L'Avventura (1960) - Michelangelo Antonioni

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Cabeças
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L'Avventura (1960) - Michelangelo Antonioni

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E pronto, vi finalmente este "A Aventura", o primeiro da célebre trilogia da incomunicabilidade, apesar do realizador ter afirmado segundo consta que o seu filme "Il Deserto Rosso" também devia fazer parte desta série de filmes.

Sinceramente e apesar de saber que muita gente adora este filme e que ele é uma referência, foi um bocado secante de assistir. Primeira coisa que me irritou à brava, a música do genérico inicial, que achei das coisas mais irritantes e sem sentido em termos sonoros/musicais que já ouvi num filme. Deu-me logo vontade de parar, a coisa parece não ter fim, é tipo tortura, pelo menos para mim foi. Já não podia ouvir mais aquilo. -stop- Depois no fim repete-se, é muito mau.

A seguir faço alguns SPOILERS, fica o aviso... mas convenhamos que o filme tem 64 anos... :-)))

Outras coisas de que não gostei.. o desaparecimento... não fez grande sentido para mim. Tinha-se passado muito pouco tempo, dá a sensação que a rapariga se evaporou... se se tivesse suicidado o corpo seria penso visível junto às rochas. Mas o realizador parece querer deixar em aberto o desaparecimento, embora não se perceba como ela poderia ter saído da ilha sem ninguém ver ou um barco tê-la recolhido... e sobretudo porque faria isso ou porque se suicidaria. como?-)

Aliás este desaparecimento um bocado sem sentido para mim, é um bocado análogo ao que senti durante todo o filme em relação às personagens... a atuação pareceu-me sinceramente sempre um bocado "teatral", tendo chegado a pensar algumas vezes que parecia que os actores estavam a fazer um frete em estar ali. Por outro lado, a tal "incomunicabilidade" que dá nome à trilogia... para mim pareceu-me mais que eram todos um bocado tontos. :-))) Reações parvas, sem sentido, por vezes nem me pareciam adultos. O tipo diz amar imenso a dama no quarto, depois desce um piso abaixo e envolve-se logo com outra, por exemplo... Não, este filme, não tive mesmo pachorra para ele, custou-me a ver até ao fim. Mas fiz questão, pelo menos já vi o primeiro da trilogia, tenciono também ver os outros dois, com a expectativa de gostar mais do que deste... nails-)

Coisas boas: a fotografia, claro. Embora o preto-e-branco favoreça sempre naturalmente na minha opinião a estética do filme. E nos filmes italianos, sinto sempre uma certa "familiaridade" com as cidades ou vilas.

A Mónica também sei que é uma referência enquanto actriz, mas com todo o respeito por ela, ela não me atrai minimamente e isso afasta-me um bocado em termos de sentir empatia... e o papel que interpretou neste filme também não ajudou em nada. Queria o tipo, ao mesmo tempo não queria, depois fica completamente apanhada por ele sem se perceber bem porquê... acho o filme um bocado datado em termos de actos e diálogos. Como referi, pareceram-me todos um bocado apanhados do coco. Não propriamente por falta de "comunicabilidade", apenas porque eram meio tontos.

Coloquei no início as duas edições que tenho. Há muitos anos tinha comprado a espanhola, adoro a capa, mas sem legendas portuguesas. Há uns tempos consegui a edição portuguesa. Comparando as duas edições, lamentavelmente a nossa tem uma imagem MUITO pior do que a edição espanhola.

Abraços
Cabeças
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