Que andam a ler?
Re: Que andam a ler?
"Como é Linda a Puta da Vida" do MEC.
- Rui Santos
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Re: Que andam a ler?
Somos dois.
Tem altos e baixos imho. Algumas cronicas são muito médias, e algumas muito boas. Não é o meu livro de crónicas favorito, mas lê-se com prazer.
Tem altos e baixos imho. Algumas cronicas são muito médias, e algumas muito boas. Não é o meu livro de crónicas favorito, mas lê-se com prazer.
Rui Santos - 54 Anos | 22 Anos DVDMania
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Re: Que andam a ler?
Estou a ler - ou melhor a reler - a série Ring of Fire de Eric Flint.
Desconhecida do público português, não percebo como as editoras ainda não lhe pegaram. Trata-se de uma obra de fantasia, onde se explora um universo alternativo - uma pequena cidade americana do século XX é transportada para o século XVII para a Europa na zona da actual Alemanha, durante a Guerra dos 30 anos.
A origem dessa alteração é explicada num prólogo de 2 ou 3 páginas sem grande interesse - uma raça alienígena que interfere no tempo, apenas por razões artísticas - e que depressa é esquecida, pois o fundamental é a história.
Durante muito tempo resisti a ler esta série porque pensei ser algo massudo, só para fãs de história. Não podia estar mais enganado. Realmente os apreciadores de história devem gostar dela, mas não só. Uma linguagem acessível, com personagens humanas - temo que com algum fervor americano, mas fácilmente ultrapassável. Os fás de role playing e de os jogos de estratégia também devem adorar a série onde a pequena cidade de Grantville tenta sobreviver numa Europa em guerra.
Com um arco principal formado pelo casal Mike Stearns do século XX e da sua mulher Rebecca Abrabanel do século XVII, acompanhamos a História (com H grande) da Europa do século XVII, e muitas vezes com um conhecimento que faz corar de vergonha muitos dos europeus actuais. No decorrer da série (que no presente já é composta por mais de 12 livros), poderemos conhecer personagens tão marcantes como o Cardeal Richelieu, os reis de Espanha, o cardeal Mazarinni, o papa Urbano VIII, Galileu, Oliver Cromwell, o médico William Harvey e muitas outras personagens históricas.
Esta série deveria ser obrigatória para os estudantes de história e muito mais educativa que umas massudas lições.
Para quem leia em inglês sem problemas, pode ler o primeiro livro da série absolutamente de graça na Free Library da editora Baen Books - esqueçam o "View sample chapters" que só traz parte do livro - utilizem antes os links do lado esquerdo (que descrevo a seguir) e que aparecem na página do link na linha final deste post.
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1632 - Eric Flint
http://www.baenebooks.com/p-379-1632.aspx
Desconhecida do público português, não percebo como as editoras ainda não lhe pegaram. Trata-se de uma obra de fantasia, onde se explora um universo alternativo - uma pequena cidade americana do século XX é transportada para o século XVII para a Europa na zona da actual Alemanha, durante a Guerra dos 30 anos.
A origem dessa alteração é explicada num prólogo de 2 ou 3 páginas sem grande interesse - uma raça alienígena que interfere no tempo, apenas por razões artísticas - e que depressa é esquecida, pois o fundamental é a história.
Durante muito tempo resisti a ler esta série porque pensei ser algo massudo, só para fãs de história. Não podia estar mais enganado. Realmente os apreciadores de história devem gostar dela, mas não só. Uma linguagem acessível, com personagens humanas - temo que com algum fervor americano, mas fácilmente ultrapassável. Os fás de role playing e de os jogos de estratégia também devem adorar a série onde a pequena cidade de Grantville tenta sobreviver numa Europa em guerra.
Com um arco principal formado pelo casal Mike Stearns do século XX e da sua mulher Rebecca Abrabanel do século XVII, acompanhamos a História (com H grande) da Europa do século XVII, e muitas vezes com um conhecimento que faz corar de vergonha muitos dos europeus actuais. No decorrer da série (que no presente já é composta por mais de 12 livros), poderemos conhecer personagens tão marcantes como o Cardeal Richelieu, os reis de Espanha, o cardeal Mazarinni, o papa Urbano VIII, Galileu, Oliver Cromwell, o médico William Harvey e muitas outras personagens históricas.
Esta série deveria ser obrigatória para os estudantes de história e muito mais educativa que umas massudas lições.
Para quem leia em inglês sem problemas, pode ler o primeiro livro da série absolutamente de graça na Free Library da editora Baen Books - esqueçam o "View sample chapters" que só traz parte do livro - utilizem antes os links do lado esquerdo (que descrevo a seguir) e que aparecem na página do link na linha final deste post.
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1632 - Eric Flint
http://www.baenebooks.com/p-379-1632.aspx
Pedro Pereira de Carvalho - 56 anos - Lisboa
Re: Que andam a ler?
Lidos nestes dias de férias:
-Madrugada Suja - M.S.Tavares - é interessante e de fácil leitura.
-Dentro do Segredo - Jose Luis Peixoto - registo de uma viagem que o autor fez à Coreia do Norte. Divertido e até comovente.
-Inferno - Dan Brown - Aborrecidissimo
-A ultima canção da noite - Francisco Camacho - Muito porreiro e lê-se de uma penada.
Agora vou começar "A Verdade sobre o caso Harry Quebert"
-Madrugada Suja - M.S.Tavares - é interessante e de fácil leitura.
-Dentro do Segredo - Jose Luis Peixoto - registo de uma viagem que o autor fez à Coreia do Norte. Divertido e até comovente.
-Inferno - Dan Brown - Aborrecidissimo
-A ultima canção da noite - Francisco Camacho - Muito porreiro e lê-se de uma penada.
Agora vou começar "A Verdade sobre o caso Harry Quebert"
Re: Que andam a ler?
Depois de nos últimos dias ter andado com Boris Vian e Luís Sepulveda na mochila, vou começar hoje a atacar o sexto volume da nova série da Vampiro.
Re: Que andam a ler?
Actualmente a ler The Armageddon Rag, do George R. R. Martin. Estou a gostar muito. Muito melhor que o Dying of the Light que li há uns 6 meses atrás.
Re: Que andam a ler?
Sem Penas, do Woody Allen
Re: Que andam a ler?
Li todo o Sandman, acabei hoje o 11.° e último volume na edição portuguesa. Que viagem incrível, uma das maiores obras da BD, de uma imaginação prodigiosa.
Re: Que andam a ler?
Ando a ler o Pale Fire, de Vladimir Nabokov, muito por culpa do Blade Runner 2049. Foi um livro que comprei há uns 10 anos e que aterrou quase directamente no fundo da prateleira, depois de na altura não ter ficado entusiasmado com as primeiras páginas. Agora já passei de metade e estou a adorar. É um livro enigmático, hermético e desconcertante, construído deliberadamente como um gigantesco enigma literário (ou um conjunto infindável de enigmas uns por cima de outros, para ser mais justo), mas que se vai revelando e reformulando de fora para dentro a cada nova página, e a cada nova pista que atira ao leitor. Vejo uma série de razões para ter sido "adoptado" para figurar no filme (é o livro que o replicant K tem em casa para ler), e com o qual partilha determinados paralelos orgânicos .
Estou também a reler o Something Wicked This Way Comes, de Ray Bradbury.
Estou também a reler o Something Wicked This Way Comes, de Ray Bradbury.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
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Re: Que andam a ler?
Li esse há uns meses atrás. O Bradbury é muito poético na sua prosa. Gostei. Já tinha lido Fahrenheit 451 dele, mas o Something Wicked é melhor.
Actualmente estou a ler Stranger in a Strange Land, de Robert A. Heinlein, e simultaneamente The Good Man Jesus and the Scoundrel Christ, de Philip Pullman.
Re: Que andam a ler?
Lud, esta é para ti:
Está no Capítulo 12.The boys ran. The train curved away, gonging it’s under-sea funeral bell, sunk,rusted, green-mossed, tolling, tolling. Then the engine whistle blew a great steam whiff and Will broke out in pearls of ice.
Way late at night Will had heard – how often? – train whistles jetting steam along the rim of sleep, forlorn, alone and far, no matter how near they came. Sometimes he woke to find tears on his cheek, asked why, lay back, listened and thought,Yes! they make me cry, going east, going west, the trains so far gone in country deeps they drown in tides of sleep that escape the towns.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
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Re: Que andam a ler?
Hehehe, pois.
A cena de que falei é esta:
Vi muitas opiniões online a criticar este tipo de escrita, mas eu até gostei porque é feita com talento. Eu não sou o maior apreciador de poesia do mundo. Normalmente passa-me por cima e não é muito a minha cena. Mas gostei muito da escrita do Ray Bradbury, sobretudo neste livro. Acho que se adequa perfeitamente à história que está a ser contada e ajuda a criar o ambiente de misticismo tão fulcral ao livro.
@Cabeças, vou com certeza informar-me sobre o Clifford D. Simak.
A cena de que falei é esta:
Esse último negrito é para realçar a repetição também muito presente no livro. Não sei o nome dessa figura de estilo, mas é abundante ao longo de todo o texto.And he was smiling down at the two boys he now saw locked limb in limb on the grass.
Then, swiftly, he darted in. He must have run upstairs, scrabbled about, and hurtled down
again, for suddenly as the two boys out-thrashed out-gripped, outraged each other, there was
a rain of tinkling,rattling glitter on the lawn.
The nephew leaped the porch rail and landed panther-soft, imbedded in his shadow, on the
grass. His hands were delicious with stars. These he liberally sprinkled. They thudded, slithered,
winked at Jim's side. Both boys lay stricken by the rain of gold and diamond fire that pelted
them.
'Help, police!' cried Robert.
Will was so shocked he let go Jim.
Jim was so shocked he let go Will.
Both reached at the same time for the cold strewn ice.
'Good grief, a bracelet!'
'A ring! A necklace!'
Robert kicked. Two trash cans at the curb fell thundering.
A bedroom light, above, flicked on.
Vi muitas opiniões online a criticar este tipo de escrita, mas eu até gostei porque é feita com talento. Eu não sou o maior apreciador de poesia do mundo. Normalmente passa-me por cima e não é muito a minha cena. Mas gostei muito da escrita do Ray Bradbury, sobretudo neste livro. Acho que se adequa perfeitamente à história que está a ser contada e ajuda a criar o ambiente de misticismo tão fulcral ao livro.
@Cabeças, vou com certeza informar-me sobre o Clifford D. Simak.
Re: Que andam a ler?
Terminei o Something Wicked This Way Comes. É um livro de fantasia e horror excepcional, mas não é obra que recomende a toda a gente. A prosa tem tanto para agradar a um público leitor mais exigente como para afastar o leitor casual à procura de um texto mais "light"...
Vou provavelmente pegar no Hard to be a God, dos irmãos Strugatsky (wiki), e que já leva duas adaptações ao cinema, uma das quais com tópico dedicado criado pelo José Miguel (viewtopic.php?f=11&t=47077), e uma outra à qual não faço para já grandes comentários - tentei ver e não percebi patavina, para além de ser dos filmes mais feios e sujos, no sentido literal, que já me passaram à frente, com uma ocupação da frame sempre altamente preenchida com os mais insólitos detalhes de personagens e cenário (cansativo, muito cansativo). Uma experiência muito estranha e bizarra, próxima da sensação de tortura audio-visual, e que me leva agora a procurar algum sentido e suporte no livro, até porque faz parte de uma colecção chamada "SF Masterworks", de que tenho lido algumas grandes obras.
Vou provavelmente pegar no Hard to be a God, dos irmãos Strugatsky (wiki), e que já leva duas adaptações ao cinema, uma das quais com tópico dedicado criado pelo José Miguel (viewtopic.php?f=11&t=47077), e uma outra à qual não faço para já grandes comentários - tentei ver e não percebi patavina, para além de ser dos filmes mais feios e sujos, no sentido literal, que já me passaram à frente, com uma ocupação da frame sempre altamente preenchida com os mais insólitos detalhes de personagens e cenário (cansativo, muito cansativo). Uma experiência muito estranha e bizarra, próxima da sensação de tortura audio-visual, e que me leva agora a procurar algum sentido e suporte no livro, até porque faz parte de uma colecção chamada "SF Masterworks", de que tenho lido algumas grandes obras.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva
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Re: Que andam a ler?
Vou já a mais de metade. Leitura fabulosa. FC de cariz político-social, em que a idade média apresentada como pano de fundo traça fortes paralelos com os regimes de Estaline (no qual os autores passaram uma parte ainda longa das sua vidas) e de Hitler (há referências directas e explícitas a este último). O tema principal é mesmo o poder político e a forma como a tirania dos homens crueis que se acham em posições de domínio determina a aniquilação de todas as forma de conhecimento e cultura que lhe possam ser desfavoráveis.
O título do livro alude à dificuldade em que um pequeno contingente de cientistas, vindos de uma civilização terrestre muito mais avançada, e desempenhando o papel de observadores num planeta que em que o avanço civilizacional se situa ao nível da idade média, sentem em não intervir face aos acontecimentos brutais que estão a registar. Eles são os "deuses" do título, porque estão numa posição de conhecimento e poder muito superiores aos da população local, embora não o possam mostrar ou demonstrar - a missão assim o proíbe - apenas podem gravar o que vêem e interagir como se fossem cidadãos locais (mesmo ocupando posições de relevo e algum poder no meio da população).
É "difícil ser deus" porque:
- Não poder intervir para impedir a tirania generalizada dos poderosos sobre os fracos coloca intensas e constantes questões de escolha moral
- O papel implica participar em actividades sociais (faz parte do disfarce) que vão directamente contra os valores que estes cientistas defendem
- Observar e viver no meio de tanta crueldade e miséria humana acaba por levar a uma habituação e a uma mudança de hábitos que os afasta da "civilização" e os aproxima dos "animais".
Vou tornar a tentar ver o filme de 2013 (que, quer queira quer não me está ainda muito vincado na memória), e depois a adaptação anterior.
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