Fados - o primeiro produto português em alta definição

Discussão sobre lançamentos BR, Assuntos relacionados com equipamento devem contudo ser abordados no fórum Hardware.

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Ricardo Ribeiro
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Fados - o primeiro produto português em alta definição

Post by Ricardo Ribeiro »

No dia 13 de Novembro pelas 21:00h a Zon Lusomundo tem o prazer de apresentar no Museu do Fado o lançamento do DVD FADOS, de Carlos Saura. Com actuação da Casa de Fados e com a presença especial de Mariza e Carlos do Carmo, bem como dos produtores do filme Ivan Dias e Luís Galvão Teles, será apresentada aquela que é já considerada a melhor edição mundial deste DVD. Repleto de extras inéditos e absolutamente imperdíveis bem como de um livro exclusivo que acompanha a edição especial, este DVD de excelência, disponível a partir de 14 de Novembro, é absolutamente obrigatório!

Juntamente com a Edição em DVD de FADOS será também lançado o Blu-Ray da mesma obra fazendo desta referência o primeiro título português a ser lançado no novo suporte de Alta-Definição.
Ricardo Ribeiro
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Re: Fados - o primeiro produto português em alta definição

Post by Me_BeasT »

Ricardo Ribeiro wrote:No dia 13 de Novembro pelas 21:00h a Zon Lusomundo tem o prazer de apresentar no Museu do Fado o lançamento do DVD FADOS, de Carlos Saura. Com actuação da Casa de Fados e com a presença especial de Mariza e Carlos do Carmo, bem como dos produtores do filme Ivan Dias e Luís Galvão Teles, será apresentada aquela que é já considerada a melhor edição mundial deste DVD. Repleto de extras inéditos e absolutamente imperdíveis bem como de um livro exclusivo que acompanha a edição especial, este DVD de excelência, disponível a partir de 14 de Novembro, é absolutamente obrigatório!

Juntamente com a Edição em DVD de FADOS será também lançado o Blu-Ray da mesma obra fazendo desta referência o primeiro título português a ser lançado no novo suporte de Alta-Definição.

resta saber as caracteristicas.
Principalmente o audio, era bom um pcm 24bit a 192khz...
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Nuno Guerreiro
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Re: Fados - o primeiro produto português em alta definição

Post by Nuno Guerreiro »

Hmm hmm, se sair em DD True HD já é uma granda sorte...
Video: LG OLED55C9PLA, Xbox One S, PS3, Nvidia Shield Android TV 16GB, Wii
Som: Onkyo TX-NR808, Cambridge Audio Azur 640C, Wharfedale Diamond 9.4 / 9 CS / 9.1; BK Gemini; 1mt QED P-75; 3mt QED P-SW; 0.5mt QED Qunex
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Tojal City
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Re: Fados - o primeiro produto português em alta definição

Post by Tojal City »

Audio PCM 5.1.
Quem gosta do tipo de música, acaba por ter a melhor demo do género. Audio sem compressão, tal como foi gravado.
Me_BeasT
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Re: Fados - o primeiro produto português em alta definição

Post by Me_BeasT »

já esta a venda na fnac.
confirmo audio pcm
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Cabeças
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Re: Fados - o primeiro produto português em alta definição

Post by Cabeças »



Ressuscitei este tópico com 16 anos, porque andei para ver isto estes anos todos... Gosto muito de fado, ouvia muito em criança em casa dos meus avós, além de que sou bastante eclético.

Espero não vos chocar com o que vou dizer, a edição é brutal, mas não apreciei sinceramente o filme, tirando alguns dos registos. Mas os que gostei, achei maravilhosos (Carlos do Carmo e Casa de Fados).

O que se passa é que, independentemente de ter todo o respeito pelo Carlos Saura, que aliás já não está entre nós e pelas supostas origens do Fado, que com pormenor relata no "Guião do Fado" num pdf de 167 páginas que está no suporte DVD-ROM do dvd de extras, para mim que ouvi o fado lisboeta toda a vida, esse é que é o verdadeiro Fado. O nosso fado tem uma identidade própria, que para mim passa sobretudo pelos intérpretes e compositores de referência (Amália, Hermínia, Alfredo, Lucília o grande Carlos do Carmo...), e também por alguns já da nova geração, como o Camané, a Marisa, a Cuca Roseta, a Carminho...

Se calhar era eu que tinha outro tipo de expectativas... estava à espera de uma história do Fado, mas sobretudo do acompanhar das principais referências portuguesas clássicas e modernas. Não foi isso que vi... a fazer um documentário sobre variações do fado ou supostas origens do fado, penso que o nome induz em erro. Ficou muito por mostrar tanto da história como das referências tradicionais e para mim eram perfeitamente escusadas algumas das interpretações, sinceramente. Além de que ir buscar variações do fado (e para mim são registos que de fado nada têm) a outros países e não mencionar o fado de Coimbra, também é um bocado incompreensível para mim.

Intitular uma edição em dvd como "Fado" e depois fazer uma abertura com danças e cantares de Cabo Verde para mim não fez o menor sentido e indispôs-me sinceramente, achei completamente falho de sentido. E atenção que eu gosto imenso da Cesária e da música de Cabo Verde, mas não vejo o sentido de ter colocado aqui a peça, muito menos na abertura. Eu teria esperado uma abertura com trechos dos cantores clássicos, com uma voz off narrando alguma informação sobre o Fado clássico e grandes fotos dos intérpretes e de Lisboa antiga a preto e branco.

A ideia de juntar bailado ao fado, embora perceba a intenção, para mim também não resultou. Sobretudo pelo tipo de bailado moderno, onde os bailarinos dão saltos, se contorcem se atiram para o chão... sempre tive vontade de fugir aos gritos ao assistir a este tipo de "arte". Para mim, o fado tradicional e o bailado "moderno" não têm nada a ver, pura e simplesmente. As cenografias na maioria são bastante cuidadas, mas para mim uma coisa não liga com a outra, além de que como já referi, começo a ver os bailarinos a contorcerem-se e a atirarem-se para o chão e começo logo à procura da saída de emergência :shock:

Para mim, o filme/documentário, foi sinceramente uma grande desilusão. teimoso-)

Deixo abaixo as notas apressadas que tirei quando da visualização do filme, com a ressalva de possíveis incorreções relativas a ritmos e origens... mas foi o que me pareceu na altura em que vi e ia tirando as notas:

- San Jon - (Ritmo a fazer lembrar samba, um monte de pessoas suponho de ascendência cabo-verdiana aos saltos com ritmos africanos, nada a ver com fado para mim).

- Variações (fado instrumental, guitarra portuguesa e espanhola)

- Moçambique (Marisa, fado e bailado (argh), mas mais moderno, fado canção para mim)

- Modinhas e Lunduns (cenografia e bailado bonitos, brasileiro a cantar, repetitivo, não é fado para mim, voz muito discutível para mim)

- Fado menor do Porto (guitarra portuguesa e espanhola, Camané, obviamente fado, com bailarinas não sei para quê, embora esteticamente fique bem mas o verdadeiro fado não tem superproduções com bailarinas na minha opinião, nem liga para mim bem)

- Maria Severa séc. XIX (é mais música medieval, para mim não é fado, voz muito discutível para mim)

- Rua do Capelão (Cuca Roseta fado) - não informam do nome dos artistas no filme, só depois no genérico, o que não acho bem.

- Homenagem a Alfredo Marceneiro (fado com um bailado que para mim não faz qualquer sentido, daqueles modernos de que nunca gostei e que para mim não tem nada a ver com a música, Alfredo a cantar em imagem de fundo)

- Homenagem a Alfredo Marceneiro, poeta de rua (ritmos africanos tipo RAP, detestei, nada a ver com fado, talvez a peça que menos gostei de todas). Sou eclético como referi, mas não gosto de tudo, embora possa apreciar algumas músicas, o RAP e o Heavy Metal são os dois géneros musicais que claramente não aprecio de todo.

- Lisboa (Carlos do Carmo, obviamente fantástico, com imagens de fundo de Lisboa antiga, eram assim que deviam ser todas as canções) O Carlos parece estar a cantar mesmo para nós, está fantástico, está comovente. Para mim o melhor registo de todos de longe, a par com o registo na Casa de Fados).

- Homenagem a Lucilia do Carmo (mais bailados modernos com o pessoal a atirar-se para o chão, Lucilia a cantar em voz off, depois uma cantora que não sei quem é. É fado, mas para mim o bailado não resulta de todo.

- Fado Meno (artista idosa, não percebi quem era na altura, mas é fado)

- Fado batido (violino e piano...mais bailado moderno com figuras a contorcerem-se, ritmo para mim mais africano, tipo Cabo Verde, nada a ver com fado na minha opinião)

- Morna (artista africana, voz e música bonita, mas como o nome indica é uma morna de Cabo Verde, nada a ver com fado para mim)

- Fado Alfacinha (Camané, violoncelo e guitarras espanholas e portuguesas, obviamente fado)

. Homenagem a Amália Rodrigues (Amália a cantar com piano em fundo, com bailarinos a assistir que felizmente não dançam (Amália já não no seu melhor, embora seja um registo intimista com fotos a preto e branco no final)

Caetano Veloso com bailado e guitarra espanhola, voz de falsete a cantar o estranha forma de vida, para mim não resulta de todo nem a voz nem o sotaque brasileiro. Gosto muito do Caetano, mas isto para mim não é o fado tradicional de todo. Mais uma vez não informam o nome do artista.

- Revolução (imagens da revolução, a Grandola com o grande Zeca Afonso, lindíssimo registo, mas nada a ver com fado).

- Com imagens da revolução ainda entra o Chico Buarque, registo muito bonito, adoro o Chico desde sempre, mas o sotaque e a canção para mim não são fado. "Ai esta terra ainda vai cumprir seu ideal…" chama-se fado tropical a canção, mas para mim não é fado português, há uma voz a declamar, não informam quem é também.

- Fado flamengo, não dizem quem é a artista, poses de bailado espanhola, canta em espanhol um tipo qualquer, até me senti gozado. O que tem isto a ver com o Fado português tradicional?

- Marisa com um tipo aos saltos e a torcer-se todo em palco, numa forma de "arte" que sempre detestei. Mas é fado. Pena que acaba a fazer dueto com a criatura do vídeo anterior, tudo estragado.

- Vários artistas portugueses numa casa de fado, com o Vicente da Câmara, o Ricardo Ribeiro, que gosto muito de ouvir - não é o daqui do dvdmania :-))) . É Fado! - E tudo muito bonito!
(Pena o grande plano do aparelho nos dentes de uma fadista, podia tê-lo tirado para cantar). Mas a par do registo do Carlos do Carmo, este é para mim também o melhor registo do filme. Fado a sério numa casa de fados, tudo típico, tradicional. Fado.


- Marisa a cantar, no início com escadotes no vídeo, tipos a limparem coisas e bailados com o pessoal aos saltos (Gente da Minha Terra), ecrã com imagens do Tejo e de Lisboa bonitas. Achei o início miserável e perfeitamente escusado com os escadotes, mas é uma das grandes interpretações da Marisa e é um fado muito bonito.

No final todo o genérico com todos os nomes dos artistas e compositores e canção da Lila Downs num "fado" que para mim não é fado real por causa sobretudo do ritmo que é mais africano/brasileiro para mim

Som
Dolby digital 5.1
DTS 5.1
Dolby Digital 2.0 (comentário de Carlos do Carmo e Ivan Dias, produtor do filme)
Dolby digital 2.0

A edição em si é muito boa, uma box em cartão rígido, um digipack com o filme e o disco de extras, mais um livro com 125 páginas cheio de informação e fotos.

Disco de Extras:
- Tertúlia de Fados (1.33 - almoço com muitos artistas e com a interpretações exclusivas de Carminho, Carlos do Carmo, Ricardo Ribeiro, Mariza, entre outros)
- Making Of Fados - 26,28 (Carlos Saura, ensaios e interpretações)
- Opus de Linares (03,46) - Preparações para o espectáculo, e muitos sorrisos para a câmara.
- Apresentação do filme no festival de San Sebastian - (32,40) Marisa a cantar infelizmente com um bailarino a distrair e com o Carlos do Carmo, felizmente sózinho
- Apresentação do filme no festival de San Sebastian - (01,50) - Entrevista com Carlos Saura
- Apresentação do filme no festival de San Sebastian - (46,27) - Conferência de Imprensa
- Kola San Jon em Madrid (17,19) - Acompanhamento e ensaios do grupo desde Cova da Moura até Madrid
- DVD-ROM - .pdf com 167 páginas cheias de informação e com muitas páginas de Carlos Saura a explicar os propósitos e intenções do filme. Infelizmente tudo em espanhol. Legendaram os extras todos e o livro, podiam ter traduzido também o texto do pdf para português

Notas finais:
Uma grandiosa edição, que se vê ter sido preparada com cuidado, e muito completa. As minhas críticas são obviamente subjetivas, e o facto de sinceramente não ter apreciado os pontos que referi, que são de algum modo estruturantes da obra, é resultado da minha sensibilidade apenas, e reconheço, claro, a importância do registo e a beleza e riqueza da edição, que é digna de qualquer colecionador que goste de Fado. Se a comprava novamente depois de escrever as críticas que escrevi? Claro que sim. salut-)
Cabeças
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