RoboCop (2014) - José Padilha

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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by THX »

Vai-se arrepender do quê, propriamente ? O filme até teve algumas boas críticas.
Não me estou a referir somente a este filme especifico, mas antes ao seu futuro em Hollywood.
Se ele se mantiver por lá (o que até acredito uma vez que já lá chegou) das duas uma, ou vai ser ele a criar/escolher os seus futuros projectos e tentar arranjar um estúdio para os seus filmes (como muitos jovens realizadores fazem) ou então vai sucumbir ao poder dos estúdios de Hollywood deixando-se aliciar facilmente por projectos desinteressantes.

Padilha tem valor, não tenho dúvida disso e até lhe dou crédito por aparentemente ter conseguido tornar outro "Robocop" um pouco acima do medíocre, mas tenho sempre pena de ver alguém com boas ideias a ser controlado por quem tem os $$$.

"Pulp Fiction" foi um enorme sucesso a uma escala mundial porque Tarantino nunca deixou que ninguém mexesse numa palha do seu filme.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
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waltsouza
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by waltsouza »

THX wrote:
Vai-se arrepender do quê, propriamente ? O filme até teve algumas boas críticas.
Não me estou a referir somente a este filme especifico, mas antes ao seu futuro em Hollywood.
Se ele se mantiver por lá (o que até acredito uma vez que já lá chegou) das duas uma, ou vai ser ele a criar/escolher os seus futuros projectos e tentar arranjar um estúdio para os seus filmes (como muitos jovens realizadores fazem) ou então vai sucumbir ao poder dos estúdios de Hollywood deixando-se aliciar facilmente por projectos desinteressantes.

Padilha tem valor, não tenho dúvida disso e até lhe dou crédito por aparentemente ter conseguido tornar outro "Robocop" um pouco acima do medíocre, mas tenho sempre pena de ver alguém com boas ideias a ser controlado por quem tem os $$$.

"Pulp Fiction" foi um enorme sucesso a uma escala mundial porque Tarantino nunca deixou que ninguém mexesse numa palha do seu filme.
O próprio Mel Gibson já fez mais que um filme produzido pela sua ICON Productions. Quando Hollywood nos fecha as portas, há que ir por outros caminhos, e fazer os filmes à mesma. Mas para se chegar a certos níveis tem que se desbravar algum caminho. Obviamente que José Padilha é um "novato" em Hollywood, e os estúdios aproveitaram-se disso. Robocop ainda fez algum dinheiro (conseguiu mais do que duplicar o seu custo que foi de cerca de 100 milhões de dólares) e para um primeiro filme feito nos E.U.A até não foi muito mau. A partir daqui, e se o realizador brasileiro quiser ter cada vez mais palavra e controle sobre o trabalho, terá que continuar a arriscar em algo que por agora será mais de fazer de "tarefeiro". Serão as receitas que ditarão aquilo que José Padilha poderá (ou não) fazer em terras do Tio Sam.

Um novo projeto em solo americano bem sucedido poderá começar a abrir o apetite a mais estúdios e consequentemente a sua margem de manobra nas suas decisões e escolhas começa a aumentar. E isto se ele quiser, não sei se ele neste momento anda para aí virado.
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by Javier Mendez »

Eu gostei de esta versao, é interessante mas nada comparado com o original, mas é uma boa filme tendo e conta os remakes nem é dos piores, se ve muito bien até
lud81
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by lud81 »

THX wrote:"Pulp Fiction" foi um enorme sucesso a uma escala mundial porque Tarantino nunca deixou que ninguém mexesse numa palha do seu filme.
Não se podem misturar as coisas assim, é preciso ver bem cada situação. Tarantino teve a sorte de ter o apoio dos Weinsteins. Ele no início não tinha poder para recusar o que quer que fosse. Teve a sorte de ter o apoio da Miramax que apostou nele sem lhe pôr rédeas.

Actualmente é outra história, agora ele faz o que quer, quando quer, como quer. Mas na altura do Pulp Fiction, ele foi um sortudo. E como tem talento, o poder veio depois.
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paupau
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by paupau »

A Miramax estava muito no inicio ainda, teve sorte no timing em que os Weinstein ainda nao eram Os Weinstein. Desde ai ja estragaram quantos cuts mesmo?
CC - 174 MoC - 73 BFI - 21
Grande Guru
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by Grande Guru »

Vi o original mas já n guardo qualquer memória do mesmo.

Este n me pareceu mal no ponto de equilibrio entre o filme de acção, os efeitos, e o drama como pano de fundo.
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by THX »

Vi o original mas já n guardo qualquer memória do mesmo.
Nem sequer te lembras desta famosa cena?



...ou desta (para mim uma das melhores do filme). Inesquecível... :

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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by waltsouza »

Mais uma cena marcante do filme de 1987



São cenas como as postas pelo THX ou do género desta que fizeram muita falta no filme de Padilha. Pelo menos eu senti falta delas. É como comer uma "francesinha" em que o molho não é nada de especial.
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by THX »

Não sei bem porquê, mas acho que já estava a adivinhar que tu ias colocar essa cena...
Uma das mortes mais "disgusting" que já se viu no cinema :badgrin: .
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by waltsouza »

THX wrote:Não sei bem porquê, mas acho que já estava a adivinhar que tu ias colocar essa cena...
Uma das mortes mais "disgusting" que já se viu no cinema :badgrin: .
Pois, quem me conhece sabe que eu passo-me com a parte técnica (dos efeitos) que mostram cenas como essas, e outras, ainda mais escabrosas. Quanto mais inventivamente violentas ou sanguinárias, melhor. Tenho se calhar uma parte sádica dentro de mim que mesmo assim consegue estar (mais ou menos) controlada. :-)))
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by Grande Guru »

THX wrote:
Vi o original mas já n guardo qualquer memória do mesmo.
Nem sequer te lembras desta famosa cena?



...ou desta (para mim uma das melhores do filme). Inesquecível... :



Lembrei agora q revi, pq n a tinha de memória...
Argaroth01
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by Argaroth01 »

waltsouza wrote:São cenas como as postas pelo THX ou do género desta que fizeram muita falta no filme de Padilha. Pelo menos eu senti falta delas. É como comer uma "francesinha" em que o molho não é nada de especial.
Discordo. Se não há contexto para cenas desse género, não me parece que tenham que existir de todo. Para além disso, o Robocop original é muito mais do que cenas de violência gráfica e toda esta predilecção pelas mesma, por mais icónicas que sejam, acaba por diminuir a sua dimensão satírica.
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by waltsouza »

Argaroth01 wrote:
waltsouza wrote:São cenas como as postas pelo THX ou do género desta que fizeram muita falta no filme de Padilha. Pelo menos eu senti falta delas. É como comer uma "francesinha" em que o molho não é nada de especial.
Discordo. Se não há contexto para cenas desse género, não me parece que tenham que existir de todo. Para além disso, o Robocop original é muito mais do que cenas de violência gráfica e toda esta predilecção pelas mesma, por mais icónicas que sejam, acaba por diminuir a sua dimensão satírica.
Discorda à vontade. Eu mantenho o que digo na integra e até reforço. :evil: :-D

Dê-se as voltas que se queiram dar, com mais ou menos satirismo, uma das mais fortes razões para o sucesso tremendo de Robocop foram as suas cenas (hiper) violentas, sobretudo na versão UNCUT. O filme em 1987 sofreu diversos problemas, tendo recebido a classificação de X por parte do MPAA. Penso que a partir de 1990 o X veio dar origem ao que hoje conhecemos como NC-17. Paul Verhoeven foi obrigado a ir para a mesa de edições e de fazer alguns cortes ao filme para que este pudesse receber um R-Restricted. Isto se ele quisesse que o filme estreasse nos E.U.A

Robocop de 1987 teve vários problemas de distribuição ao redor do mundo devido ao teor bastante violento da versão uncut original. Sofreu diversos cortes, com diferentes amplitudes, dependendo do país onde tenha estreado. Basta consultar a ficha da classificação etária do filme no IMDB para perceber isso.

Parece que para Verhoven a violência mostrada em Robocop fazia sentido. No fim de contas estamos a falar de uma Detroit dominada pelo crime, onde a força policial já não consegue dar conta do recado em condições. O mal impera, além da corrupção...

Eu podia meter imensos artigos que falam sobre as diferenças (óbvias) entre as duas versões de Robocop mas também posso deixar-te "pistas", caso queiras fazê-lo. :wink:

https://www.google.pt/?gws_rd=ssl#q=rob ... 87+vs+2014

Posso deixar-te a forma de ires ao encontro de mais outros tantos artigos que falam sobre a violência de Robocop (1987).

https://www.google.pt/?gws_rd=ssl#q=rob ... 7+violence

É óbvio que este Robocop defraudou a expetativa de muita gente. Primeiro, não esperavam um Robocop PG-13. Eu não esperava, e quando ouvi o nome de José Padilha (dos dois Tropas de Elite) jamais imaginaria nos meus sonhos mais loucos que os estúdios tivessem a ousadia de fazer um Robocop PG-13. Já o tinham feito no passado, acho que com o Robocop 3 e na altura choveram criticas sobre o filme. Claro que a violência não explica no seu todo a qualidade de um filme, mas desde do inicio que existe a ideia bem assente (até nos seus fãs) que Robocop tem de ser (ultra) violento.

Segundo, eu acredito, até pelas entrevistas que tenho lido, que tenha sido esse um dos grandes problemas que José Padilha tenha enfrentado com os estúdios. O facto de lhe terem rejeitado a maior parte das ideias e de lhe terem imposto um filme PG-13 já dá a entender muita coisa. Repito, não é um Robocop PG-13 que se está à espera de ver quando ao leme das operações temos o senhor "Tropa de Elite". :-)))

Mais. Também não concordo quando dizes que a violência diminui a dimensão satítica de um filme. Não vejo onde o meter ao rídiculo, o gozar ou troçar com algo, possa perder impacto em contato direto com a violência. Filmes como "A Laranja Mecânica" e "Assassinos Natos", são dois exemplos de filmes que metem ao rídulo o homem (no caso do filme de Kubrick), onde a violência é levada ao extremo, e com direito a um tratamento choque, ou no caso do filme de Stone, em que é a comunicação social a visada, mostrando o poder exagerado que lhe dão, ou que ela tem.

Portanto, e resumindo, também não concordo contigo quando dás a entender que satirismo dá-se mal com violência. A violência dá-se bem com tudo, até com cenas cómicas. :-))) Ou queres que puxe para a conversa alguns exemplos de comédias de terror mais extremas? E mais uma vez digo que senti imensa falta de cenas mais violentas em Robocop. Da mesma forma que sentiria se resolvessem fazer um Judge Dredd PG-13, um The Punisher, ou até um Rambo. "Francesinhas" com um molho medíocre, NÃO OBRIGADO. :-(

Eu não desgostei do filme mas prefiro não o comparar com o filme de Verhoeven. São de "campeonatos" distintos e o filme de 2014 "prostitui-se" em favor da bilheteira, descurando o teor do material mais violento do filme original. Estão no seu direito terem feito essa escolha mas depois também têm que se saber sujeitar às criticas menos boas que possam surgir. E foram muitas, acredita. Dá um passeio pelo IMDB, pelo Rotten, só para lhe "tomares o gosto". :-D
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by THX »

Por muita violência que o remake do Padilha viesse a ter o filme dificilmente chegaria aos calcanhares da qualidade do seu original, e digo isto porque o "Robocop" de Paul Verhoeven é um daqueles filmes únicos, daqueles que facilmente se destacam entre milhares de outros filmes.

Servirá como base ou influência criativa para muitos outras fitas do género, mas no entanto contem uma característica singular, uma coisa exclusiva e muito importante que marcou grande parte dos filmes do realizador e que é a tal famosa expressão "ultra-violence" que se pode ouvir logo no inicio do famoso "Laranja Mecânica". É exactamente essa "extrema-violencência" que podemos ver em três dos seus maiores blockbusters - "Total Recall", "StarshipTrooppers" e "Basic Instint" todos eles enormes sucessos mundiais, e também considerados filmes de culto para muitos fãs deste realizador holandês.

O "Robocop" de 1987 é um verdadeiro filme de autor e pode ser considerado um dos filmes que mais desafiou a censura de Hollywood na data em que estreou, mas quando se vê este clássico percebemos a razão do porquê de ser preciso mostrar essa violência extrema no filme.
A violência neste filme é tudo menos gratuita, ela está lá mesmo para fazer chocar, para toda a história fazer sentido, e isto porque foi preciso criar um vincado contraste na mente do público entre a crua e dura realidade que os agentes policiais de Detroit vivem no seu dia a dia e a falsa realidade que é apresentada diariamente nas TV's para uma cidade iludida por imagens enganadoras e mensagens estranhamente optimistas. Os media entretém o povo desviando a sua atenção de uma crise real para um mundo virtual que espelha uma outra ficção, tal como se vê em "They Live" de John Carpenter ou no "Brazil" de Gilliam.

A principal mensagem que Verhoeven quer passar com o seu "Robocop" é a de criticar as grandes corporações americanas da altura nos USA e um pouco por todo o mundo, corporações essas que comandam os media e que através do seu poder basicamente controlam as cidades, um fenómeno a que assistimos cada vez mais nos dias que correm.

Segundo a visão critica deste peculiar realizador não existe nada melhor do que uma cadeia de televisão para hipnotizar uma sociedade profundamente desequilibrada, cujos valores são constantemente deturpados pela ficção, e usa isso mesmo para satirizar um modelo de sociedade onde as massas são manipuladas de uma forma quase inconsciente, cegas pelo poder dessa ferramenta tão poderosa que altera comportamentos e ideologias, e consequentemente a perda de personalidade e alteração de carácter.

Raramente nestes casos de remakes também assistimos por vezes o contrário, como por exemplo com o remake do "Dredd" que gostei muito mais do que o original do Stallone.
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Re: RoboCop (2014) - José Padilha

Post by Argaroth01 »

waltsouza wrote:Também não concordo quando dizes que a violência diminui a dimensão satítica de um filme. Não vejo onde o meter ao rídiculo, o gozar ou troçar com algo, possa perder impacto em contato direto com a violência. Filmes como "A Laranja Mecânica" e "Assassinos Natos", são dois exemplos de filmes que metem ao rídulo o homem (no caso do filme de Kubrick), onde a violência é levada ao extremo, e com direito a um tratamento choque, ou no caso do filme de Stone, em que é a comunicação social a visada, mostrando o poder exagerado que lhe dão, ou que ela tem.

Portanto, e resumindo, também não concordo contigo quando dás a entender que satirismo dá-se mal com violência. A violência dá-se bem com tudo, até com cenas cómicas. :-))) Ou queres que puxe para a conversa alguns exemplos de comédias de terror mais extremas? E mais uma vez digo que senti imensa falta de cenas mais violentas em Robocop. Da mesma forma que sentiria se resolvessem fazer um Judge Dredd PG-13, um The Punisher, ou até um Rambo. "Francesinhas" com um molho medíocre, NÃO OBRIGADO. :-(
Eu não estava a referir que a violência diminui a dimensão satírica do filme mas sim que é o foco desmesurado na violência dado por certos espectadores e críticos que faz parecer que isso é a única coisa relevante do filme. Que se lixe a crítica ao capitalismo ultraliberal dos anos 80 que ainda faz escola pelo mundo fora ou a hipermediatização, o que interessa é chuva de cabidela. A violência desbragada funciona porque Verhoeven dá-lhe contexto, serve a história e não é gratuita. Mas se o foco desta nova versão não é o mesmo que o de Verhoeven e companhia , colocar os mesmos níveis gráficos de violência só tornaria o filme uma imitação barata, que pelos vistos é o que muita gente queria. O que cria um paradoxo giro porque tendo saído esse filme ao invés, as mesmas pessoas provavelmente iriam crucificar o filme por não ter seguido um caminho próprio. Este "Robocop" é o exemplo perfeito de preso por ter cão, preso por não ter.

E eu também leio muita coisa pela internet fora relacionada com este e com outros filmes e essa é a intenção que fica: que basta estampar um R no poster para se ter um bom filme do Robocop. Aliás, a ideia de que a classificação R garante automaticamente qualidade a um filme sempre me intrigou. Não que a versão Padilha esteja isenta de falhas, acho o filme desequilibrado em algumas partes mas consegue ter uma dimensão surpreendentemente intimista à qual um R não faz qualquer tipo de falta.
waltsouza wrote:Eu não desgostei do filme mas prefiro não o comparar com o filme de Verhoeven. São de "campeonatos" distintos e o filme de 2014 "prostitui-se" em favor da bilheteira, descurando o teor do material mais violento do filme original. Estão no seu direito terem feito essa escolha mas depois também têm que se saber sujeitar às criticas menos boas que possam surgir. E foram muitas, acredita. Dá um passeio pelo IMDB, pelo Rotten, só para lhe "tomares o gosto". :-D
[/quote]

E no entanto, a questão premente é que o filme não tem violência comparável ao filme de Verhoeven (soa-me inevitavelmente a comparação) e descontando as limitações óbvias do alcance de sítios como o IMDB e o Rotten Tomatoes, também se encontram por lá críticas favoráveis ao filme.

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