eu acho que o Tree of Life tem personagens e historia: a historia da família do Jack, o próprio Jack... as personagens são minimamente desenvolvidas. Existem dilemas morais e humanos... E quanto à voz off, é uma coisa que adoro nos filmes de Malick. Numa ou noutra ocasião ate pode fazer-nos revirar os ohos, mas é um elemento que torna o filme mais interessante, que cativa a tua atenção.

Quanto ao segundo ponto, porque e que supões que eu não vi outros filmes do realizador? Para alem do 2001 e do Clockwork Orange, já vi o The Shinning, Barry Lyndon e Eyes Wide Shut. E nenhum deles me aborreceu como o 2001 o fez. Foi por isso que disse que o realizador do Clockwork Orange não parecia o mesmo do 2001... não tem a ver com serem filmes diferentes (isso todos os realizadores tem), mas sim com o facto dele passar de um filme aborrecido para um filme excelente, que prende a a tua atenção e te empolga, e que ao mesmo tempo potencia uma reflexão!

[THX]

No Angel,

Certa vez li um comentário sobre alguém a dizer que o filme 2001 era muito parado, chato, aborrecido, etc...
Nunca mais me irei esquecer da resposta de alguém :

O filme não é para ser "lido", mas sim para ser sentido.

É para se absorver as imagens, o som, as cores, os planos de filmagem, os FX.
Enfim, toda uma coreografia que Kubrick quis transmitir ao público quando resolveu fazer o filme.
Para que é preciso diálogos, questões, reflexões??

Ou seja, uma imagem vale por mil palavras, e o silêncio de diálogos que percorre todo o filme é apenas para dar mais profundidade ao mesmo, propositadamente.

Com certeza sabes o que são filmes existênciais, filmes como os que apontas acima, com uma forte conotação filosófica e metafisica, como "The Tree of Life", "The Thin Red Line" ou o fabuloso "Melancholia".

Muitos acreditam que 2001 é O filme "existêncial" por natureza.

[No Angel]

No Angel,

Certa vez li um comentário sobre alguém a dizer que o filme 2001 era muito parado, chato, aborrecido, etc...
Nunca mais me irei esquecer da resposta de alguém :

O filme não é para ser "lido", mas sim para ser sentido.

É para se absorver as imagens, o som, as cores, os planos de filmagem, os FX.
Enfim, toda uma coreografia que Kubrick quis transmitir ao público quando resolveu fazer o filme.
Para que é preciso diálogos, questões, reflexões??

Ou seja, uma imagem vale por mil palavras, e o silêncio de diálogos que percorre todo o filme é apenas para dar mais profundidade ao mesmo, propositadamente.

Com certeza sabes o que são filmes existênciais, filmes como os que apontas acima, com uma forte conotação filosófica e metafisica, como "The Tree of Life", "The Thin Red Line" ou o fabuloso "Melancholia".

Muitos acreditam que 2001 é O filme "existêncial" por natureza.

Não sei se concordo que uma imagem valha mais que mil palavras... eu prezo muito um bom guião (os filmes de Bergman vivem muito deles, e são deliciosos). E apesar dos filmes de Malick se guiarem pelas imagens, tem a tal voz off para orientar o espectador nas reflexões...

Um filme não pode ser so silencio... o silencio so tem profundidade de houverem também diálogos.
Tal como a estética não e nada por si so, sem uma historia ou personagens. E o conjunto que importa...

Bem, eu hei-de ver o 2001 outra vez uma dia destes, de qualquer forma... e eu não odeio o filme nem nada disso, quando o vi (á segunda tentativa) ate gostei bastante, porque já estava no modo certo para o ver. Mas depois fiquei com a sensação que era um filme oco, estéril e sem emoção, apenas um bom espetáculo visual, mas sem mais nada a oferecer. Mas como digo, hei-de vê-lo de novo, e talvez ate mude completamente de ideia...

P.S - Secalhar era melhor mover esta conversa para o tópico do filme...

[Rui Santos]

P.S - Secalhar era melhor mover esta conversa para o tópico do filme...

Só encontrei estes 2...
Entrevista a Kubrick com a explicação do 2001 (SPOILERS)
Só para fans de 2001

[rui sousa]

Duas coisas:

- Para mim, e não idolatro o «2001», prefiro-o ao de Malick pela mesma razão que tu dás para fundamentar a tua opinião, mas na perspetiva contrária. Eu encontro história e personagens e dilemas filosóficos no filme do Kubrick, e no de Malick associo-o a dois epítetos, nenhum deles da minha autoria mas que encaixam perfeitamente: A maior apresentação de Power Point de sempre, e O maior documentário sobre a natureza sem voz off alguma vez feito. Para mim o filme é um completo vazio, algo interessante, mas descabido.

- O realizador do «Clockwork Orange» é o mesmo que fez «Paths of Glory», «Full Metal Jacket», «The Shinning», «Barry Lyndon», «Dr Strangelove», entre outros. Se há realizador em que cada filme é novo e que nos faz pensar que não pode ser a mesma pessoa a fazê-lo, é com ele. Experimenta ver algum destes filmes que te citei, e depois verás se não fazes a mesma afirmação: "nem sei como é que o realizador do Clockwork Orange é o mesmo que fez uma sátira à guerra fria!" ou "nem sei como é que o realizador do Clockwork Orange é o mesmo que fez um épico de época tão bonito!", etc.

Quanto ao primeiro ponto, é a tua opinião, como a de muitos outros, e respeito. Mas eu acho que o Tree of Life tem personagens e historia: a historia da família do Jack, o próprio Jack... as personagens são minimamente desenvolvidas. Existem dilemas morais e humanos... E quanto à voz off, é uma coisa que adoro nos filmes de Malick. Numa ou noutra ocasião ate pode fazer-nos revirar os ohos, mas é um elemento que torna o filme mais interessante, que cativa a tua atenção.

Quanto ao segundo ponto, porque e que supões que eu não vi outros filmes do realizador? Para alem do 2001 e do Clockwork Orange, já vi o The Shinning, Barry Lyndon e Eyes Wide Shut. E nenhum deles me aborreceu como o 2001 o fez. Foi por isso que disse que o realizador do Clockwork Orange não parecia o mesmo do 2001... não tem a ver com serem filmes diferentes (isso todos os realizadores tem), mas sim com o facto dele passar de um filme aborrecido para um filme excelente, que prende a a tua atenção e te empolga, e que ao mesmo tempo potencia uma reflexão!

São opiniões, claro!

Eu não supus nada No Angel, baseei apenas a minha resposta naquilo que li nos teus comentários. Mas refaço, então, a pergunta: se não soubesses que Shinning, Clockwork Orange, Barry Lyndon e Eyes Wide Shut fossem realizados pela mesma pessoa... acreditarias se te dissessem que são todas da autoria de um dos realizadores mais versáteis de sempre?

[rui sousa]

Um filme não pode ser so silencio... o silencio so tem profundidade de houverem também diálogos.

Mas o 2001 não é só silêncio... e tem uma coisa que o de Malick não tem: uma extraordinária banda sonora! E o cinema mudo, onde os intertítulos é o secundário e onde, apenas com música e imagem, se fazem coisas lindíssimas? Nos filmes do Chaplin, por exemplo, ou em tantos clássicos posteriores (o Le Samourai de Jean-Pierre Melville por exemplo).
Interessante como a minha e a tua opinião contradizem-se sobre os dois filmes, mas compreendo a tua admiração pelo The Tree of Life. É um filme que apela a alguns gostos que, infelizmente, não correspondem aos meus...

[Net_Holer]

Podes dizer muita coisa sobre o que quiseres (inclusive fora do mundo do cinema), excepto dizer que o Tree of Life não tem uma excelente banda sonora!

PS: Isto não era o tópico do Inception? :P

[mansildv]

Inception (2010) - 10/10

Fui vê-lo na estreia e resolvi rever agora! É um daqueles filmes que cativa sempre, independentemente do número de visualizações
É um filme brilhante, com estrutura e temática complexas, e um elenco de luxo.

[Rui Santos]

Inception (2010) - 10/10

Fui vê-lo na estreia e resolvi rever agora! É um daqueles filmes que cativa sempre, independentemente do número de visualizações
É um filme brilhante, com estrutura e temática complexas, e um elenco de luxo.

Fui ver Inception ao cinema, e vim de lá cheio de "cinema"... deu-me aquela vontade de dizer genial várias vezes durante o filme.
Mais tarde comprei o filme, mas nunca tive oportunidade de o rever, pois o sabor delicioso da noite em que o fui ver ainda perdura.
Ainda bem que escreveste o post, pois assim deu-me a vontade de o rever.

[mansildv]

Inception (2010) - 10/10

Fui vê-lo na estreia e resolvi rever agora! É um daqueles filmes que cativa sempre, independentemente do número de visualizações
É um filme brilhante, com estrutura e temática complexas, e um elenco de luxo.

Fui ver Inception ao cinema, e vim de lá cheio de "cinema"... deu-me aquela vontade de dizer genial várias vezes durante o filme.
Mais tarde comprei o filme, mas nunca tive oportunidade de o rever, pois o sabor delicioso da noite em que o fui ver ainda perdura.
Ainda bem que escreveste o post, pois assim deu-me a vontade de o rever.

Ainda me lembrava muito bem do filme, mesmo passado sete anos, mas vi com o mesmo entusiasmo da primeira visualização, é mesmo um filme fabuloso!
Aproveita e revê Rui!

[Ludovico]

Pois para mim, foi um balde de água fria .Foi assim quando o vi em sala e mantenho o que pensei.Este filme não é mau,nem bom, é assim assim. É uma promessa de filme que não chegou a rebentar na pratica do seu conceito téorico. É ambicioso, é mas isso não faz dele um bom filme. É um grande desperdício de inúmeros meios técnicos. e humanos.Nolan é da nova geração de realizadores um armante que se julga revolucionário e inovador quando, na prática, deixa muito a desejar.Poucos são os filmes dele que se aproveitam.Salvam-se: Memento,Insónia e Terceiro Passo.
É a minha opinião,como é lógico mas defendo-a com unhas e dentes.Espero que Dunkirk seja o regresso à boa forma dele que o redima dos outros filmes dele recentes.

[lud81]

Nolan é da nova geração de realizadores um armante que se julga revolucionário e inovador

Penso que os fans é dizem isso, não ele. Ele faz os filmes que gosta de fazer, como qualquer outro realizador. Não é o Kanye West.

[mansildv]

Poucos são os filmes dele que se aproveitam.Salvam-se: Memento,Insónia e Terceiro Passo.
É a minha opinião,como é lógico mas defendo-a com unhas e dentes.Espero que Dunkirk seja o regresso à boa forma dele que o redima dos outros filmes dele recentes.

Penso que aqui ninguém pretende mudar opiniões à força

Já viste o Following? É um excelente filme, dentro do registo que aprecias.

Nolan é da nova geração de realizadores um armante que se julga revolucionário e inovador quando, na prática, deixa muito a desejar.

Esta frase é que me parece infeliz... o homem faz os filmes que quer, da forma que quer, o resto são opiniões.

[drakes]

Depois de muito tempo reassisto um filme, escolhi este por ser um filme complexo e sempre algo me incomodou, agora consegui projetar um final para ele,

Dicaprio estar preso e tudo não se passasse de um plano do pai da moça para ele confessar que implantou as memórias nela e prende-lo, seria algo que mais tarde fez de certa maneira o black mirror no especial de natal seria uma extração de confição.

Até por que daria melhor complexidade ao personagem do Michael Caine que dá aula em Paris, e está em Los Angeles no final, claro que sem ser spoilers fica em aberto que é um sonho para alguns.

Como todo filme do Nolan é perfeito na parte técnica, atuações fortes, que vale a pena assistir e o tempo não tirou o encanto.