Twilight Samurai (2002) - Yoji Yamada
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Sim, eu sei que o Zatoichi é uma história muito popular no Japão, tendo dado inclusive origem a dezenas de filmes e séries de TV, mas julgo que não é pelo tema ser popular que torna o filme mais ou menos comercial, apesar de, obviamente, poder suscitar mais interesse no público. Além de que, como tu próprio disseste, o Kitano é mais apreciado no Ocidente que no Japão. Mas mesmo cá, apesar de atrair muitos seguidores, Kitano não será certamente um blockbusterlud81 wrote:O cinema de Kitano não é muito apreciado pelo público do Japão, mas flmes sobre Zatoichi no Japão são quase como os filmes de Godzilla, é um conto muito popular lá. Não duvido que a intenção de Kitano em fazer esse filme fosse mais ou menos comercial.Francesco Zappa wrote:O Zatoichi comercial?Eumenides wrote:Já ouvi falar deste filme e estou pessoalmente muito interessado em vê-lo. Parece ser o completo oposto do mais comercial Zatoichi.![]()

Claro que sim mas, estando nós em Portugal, fiz o meu comentário nesse contextolud81 wrote:É preciso ver os diferentes públicos. Filmes que num país são considerados muito art house, noutro poderão ser o mais comercial que existe.

É inconcebível que o melhor futebol e jogadores não possam estar numa festa tão importante e bonita como o Mundial.
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Compra na Play-Asia.comRecomendo vivamente e termino com uma questão.
Quero adquirir uma cópia em DVD, mas o filme apenas está editado em região 3. Não existe na Amazon.co.uk, mas existe na amazon.com. Alguém conhece uma alternativa melhor, de forma a poder fugir à alfândega (iria encomendar apenas este filme, logo a encomenda teria pouco interesse para a alfândega...acho).
Apesar de ser a edição de região 3, podes ter a certeza que não vais ficar com o dvd preso na alfandega. Tenho comprado o meu cinema oriental todo lá e já vou em mais de 20 filmes comprados sem um unico ter ficado preso na alfandega.
Recomendo que escolhas o metodo de envio mais barato , o air bubble e podes ter a certeza que terás o filme na tua casa em 10 dias sem qualquer problema ou qualquer custo adicional além dos 2 euros dos custos de envio para além do preço do filme.
Tá aqui o filme.
http://www.play-asia.com/paOS-13-71-7j- ... 0-d2b.html

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Obrigado pela sugestão.alquimista wrote:Compra na Play-Asia.com
Já tinha estado a "namorar" o DVD em sites asiáticos, mas fico sempre na dúvida por causa do formato NTSC. O meu leitor é dos primeiros que apareceram da Höer (na altura ainda foi caro para aquilo que vale) e tenho receio que não consiga ler ou que reproduza mal.
O filme já aparece na Amazon.co.uk, mas ainda continua é caro. Tenho de esperar pelo abatimento no preço.
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Tenho me dado muito bem com a Play Asia principalmente por causa desse pormenor tambem. Normalmente um dvd ronda os 8 ou 10 euros, e quando é coisa mesmo nova fica-me pelos 15 ja com portes. É uma questão de estar atento á flutação de preços que eles praticam.O filme já aparece na Amazon.co.uk, mas ainda continua é caro. Tenho de esperar pelo abatimento no preço.
Uma coisa importante é mesmo se quiseres mandar vir uns quantos filmes, encomenda um de cada vez em encomendas separadas e pede tudo em "air bubble". Assim não ficas preso na alfandega.
Da primeira vez que comprei la um filme, com medo de perder a encomenda por vir de hong kong, mandei vir por transportadora, fiz seguro e apanharam-me na alfandega.

Para conheceres detalhes sobre muitas das edições orientais podes explorar http://www.kfccinema.com/reviews/reviews.html
Este site anda a levar-me á falência. E o Cinedie também.

O que vale é que os filminhos são baratos. Ja comprei 3 filmes com 25 euros. Portes incluidos.
Descobrir o cinema oriental foi do melhor que me aconteceu neste tempo todo. Filmes excelentes, originais e a preços como todos os dvds deviam ser.

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Boas.
Acho que neste caso mais vale comprar na cdwow: http://www1.cd-wow.com/detail_results_2 ... code=10250. Antes de qualquer outra loja, consulto sempre a cdwow para ver se me safo por lá.
Já agora Alquimista, essa play-asia.com envia de dentro da UE ou não tens apanhado alfândega por mera sorte?
Outra loja que tb serve para compras r3 ou r1 sem problemas é a http://www.axelmusic.com, uma vez que enviam da alemanha.
Sempre fiz as minhas compras r3 na http://www.koreandvds.com, mas desde que os serviços alfândegários começaram a apertar, nunca mais mandei vir nada e passei a apostar na cdwow.
Com isto tudo, aproveito para dizer que vi o filme há pouco tempo e gostei bastante
Acho que neste caso mais vale comprar na cdwow: http://www1.cd-wow.com/detail_results_2 ... code=10250. Antes de qualquer outra loja, consulto sempre a cdwow para ver se me safo por lá.
Já agora Alquimista, essa play-asia.com envia de dentro da UE ou não tens apanhado alfândega por mera sorte?
Outra loja que tb serve para compras r3 ou r1 sem problemas é a http://www.axelmusic.com, uma vez que enviam da alemanha.
Sempre fiz as minhas compras r3 na http://www.koreandvds.com, mas desde que os serviços alfândegários começaram a apertar, nunca mais mandei vir nada e passei a apostar na cdwow.
Com isto tudo, aproveito para dizer que vi o filme há pouco tempo e gostei bastante

He who knows both knowledge and action, with action overcomes death and with knowledge reaches immortality.
- < Isa Upanishad 11 >
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Vem sempre com selos de Hong Kong e com uma data de carimbos de taxas pagas e vem sempre declarado como "sample" sem qualquer recibo dentro do envelope. Como disse , encomendo um de cada vez para evitar pacotes grandes.Já agora Alquimista, essa play-asia.com envia de dentro da UE ou não tens apanhado alfândega por mera sorte?
Recebo em média dois dvds daqui por semana ultimamente e não tive absolutamente problema nenhum até este momento desde que comecei a compar ali.
Não falha. No máximo dez dias uteis e tenho o dvd em casa sem mais custos.

Ainda ontem chegou mais um.
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Re: Twilight Samurai (2002) - Yoji Yamada
Esta é suma transposição de uma crítica minha que estava no tópico dos últimos filmes vistos. Descobri agora que havia um tópico deste filme e copiei-a para aqui

A Sombra do Samurai - Tasogare Seibei / The Twilight Samurai
Por associação de ideias do outro filme que revi recentemente - "Le Samouraï" - voltei a ver um filme que para mim se tornou um clássico, aquele tipo de filme que revemos vezes sem conta, sempre com novos pormenores a descobrir e que sempre nos satisfaz. São poucos os filmes deste calibre, os clássicos de Frank Capra, Casablanca, Blade Runner e alguns outros velhos conhecidos que nunca nos largam e nunca envelheçem. É, no entanto, um filme algo recente de 2002, tendo sido nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2003, e na minha opinião injustamente vencido por As Invasões Bárbaras - "Les Invasions Barbares". Em compensação recebeu múltiplos prémios no Japão e países limítrofes. Um filme algo esquecido e ignorado por muita gente, algo que pretendo corrigir aqui no fórum.
A personagem principal é Seibi Iguchi, um samurai. No entanto é um samurai diferente dos nossso conhecidos, que vivem em palácios e em grandes cenários com duelos elaborados. Trata-se de um modesto samurai da província, longe do esplendor dos grandes samurais.
Uma pessoa que possui algum nível de conhecimentos mas pobre. Viúvo, endividado pelo pagamento de um funeral condigno da sua falecida mulher, com duas filhas menores, bem como a sua mãe já demente à sua guarda, desprezado por familiares e colegas, que em tom de troça lhe chamam o Samurai do Crepúsculo uma belíssima tradução que é completamente desprezada no título nacional do filme.
Maltrapilho e mal cheiroso, por falta de dinheiro e tempo disponível, cuida da terra que é sua, da sua família e recebe um modesto rendimento do seu trabalho como membro da feitoria de uma pequena aldeia da província. De seu apenas tem a pequena propriedade em redor da sua modesta casa, e como servidor um simplório atrasado. Para ganhar algum dinheiro extra vende gaiolas de madeira para os gafanhotos construídas por si com alguma ajuda das filhas, já que os gafanhotos como animais domésticos estava muito na moda na altura, uma tradição hoje desaparecida.
A filha mais velha com apenas 10 anos, ajuda a cuidar da irmã de 5 e da avó demente. É ela a voz off que vai acompanhando o filme com os seus comentários sempre judiciosamente escolhidos que fluem harmoniosamente com a história. Particularmente pungente é a sua voz e figura mesmo no final do filme, envelhecida e relembrando o pai que as amava.
Tudo vai mudar no entanto com o aparecimento de uma antiga companheira de brincadeiras de infância, a irmã de um seu conhecido amigo, recém-divorciada de um marido abusador e cruel.
A história segue um caminho prevísivel, mas é todo o universo que acompanha esta família que nos leva a outro nível.
Não possuo conhecimentos suficientes da cultura japonesa para confirmar a 100%, mas o que me parece evidente ao longo deste filme é algo como a vida real da altura.
Não fora a extraordinária fotografia e história do filme e pensaria em muitos casos estar a assistir a um documentário da época em questão, sobre a vida na província. Veja-se o festival local a que a sua amiga Tomoe e as filhas de Iguchi acompanham, ou a habitação do nosso protagonista.
Ainda me lembro, nos meus tempos de criança, numa pequena aldeia de Trás-os-Montes onde passávamos as férias, ver panelas de ferro penduradas ao lume para fazer a comida exactamente iguais (um pouco maiores) à existente na modesta habitação do filme.
Em pano de fundo, a acompanhar o título de O Samurai do Crepúsculo, decorre o crepúsculo dos samurais, a evolução para um exército moderno com armas de fogo e as lutas internas a decorrer no Japão da altura, apenas afloradas ao longo do filme, mas nunca esquecidas.
Iguchi é sábio e ama profundamente as filhas e a sua terra, apesar de todas as contrariedades. No entanto é humano, com os erros e tentações que lhe surgiram no decorrer da vida a serem revelados ao longo do filme, com franquezas como o estado deplorável em que se apresenta, a tentativa de escapar aos deveres de samurai sempre que impliquem a morte de um adversário.
No seu crepúsculo que se une com o crepúsculo de uma era, a era dos samurais, vemos ainda um refulgir final daquele samurai, quando enfrenta um perigoso fugitivo que se recusa a cometer o suícidio ritual como pena pela queda do seu patrão numa tentativa falhada de golpe de estado.
E o final de Iguchi, anos mais tarde do qual só saberemos pela voz e presença final da filha, é simultâneamente amargo e doce, um fim que se despede de nós com uma triste melancolia por uma era e por um pai que já não existem, excepto na sua memória e no seu coração.

A Sombra do Samurai - Tasogare Seibei / The Twilight Samurai
Por associação de ideias do outro filme que revi recentemente - "Le Samouraï" - voltei a ver um filme que para mim se tornou um clássico, aquele tipo de filme que revemos vezes sem conta, sempre com novos pormenores a descobrir e que sempre nos satisfaz. São poucos os filmes deste calibre, os clássicos de Frank Capra, Casablanca, Blade Runner e alguns outros velhos conhecidos que nunca nos largam e nunca envelheçem. É, no entanto, um filme algo recente de 2002, tendo sido nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2003, e na minha opinião injustamente vencido por As Invasões Bárbaras - "Les Invasions Barbares". Em compensação recebeu múltiplos prémios no Japão e países limítrofes. Um filme algo esquecido e ignorado por muita gente, algo que pretendo corrigir aqui no fórum.
A personagem principal é Seibi Iguchi, um samurai. No entanto é um samurai diferente dos nossso conhecidos, que vivem em palácios e em grandes cenários com duelos elaborados. Trata-se de um modesto samurai da província, longe do esplendor dos grandes samurais.
Uma pessoa que possui algum nível de conhecimentos mas pobre. Viúvo, endividado pelo pagamento de um funeral condigno da sua falecida mulher, com duas filhas menores, bem como a sua mãe já demente à sua guarda, desprezado por familiares e colegas, que em tom de troça lhe chamam o Samurai do Crepúsculo uma belíssima tradução que é completamente desprezada no título nacional do filme.
Maltrapilho e mal cheiroso, por falta de dinheiro e tempo disponível, cuida da terra que é sua, da sua família e recebe um modesto rendimento do seu trabalho como membro da feitoria de uma pequena aldeia da província. De seu apenas tem a pequena propriedade em redor da sua modesta casa, e como servidor um simplório atrasado. Para ganhar algum dinheiro extra vende gaiolas de madeira para os gafanhotos construídas por si com alguma ajuda das filhas, já que os gafanhotos como animais domésticos estava muito na moda na altura, uma tradição hoje desaparecida.
A filha mais velha com apenas 10 anos, ajuda a cuidar da irmã de 5 e da avó demente. É ela a voz off que vai acompanhando o filme com os seus comentários sempre judiciosamente escolhidos que fluem harmoniosamente com a história. Particularmente pungente é a sua voz e figura mesmo no final do filme, envelhecida e relembrando o pai que as amava.
Tudo vai mudar no entanto com o aparecimento de uma antiga companheira de brincadeiras de infância, a irmã de um seu conhecido amigo, recém-divorciada de um marido abusador e cruel.
A história segue um caminho prevísivel, mas é todo o universo que acompanha esta família que nos leva a outro nível.
Não possuo conhecimentos suficientes da cultura japonesa para confirmar a 100%, mas o que me parece evidente ao longo deste filme é algo como a vida real da altura.
Não fora a extraordinária fotografia e história do filme e pensaria em muitos casos estar a assistir a um documentário da época em questão, sobre a vida na província. Veja-se o festival local a que a sua amiga Tomoe e as filhas de Iguchi acompanham, ou a habitação do nosso protagonista.
Ainda me lembro, nos meus tempos de criança, numa pequena aldeia de Trás-os-Montes onde passávamos as férias, ver panelas de ferro penduradas ao lume para fazer a comida exactamente iguais (um pouco maiores) à existente na modesta habitação do filme.
Em pano de fundo, a acompanhar o título de O Samurai do Crepúsculo, decorre o crepúsculo dos samurais, a evolução para um exército moderno com armas de fogo e as lutas internas a decorrer no Japão da altura, apenas afloradas ao longo do filme, mas nunca esquecidas.
Iguchi é sábio e ama profundamente as filhas e a sua terra, apesar de todas as contrariedades. No entanto é humano, com os erros e tentações que lhe surgiram no decorrer da vida a serem revelados ao longo do filme, com franquezas como o estado deplorável em que se apresenta, a tentativa de escapar aos deveres de samurai sempre que impliquem a morte de um adversário.
No seu crepúsculo que se une com o crepúsculo de uma era, a era dos samurais, vemos ainda um refulgir final daquele samurai, quando enfrenta um perigoso fugitivo que se recusa a cometer o suícidio ritual como pena pela queda do seu patrão numa tentativa falhada de golpe de estado.
E o final de Iguchi, anos mais tarde do qual só saberemos pela voz e presença final da filha, é simultâneamente amargo e doce, um fim que se despede de nós com uma triste melancolia por uma era e por um pai que já não existem, excepto na sua memória e no seu coração.
Pedro Pereira de Carvalho - 56 anos - Lisboa