Spanglish (2004) - James L. Brooks
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GG: Se for um catalão com mais de 60 anos e que viva numa pequena aldeia ou vila, sim, tenho a certeza que tem mais dificuldade do que um português para se entender com um madrileno... não estou a dizer que a comunicação é impossível (até porque se tratam de 2 línguas latinas), mas não é tão fácil como pode parecer... É que pode parecer estranho, mas há zonas da Catalunha em que SÓ se fala catalão...eu próprio conheço catalães jovens que ao falar misturam imenso o espanhol com o catalão (quando têm de falar espanhol), e que algumas vezes têm de dizer uma palavra ou outra em catalão porque em espanhol não sabem ou não se lembram. Até nos verbos mandam "calinadas". E são jovens que têm muito mais contacto com o "mundo exterior" do que uma pessoa que viva desterrada no meio duma aldeola em que tudo é em catalão (inclusive televisão e rádio), e que essa mesma pessoa já não fala nem tem contacto com o espanhol desde que andou na escola há mais de 50 anos. Eu tenho uma tia (já com os seus 60 e largos anos) que esteve TRINTA anos em França, e acredites ou não, não sabe construir uma frase em francês. Certamente que saberá dizer "merci" e "chien", mas não sabe dizer uma frase seguida. Condições para isso: não sabe ler nem escrever português, vivia numa comunidade portuguesa, e era dona de casa. E achas que é ou foi a única?
Em relação aos E.U.A.: não te esqueças que (teoricamente) línguas oficiais há só uma, mas fala-se lá mais espanhol e francês (mais o espanhol), do que em alguns países em que estas línguas são oficiais...e no sul dos E.U.A. acho que até se fala na rua tanto espanhol como inglês. Aliás, fala-se mais espanhol nos E.U.A. do que os 10 milhões que falam português em Portugal, por isso não será assim tão difícil de fazeres a tua vida só a falares espanhol... Se no Luxemburgo tu praticamente podes falar português em algumas partes e os portugueses lá são + ou - 80 mil, imagina numa cidade onde tens 1 ou 2 milhões de pessoas que falem espanhol e que têm uma tendência inata para se juntarem e partilharem a sua cultura e língua.
Claro que a situação do filme é exagerada, não acredito que uma pessoa não saiba dizer pelo menos "yes" ou "no". Mas também acho que esse ponto de vista é extremo, porque eu também sei que "piwo" em polaco quer dizer cerveja, e não é por isso que me conseguiria desenrascar na Polónia. Dizer "piwo", apontar com o dedo para a cerveja ou dizer "beer" vai dar ao mesmo... e o resto?
Continuo a dizer: existem pessoas que não falam nada de uma língua de um país ou região, mas que se desenrascam através da língua(s) dominante(s) da região, tal como o espanhol nos E.U.A. ou o francês na Bélgica. Mas isso não as torna oficiais desse mesmo país ou região, mas sim alternativas, e geralmente por razões históricas ou sociais (emigração maciça, por exemplo). No entanto, com a emigração maciça e os subúrbios povoadíssimos que rodeiam as grandes cidades creio que cada vez mais as pessoas não necessitam de falar a língua oficial dum país ou região para sobreviverem. Claro que também estarem num país uma vida toda e nem terem a mínima curiosidade de aprender a sua língua é um bocado estranho...
Em relação aos E.U.A.: não te esqueças que (teoricamente) línguas oficiais há só uma, mas fala-se lá mais espanhol e francês (mais o espanhol), do que em alguns países em que estas línguas são oficiais...e no sul dos E.U.A. acho que até se fala na rua tanto espanhol como inglês. Aliás, fala-se mais espanhol nos E.U.A. do que os 10 milhões que falam português em Portugal, por isso não será assim tão difícil de fazeres a tua vida só a falares espanhol... Se no Luxemburgo tu praticamente podes falar português em algumas partes e os portugueses lá são + ou - 80 mil, imagina numa cidade onde tens 1 ou 2 milhões de pessoas que falem espanhol e que têm uma tendência inata para se juntarem e partilharem a sua cultura e língua.
Claro que a situação do filme é exagerada, não acredito que uma pessoa não saiba dizer pelo menos "yes" ou "no". Mas também acho que esse ponto de vista é extremo, porque eu também sei que "piwo" em polaco quer dizer cerveja, e não é por isso que me conseguiria desenrascar na Polónia. Dizer "piwo", apontar com o dedo para a cerveja ou dizer "beer" vai dar ao mesmo... e o resto?
Continuo a dizer: existem pessoas que não falam nada de uma língua de um país ou região, mas que se desenrascam através da língua(s) dominante(s) da região, tal como o espanhol nos E.U.A. ou o francês na Bélgica. Mas isso não as torna oficiais desse mesmo país ou região, mas sim alternativas, e geralmente por razões históricas ou sociais (emigração maciça, por exemplo). No entanto, com a emigração maciça e os subúrbios povoadíssimos que rodeiam as grandes cidades creio que cada vez mais as pessoas não necessitam de falar a língua oficial dum país ou região para sobreviverem. Claro que também estarem num país uma vida toda e nem terem a mínima curiosidade de aprender a sua língua é um bocado estranho...

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A questão aqui abordada é de alguém q se insere numa comunidade e que n fala "nunca" a lingua da comunidade onde se inseriu. À luz do mínimo bom senso, isto é impossível.
Se eu for viver para a China mas me inserir numa comunidade em que nonguém por qualquer motivo fala chinês, é natural q eu tb n fale, mas o exemplo do filme n tem nada a ver com isto.
Ela está numa comunidade e no seio de uma família q fala inglês.
Se eu for viver para a China mas me inserir numa comunidade em que nonguém por qualquer motivo fala chinês, é natural q eu tb n fale, mas o exemplo do filme n tem nada a ver com isto.
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Aí estamos inteiramente de acordo...o que eu referi foi que dependendo ou não da situação em que estás envolvido, poderás ou não "precisar" de falar a língua de uma região ou país em que estás inserido. Nem sequer me estava a referir especificamente a este ou outro filme. Aliás, também acho que é uma situação altamente improvável (devido a tudo o que já foi dito anteriormente).
- Ricardo Ribeiro
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Bom senso? EUA? Assim não vais lá.À luz do mínimo bom senso, isto é impossível.
Ricardo Ribeiro
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http://papaleguas.wordpress.com | http://cruzamundos.wordpress.com
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O bom senso aqui Ricardo, é todos termos a consciência q n podes viver um dia-a-dia normal numa qualquer sociedade sem que absorvas forçosamente alguma coisa da lingua q lá é falada. Vais à rua, vês letreiros, vais ás compras vês "letreiros" vais a um restaurante vês ementas, falas com as pessoas, tens forçosamente de aprender o mínimo para q alguém te entenda, enfim, a situação descrita no filme e naquele contexto é completamente irreal.