Grande Moca Meu (2004) - Danny Leiner
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Olha lá no que te vais meter
Eu só fui ver o filme, porque li meia dúzia de comentários, que arrasavam o filme de tal forma, que eu tinha que ver para crer.
Deixo aqui um desses comentários
Fonte: cinema2000
Autor: Nuno Centeio
"Pelas nove e meia da noite já tinha marcada sessão no Mundial para a ante-estreia do filme francês "Blanche". A coisa até prometia. A rapariga que se passeia nos cartazes aparenta uma beleza fora do normal (chama-se Lou Doillon e tem agora vinte aninhos), e já se sabe como estes franceses não têm pudor nenhum nos filmes mais banais. É claro que o outro grande pormenor seria o elenco do filme. Há pelo menos três nomes que me chamaram a atenção. Temos o Jean Rochefort, velha glória gaulesa, a interessante Carole Bouquet, e o gigante comercial Gérard Depardieu, embora aqui numa pequena aparição, relegado para o fim da lista do elenco.
Imaginam pois a minha inquietude. Ir até ao Saldanha, enfiar qualquer coisa para o estômago, e aí vamos nós para mais uma sessão. Sala praticamente cheia (não fora esta uma daquelas ante-estreias onde todos ganharam um convite num concurso) e ambiente agradável. O filme começa, e tem então início a minha perplexidade.
Passados dez minutos de fita, vejo um grupo de cinco pessoas abandonar a sala, entre grunhidos de "que bela porcaria" ou "será possível que gastaram dinheiro nisto". Dez minutos depois outro grupo de três pessoas, se não me engano. Já perto do intervalo, um senhor sentado mesmo por trás começa a rir e a descrever o que se vai passando no filme. Talvez uma frustração acumulada da constatação do facto de se tratar de uma obra inenarrável, onde a melhor postura será então entrar na estupidez e no absurdo, tentando pelo menos extrair umas risadas daquilo.
Eis que chega o intervalo. Há muito tempo que não via uma sala esvaziar tão depressa, e as pessoas diziam coisas do tipo "não me apanham aqui na próxima parte" ou "Irra! ainda bem que não estou a pagar isto".
Quando começa a segunda parte, o personagem interpretado por Rochefort lança uma deixa, "A excentricidade tem os seus limites", ao qual o senhor atrás de mim confirma com veemência, já num volume próximo do que usamos quando estamos num café, "pois é! nem eu podia ter dito melhor! a excentricidade tem mesmo limites". E lá se ia rindo com as macaquices dos personagens, os diálogos saídos de um episódio do Twilight Zone (sic). (...) Mostra numa cena um enviado do cardeal que exibe as últimas descobertas do lado de lá do charco. O café, "que em doses grandes estimula", o chocolate, "que abusado engorda", e o pó do diabo. Pó do diabo? Sim, uma analogia com a cocaína, "uma substância que o deixa firme e hirto durante três dias" (imaginem a risada do senhor atrás de mim).
"Blanche" está cheio de influências satíricas, música que lembra o western, com portas para os tascos iguais às usadas nos filmes do Clint Eastwood. A mixórdia é tal, que nem os diálogos escapam. Chegamos a parar para pensar, "mas porque diabos é que ele disse aquilo?? O que é que o cú tem a ver com as calças??". Às vezes tem muito. Há filmes em que a linearidade narrativa e dramática não existe, mas não precisa de existir. Boivoisin teve a presunção de que iria conseguir, e falhou redondamente. As rábulas não funcionam, os diálogos não têm lógica no enquadramento, tenta-se misturar o francês mais "arcaico" com outro completamente actual, sem qualquer sucesso, enfim...uma noite para esquecer.
Já pensei bastante sobre qual a categoria certa onde enquadrar este filme. Uma comédia? Não. Tem cenas violentas e supostamente sérias. Um filme de época? Depende de que época estamos a falar. Há tantas em "Blanche". Querem um conselho? Fujam deste a sete pés."

Eu só fui ver o filme, porque li meia dúzia de comentários, que arrasavam o filme de tal forma, que eu tinha que ver para crer.

Deixo aqui um desses comentários
Fonte: cinema2000
Autor: Nuno Centeio
"Pelas nove e meia da noite já tinha marcada sessão no Mundial para a ante-estreia do filme francês "Blanche". A coisa até prometia. A rapariga que se passeia nos cartazes aparenta uma beleza fora do normal (chama-se Lou Doillon e tem agora vinte aninhos), e já se sabe como estes franceses não têm pudor nenhum nos filmes mais banais. É claro que o outro grande pormenor seria o elenco do filme. Há pelo menos três nomes que me chamaram a atenção. Temos o Jean Rochefort, velha glória gaulesa, a interessante Carole Bouquet, e o gigante comercial Gérard Depardieu, embora aqui numa pequena aparição, relegado para o fim da lista do elenco.
Imaginam pois a minha inquietude. Ir até ao Saldanha, enfiar qualquer coisa para o estômago, e aí vamos nós para mais uma sessão. Sala praticamente cheia (não fora esta uma daquelas ante-estreias onde todos ganharam um convite num concurso) e ambiente agradável. O filme começa, e tem então início a minha perplexidade.
Passados dez minutos de fita, vejo um grupo de cinco pessoas abandonar a sala, entre grunhidos de "que bela porcaria" ou "será possível que gastaram dinheiro nisto". Dez minutos depois outro grupo de três pessoas, se não me engano. Já perto do intervalo, um senhor sentado mesmo por trás começa a rir e a descrever o que se vai passando no filme. Talvez uma frustração acumulada da constatação do facto de se tratar de uma obra inenarrável, onde a melhor postura será então entrar na estupidez e no absurdo, tentando pelo menos extrair umas risadas daquilo.
Eis que chega o intervalo. Há muito tempo que não via uma sala esvaziar tão depressa, e as pessoas diziam coisas do tipo "não me apanham aqui na próxima parte" ou "Irra! ainda bem que não estou a pagar isto".
Quando começa a segunda parte, o personagem interpretado por Rochefort lança uma deixa, "A excentricidade tem os seus limites", ao qual o senhor atrás de mim confirma com veemência, já num volume próximo do que usamos quando estamos num café, "pois é! nem eu podia ter dito melhor! a excentricidade tem mesmo limites". E lá se ia rindo com as macaquices dos personagens, os diálogos saídos de um episódio do Twilight Zone (sic). (...) Mostra numa cena um enviado do cardeal que exibe as últimas descobertas do lado de lá do charco. O café, "que em doses grandes estimula", o chocolate, "que abusado engorda", e o pó do diabo. Pó do diabo? Sim, uma analogia com a cocaína, "uma substância que o deixa firme e hirto durante três dias" (imaginem a risada do senhor atrás de mim).
"Blanche" está cheio de influências satíricas, música que lembra o western, com portas para os tascos iguais às usadas nos filmes do Clint Eastwood. A mixórdia é tal, que nem os diálogos escapam. Chegamos a parar para pensar, "mas porque diabos é que ele disse aquilo?? O que é que o cú tem a ver com as calças??". Às vezes tem muito. Há filmes em que a linearidade narrativa e dramática não existe, mas não precisa de existir. Boivoisin teve a presunção de que iria conseguir, e falhou redondamente. As rábulas não funcionam, os diálogos não têm lógica no enquadramento, tenta-se misturar o francês mais "arcaico" com outro completamente actual, sem qualquer sucesso, enfim...uma noite para esquecer.
Já pensei bastante sobre qual a categoria certa onde enquadrar este filme. Uma comédia? Não. Tem cenas violentas e supostamente sérias. Um filme de época? Depende de que época estamos a falar. Há tantas em "Blanche". Querem um conselho? Fujam deste a sete pés."
Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos. Millor Fernandes
Ao contrário de "Dude...", "Harold e Kumar..." ainda consegue divertir, não muito, mas dá p entreter qd não apetece pensar muito. Uma aposta "silly season"...
6/10

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Um gnomo por dia, dá saúde e alegria!
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Re: Grande Moca Meu (2004) - Danny Leiner
Vi ontem e até que gostei e me divertiu.