Realizador: Edward Norton
Elenco: Edward Norton, Bruce Willis, Gugu Mbatha-Raw, Bobby Cannavale, Cherry Jones, Michael Kenneth Williams, Leslie Mann, Ethan Suplee, Dallas Roberts, Fisher Stevens, Alec Baldwin, Willem Dafoe.
Set against the backdrop of 1950s New York, Motherless Brooklyn follows Lionel Essrog, a lonely private detective afflicted with Tourette's Syndrome, as he ventures to solve the murder of his mentor and only friend, Frank Minna.
O livro é excelente, esperemos que o filme esteja à altura... (gostei do trailê).
Na baliza Jackson, defesa com Scorsese, Coppola, Spielberg e Eastwood. No meio campo, Ridley Scott, Wes Anderson, Pollack e Carpenter. Avançados, Woody, e solto nas alas Tarkovsky. Suplentes: Bunuel, Fellini, Kurosawa, Visconti, Antonioni, Lynch e Burton.
Ora cá está um filme como já não se vê nos dias de hoje. Ritmo pausado, história a desenvolver-se em cima do peso dos personagens. Gostei. Gostei, mas encontrei defeitos. O primeiro é a duração excessiva do filme. Ficou a notar-se que o argumento precisava de mais umas revisões. Por causa disso, a história nem sempre flui bem e acaba por entediar escusadamente em um ou dois momentos. Não é fácil adaptar jm bom livro e isso nota-se.
O grande triunfo são as interpretações de todos, sem excepção, com óbvio destaque para o Ed Norton. Fabuloso o que ele faz ali. Os diálogos também são de boa qualidade, quase nunca caindo no trivial ou na redundância.
No geral, um filme que recomendo ao Gaspar e ao João Vagos, que sei que vão apreciar muito este tipo de cinema. E a todos os outros, só por que vale mesmo a pena.
Não li o livro e não posso oferecer comparações, mas o filme faz um festim com a revisitação moderna de uma atmosfera e uma intriga clássicas, e com um enorme carinho pelos ambientes jazz e pela "terminologia cinéfila" noir (até quase que brinca aos filmes de detectives com uma série de convenções). O formato e o tempo narrativo são completamente anacrónicos, thank god!, em relação à norma do que se faz hoje em dia, pausados, sem pressas, sem necessidade de enfiar a martelo a intriga dentro de um formato de tempo que seja "comerciável". Outro elemento anacrónico é o tom delicado com que embala (com muito jazz e melancolia à mistura) as personagens - e aqui talvez seja mais um desafio (plenemante conseguido) às convenções do que uma aposta na herança. E é também um excelente regresso do Norton enquanto actor principal, mesmo que escolhendo deliberadamente uma personagem formatada para lhe proporcionar mais um brilharete - mas está muito bem acompanhado pelo restante cast.
9/10
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
p_alucinado wrote: ↑November 18th, 2019, 8:03 pm
No geral, um filme que recomendo ao Gaspar e ao João Vagos, que sei que vão apreciar muito este tipo de cinema. E a todos os outros, só por que vale mesmo a pena.
E eu ainda não vi este filme ... vou ver se me redimo em breve!