mansildv wrote: ↑March 1st, 2024, 11:45 pm
Helder Fialho wrote: ↑March 1st, 2024, 10:49 pm
Nas produções de Hollywood, as imagens estão cada vez mais escuras. Não percebo esta tendência. Isto não serve a ninguém e não serve seguramente ao espectador. Para além de ser esteticamente feio, não é agradável ao olhar. No Dune Part I isto também acontece. Tudo muito escuro e com uma mistura entre tonalidades verde escuro e preto. É frio. Não gosto. Até nos fotogramas isso se vê. E quando não é isto, são cores saturadas, com grandes halos de luz que encandeiam a vista. Ou aqueles planos a mostrar o sol directamente ou a passar através de árvores, que até já se vê na publicidade. Relembrei-me disto ontem, ao ver o fotograma seguinte, inserido numa reportagem que estava a ler no Público sobre a nova adaptação do "Shogun" para a FX. Não percebo. Isto é uma opção estética ou terá a ver com as câmaras digitais? Nos filmes rodados em película, isto não existia.
https://scrippsnews.com/stories/why-are ... s-so-dark/
https://variety.com/2022/film/news/why- ... 235195535/
Obrigado pelos links! Bem me parecia que tinha a ver, em grande medida, com as câmaras digitais. Nem todas as mudanças são para melhor. Não sou especialista em fotografia nem nada que se pareça mas a imagem, a meu ver, de tão 'sharp' fica artificial, "plástica". Eu acho que consigo mais ou menos perceber quando é que é uma opção estética do realizador e do director de fotografia e quando não é. O "Seven", referido num dos links, é um excelente uso da escuridão mas há casos em que, enfim... Eles podem justificar o que quiserem mas eu, enquanto espectador, a minha expectativa é conseguir ver aquilo que estou a ver e ver bem. Acho que é uma preocupação que devia voltar a ser tida em conta por alguns que filmam em Hollywood. Afinal de contas, um filme é para ser visto. O contrário disto é o "Blue" do Derek Jarman ou o "Branca de Neve" do João César Monteiro (e eu gosto muito dos filmes do João César mas aí ele "abusou") que é a negação da imagem e, portanto, do Cinema; é um audiobook. Poder-se-á dizer que a falta de imagem faz com que o ouvido tenha de apurar-se mais e, a partir daí, imaginar a história que está em frente dos nossos... ouvidos.. e "vê-la", construí-la no nosso "mind's eye". Mas isso é a rádio, portanto... E a minha TV está bem ajustada, achei certas frases um bocado "atirar areia para os olhos". A justificação do realismo, enfim... é muito questionável e dava pano para mangas.