Munich (2005) - Steven Spielberg
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- DarkPhoenix
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Alan, o que eu espero de um realizador é que os seus filmes me criem emoções ou paixões.
Aliás, tal é o que define o gosto pela arte.
Infelizmente, Spielberg ( o realizador que acordou em mim o gosto para o cinema ) já não me surpreende nem me maravilha como outrora, apenas me desilude a cada novo filme, graças à ausência de paixão e espontaneidade que tem caracterizado o seu cinema recente ( últimos 12 anos ).
Hoje, após a consagração e os Oscars, parece-me alguém acomodado ao sistema, habituado ao cinema seguro, mas sobretudo um artista que sofre de uma ligeira branca criativa e que parece ter perdido o seu lado mais famoso e mais rico: o de sonhador.
Aliás, tal é o que define o gosto pela arte.
Infelizmente, Spielberg ( o realizador que acordou em mim o gosto para o cinema ) já não me surpreende nem me maravilha como outrora, apenas me desilude a cada novo filme, graças à ausência de paixão e espontaneidade que tem caracterizado o seu cinema recente ( últimos 12 anos ).
Acho que esta frase do Alienmem resume a minha opinião e desilusão acerca de alguém que já foi um farol para jovens cineastas com abordagens inovadoras na algibeira.So tenho pena de o gajo depois de amealhar o dinheiro que realmente tem e o poder que tem nao ter tomates para fazer os filmes que ele aparenta ter capacidades para fazer e deixar-se levar por o que o publico/mainstream/comercialismo exige
Hoje, após a consagração e os Oscars, parece-me alguém acomodado ao sistema, habituado ao cinema seguro, mas sobretudo um artista que sofre de uma ligeira branca criativa e que parece ter perdido o seu lado mais famoso e mais rico: o de sonhador.
"I WAS fire and life incarnate!"
https://www.youtube.com/user/darkphoenixPT
http://ultrawideangle.blogspot.com/

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Nem todos os realizadores são como Clint Eastwood, que fica melhor cada filme que faz. Spielberg não tem nada a provar, foi construtor de obras cinematográficas que fazem parte do imaginário de toda a gente e apesar de se ter rendido ao seu trabalho como produtor e de as suas obras já não serem projectos pessoais como as de outrora não faz com que seja um mau realizador. Antes pelo contrário.
E continuo a não perceber a teima com o Schindler's list, mas enfim...
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It never hurts for potential opponents to think you’re more than a little stupid and can hardly count all the money in your hip pocket, much less hold on to it. --Amarillo Slim on Poker
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Pois eu discordo totalmente dessa frase (em particular na questão dos “tomates”DarkPhoenix wrote:Acho que esta frase do Alienmem resume a minha opinião (...)So tenho pena de o gajo depois de amealhar o dinheiro que realmente tem e o poder que tem nao ter tomates para fazer os filmes que ele aparenta ter capacidades para fazer e deixar-se levar por o que o publico/mainstream/comercialismo exige

Se o A. I. não foi um projecto arriscado, então o que é um projecto arriscado?

Ainda mais sendo um projecto de Kubrick qualquer realizador correria o risco (como aconteceu) de a obra final ser comparada com a hipotética visão de Kubrick.
Spielberg deixou-se levar pelo publico/mainstream/comercialismo em a Guerra dos Mundos?

Spielberg inverteu as regras dos Blockbusters. Não se vê uma única batalha num filme que tem por nome a Guerra dos Mundos. Tudo é filmado a escala humana do anti-heroísmo. A guerra é mostrada apenas do ponto de vista da família e a câmara está sempre no nível das pessoas o que torna a acção muito mais pessoal. Estamos o tempo inteiro com a família Ferrier, Mesmo nas cenas “mais espectaculares” as personagens são sempre foco central da trama. Sentimos medo porque as personagens principais sentem medo. Não são os efeitos especiais mas sim o storytelling, a grande estrela do filme. Desta forma, a dimensão humana da história, o modo como as personagens reagem à invasão, e como a natureza humana se revela na busca pela sobrevivência é o “motor” do filme. Os aliens são apenas figurantes e nada mais.
E na visão de Spielberg, isto é mais importante, do que analisar o extermínio da raça humana a partir de uma visão mais global.
Seria muito mais fácil fazer um filme recheado de grandes batalhas e de grandes actos heróicos. Spielberg optou por uma visão pessoal muito mais arriscada.
Peter Jackson na sua adaptação de O Senhor dos Aneis deixou-se levar muito mais pelo publico/mainstream/comercialismo do que Spielberg na sua adaptação de a Guerra dos Mundos.
E não é Munich um filme arriscado? Se o filme “passar uma imagem” pro-israelita será criticado em toda a Europa e por alguma esquerda norte-americana como um filme parcial, onde mais uma vez Spielberg mostra apenas a visão judaica, blá, blá, blá, blá...
Se por acaso o filme for simpático com os palestinianos, será criticado por grande parte da América e pelo seu próprio povo, para os quais palestiniano é igual a terrorista.
Se Spielberg estivesse acomodado, estaria agora a realizar o Harry Potter (ele foi o primeiro realizador a ser convidado para tal tarefa) ou então a realizar o Indiana Jones Parte IV/V ou VI
Já agora voltado a Munich estas são as palavras de Spielberg sobre o filme: «Ver a resposta de Israel a Munique pelos olhos dos homens enviados para vingar essa tragédia traz uma dimensão humana a um episódio terrível que normalmente encaramos apenas em termos políticos ou militares. Ao ver como a implacável determinação desses homens em ter sucesso na sua missão gradualmente dá lugar a dúvidas preocupantes sobre o que estão a fazer, penso que podemos aprender algo importante sobre o trágico impasse em que nos encontramos hoje.»
Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos. Millor Fernandes
Aqui vai um link sobre o que se passou em Munique em 1972:
http://encyclopedia.thefreedictionary.c ... 20Massacre
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- Ricardo Ribeiro
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Bem, um gajo fazer dois ou três filmes e o segundo agradar-te mais do que o primeiro não tem nada de especial, tem?Nem todos os realizadores são como Clint Eastwood, que fica melhor cada filme que faz.
Não compreendo aqui a parte do "se". Há algum "se" nessa questão?E não é Munich um filme arriscado? Se o filme “passar uma imagem” pro-israelita será criticado em toda a Europa e por alguma esquerda norte-americana como um filme parcial, onde mais uma vez Spielberg mostra apenas a visão judaica, blá, blá, blá, blá...
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Não foi nenhum golpe de génio isso de "inverter as regras do blockbuster" (o filme continua a ser um blockbuster) ou o que quer que isso seja, porque a única coisa que sucedeu foi terem feito o filme à semelhança do livro (com óbvias alterações, claro), que nos é transmitido na primeira pessoa e isso implica logo uma visão mais pessoal e intimista (basta ver os extras do filme e o próprio argumentista esclarece isso). E tudo é filmado à escala humana do anti-heroismo ? Muito pelo contrário, os acontecimentos enaltecem o herói privado, o herói comum, ou não fosse todo o filme uma enorme jornada de transformação para o personagem de Tom Cruise. A forma como ele passa de pai irresponsável e imaturo para o inverso é no fundo o âmago e o propósito da história. Num sentido muito "campbelliano", este é o filme mais mitológico de Spielberg.alan_smithee wrote:Spielberg inverteu as regras dos Blockbusters. Não se vê uma única batalha num filme que tem por nome a Guerra dos Mundos. Tudo é filmado a escala humana do anti-heroísmo.
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Desculpem la', mas o war of the worlds nao e' uma lamechice pegada? Haja paciencia... e' dos filmes que nao faco tencoes de rever.
Quanto ao A.I. foi de facto arriscado, tao arriscado que falhou e fez mais meia hora que devia. Lamechou de novo... deve ser da idade
ba
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A música é infinitamente superior ao som.
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Bem para quem receava, como é o meu caso, de falta de imparcialidade:
Spielberg Slammed Over 'Munich' Movie
Steven Spielberg's movie about the 1972 Munich Olympic Games has been slammed as "superficial" and "pretentious" by Israel's consul-general in Los Angeles. Munich follows an Israeli hit squad's hunt for Palestinian terrorists holding Jewish athletes hostage. Eleven of the athletes were killed when a German rescue attempt went wrong. But Ehud Danoch fears the film delivers an incorrect moral message, by comparing the Mossad secret service agents with the terrorists. He says, "As a Hollywood movie, I assume that it will be defined as a well-made film, but from the standpoint of the messages it sends, the messages are problematic. This is an incorrect moral equation. We in Israel know this. There is also a certain pretentiousness in attempting to treat a painful decades-long conflict by means of quite superficial statements in a movie." Spielberg has also been attacked by Jewish author Jack Engelhard - who accuses him of being "no friend of Israel." The Indecent Proposal writer says, "Jews pioneered Hollywood. If, as our enemies say, we own Hollywood, well, here's the plot twist - we have lost Hollywood, and we have lost Spielberg. Spielberg is no friend of Israel. Spielberg is no friend of truth."
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Eu gostava que alguém me explicasse o que é que a imparcialidade, (ou a falta dela) tem a ver com a qualidade de um filme? E ja agora que alguém também me explicasse o que é isso da "imparcialidade"?
Como já atrás referi, o ser parcial ou imparcial nada tem a ver com qualidade cinematográfica. Desde quando um filme parcial não pode ser um filme excepcional?
Mas este pequeno texto não deixa de ser curioso... os israelitas a criticarem Spielberg... acho que por esta, ninguém estava a espera...

Como já atrás referi, o ser parcial ou imparcial nada tem a ver com qualidade cinematográfica. Desde quando um filme parcial não pode ser um filme excepcional?
Mas este pequeno texto não deixa de ser curioso... os israelitas a criticarem Spielberg... acho que por esta, ninguém estava a espera...
Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos. Millor Fernandes
Mas alguem me explica onde é que estes tipos se estão a alicerçar para fazerem estas criticas?
O filme já foi apresentado?
" Spielberg has also been attacked by Jewish author Jack Engelhard - who accuses him of being "no friend of Israel." The Indecent Proposal writer says, "Jews pioneered Hollywood. If, as our enemies say, we own Hollywood, well, here's the plot twist - we have lost Hollywood, and we have lost Spielberg. Spielberg is no friend of Israel. Spielberg is no friend of truth."
Este autor Jack Engelhard soa-me a um Michael Moore versão "jewish".
O filme já foi apresentado?
" Spielberg has also been attacked by Jewish author Jack Engelhard - who accuses him of being "no friend of Israel." The Indecent Proposal writer says, "Jews pioneered Hollywood. If, as our enemies say, we own Hollywood, well, here's the plot twist - we have lost Hollywood, and we have lost Spielberg. Spielberg is no friend of Israel. Spielberg is no friend of truth."
Este autor Jack Engelhard soa-me a um Michael Moore versão "jewish".
Falta maturidade cinematográfica ao Spielberg? Meçam as palavras que dizem porque só dão vontade de rir!
Só falta dizerem que com uma panavision faziam melhor!
E o cinema é todo comercial a partir do momento que cobra para ser visto!
E basta-me olhar para as colecções de todos os presentes aqui para ver filmes....comerciais...sim comeciais...filmes imaturos...sim imaturos......filmes parciais...sim parciais!
Só falta dizerem que com uma panavision faziam melhor!
E o cinema é todo comercial a partir do momento que cobra para ser visto!
E basta-me olhar para as colecções de todos os presentes aqui para ver filmes....comerciais...sim comeciais...filmes imaturos...sim imaturos......filmes parciais...sim parciais!

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Por acaso, "A Guerra dos Mundos" de Spielberg foi dos poucos filmes recentes que me deu imenso prazer em rever várias vezes. Só me chateia a insistência em martelarem nas analogias com o 11 de Setembro. Eu entendia mais o filme como uma alegoria sobre a fragilidade do poder (superpotências com pés de barro ?), mais direccionada à arrogância dos EUA.
Há uma coisa que George Lucas disse, que para mim faz absoluto sentido (e cuja lucidez é rara e pertinente): a forma de entender a realidade através de metáforas/alegorias (como no seu Star Wars, a grande mitologia cinematográfica), torna a sua assimilação mais clara, uma vez que permite ao espectador analisar os vários aspectos, sem correr o risco de criar noções preconcebidas e polarizar-se em relação ao tema. No fundo, o que se pode depreender disto é que fugindo para o dominio dos "factos" e todo arsenal subjectivo que deles emanam, é dificil não se ser parcial. Ainda que por vezes se tente um exercicio de imparcialidade, todos os nossos paradigmas se inserem num esquema que tendencialmente nos polarizará.
A única coisa que me parece perturbar neste "Munich", como em outros filmes que versem sobre o mesmo conflito de dualidade, palestinianos vs. israelitas, é o facto de atribuirem o papel consciencioso apenas aos israelitas, como se os palestinianos fossem somente os vilões de serviço (ainda que os acontecimentos retratados assim o ditem). Creio que em termos de imparcialidade, é o mais longe que se consegue ir por terras do Tio Sam (tb por razões óbvias, ou não fosse Israel o aliado número um dos EUA). A ver vamos o que sai daqui...
Há uma coisa que George Lucas disse, que para mim faz absoluto sentido (e cuja lucidez é rara e pertinente): a forma de entender a realidade através de metáforas/alegorias (como no seu Star Wars, a grande mitologia cinematográfica), torna a sua assimilação mais clara, uma vez que permite ao espectador analisar os vários aspectos, sem correr o risco de criar noções preconcebidas e polarizar-se em relação ao tema. No fundo, o que se pode depreender disto é que fugindo para o dominio dos "factos" e todo arsenal subjectivo que deles emanam, é dificil não se ser parcial. Ainda que por vezes se tente um exercicio de imparcialidade, todos os nossos paradigmas se inserem num esquema que tendencialmente nos polarizará.
A única coisa que me parece perturbar neste "Munich", como em outros filmes que versem sobre o mesmo conflito de dualidade, palestinianos vs. israelitas, é o facto de atribuirem o papel consciencioso apenas aos israelitas, como se os palestinianos fossem somente os vilões de serviço (ainda que os acontecimentos retratados assim o ditem). Creio que em termos de imparcialidade, é o mais longe que se consegue ir por terras do Tio Sam (tb por razões óbvias, ou não fosse Israel o aliado número um dos EUA). A ver vamos o que sai daqui...
Bem Argaroth01, parece-me que não será bem assim. Pelas criticas que vi até agora, o Spielberg fez um filme completamente isento, sem bons nem maus, e isso tem sido o mais criticado. Já agora, o filme está a ser acusado de ser anti-semita (
) e quem mais tem criticado são precisamente os judeus.
"Spielberg’s Munich, still not seen by The Academy, is under assault from the right wingers of the political world for being an exercise in “moral relativism.” Arguments include:
Why couldn’t Spielberg make a movie about the situation today?
Why doesn’t Spielberg show the Arabs/Palestinians as evil and Israelis as heroes… you know, reality?"
Artigo completo aqui :
http://www.mcnblogs.com/thehotblog/arch ... gn_ag.html
http://www.nypost.com/commentary/59644.htm

"Spielberg’s Munich, still not seen by The Academy, is under assault from the right wingers of the political world for being an exercise in “moral relativism.” Arguments include:
Why couldn’t Spielberg make a movie about the situation today?
Why doesn’t Spielberg show the Arabs/Palestinians as evil and Israelis as heroes… you know, reality?"

Artigo completo aqui :
http://www.mcnblogs.com/thehotblog/arch ... gn_ag.html
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