Qual foi o último filme que viram ?

[José]

Knives Out: Todos São Suspeitos (2019), de Rian Johnson
https://www.imdb.com/title/tt8946378/?ref_=fn_al_tt_1

Óptimo exercício de género, a prestar a devida vénia às intemporais obras de Agatha Christie. Os diálogos são inspirados, o humor é de fino recorte e todo o elenco é divino (em especial, Daniel Craig, a fugir à sua imagem de marca, e a magnífica Ana de Armas). A história é sempre ritmada e conta com bastantes personagens e reviravoltas (como deve ser neste tipo de intrigas). Lá pelo meio, ainda há espaço para algumas referências perspicazes e até mesmo para algumas tiradas políticas bem actuais. Delicioso, delicioso, é o plano final com aquela caneca tão "assertiva".

[José]

Judy (2019), de Rupert Goold
https://www.imdb.com/title/tt7549996/?ref_=nv_sr_srsg_0

Ternurento retrato da fase final da vida da lendária Judy Garland, com todos os seus dilemas pessoais e profissionais em jogo. A realização é limpinha e sem rasgos criativos de qualquer ordem, mas o facto de ter uma história tão surpreendente, à beira do impensável, faz valer a pena esta jornada. Renée Zellweger está a ferro e a fogo, a dar o corpo e alma a todas as balas, e os minutos finais são de uma vulnerabilidade emocional capaz de comover qualquer um.

[José]

The Hill - A Colina Maldita (1965), de Sidney Lumet
https://www.imdb.com/title/tt0059274/?ref_=nv_sr_srsg_4

Antes de mais, que saudades de Sidney Lumet! Esta sua incursão no chamado "filme de guerra" é assombrosa, de prender ao ecrã de uma ponta à outra. Pena é que este título da sua filmografia tenha ficado algo perdido no tempo e na memória colectiva. Trata-se de uma realização cheia de personalidade e de nervo, que evoca sem floreados a tensão e as dinâmicas de poder que se estabelecem numa prisão militar e entre os seus integrantes. O elenco, encabeçado por Sean Connery, é magistral - todos são magníficos no desenvolver das complexidades humanas e afectivas das respectivas personagens.

[nimzabo]

Vi o The Lighthouse mas não gostei nem compreendi e surpreende-me que tenha notas tão elevadas.
https://www.imdb.com/title/tt7984734/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/the_lighthouse_2019
Pela positiva tem a parte visual a preto e branco mas os diálogos e a história, para mim macabra e sem sentido, tornaram a visualização um bocado desinteressante.
Talvez leia algumas reviews a ver se faz mais sentido para mim.

Li esta cheia de elogios
(o texto estava todo junto e então eu parti-o em secções, um bocado ao calhas)

THE SHORE THING - My Review of THE LIGHTHOUSE (4 Stars) - Glenn G (RT)
One of my all-time favorite films is F.W. Murnau's silent classic, Sunrise, a drop dead gorgeous example of German expressionism in which its haunting imagery and Postman Always Rings Twice storyline felt way ahead of its time. Filmmakers today could learn a lot from its ability to tell a compelling story with very little dialogue.

Some of our most visceral current filmmakers, such as David Lynch and Claire Denis owe a huge debt to this pioneering filmmaker. Add Robert Eggers to that list, whose debut film, The Witch, demonstrated his mastery of tone and dread, and now with his follow-up, The Lighthouse, he adds brutality, intensity, subtext, and surrealism to his singular voice. It's definitely not a film for everyone, but if you like to feel a film down to its pores, then welcome to his little slice of Hell.

In late 1890s New England, Ephraim Winslow (Robert Pattinson) serves as Thomas Wake's (Willem Dafoe) assistant for a grueling 4 week stint minding a remote lighthouse. Wake's a gruff, pipe-smoking, constantly farting, foul-mouthed old salt, while Winslow, who relocated from the Pacific Northwest, has a quiet air of mystery about him.

Eggers, who co-wrote the script with his brother Max, shoots in an inky black and white and opts for a square aspect ratio, the better to sell its silent film qualities. We've convincingly stumbled into the past, where dank quarters barely protect you from the elements and cabin fever seems like a mere introduction. From the start, Eggers immerses us into their world.

An early shot of Wake and Winslow framing a shot of the lighthouse as their boat sails ashore has the feel and vibe of a hand-cranked silent film. A minute later, the pair stare into the camera with looks so deadening, they seem to tell us they know of the rough ride ahead. Wake treats Wislow like a dog. While Wake insists on working in the lighthouse at night, he orders Winslow to do all the daytime drudge work, such as cleaning the latrine, painting the walls, and constantly scrubbing like a Cinderella who will never see a glass slipper. Winslow can also never go into the top of the lighthouse.

Of course, a command like that will not be heeded or we'd have no film. Getting to that point, Eggers loads the screen with an endless display of dread. The intrusive sound mix combines constant foghorns with Mark Korven's bold, distinctive score. It rattles you, along with cinematographer Jarin Blaschke's fantastic framing and use of negative space. We experience the deprivation through Winslow's eyes, his gaze fixated on Wake while he sleeps.

Occasionally, Winslow will relieve his tension while holding a mermaid figurine, but his sexual feelings seem confused. Violent impulses eventually supplant sexual ones. Hallucinations abound. Men lose themselves in the moment. It's impossible to watch this film without thinking of it as a treatise on homosexual panic. Waiting For Gaydot, as it were.

Since Eggars has "young auteur" written all over him, much like Ari Aster has with his first two films, we already have some Eggers tropes at play. In addition to the black and white, the unsettling sound mix, and the unexplainable occurrences, he also brings us another memorable animal performance. Whereas The Witch gave us Black Phillip, the goat, his new film has an intensely squawking seagull who finds all sorts of ways to annoy Winslow. You won't forget the gull's storyline anytime soon.

Same goes for the lead performances. Dafoe, who spouts a constant stream of crazed monologues, kept me from wanting this to be dialogue-free. It's a non-stop, ferocious role, and Dafoe takes a big bite out of it. He reminded me of R. Lee. Ermey in Full Metal Jacket, with his bold, fearless approach to a character most would want to clobber.

Pattinson proves once more that post-Twilight, he's one of the greats. As an actor, he has the most expressive eyes and knows how to simultaneously evoke danger and lust. As things go completely bonkers in this film, you willingly take the ride just to see how Pattinson will react to the increasingly crazy and dire circumstances. Not everybody goes to the movies to feel dirty and disgusted.

The Lighthouse hardly offers escapist fare. It's a romantic comedy as filtered through a literal cesspool, and Eggers joins the few who I'll follow down into the sewer if it means experiencing a film like this, which engages all of your senses.

[nimzabo]

Hoje foi dia de Uncut Gems
https://www.imdb.com/title/tt5727208/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/uncut_gems
Estava à espera de gostar por causa de ter gostado dos filmes anteriores dos Safdie Brothers e foi isso mesmo que aconteceu.
O filme é movimentado do principio ao fim e o Adam Sandler está bastante credível a interpretar uma personagem hiperactiva.
A escolha musical e como por vezes é colocada por cima de tudo é a do costume bem como o modo de filmar.
Gostei da história e de tudo.

[Samwise]

Vi o The Lighthouse mas não gostei nem compreendi e surpreende-me que tenha notas tão elevadas.
https://www.imdb.com/title/tt7984734/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/the_lighthouse_2019
Pela positiva tem a parte visual a preto e branco mas os diálogos e a história, para mim macabra e sem sentido, tornaram a visualização um bocado desinteressante.
Talvez leia algumas reviews a ver se faz mais sentido para mim.

Vi meia hora e não sei se continuo ou não... Não ando com grande pachorra para ver este tipo de filme - sujo, feio, estranho como o raio, e que aparenta ter sido feito de modo deliberdamente críptico e desafiante para a paciência do espectador.

[José]

Vi o The Lighthouse mas não gostei nem compreendi e surpreende-me que tenha notas tão elevadas.
https://www.imdb.com/title/tt7984734/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/the_lighthouse_2019
Pela positiva tem a parte visual a preto e branco mas os diálogos e a história, para mim macabra e sem sentido, tornaram a visualização um bocado desinteressante.
Talvez leia algumas reviews a ver se faz mais sentido para mim.

Vi meia hora e não sei se continuo ou não... Não ando com grande pachorra para ver este tipo de filme - sujo, feio, estranho como o raio, e que aparenta ter sido feito de modo deliberdamente críptico e desafiante para a paciência do espectador.

Já vi há algum tempo e não o consigo recomendar. Não é que me tenha desagradado por completo, mas trata-se de uma proposta simplista, académica até, isto apesar da fotografia e da disponibilidade dos actores principais. Exige também uma grande imersão por parte do espectador. É um objecto desconcertantíssimo em termos de história, tom e humor, que quer desesperadamente assumir uma faceta de cinema europeu e "fazer à maneira de" David Lynch. O que acaba por transparecer é uma grande dose de pretensiosismo - ainda assim, consegui encontrar algum significado para aquela narrativa tão singular.

[nimzabo]

Vi o candidato russo aos Oscares: Dylda (aka Beanpole)
https://www.imdb.com/title/tt10199640/? ... _sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/beanpole
Passa-se em Leningrado logo a seguir à guerra e o argumento anda à volta disso, das feridas da guerra.
As cores são muito saturadas o que dá um visual diferente ao filme e as actuações são muito boas mas a história é algo deprimente e de gente meio descompensada.
Gostei mais ou menos.

P.S. não faço a mais pequena ideia de porque é que se chama Violeta em português.
O titulo acho que quer dizer mulher alta ou qualquer coisa do género.

[drakes]

Vi o candidato russo aos Oscares: Dylda (aka Beanpole)
https://www.imdb.com/title/tt10199640/? ... _sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/beanpole
Passa-se em Leningrado logo a seguir à guerra e o argumento anda à volta disso, das feridas da guerra.
As cores são muito saturadas o que dá um visual diferente ao filme e as actuações são muito boas mas a história é algo deprimente e de gente meio descompensada.
Gostei mais ou menos.

P.S. não faço a mais pequena ideia de porque é que se chama Violeta em português.
O titulo acho que quer dizer mulher alta ou qualquer coisa do género.

aka é Uma Mulher Alta

[nimzabo]

Ray & Liz
https://www.imdb.com/title/tt6601502/?ref_=ttls_li_tt
https://www.rottentomatoes.com/m/ray_and_liz
É uma espécie de Feios, Porcos e Maus em versão britânica (mais cinzenta e menos extravagante).

[mansildv]

Coexister, 2017
https://www.imdb.com/title/tt6144762/

Muito fraco! Tem boas tiradas mas, no geral, nem consegue ser engraçado.
Foi uma péssima maneira de começar o ano - 3/10

[nimzabo]

Little Shop of Horrors
https://www.imdb.com/title/tt0091419/?ref_=nv_sr_srsg_0
https://www.rottentomatoes.com/m/101251 ... of_horrors
Muito bom e com muitos pormenores engraçados.

[drakes]

Jabberwocky
https://www.imdb.com/title/tt0076221

Pensando o filme é muito datado em termos de humor ou ruim, qq das respostas minha nota é 1.

[mansildv]

Good Boys, 2019
https://www.imdb.com/title/tt7343762/

É uma comédia ousada, com bons desempenhos e boa química dos três protagonistas e que acaba por passar uma mensagem interessante.
Mas é pouco e perde em comparação com outras comédias do mesmo género.

6/10

[José]

Léolo (1992), de Jean-Claude Lauzon
https://www.imdb.com/title/tt0104782/?ref_=nv_sr_srsg_0

Fico um bocado aborrecido por só agora ter descoberto esta pérola lírica "coming of age", da qual já tinha ouvido falar há muitos anos. Mas como se diz, mais vale tarde do que nunca. "Léolo" remete muito para os universos criativos de Jean-Pierre Jeunet e até mesmo Emir Kusturica, pelo retrato social sem concessões, o humor delirante e desregrado e até mesmo alguma beleza poética. Tem um pulsar quirky e barroco que, não sendo propriamente do agrado de toda a gente, acaba por traçar com grande requinte um retrato delicado e muito sentido das agruras do crescimento. É também um filme sobre a saúde mental, o impôr da individualidade numa estrutura familiar desconexa e como organizar a nossa vida interior e os nossos mapas afectivos. O seu realizador viria a falecer não muitos anos depois, juntamente com a sua namorada, num acidente de aviação.