A minha viagem até França
A minha viagem até França
Na minha lua de mel, tive de fugir do mau tempo na Península Ibérica, indo para um Resort no sul de Espanha, antes de irmos até França.

Infelizmente esse desvio impediu que eu fosse à Alsácia no Nordeste de França, conhecer a aldeia francesa, onde a minha mulher nasceu e viveu até aos 10 anos. Também não pude ir espreitar a Itália, pois uma semana de automóvel não chega para muito.
Na verdade se eu fosse até lá, iria querer passar a fronteira com a Alemanha, para comer uma salsichona enorme no prato, numa tasca alemã, conforme o meu pai fazia e ele dizia que isso era muito barato e ficava de barriga cheia.
Espanha conheço muito bem, mas comecei logo a "anhar" quando a minha mulher liga para um hotel francês a um domingo e a gaja francesa responde que o hotel não trabalha aos domingos! Epá! Revolução Francesa e tal, sim senhor! Mas daí aos hotéis franceses fecharem aos domingos por causa dos direitos dos trabalhadores, pareceu-me bizarro.
A gaja do hotel explicou que os hóspedes que fizeram checkin ao Sábado, podem sair na 2ª-Feira e pernoitar no domingo, mas sem qualquer suporte do staff, que fica em casa na aldeia francesa a gozar dos direitos de "não fazer a ponta de um corno" aos domingos, ganho na Revolução Francesa. Isto havendo hotéis Ibis a operarem aos domingos em França.
Essa filosofia da treta e mentalidade de aldeiazinha francesa faz-me lembrar o jogo infantil português da "apanhada": "Quem está está! Quem não está, não está!" What the fuck!?
(Nós a chegarmos a França a um Domingo, pelo túnel de Somport)
Nas aldeias francesas que passámos, estava tudo fechado (cafés, restaurantes, hotéis e o camandro).
A minha mulher dizia que isso era normal em França e eu dizia que devíamos voltar para Espanha, e re-entrar em França na 2ª-Feira, pois isso não é país que se apresente ou que seja funcional, e já me estava a meter nojo. Para não falar de que ainda não tinha arranjado hotel.
Encontrámos uma "Venda" aberta numa vila em França, um misto de taberna e mini-mercado! A Madalena foi toda contente comprar uma lata de Orangina (ela não sabe que isso havia em Portugal nos anos 80, sob o nome de Larangina C, ela não vivia cá), eu pedi um Cognac e o motard que geria a Venda explicou que não tinha licença para vender bebidas alcoólicas com grau de Cognac. What the fuck!? França está armada em USA? É preciso uma hard liquor license!? Qualquer taberna ou pastelaria da Estrada de Benfica em Lisboa vende o brandy Macieira...
O gajo francês apenas tinha Martini, pedi um copo, mas vinha com 50 formigas no fundo, o francês exclamou "Putain!" e disse que só tinha essa garrava infestada de formigas.
Nesse mesmo dia, de noite tentei pedir um cognac noutro sítio e por azar disseram que não tinham, no entanto tinham mini's Sagres e Superbock pela módica quantia de 3,5 Euros. Cognac é que não...
Não consegui beber um cognac nesse dia...
Continua no próximo post...

Infelizmente esse desvio impediu que eu fosse à Alsácia no Nordeste de França, conhecer a aldeia francesa, onde a minha mulher nasceu e viveu até aos 10 anos. Também não pude ir espreitar a Itália, pois uma semana de automóvel não chega para muito.
Na verdade se eu fosse até lá, iria querer passar a fronteira com a Alemanha, para comer uma salsichona enorme no prato, numa tasca alemã, conforme o meu pai fazia e ele dizia que isso era muito barato e ficava de barriga cheia.
Espanha conheço muito bem, mas comecei logo a "anhar" quando a minha mulher liga para um hotel francês a um domingo e a gaja francesa responde que o hotel não trabalha aos domingos! Epá! Revolução Francesa e tal, sim senhor! Mas daí aos hotéis franceses fecharem aos domingos por causa dos direitos dos trabalhadores, pareceu-me bizarro.
A gaja do hotel explicou que os hóspedes que fizeram checkin ao Sábado, podem sair na 2ª-Feira e pernoitar no domingo, mas sem qualquer suporte do staff, que fica em casa na aldeia francesa a gozar dos direitos de "não fazer a ponta de um corno" aos domingos, ganho na Revolução Francesa. Isto havendo hotéis Ibis a operarem aos domingos em França.
Essa filosofia da treta e mentalidade de aldeiazinha francesa faz-me lembrar o jogo infantil português da "apanhada": "Quem está está! Quem não está, não está!" What the fuck!?

(Nós a chegarmos a França a um Domingo, pelo túnel de Somport)
Nas aldeias francesas que passámos, estava tudo fechado (cafés, restaurantes, hotéis e o camandro).
A minha mulher dizia que isso era normal em França e eu dizia que devíamos voltar para Espanha, e re-entrar em França na 2ª-Feira, pois isso não é país que se apresente ou que seja funcional, e já me estava a meter nojo. Para não falar de que ainda não tinha arranjado hotel.
Encontrámos uma "Venda" aberta numa vila em França, um misto de taberna e mini-mercado! A Madalena foi toda contente comprar uma lata de Orangina (ela não sabe que isso havia em Portugal nos anos 80, sob o nome de Larangina C, ela não vivia cá), eu pedi um Cognac e o motard que geria a Venda explicou que não tinha licença para vender bebidas alcoólicas com grau de Cognac. What the fuck!? França está armada em USA? É preciso uma hard liquor license!? Qualquer taberna ou pastelaria da Estrada de Benfica em Lisboa vende o brandy Macieira...
O gajo francês apenas tinha Martini, pedi um copo, mas vinha com 50 formigas no fundo, o francês exclamou "Putain!" e disse que só tinha essa garrava infestada de formigas.
Nesse mesmo dia, de noite tentei pedir um cognac noutro sítio e por azar disseram que não tinham, no entanto tinham mini's Sagres e Superbock pela módica quantia de 3,5 Euros. Cognac é que não...
Não consegui beber um cognac nesse dia...
Continua no próximo post...


Sou o JoséMiguel.
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Re: A minha viagem até França
Parte II
A Madalena decidiu guiar até Lourdes, por ser uma cidade turística, e de repente estava tudo aberto ao Domingo, lojas, esplanadas e restaurantes. Aquilo parecia outro país, ou seja, um país normal como Portugal.
Espreitámos o santuário, que tinha placards cheios de proibições à entrada, do estilo:
- Proibido fumar
- Proibido vestir roupa sexy
- Proibido comer gelados
etc.
Eu não sou uma jovem francesa que queira vestir um top e não possa, mas incomodou-me não poder fumar ao ar livre. Será assim também em Fátima?




Na manhã seguinte fui a pé em Lordes em busca de um croissant, cortado ao meio, com manteiga e fiambre. Eu comia isso nas pastelarias de Lisboa em criança e gostaria de provar um croissant caseiro em França.
Mas os sacanas dos franceses diziam que isso não são formas de comer um croissant. Os sacanas diziam, que se eu queria algo com manteiga e fiambre, tinha de ser um pão normal e nunca um croissant. O que eu estava a pedir era algum sacrilégio em França. Eu lá encontrei uma foto na net, e consegui persuadir uma gaja francesa, dona de um pequeno cafézinho com esplanada, que após muito protesto, pegou na faca, cortou o croissant ao meio, e lá meteu manteiga e fiambre. Paguei 5 euros...
Tirei foto:

O croissant francês afinal era igualzinho aos croissants que compramos no Auchan ou Intermarché... Que desilusão...
Agora falando de brandy e cognac, coisas sérias...

A foto acima foi de um Brandy espanhol que pedi no resort no sul de Espanha, antes de visitar França curioso por experimentar o verdadeiro Cognac da região denomidada, que em Portugal é caríssimo.
Os meus sobrinhos e cunhados franceses dizem que em França não se vende Brandy, qua não seja da região de Cognac. Isso é muito estranho pois se nem todos os espumantes são da região de Champagne, porque todos os brandys têm de ser da região de Cognac? Eu fui pessoalmente aos carrefours e supermercados afins em França e realmente eles só vendem brandys da região de Cognac! E São todos caros por causa disso!
O problema é que eu não gostei dos cognacs franceses, aquilo tresanda (cheiro) a aguardente bagaceira e deixa-me mal disposto do estômago. Para mim aquilo é igual à aguardente de cor transparente, mais rasca, servida nas tabernas portuguesas. Não tem o requinte e a suavidade de uma Macieira portuguesa ou de um Brandy Magno ou Osbourne espanhol, mas suponho que gostos não se discutem. Seja como for, os supermercados franceses, devido a esse fanatismo da região da Comuna de Cognac, não vendem nenhum brandy a preço acessível (abaixo de 20 euros a garrafa de 7,5 Dl). Mais uma vez os franceses têm de ir a Espanha comprar Tabaco, Brandy e gasolina mais barata.
A Madalena decidiu guiar até Lourdes, por ser uma cidade turística, e de repente estava tudo aberto ao Domingo, lojas, esplanadas e restaurantes. Aquilo parecia outro país, ou seja, um país normal como Portugal.
Espreitámos o santuário, que tinha placards cheios de proibições à entrada, do estilo:
- Proibido fumar
- Proibido vestir roupa sexy
- Proibido comer gelados
etc.
Eu não sou uma jovem francesa que queira vestir um top e não possa, mas incomodou-me não poder fumar ao ar livre. Será assim também em Fátima?




Na manhã seguinte fui a pé em Lordes em busca de um croissant, cortado ao meio, com manteiga e fiambre. Eu comia isso nas pastelarias de Lisboa em criança e gostaria de provar um croissant caseiro em França.
Mas os sacanas dos franceses diziam que isso não são formas de comer um croissant. Os sacanas diziam, que se eu queria algo com manteiga e fiambre, tinha de ser um pão normal e nunca um croissant. O que eu estava a pedir era algum sacrilégio em França. Eu lá encontrei uma foto na net, e consegui persuadir uma gaja francesa, dona de um pequeno cafézinho com esplanada, que após muito protesto, pegou na faca, cortou o croissant ao meio, e lá meteu manteiga e fiambre. Paguei 5 euros...


O croissant francês afinal era igualzinho aos croissants que compramos no Auchan ou Intermarché... Que desilusão...

Agora falando de brandy e cognac, coisas sérias...

A foto acima foi de um Brandy espanhol que pedi no resort no sul de Espanha, antes de visitar França curioso por experimentar o verdadeiro Cognac da região denomidada, que em Portugal é caríssimo.
Os meus sobrinhos e cunhados franceses dizem que em França não se vende Brandy, qua não seja da região de Cognac. Isso é muito estranho pois se nem todos os espumantes são da região de Champagne, porque todos os brandys têm de ser da região de Cognac? Eu fui pessoalmente aos carrefours e supermercados afins em França e realmente eles só vendem brandys da região de Cognac! E São todos caros por causa disso!
O problema é que eu não gostei dos cognacs franceses, aquilo tresanda (cheiro) a aguardente bagaceira e deixa-me mal disposto do estômago. Para mim aquilo é igual à aguardente de cor transparente, mais rasca, servida nas tabernas portuguesas. Não tem o requinte e a suavidade de uma Macieira portuguesa ou de um Brandy Magno ou Osbourne espanhol, mas suponho que gostos não se discutem. Seja como for, os supermercados franceses, devido a esse fanatismo da região da Comuna de Cognac, não vendem nenhum brandy a preço acessível (abaixo de 20 euros a garrafa de 7,5 Dl). Mais uma vez os franceses têm de ir a Espanha comprar Tabaco, Brandy e gasolina mais barata.

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- Rui Santos
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Re: A minha viagem até França
Só para te sinalizar que está aqui um leitor atento e que já me fartei de rir com a tua viagem.
A parte do Croissant... quase que me fizeste lembrar a sequência do Pulp Fiction com a sequência:Mc Royal vs Quarter Pounder with Cheese.
Mas sim, os franceses comem o croissant simples, raramente o cortam... quando muito despedaçam à mão e colocam mel por exemplo mas sem partir o mesmo com uma faca. Nós é que por termos diversos tipos de croissant (como os do Porto) temos o hábito de o "rechear"...
Agora os croissants tipo francês da padaria portuguesa, ou mesmo do supermercado são tão bons como os normais franceses :)
São também muito defensores dos seus direitos... e isso é ver a quantidade de vezes que estão na rua... a protestar.
Mas isso é uma discussão política... mais complicada, que não para este tópico.
A parte do Croissant... quase que me fizeste lembrar a sequência do Pulp Fiction com a sequência:Mc Royal vs Quarter Pounder with Cheese.
Mas sim, os franceses comem o croissant simples, raramente o cortam... quando muito despedaçam à mão e colocam mel por exemplo mas sem partir o mesmo com uma faca. Nós é que por termos diversos tipos de croissant (como os do Porto) temos o hábito de o "rechear"...
Agora os croissants tipo francês da padaria portuguesa, ou mesmo do supermercado são tão bons como os normais franceses :)
São também muito defensores dos seus direitos... e isso é ver a quantidade de vezes que estão na rua... a protestar.
Mas isso é uma discussão política... mais complicada, que não para este tópico.
Rui Santos - 54 Anos | 23 Anos DVDMania
DVD/BR | Jogos | Life is Short, Play More | FB Collectors HV-PT
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Re: A minha viagem até França
Grande Rui Santos,Rui Santos wrote: October 8th, 2025, 5:08 pm Só para te sinalizar que está aqui um leitor atento e que já me fartei de rir com a tua viagem.
A parte do Croissant... quase que me fizeste lembrar a sequência do Pulp Fiction com a sequência:Mc Royal vs Quarter Pounder with Cheese.
Mas sim, os franceses comem o croissant simples, raramente o cortam... quando muito despedaçam à mão e colocam mel por exemplo mas sem partir o mesmo com uma faca. Nós é que por termos diversos tipos de croissant (como os do Porto) temos o hábito de o "rechear"...
Agora os croissants tipo francês da padaria portuguesa, ou mesmo do supermercado são tão bons como os normais franceses :)
São também muito defensores dos seus direitos... e isso é ver a quantidade de vezes que estão na rua... a protestar.
Mas isso é uma discussão política... mais complicada, que não para este tópico.
Fico muito agradecido pelas tuas palavras.
Hoje estreei uma garrafa de moscatel que comprei em França, de uma região DOC da ilha grega de Samos.

"Moscatéis há muitos, seu Palerma!" Como diria o Vasco Santana acarca de chapéus.

Paladares e gostos não se discutem, por serem muito subjectivos... mas irei discutí-los na mesma!

Antes sequer de falarmos de paladares, não acho graça nenhuma à invasão do Moscatel do Norte, na minha zona de Lisboa, mediante as mini-garrafinha tipo martini de favaítos, quando a região de Lisboa, historicamente, aprecia e consome o Moscatel de Setúbal, de Região Denominada. A malta do norte que nem sonhe que o Moscatel de Favaios, da região do Douro, muito doce e enjoativo para mim, seja algo patriótico, pois aposto que se eu pesquisar, se calhar até descubro que o Moscatel de Setúbal é mais antigo, quiçá! Até haverem mini-garrafinhas de moscatel de Setúbal, em todos os cafés e tascas do Porto, estaremos perante algum problema grave de Marketing ou Distribuição!
Bom.. voltando ao Moscatel da região DOC da ilha grega, que comprei em França em promoção:
Abri hoje a garrafa e gostei muito, pelo sabor e por ser pouco doce, ou seja menos doce do que os moscateis portugueses ou espanhóis. Já provei vários moscatéis espanhois, que são muito inferiores aos portugueses (não gosto nada dos moscatéis de Espanha, ainda são piores do que os Favaios).
Comprei a garrafa em França no Netto ou no E.Leclerc em promoção por cerca de 7 euros, como o rótulo francês tinha letras gregas, fui ao Wikipédia aprender que história é esta de Moscatel da Ilha da Samos. O wikipedia indicou que não existem referências da antiguidade acerca de vinhos desta ilha, e que só por volta de 1700 a ilha Grega começa a exportar vinho doce para França, Bélgica, Inglaterra e Alemanha.
Enquanto português, gostei mais deste moscatel grego, do que do Moscatel de Setúbal, os partidários do Chega que me prendam!

Sou o JoséMiguel.
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